Dados de empreiteiras confirmam relatos de Sérgio Machado

Informações sobre doações eleitorais corroboram fala de ex-presidente da Transpetro

Jornal GGN – Informações de depoimentos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em acordo de delação premiada, coincidem com informações das empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia sobre doações eleitorais feitas em 2010, 2012 e 2014. A apuração é da Folha de S.Paulo que descobriu que 14 dos 25 citados por Machado receberam doações em valores que confirmam a fala do executivo preso como receptores de parte de recursos ilícitos que foi notificado como doações oficiais.  

Folha de S.Paulo
 
Doações de empreiteiras coincidem com delação de Sérgio Machado
 
Angela Boldrini
 
As empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia fizeram doações eleitorais em 2010, 2012 e 2014 que coincidem com relatos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, revelados na quinta (16).
 
Levantamento da Folha mostra que ao menos 14 dos 25 citados receberam doações que sustentam a fala de Machado de que parte dos recursos ilícitos chegou a políticos por meio de doações oficiais.
 
O delator afirmou, por exemplo, que o ex-ministro Edson Santos (PT-RJ), recebeu R$ 142,4 mil da Queiroz Galvão nas eleições de 2014. De fato, segundo prestação de contas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a empreiteira doou, via diretório nacional, R$ 142,5 mil ao candidato em setembro daquele ano.
O mesmo acontece com o outros políticos, como o deputado Felipe Maia (DEM-RN), que recebeu R$ 250 mil em 2014 da Queiroz Galvão –no TSE consta uma doação da empresa, no valor, intermediada pelo diretório nacional do partido, antes da eleição.
 
Em outros casos, como o envolvendo Gabriel Chalita (PDT, ex-PMDB) e o presidente interino Michel Temer, a relação não é tão cristalina. Isso porque antes de 2014 os dados do TSE não trazem os doadores originários, fazendo com que as doações via diretórios tenham origem oculta.
 
Sobre Chalita, o delator afirmou que Temer solicitou R$ 1,5 milhão para a campanha do aliado à Prefeitura de São Paulo em 2012, que teriam sido pagos pela Queiroz Galvão.
 
Nos dados do TSE, vê-se que a empresa doou R$ 1,5 milhão ao PMDB em 28 de setembro daquele ano. No mesmo dia, a sigla repassou R$ 1 milhão a Chalita e, pouco depois, em 2 de outubro, outros R$ 500 mil.
 
NA PONTA DO LÁPIS
Delações confirmam versão de Sérgio Machado; veja exemplos

 

Já sobre o governador interino do Rio Francisco Dornelles (PP), Machado afirmou que o então presidente do partido teria lhe pedido R$ 250 mil para ajudar o diretório carioca nas eleições de 2010. No TSE, constam duas doações neste valor feitas pela Queiroz Galvão ao PP-RJ, em 22 de setembro e 1º de outubro.
 
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Sarney Filho (PV-MA), Cândido Vacarezza (PT-SP), Luiz Sérgio (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Walter Alves (PMDB-RN), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Agripino Maia (DEM-RN), Ideli Salvatti (PT-SC) e Jorge Bittar (PT-RJ) também receberam doações compatíveis com a versão de Machado.
 
No caso da ex-ministra petista Ideli Salvatti, candidata ao governo de Santa Catarina em 2010, a doação de R$ 500 mil teria vindo da Camargo Corrêa. A empreiteira fez três doações nesse valor para o comitê financeiro do PT-SC nesse ano –e o comitê, por sua vez, doou cerca de R$ 2,9 milhões para Salvatti.
 
Nesses os casos, as empreiteiras fizeram doações aos diretórios nacionais e estaduais, que repassaram aos candidatos valores conciliáveis com a delação. O levantamento levou em consideração trechos que traziam nome do político, da empresa, ano e valor.
 
OUTRO LADO
 
Temer afirmou que nunca pediu recursos ilícitos a Machado e Chalita disse não conhecer o delator. Henrique Alves chamou as acusações de “irresponsáveis”.
 
Edson Santos as chamou de “absurdas” do delator e Vacarezza disse nunca ter pedido ajuda a Machado.
 
Os outros políticos afirmaram durante a semana que as doações feitas são legais. Salvatti não foi localizada para comentário. 
Redação

15 Comentários

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  1. Estao misturando de propósito doaçoes legais c/ ilegais

    Querem passar o discurso de que “todos os políticos sao corruptos”. Ora, sou contra doaçoes, mas elas eram legais, e era impossível ganhar uma eleiçao sem elas. De modo que a existência de doaçoes, desde que declaradas, nao é sinônimo de corrupçao.

    1. Exatamente!!!
      Queria entender

      Exatamente!!!

      Queria entender melhor esse conceito de “recursos ilicitos” que constam nas doações declaradas à Justiça Eleitoral.

      Mas é Folha, né? o négócio é joga no ventilador, mesmo que não faça sentido algum. 

