Soneto 138, por William Shakespeare

Sugestão de Gilberto Cruvinel

tradução de Ivo Barroso

.
Quando jura ser feita de verdades,
Em minha amada creio, e sei que mente,
E passo assim por moço inexperiente,
Não versado em mundanas falsidades.
Mas crendo em vão que ela me crê mais jovem
Pois sabe bem que o tempo meu já míngua,
Simplesmente acredito em falsa língua:
E a patente verdade os dois removem.
.Por que razão infiel não se diz ela?
Por que razão também escondo a idade?
Oh, lei do amor fingir sinceridade
E amante idoso os anos não revela.
__Por isso eu minto, e ela em falso jura,
__E sentimos lisonja na impostura

.

 

……………………………………………………………………………………………..
Shakespeare, William; in Barroso, Ivo (tradução e apresenatção). “William Shakespeare 50 Sonetos.”. Rio de Janeiro: Nova Froneira, 2011.

Redação

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    1. Soneto XII

      Quando conto as horas que passam no relógio,
      E a noite medonha vem naufragar o dia;
      Quando vejo a violeta esmaecida,
      E minguar seu viço pelo tempo embranquecida;
      Quando vejo a alta copa de folhagens despida,
      Que protegiam o rebanho do calor com sua sombra,
      E a relva do verão atada em feixes
      Ser carregada em fardos em viagem;
      Então, questiono tua beleza,
      Que deve fenecer com o vagar dos anos,
      Como a doçura e a beleza se abandonam,
      E morrem tão rápido enquanto outras crescem;
      Nada detém a foice do Tempo,
      A não ser os filhos, para perpetuá-lo após tua partida.

  1. Deus nos escombros

    Eu vim aqui para alimentar a utopia

    como quem alimenta as pombas no quintal,

    Esfarelando o pão de graça !

     

    Eu quero arrebentar as trevas

    neste tempo de corrupção e morte,

    rasgar o véu da religião vazia

    e descobrir Deus nos escombros.

    chamar para o banquete os famintos de sonhos,

    resgatar no coração oprimido

    os ideais acorrentados,

    semear no peito dos medrosos o remorso.

     

    Eu quero a indignação como bandeira

    até que na madrugada se acenda a esperança !.

    Paulo Gabriel.

  2. Amor Incondicional –

    Amor Incondicional – William Shakespeare

    https://amorincondicionalblog.wordpress.com/2013/06/07/amor-incondicional-william-shakespeare/ 

    por 

    william-shakespeare3

    William Shakespeare

    “De almas sinceras a união sincera

    Nada há que impeça: amor não é amor
    Se quando encontra obstáculos se altera,

    Ou se vacila ao mínimo temor.

    Amor é um marco eterno, dominante,
    Que encara a tempestade com bravura;

    É astro que norteia a vela errante,

    Cujo valor se ignora, lá na altura.

    Amor não teme o tempo, muito embora
    Seu alfange não poupe a mocidade;

    Amor não se transforma de hora em hora,
    Antes se afirma para a eternidade.

    Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

    Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou”.
    ___________

    “Amor quando é amor não definha
    E até o final das eras há de aumentar.
    Mas se o que eu digo for erro
    E o meu engano for provado
    Então eu nunca terei escrito
    Ou nunca ninguém terá amado.”

     

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