Moro ouve deputados e senadores como testemunhas de Palocci

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O juiz federal Sérgio Moro está ouvindo, na manhã desta terça-feira (21), as testemunhas de defesa do ex-ministro Antônio Palocci, no processo da Lava Jato desdobrado na ª fase da operação.
 
Entre as testemunhas, estão o deputado federal Miro Teixeira (Rede) e o senador Jorge Viana (PT), além dos deputados federais Paulo Teixeira (PT) e o Carlos Zarattini (PT), arrolados pela defesa do ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic.
 
O ex-ministro da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff e da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde o dia 26 de setembro do ano passado, detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
 
A tese defendida pelos investigadores da Lava Jato é que Palocci e seu assessor, Kontic, receberam propinas para atuar em favor da Odebrecht, entre 2006 e final de 2013, e supostamente desta forma interferindo em decisões do governo federal.
 
Em reportagem publicada em fevereiro deste ano, o GGN mostrou que as investigações que recaem sobre Lula precisam, antes, da condenação de Palocci para conectar a tese defendida pelos procuradores da República.

 
O processo é peça importante para os investigadores e o magistrado do Paraná testarem o alcance da viabilidade de teoria que desemboca na condenação de Lula. Isso porque o senador cassado Delcídio do Amaral apontou Palocci como o centro e uma das principais figuras do esquema.
 
A denúncia de Palocci é envolta em fragilidades, poucos materiais corroborativos e delações premiadas. Nesta última ferramente, Delcídio tem sido o maior aliado da força-tarefa. Entretanto, Delcídio tem sido o maior aliado das investigações, levantando os únicos indícios contra Palocci.
 
Em um dos pontos das acusações, Palocci atuava de forma ilícita para beneficiar a empreiteira Odebrecht na contratação de estaleiros e construção de plataformas e navios-sonda pela Petrobras, incluindo negócios dos campos do pré-sal, com acertos que envolveram mais de US$ 21 bilhões, sem contudo dados de quanto seriam de desvios, corrupções e de uso efetivo do montante.
 
Em outra sustentação, os investigadores já traçaram toda a rede de irregularidades contra a Sete Brasil, sociedade da Petrobras com os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, além dos fundos de pensão Petros, Previ e Vale do Rio Doce. Como a Sete foi responsável pelos contratos de estaleiros de 28 plataformas e sondas para a estatal e Antônio Palocci participou da criação da Sete Brasil, seria automaticamente responsabilizado, na visão da Lava Jato.
 
A tese é de que a empresa foi criada com o objetivo exclusivo ou prioritário para o milionário esquema de corrupção e, pela teoria do domínio do fato, Palocci é um dos criadores do esquema. É trecho da denúncia: “o modelo de cobrança de propina, que já existia na Petrobrás, foi levado também à Sete Brasil. (…) Palocci participou de toda estruturação econômica da Sete Brasil”.
 
Os políticos prestam depoimento por videoconferência, desde Brasília, com o magistrado da Vara Federal de Curitiba. Ainda no mesmo caso, será ouvido o ex-diretor da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella, arrolado pelo ex-diretor Renato Duque, que também é alvo do processo. Estrella irá participar da audiência também oir videoconferência de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Quer dizer que até o

    Quer dizer que até o bradesco, o santander, a previ, a petros e a vale do rio doce propinaram? Alguém do bradesco e do santander já foi ouvido eou está sendo processado pelo caso? Não há qualquer sustentação probatória contra o Palocci nessa “estória”, apenas – e como sempre, a “convicção” dos mesmos estafetas sabe-se lá de quem. Aliás, contemos: de 26 de setembro até hoje, são 176 dias de prisão sem qualquer resguardo legal, a não ser a ideia-de-jerico do desMoronado, dos desembargas quartanistas e de algum ministreco. 6 meses de prisão… Com certeza, ditadura judiciária: DITADURA!

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