“Essa eleição não acabou”: Trump não aceitará vitória de Biden

Jornal GGN – Logo após Joe Biden obter a maioria, de virada, nos estados da Pensilvânia e Geórgia, a campanha de Donald Trump não só mostrou que não irá aceitar os resultados, caso confirmados, podendo tentar recorrer judicialmente por uma recontagem de votos, como também emitiu um comunicado com o título: “essa eleição não acabou”, afirmando que qualquer vitória garantia ao seu adversário é “falsa”. “Uma vez que a eleição chegue ao final, o Presidente Trump será reeleito”, disse ainda.

A vitória na Pensilvânia daria a Biden a ampla maioria dos votos para vencer, acima dos 270 exigidos pelas regras eleitorais do país. Mas, como já vem atuando em todos os estados que apresentam uma diferença inferior a 1%, dependendo de cada estado, pedindo a recontagem de votos ou, ainda, a suspensão, a paralisação da contagem em andamento.

É o caso de Wisconsin, que já fechou as apurações concedendo uma diferença de 0,7 ponto percentual a mais para Biden, e agora muito provavelmente Geórgia e Pensilvânia, que não totalizaram as contagens, mas revelam que a diferença será muito acirrada, até às 13h desta sexta, de menos de 0,1 ponto percentual para Biden. Nevada, que ainda falta somar as escolhas de 16% dos seus eleitores, também pode marcar uma diferença pequena da vitória de Biden.

Mas além do que é permitido eleitoralmente, Trump já pediu nos últimos dias a paralisação da contagem em alguns desses estados, antes da virada de Biden, e acusou supostas fraudes eleitorais em alguns colégios, nenhum deles comprovados e que foram já negados pelas Justiças de Geórgia e Michigan, por exemplo (leia aqui).

Trump vem recorrentemente falando em “irregularidades”, “fraudes”, “validade dos resultados” e outras falsas afirmações, que levaram as televisões norte-americanas terem que cortar a transmissão de seu discurso, nesta quinta-feira (05), por conter Fake News, estimulando os confrontos entre seus eleitores trumpistas e ferindo o crédito da votação democrática.

Mas contraditoriamente aos seus primeiros pedidos de paralisação da contagem de votos, agora que Biden obteve uma vitória à frente de Trump na Pensilvânia e Geórgia, a campanha de Trump divulgou justamente o contrário, que “os resultados estão longe de ser finais”.

“Esta eleição ainda não acabou. A falsa projeção de Joe Biden como vencedor é baseada em resultados de quatro estados que estão longe de ser finais”, escreveu, no comunicado.

Novamente como já vinha fazendo, Trump acusou ilegalidades agora na Geórgia, Pensilvânia, Nevada e Arozina, os quatro estados que estão marcando a maioria para Biden. “O Presidente está no curso de ganhar o Arizona amplamente, apesar do irresponsável e equivocado anúncio do estado para Biden, pela Fox News e Associated Press”, escreveu sua campanha.

No estado que já contabilizou 90% de seus votos, Biden está 1,4 ponto percentual a frente de Trump, e já foi considerado vitória para o democrata.

“Biden está confiando nestes estados para a sua reivindicação falsa à Casa Branca, mas uma vez que a eleição chegue ao final, o Presidente Trump será reeleito”, escreveu sua equipe de campanha.

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Abaixo, o comunicado emitido pela campanha de Donald Trump:

 

Redação

Redação

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  • Esta narrativa da fraude, apesar de parecer uma birra de um maluco, é um truque bem sofisticado:
    Se ganhar, ganhou apesar da fraude.
    Se perder, ilegitima o adversário vitorioso.
    E mais, empurra para Biden a tarefa de defender a lisura do pleito, cuja legitimidade do resultado não mais poderá questionar.
    Por outro lado, a tese do perigo de fraude é recorrente das elites de lá, como justificativa para excluir eleitores com medidas supostamente preventivas.

    Os EUA sempre foram um arquétipo mal alambrado de sistema representativo.
    Sempre.
    O problema é que o acirramento das disputas e a fluidez global de informações rasgou o véu da farsa de maior democracia mundial.

  • Declaração de bozo que já tira o "corpito" fora:
    ""Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele bem mesmo diz. A pessoa mais importante é Deus..."
    Qualquer declaração deste sujeito soa furada, falsa. Mas é persistente na tentativa de transformar as policias na guarda particular dele e de seus filhos.

  • Como escrevi ontem em um comentário aqui, esse desespero todo não pode ser apenas por amor a um cargo que nem vitalicio é e nem proporciona a ele ganhos financeiros diretos superriores ao que ele obtem com seu império de barro, que está prestes a desmoronar.
    Portanto a análise tem que vislumbrar outros interesses.
    1 - Os ganhos que ele e filhos podem obter a partir do cargo que ocupara para ampliar os seus negócios particulares.
    2 - Dificultar ao máximo, enquanto ocupante da presidência, que o fisco americano se imiscua em seus negócios e descubra suas falcatruas.
    3 - Uma possível denuncia por crime de genocidio.
    Não é a casa branca que está em disputa, é um lugar numa cela, que ele não quer.

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