A Voz Pública da Poesia
por Cesar Monatti
A Voz Pública da Poesia é uma iniciativa do poeta Ronald Augusto, que também é músico (integra a banda os poETs), letrista (parcerias com Marcelo Delacroix) e ensaísta que possui ainda um trabalho significativo no âmbito da literatura.
Suas produções como poeta foram publicadas em revistas literárias, bem como em antologias alcançando expressividade no cenário nacional e até mesmo mundial, como nos casos de publicações da Alemanha e Estados Unidos.
O grande mérito do blog e da comunidade A Voz Pública da Poesia é o rompimento do torpor que se abateu sobre intelectuais, artistas e escritores como grupos produtores de reflexão, crítica e resistência ao leviatã do retrocesso ao qual o país está submetido.
Pelo menos naquilo que se refere ao grupo dos poetas, a construção do blog e da comunidade na rede abriu as comportas da represa de ideias, críticas e beleza – por que não -, que a poesia sempre representou, excluída, naturalmente, as suas vertentes de entretenimento, de consumo imediato e midiático, tais como a poesia fast-food ou prêt-à–porter, conforme a categorização de Ronald para o entulho editorial que se acumula por todos os cantos das feiras literárias Brasil afora, que adotaram a lógica comercial dos supermercados.
Nestes primeiros dias de postagens já soltaram a voz cerca de vinte e cinco poetas vibrando na mesma frequência grave e profunda, cujo diapasão é a proposta condensada no poema fundador de Ronald Augusto:
não quero saber de voz lírica
não quero saber de voz dramática
não quero saber de voz épica
eu quero é a voz pública da poesia
poesia política
para além da nostálgica esquerdofrenia
para além da direita ignorante de sua ignorância
para além dos fascismos
da branquitude
da elite vampira
da religião
do neoliberalismo fundamentalista
da poesia escorreita
das eleições de 2018
do machismo filosofante
do feminismo sinhazinha
do jornalismo bunda mole
eu quero é a voz pública da poesia
poesia política
quem quiser também é só enviar poemas pra mim
poemas de poetas vivos
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A voz da poesia. A voz do teatro
A voz contundente do saudoso Plinio Marcos.
[video:https://youtu.be/GeVBi9yS4O4%5D
Créditos da imagem - complemento
A página da comunidade informa que sua imagem de capa - aqui referida apenas como Capa do Livro Mnemetrônomo - é criação de Daniel Rosa dos Santos.
sobre o blog
Não fiquem assuntando pela "qualidade literária" (que no blog obviamente há, mas sem exibicionismo). O negócio lá é porrada. Poesia como civil desobediência de e via linguagem. Abração!
Parabéns pela iniciativa e uma dúvida:
como faço para participar?
como faço para participar?
A página da comunidade informa:
"colaborações: os poemas devem ser enviados em word por mensagem inbox ou para o email dacostara@gmail.com. abs."
Numa hora dessas ?
Como diz o grande Luis Fernando Veríssimo "poesia numa hora dessas?". Sim, pois "a poesia também é batalha"! Parabéns pelo artigo e pelo blog.
Como fazer uma poesia pública ou política
sem os dramas vividas pelo povo e o caráter pedagógico das tragédias? sem o espírito de união e luta e de assegura o caráter épico de um povo? sem o lirismo garantido pela liberdade dos indivíduos de uma democracia?
como fazer poesia política sem tormar parteque não seja uma posição que tome partido a favor da pólis? que esteja em cima do muro, nem à direita, nem à esquerda? e ser estar à esquerda é ser a favor das causas sociais, como disse Jânio de Freitas, como fazer poesia política?
como fazer poesia, primeiramente, restringindo-a a um programatismo de ação e função política?