      E o GGN reproduzindo com força esse tipo de matéria vazia , também é difícil de entender…

      1. No momento, a principal vítima é Jandira Fegali

        Que declarou as doaçoes, e é super honesta. Tem tudo a ver com as próximas eleiçoes isso. Eu preferiria que Jandira ficasse na Câmara, onde precisamos dela, em vez de se candidatar à prefeitura do Rio, que tem um bom candidato em Freixo. Mas é vergonhoso que tentem atingi-la desse jeito.

  2. A Folha, malandramente,
    A Folha, malandramente, coloca no mesmo balaio doações declaradas, portanto, legais, diante da legislação à época, das doações por vias heterodoxas, obtidas por caminhos transversos.
    Simples, se faz um encontro de contas, havendo discrepâncias que configurem verbas obtidas através de vantagens indevidas, investiga-se a fundo sua procedência e pune-se o ato criminoso.
    Fazer um balaio de gato, como pretende o oligopólio midiático, é mistificar a realidade, dando como verdade as versões que melhor atendam suas narrativas.

  3. Foi perguntado?

    Não sei se não é perguntado, ou não é divulgado.

    Quando Sérgio Machado (outros delatores támbem) diz que intermediou doação legal para A ou B e que os recursos doados eram fruto de propina, não fica claro, e parace que não é perguntado, que quem recebe sabia da origem.

    Será que não é perguntado?

    Qual o motivo de não se perguntar?

    Realmente o que se quer e colocar todos no mesmo saco.

     

     

  4. Ele era lider do PSDB e só

    Ele era lider do PSDB e só fala no Aécio e reuniões com o PMDB?

    (assisti parte do depoimento. A que está disponível!!)

    Tem outros depoimentos em que perguntam suas reuniões com o PSDB ?

  5. Todas essas essas Delações

    Todas essas essas Delações vasadas, é a cara da molecagem q virou as instituiçoes q deveriam zelar pela Justiça.

     

  6. Matéria absurda

    No texto da matéria fica claro que todas as doações foram declaradas, foram oficiiais. São, portanto, absolutamente legais, já que era  permitida a prática de doações de pessoas juríidcas a candidatos. Materiazinha sem vergonha.

    1. Sim, as doações eram

      Sim, as doações eram declaradas, oficiais,  , mas agora há um fato novo: a delação. Os políticos sabiam que as doções eram ilegais, porque as pediam aatravés da diretoria da Petrobrás. Eram ilegais mas declaradas como oficiais e o TSE não tinha cmeios para diferenciar. Agora há uma denúncia e  o TSE  tem que investigar nessa direção, cruzando os dados do TSE  com a denúncia. Comparo com um crime qualquer, por ex. um homicídio: o criminoso comete o crime e a polícia bão consegue desvandar. O crime existiu, criminoso solto. Anos mais tarde há  uma denúncia sobre o criminoso e a polícia consegue esclarecer e ele é punido. 
       

      1. Desculpe

        Ana, desculpe, mas dizer que as doações eram ilegiais ou eram fruto de propina é mero exercíco de retórica. A legislação permitia doações de empresas para camapanhas políticas, desde que fossem declaradas no TSE. Estas doações obedeceram à legislação, portanto são legais. O fato de políticos (e/ou responsáveis pelo caixa das campannhas) ter procurado um diretor de empresas para pedir as doações é absolutamente normal: os políticos tinham que pedir a alguém, e foi isto que fizeram. Daí chegar à conclusão que sabiam que a eventual doação tivesse origem em recursos ilícitos é forçar a barra. Quem afirma isto tem que provar isto. Quando existia algo chamado Direito no Brasil e algo chamado Justiça (também no Brasil) o ônus da prova cabia a quem acusava. Por exemlo, se eu te acusar de alguma coisa, você é culpada do que acusei? Talvez, mas eu é que tenho que provar, ou não?

        Desculpe de novo: mas esta matéria da folha de sp não é jornalismo e muito menos matéria jornalística e, se houvesse justiça e direito no Brasil, quem a publicou deveria ser reponsabilizado criminalmente.

  7. QUE ESTÁ MAIS ERRADO

    NA MINHA OPINIÃO QUEM FOI MAIS ERRADO FOI O TSE QUE ACEITOU TODAS DOAÇÕES QUE FORAM DECLARADAS COM PROPINA OU SEM. AS 5 NÃO DECLARADOS DOS RESPECTIVOS POLÍTICOS DO PT TEM QUE PROVAR QUE NÃO RECEBEU OU SE FOI DECLARADA OU NÃO. SE NÃO PROVAR NEM UMA COISA E NEM OUTRA TEM QUE PAGAR PELO ERRO E FIM DE PAPO.

  8. As provas estão aparecendo.

    As provas estão aparecendo. Machado sacudiu o mundo político com sua delação e pelo visto é tudo verdade mesmo! Torço por mais delações assim, só assim temos alguma esperança de que alguma justiça seja feita… não aguentamos mais tanta corrupção, chega!

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