Flávio Dino: Não conheço especialistas que defendam sentença de Moro

Dino e Lula em 2016: “Não conheço especialistas em Direito Penal que defendam aquela sentença absurdamente precária” (Foto HEINRICH AIKAWA/INSTITUTO LULA)

da Rede Brasil Atual

Flávio Dino: Não conheço especialistas que defendam sentença de Moro

Governador do Maranhão afirma ter “convicção jurídica” sobre fragilidade da sentença contra ex-presidente no caso do triplex. E disse esperar que o TRF4 “aplique bem o Direito” ao julgar o recurso

por Redação RBA

São Paulo – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que é advogado e ex-juiz federal, considera frágil “e absurdamente precária” a sentença contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em rede social, ele afirma ser “ínfima” a chance de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmarem a decisão. “Imensa maioria de juristas do país diz isso. Ou seja, uma eventual condenação em 2ª instância só serviria para tentar gerar inelegibilidade em 2018. O que a tornaria ainda mais iníqua.”

Segundo ele, a sentença é frágil, inicialmente, porque não tem relação com a Petrobras. Consequentemente, o juízo (a Vara Federal de Curitiba) não era competente. “Lula não solicitou ou recebeu apartamento, que continua sendo da OAS; não houve a contrapartida de Lula como funcionário público (ato de ofício). Portanto, não houve crime”, acrescenta Dino.

“Tenho absoluta convicção JURÍDICA sobre esse tema do triplex. E não conheço especialistas em Direito Penal que defendam aquela sentença absurdamente precária. Espero que o TRF 4ª Região aplique bem o Direito ao caso”, afirma ainda o governador maranhense.

“Muitos desejam fazer julgamento POLÍTICO do ex-presidente Lula. Há dia e local para fazê-lo. Nas urnas, no dia da eleição. Tribunais não devem servir para isso. Que deixem Lula ser candidato e que o povo o julgue politicamente”, conclui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • A sentença moriana é irretocável

    Apesar da sentença moriana ser irretocável de acordo com o ponto de vista do Desembargador Presidente do TRF-4, um dos Desembargadores vai abrir divergência para dar entender à opinião pública de que é um processo jurídico e não uma perseguição política através do poder judiciário.

  • Como disse ao Flávio Dino

    Como disse ao Flávio Dino pelo Twitter.

    Não seja ingênuo. Os juízes fizeram algo muito pior ao sacrificar José Dirceu aplicando o princípio da culpa presumida (Luiz Fux), substituindo a prova do crime pela literatura (Rosa Webber) e utilizando uma versão distorcida da teoria do domínio do fato (Joaquim Barbosa).

    O governador do Maranhão também foi incapaz de perceber que o processo do Triplex se insere mais no contexto da literatura fantástica do que no do Direito Penal: https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/triplex-um-caso-tipico-de-literatura-fantastica

  • Tá todo mundo sabendo da sacanagem do Moro

    New York Times encurrala o TRF-4

    Jornal invade Porto Alegre na véspera do julgamento   Publicado em 23/01/2018 no Conversa Afiada

    Vai encarar, Gaspari? Vai encarar, Merval?

    O jornal mais respeitado dos Estados Unidos abre sua seção de Opinião a qualificado analista, sem dar tempo de o Embaixador dos EUA na embaixada do Brasil em Washington poder piar antes do julgamento:

    Democracia brasileira empurrada para o abismo

    Artigo assinado por Mark Weisbrot, economista e um dos diretores do Centro para Pesquisas Econômicas e de Políticas Públicas em Washington, no The New York Times, analisa a situação da democracia brasileira. Ele abre o texto afirmando que o Estado de Direito e a independência do Judiciário é algo suscetível a mudanças bruscas em vários países. No Brasil, “uma democracia jovem”, o que poderia ser um grande avanço quando o Partido dos Trabalhadores garantiu independência ao Judiciário para investigar políticos, acabou se transformando no oposto, escreve Weisbrot. Para ele, como resultado, “a democracia brasileira é agora mais frágil do que era logo quando acabou a ditadura militar”. O texto afirma que, às vésperas do julgamento de Lula, não há muita esperança de que a decisão será “imparcial”, uma vez que um dos juízes já afirmou que a decisão de condenar Lula foi “tecnicamente irrepreensível”. Para o autor, as evidências contra Lula são frágeis e estão abaixo dos padrões que seriam levados a sério, por exemplo, pela Justiça norte-americana. Ele afirma, ainda, que o Estado de Direito no Brasil já foi atingido em 2016 com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Conclui que o mais importante talvez é o fato de que o Brasil terá se transformado em país com uma forma mais “limitada” de democracia eleitoral, no qual um “judiciário politizado” pode excluir um líder popular de uma disputa presidencial.

    Leia o artigo original: Brazil’s Democracy Pushed Into the Abyss

     

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