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Corregedor do CNJ critica Gilmar

Por Jose de Abreu

LN

pareço propagandista d’O GLOBO, mas é que tem outra entrevista interessante, do corregedor do CNJ, Gilson Dipp, sobre aquele assunto de um post seu, da semana passasda, sobre o código de conduta dos juízes, o “comportamento” do Gilmar Dantas, ops, Mendes, etc.
zeh

De O Globo

Corrupção entre juízes choca e surpreende’

ENTREVISTA

Gilson Dipp

O ministro Gilson Dipp, assim como parte dos brasileiros, se diz decepcionado e envergonhado com os casos de corrupção entre juízes. Mas algo o diferencia dos demais brasileiros: desde setembro, ele é o titular da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – órgão com competência para investigar e punir desvios de conduta dos magistrados. O ministro diz que não terá constrangimento em condenar colegas, se for preciso. Além de levantar a bandeira pelo fim da corrupção entre juízes, Dipp defende que a categoria tenha compostura. Para ele, brigas públicas – como a do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, com o juiz Fausto De Sanctis, na Operação Satiagraha – expõem e fragilizam o Judiciário. “Juiz nenhum tem que criticar a decisão de outro”, afirma.

Carolina Brígido

(…) O código de ética que o CNJ está distribuindo demonstra preocupação com a conduta desviada de magistrados?
DIPP: O código de ética da magistratura é necessário em países com o Judiciário ainda muito dependente do Executivo, ou não muito desenvolvido, como os países da África e alguns da América Latina. Ainda é preciso ter o mínimo de noções éticas, posturas que achamos convenientes ditar, para que o juiz tivesse ali um guia, um parâmetro.

O Brasil é um país onde o magistrado deve ser orientado sobre sua conduta? 

 DIPP: Eu acho que sim.

O código de ética diz que o juiz não deve criticar decisão de colega, a não ser em despacho bem fundamentado. Na Operação Satiagraha, o presidente do STF, Gilmar Mendes, trocou críticas públicas com o juiz federal Fausto De Sanctis. Houve excessos? 

DIPP: Juiz nenhum tem que criticar decisão de outro. Existe um sistema processual que deve ser utilizado e ponto final. Instâncias superiores confirmam ou reformam decisões de instâncias inferiores. Esse é o sistema, não há que ter críticas.

O senhor viu excessos?
DIPP: Fica chato comentar. Eu conheço os dois. Não precisava. Toda discussão pública em relação ao Judiciário e juízes não precisaria ter, porque o nosso sistema processual tem mecanismos para confirmar ou reformar a decisão que tiver errada.

Esse tipo de bate-boca expõe o Judiciário?
DIPP: Acho que sim. O Judiciário tem que ter transparência, mas não pode expor suas dificuldades. Principalmente no que diz respeito a um processo, em público.

Comentário

O Ministro Gilson Dipp é tido unanimemente como magistrado sério e responsável, discreto e profissional. Pois partiu dele a primeira manifestação de defesa séria do Judiciário, contra um personagem – Gilmar Mendes – que está jogando a imagem da Justiça no lixo.

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • Gilmar Dantas não está nem
    Gilmar Dantas não está nem aí. Quer mesmo é fazer barulho e beicinho (como ele faz), porque seu único intento é capitalizar a passagem pelo Supremo para depois mergulhar na política coronelista de sua família.

    Usa o Judiciário para fazer política (foi por isto que FHC o colocou lá).

    Se tentar algo em nível nacional, terá o destino que os cães rosnadores de FHC tem: o fracasso. Se for somente para a política de curral, corre o risco de ter algum sucesso.

  • Ironia, não? Gilson Dipp
    Ironia, não? Gilson Dipp defendeu Gilmar Mendes de maneira idônea. Agora encontra-se, possivelmente, na contingência de avaliar a conduta deste não apenas em relação à Operação Satiagraha, mas visando todo o conjunto da obra desse senhor nesses últimos tempos.
    Bons ventos o levem a decisões isentas.

  • Não podemos esperar que o
    Não podemos esperar que o Ministro Gilson Dipp remova sozinho este personagem inconveniente e perigoso que se chama Gilmar Mendes.
    Os demais ministros do Supremo precisam atuar (mas da última vez foram vergonhosamente corporativos); os senadores precisam cumprir suas míseras atribuições; a Procuradoria Federal, os Delegados de Polícia e os Juízes e Desembargadores precisam tomar a iniciativa judicial.
    Os procuradores, delegados e juízes foram acusados por Gilmar Mendes de formarem um "consórcio". Penso que Gilmar deveria se preocupar com o "consórcio" formado pelos "amigos de Dantas".

  • ]
    Finalmente uma autoridade
    ]
    Finalmente uma autoridade dá um pito no destrambelhado Gilmar Mendes.
    Mas, acho muito pouco. O Ministro Glmar, não apresenta as condições adequadas para exercer tal função. Deveria ser afastado.
    Parabens ao Ministro Gilson Dipp.

    Abraços.
    Orlando

  • Não conheço o Ministro Gilson
    Não conheço o Ministro Gilson Dipp, mas gostei de sua fala.
    Realmente, o mal que o Ministro Gilmar causa ao Judiciario com suas criticas ao Juiz De Sanctis é bem maior que aquele causado pelo mesmo De Sacntis em suas decisões questionaveis.
    É como disse o Ministro Dipp: Há um sistema processual para corrigir eventuais excessos e arroubos de juizes da 1° instancia.

    Só faço um pequeno acréscimo ao comentario final do Nassif. Não é só o Ministro Gilmar quem está jogando a imagem do Judiciario no Lixo. A despeito da inegável responsabilidade de Gilmar Mendes - até mesmo porque é atualmente o chefe deste Poder - a "desconstrução" da imagem do Judiciario não começou com ele. É coisa antiga. É obra de muitos....

  • Seja bem vindo ministro. O
    Seja bem vindo ministro. O poder Judiciário precisa ser enquadro dentro de normas éticas para que seja feita Jusitça de fato. É ISSO.

  • NASSIF

    Não vi em nenhuma de
    NASSIF

    Não vi em nenhuma de suas falas, o juiz De Sanctis trocar farpas ou fazer críticas ao presidente do STF.

    Parece-me, salvo engano, que De Sanctis apenas deu as suas decisões que precipitaram essa crise toda.

    Ah, gostaria de lembrar que, se as prisões de DD não tivessem sido relaxadas pelo Supremo, ele, como condenado que foi, estaria ainda atrás das grades.

    E somente com sua absolvição, em decisão de Tribunal Superior, deixaria de cumprir a sua pena.

    Até lá, lá muita água passaria embaixo da ponte.

  • Está claro que é necessário a
    Está claro que é necessário a intervenção de orgão competente nas ações de Gilmar Mendes. Não sei se é possível mas o MPF poderia abrir uma investigação contra o ministro. Esse é o desejo da maioria do povo brasileiro (perceptível na maioria dos blogs na internet), está sendo demonstrado corretamente por jornalistas sérios e agora é compartilhado pelo corregedor da CNJ. Está na hora de Gilmar Mendes deixar a presidencia do STF, no mínimo.

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