A extrema-direita global deu início a um plano que busca desmontar ou enfraquecer acordos fechados por governos nos últimos anos, de forma a neutralizar a Agenda 2030 formulada pela ONU rumo a um sistema que garanta desenvolvimento de forma sustentável.
Essa agenda foi fechada por diversos governos em 2015, e conta com 17 objetivos que precisam ser trabalhados até 2030. Entre seus tópicos estão a erradicação da pobreza extrema, garantia de educação, igualdade de gênero, uso adequado de recursos naturais e o fortalecimento dos direitos humanos.
Em sua coluna no site UOL, o jornalista Jamil Chade destaca o trabalho da extrema-direita internacional para desmontar o pacote, alegando que é um “plano globalista” montado a partir de falsas ameaças tendo como objetivo destruir famílias, minar soberanias e permitir “invasão migratória”.
O primeiro passo rumo a esse desmonte foi dado pelo presidente da Argentina, Javier Milei, que retirou o país de todos os acordos relacionados com a Agenda 2030 – vale lembrar que o ultradireitista já apontava os compromissos sociais estabelecidos pela ONU como “uma agenda socialista” em sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Entretanto, tal movimento pode estar apenas no começo, tendo em vista o avanço da extrema-direita em diversos países europeus e a chance de vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Entre os argumentos usados, estão a negação da pandemia de covid-19 (que teria sido um instrumento para adoção de uma agenda progressista); o fluxo migratório no Sul da Itália como eixo da Agenda 2030 para “redução de desigualdade”; a “doutrinação” das crianças e a “igualdade de gênero” como forma de “destruição das famílias”.
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