Sugestão de Gilberto Cruvinel
tradução de Ivo Barroso
.
Quando jura ser feita de verdades,
Em minha amada creio, e sei que mente,
E passo assim por moço inexperiente,
Não versado em mundanas falsidades.
Mas crendo em vão que ela me crê mais jovem
Pois sabe bem que o tempo meu já míngua,
Simplesmente acredito em falsa língua:
E a patente verdade os dois removem.
.Por que razão infiel não se diz ela?
Por que razão também escondo a idade?
Oh, lei do amor fingir sinceridade
E amante idoso os anos não revela.
__Por isso eu minto, e ela em falso jura,
__E sentimos lisonja na impostura
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Shakespeare, William; in Barroso, Ivo (tradução e apresenatção). “William Shakespeare 50 Sonetos.”. Rio de Janeiro: Nova Froneira, 2011.
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Primoroso !
A lisonja na impostura…
Soneto XII
Quando conto as horas que passam no relógio,
E a noite medonha vem naufragar o dia;
Quando vejo a violeta esmaecida,
E minguar seu viço pelo tempo embranquecida;
Quando vejo a alta copa de folhagens despida,
Que protegiam o rebanho do calor com sua sombra,
E a relva do verão atada em feixes
Ser carregada em fardos em viagem;
Então, questiono tua beleza,
Que deve fenecer com o vagar dos anos,
Como a doçura e a beleza se abandonam,
E morrem tão rápido enquanto outras crescem;
Nada detém a foice do Tempo,
A não ser os filhos, para perpetuá-lo após tua partida.
Mundanas falsidades
Cruvinel, muito bem gosto nas telas escolhidas para ilustrar poema tão demonstrativo.
O mérito é da Lourdes Nassif
Maria Luiza, o mérito pela escolha das belas pinturas é todo da Lourdes Nassif.
Deus nos escombros
Eu vim aqui para alimentar a utopia
como quem alimenta as pombas no quintal,
Esfarelando o pão de graça !
Eu quero arrebentar as trevas
neste tempo de corrupção e morte,
rasgar o véu da religião vazia
e descobrir Deus nos escombros.
chamar para o banquete os famintos de sonhos,
resgatar no coração oprimido
os ideais acorrentados,
semear no peito dos medrosos o remorso.
Eu quero a indignação como bandeira
até que na madrugada se acenda a esperança !.
Paulo Gabriel.
Amor Incondicional –
Amor Incondicional – William Shakespeare
https://amorincondicionalblog.wordpress.com/2013/06/07/amor-incondicional-william-shakespeare/
por Mário Jorge
William Shakespeare
“De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou”.
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“Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado.”