Maradona conheceu o sucesso e a ruína, nunca o fracasso, por Ricardo Mezavila

Maradona conheceu o sucesso e a ruína, nunca o fracasso, por Ricardo Mezavila

 

Interpreto como um toque de prepotência refinada a frase: ‘Sempre esteve do lado certo da história’. Em relação a Diego Maradona essa afirmação fica ainda mais refinada pela excelência de sua trajetória esportiva e prepotente pela sua doença autodestrutiva. 

 

Maradona conviveu com o sucesso e com a ruína, mas nunca foi um fracassado, sempre manteve o ímpeto e o brilho dos vencedores, mesmo nos momentos em que tudo parecia dizer o contrário. 

 

A aproximação com Fidel Castro, quando se reabilitava de dependência química em Cuba, rendeu amizade e consciência no campo socialista, com posicionamentos políticos sobre questões da América Latina.

 

Coincidência, ou não, Maradona e Fidel partiram no mesmo 25 de novembro com diferença de quatro anos.

 

Sempre comparado a Pelé pelo futebol que jogaram, foi superior no comprometimento político e social. Para os argentinos, Maradona extrapolou a relação entre jogador e torcida, virou religião.  

 

Maradona ocupa um nicho especial no coração de um grupo que criou a Igreja Maradoniana, onde pessoas do mundo inteiro se juntam em uma paróquia para celebrar o jogador como um Messias moderno. 

 

Nas palavras do escritor uruguayo Eduardo Geleano, “Diego Armando Maradona era adorado não só por seu talento prodigioso, mas porque era um Deus sujo, um pecador, o mais humano dos deuses. Qualquer um poderia ver nele uma síntese viva da fraqueza humana, ou pelo menos da fraqueza masculina. Adúltero, bêbado, trapaceiro, mentiroso, fanfarrão, irresponsável, mas os deuses, por mais humanos que sejam, não se aposentam.” 

 

Sobre Lula, disse Maradona: “O povo brasileiro não pode tolerar que um homem honesto seja tratado como corruptoA presidência foi roubada de Lula”. 

 

Maradona, a lenda, morreu várias vezes e sempre voltou para ficar do lado certo da história. A morte é uma maneira que ele encontrou de se reabilitar novamente. 

 

Ricardo Mezavila , cientista político

 

Redação

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