Ah, minha Charlotte morena de sorriso afiado,
como eu queria que você me amasse
com seu amor de faca.
Que você abrisse meu peito
com a sua juventude posta a risco,
a risco de faca.
Com a sua certeza, vingativa e cortante
como as facas, a ironia e as amantes.
PS1: dedicado a Manu Thomaziello.
PS2: para outros versos sangrentos, dirija-se à oficina de concertos gerais e poesia.
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Bonito
Registro aqui a beleza - nada mórbida - destes versos em que Charlotte e Marat encontram-se novamente... Comentar poesia é impossível, mas apreciar quando lírica assim, é fácil.
Bonito demais.
Depois da faca...
SONHO DE UM CADÁVER
by Ramiro Conceição
Quando teu olhar vestiu-me, soube
que não poderia mais... despir-me.
Foi qual um mar a batizar-me,
a dar-me um verdadeiro nome.
Agora padeço de uma sina:
te perder na curva de uma esquina
e tornar-me o sonho de um cadáver
que dorme... quando a alma some.
Bardos
Um poeta comentando outro. Que preciosidade tocante.
Muito bonito, mas tanto Charlotte quanto a Musa na "curva de uma esquina" não estão perdidas, a menos que mortas.
E, ainda assim, mortes há que são a hibernação, o encasulamento, a germinação: qual como com as ursas, as borboletas ou o trigo. A gestação de novas vidas.
Umas a mamar ávidas nas tetas brancas da Grande Mamãe e a tornarem-se predadoras, carnívoras a cumprir sua função no mundo. Outras a esticar asas aveludadas e filamentos, preparando o bailar sobre flores, o embelezar dos campos, o sorver do néctar. E o trigo, que só nasce se sua semente morre e rompe a terra para o sol. Dele, o pão, o alimento, a energia para tudo novamente renovar e renascer.
É primavera: novo ciclo de vida. Sem lamentos pelas mortes do Inverno. Estas apenas cumpriram e fizeram findar o ciclo anterior.