Ministro diz que doações da UTC à campanha de Dilma foram legais e declaradas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Carolina Gonçalves
 

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse hoje (13) que nenhuma conta foi tão auditada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Ele acrescentou que as arrecadações junto às empresas estão dentro da legalidade e foram declaradas à Justiça Eleitoral, incluindo a doação feita pela empreiteira UTC, no valor de R$ 7,5 milhões.

O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, está em Brasília para assinar o acordo de delação premiada da Operação Lava Jato. O empresário é acusado de chefiar um grupo de empresas que negociava contratos com a Petrobras. “Os R$ 7,5 milhões existem e foram declarados. Ele fez doações legais. As contas da presidenta foram aprovadas por unanimidade pelo TSE”, disse.

Edinho Silva afirmou que jamais manteve “este tipo de contato” com a estatal. “Jamais cumpri este tipo de função”, afirmou. O ministro – que foi tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma – garantiu que atuou dentro da legalidade e assegurou que qualquer pessoa pode “vasculhar” as contas.

“Fui um tesoureiro de campanha como todos os demais [tesoureiros] que procuraram empresários brasileiros e doações foram feitas, todas elas legais e declaradas”, afirmou, acrescentando ter “orgulho” pelo trabalho realizado. O ministro ainda descartou a análise de parlamentares da oposição que afirmam que a campanha de 2014 foi trazida para o centro da crise política do país. “Estamos vivendo um momento de embate político no país, que é natural na democracia, e espero que a verdade venha à tona o mais rápido possível para que a gente possa sair dessa esfera de criminalização da política”, completou.

Sobre o pronunciamento de Dilma, que utilizou apenas as redes sociais no último Dia do Trabalho, o ministro explicou que a presidenta apenas optou por valorizar outro modal de comunicação. Segundo ele, Dilma tem preferido as redes sociais “por conta da interatividade” destes canais com a população.“Ela continua utilizando os modais tradicionais. O que ela fez no 1º de maio foi usar um modal importante que é o das redes sociais. [Para divulgar] toda atividade pública [da presidenta], ela está se comunicando pela TV, emissoras de rádio, jornais e revistas. Mas a internet é um modal específico”, afirmou.

Minimizando insinuações de que Dilma estaria “evitando” esses meios em datas importantes, o ministro ponderou que “não [há] nenhum espaço maior de exposição para qualquer figura do que as redes sociais. Não [há] mediação. A interação é direta”. Ao lembrar a frase que vem sendo repetida pela presidenta em relação às manifestações, Edinho Silva ainda afirmou que é contra qualquer tipo de controle de conteúdo. Dilma Rousseff tem afirmado que prefere e comemora “o barulho das livres manifestações das ruas do que o silêncio da ditadura”.

O ministro também garantiu que não existe qualquer orientação do governo para cercear veículos de comunicação ou profissionais de imprensa e afirmou que é contra qualquer tipo de controle da mídia. “A orientação da presidenta é de respeito à produção de conteúdo, à liberdade de expressão e de opiniões. A convivência com a liberdade de manifestação é uma conquista da democracia”, disse.

Convidado para explicar as prioridades de sua pasta, Edinho Silva destacou que a prioridade do orçamento de R$ 330 milhões será “fazer com que a informação chegue de forma transparente e objetiva para a sociedade brasileira, prestando contas dos atos do governo”. O ministro ainda defendeu a flexibilização de horário do programa de rádio Voz do Brasil e contou que o governo estuda a reformulação do modelo da TV Brasil – emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) -, para que possa cumprir melhor sua função social.

Entrevista ao Blog do Planalto:

https://www.youtube.com/watch?v=U4PUrE0tBX0 width:700 height:394

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Merval deu um jeito de criminalizar o caixa 1

    Se esse ai não tivesse direito ao foro privilegiado por ser ministro, o juiz tucano com sua campanha ‘Fora PT”  já teria mandado prende-lo de forma preventiva por uns 6 meses ou mais, claro, sob os holofotes da Globo, algemado e escoltado por um arremedo de Rambo exibindo sua enorme metralhadora pra ser levado de SP para a Guatanamo de Moro onde o direito ao habeas corpus prá petista fora suspenso por ordem de Merval Pereira, os tribunais superiores se cagam de medo de ir contra a vontade dos interesses do conluio Globo-PSDB…,..eh fácil trucidar os mansos petistas ,,…a unica novidade eh que agora esse conluio penal-midiático vai ter que enfrentar malacos de verdade como Eduardo Cunha, Renan e Collor e ae será que vão encarar estes ou vão pedir arrego para não serem impinxados,,,e ae seu Janot, ate agora o tesoureiro do PSDB nao foi preso apesar de ter depositado milhoes de reais em paraisos fiscais….ou será que é crime ser tesoureiro do PT façam eles caixa 2(transformado pelo Merval em ”mensalão) ou caixa 1(que virou ”petrolão)..,,..Genoino foi preso por ter avalizado emprestimos devidamente quitados mas o Merval deu um jeito de criminalizar como hoje criminaliza o caixa 1…

  2. Os caras

    querem ver sangue, sangue petista jorrando nos asfaltos, nos riachos, nas ribanceiras; estão tão afoitos e certos da vitória (Moro, Aécio, Merval, Bonner, Paulinho da farsa, Renata, Leilane, FHC…)que ainda não atentaram para um outro viés dessa sanha deles: que um feitiço pode virar-se contra um feiticeiro.

     

  3. ““Estamos vivendo um momento

    ““Estamos vivendo um momento de embate político no país, que é natural na democracia”?

    Um tentando dar rasteira no outro é “NATURAL”? Não adianta azeitar a oposição, eles estão agindo como manada impensante, ou igual a bucaneiros que querem chegar aos cofres por qualquer meio. 

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