Viramundo

Enviado por Vânia

Sou viramundo virado
Nas rondas da maravilha
Cortando a faca e facão
Os desatinos da vida
Gritando para assustar
A coragem da inimiga
Pulando pra não ser preso
Pelas cadeias da intriga
Prefiro ter toda a vida
A vida como inimiga
A ter na morte da vida
Minha sorte decidida

Sou viramundo virado
Pelo mundo do sertão
Mas inda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão
Virado será o mundo
E viramundo verão
O virador deste mundo
Astuto, mau e ladrão
Ser virado pelo mundo
Que virou com certidão
Ainda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão

https://www.youtube.com/watch?v=R-PP3JApoD4]

REMETAROF#

[video:https://www.youtube.com/watch?v=eYMzpX-qzIk

Redação

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  1. Viramundo

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=LMH2wNSjraA%5D

     

    Todo Dia é Dia D

    Torquato Neto

    desde que saí de casa
    trouxe a viagem de volta
    gravada na minha mão
    enterrada no umbigo
    dentro e fora assim comigo
    minha própria condução
     

    há urubus no telhado
    e a carne seca é servida
    um escorpião enterrado
    na sua própria ferida
    não escapa, só escapo
    pela porta da saída
    todo dia é o mesmo dia
    de amar-te, amor-te, morrer
    todo dia menos dia
    mais dia é dia D

  2. Não há guarda-chuva

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=Uid5LYy76WY%5D

    Não há guarda-chuva contra o poema
    Não há guarda-chuva contra o amor
    Não há guarda-chuva contra o tédio
    Não há guarda-chuva contra o mundo
    Não há guarda-chuva contra o tempo
    Não há guarda-chuva contra a noite
    Não há guarda-chuva contra a ameaça
    Se vem vindo forte a tempestade,
    Perco o medo
    Enfrento a fera
    Eu sei quem é ela, com essa minha tira na vontade

    Regiões onde tudo é surpresa
    Como uma flor mesmo num canteiro
    Que mastiga, que cospe como qualquer boca
    Que tritura como um desastre
    O tédio das quatro paredes
    O tédio das quatro estações
    Cada dia devorado nos jornais
    No tédio dos quatro pontos cardeais

    Não há guarda-chuva contra as filas
    Feito serpentes pelas calçadas
    Não há guarda-chuva para as crianças, pivetes, menores, abandonadas
    Não há guarda-chuva contra o veneno, o despeito do ser humano
    Não é à toa, pros inimigo
    Sou urtiga, sorrindo é que se castiga
    Sou paraibana de tutano

    Não há guarda-chuva contra a simpatia
    Se ela nos pega desprevenido,
    Deixa a gente abobalhada dizendo coisas sem sentido
    Não há guarda-chuva contra a covardia, de erguer a cabeça ao menos por um dia
    Se você tem alma de borracha, mulher com o coco flácida
    Não ouça o que eu digo

  3. O VAGAMUNDO

    .

    Poema Dedicado ao Nêgo Véio

    O VAGAMUNDO

    Vagueio Por Toda a Parte
    Me Chamam de Vagabundo
    Mas Esquecem que, no Fundo,
    Esta é que é Minha Arte.
    Cela, Casa, Quarto ou Solar
    Ou a Velha Mesa de um Bar
    Por Todo Lugar que Vou
    O Meu Lar é Onde Estou.
    Já fui Rico, Já Fui Pobre
    Mas na Pobreza Fui Nobre
    E na Riqueza Fui Justo.
    Por Isso, Já Não Me Assusto
    Peço Até que Alguém Me Cobre
    Se Houver Algum Erro que Sóbre
    Das Minhas Andanças no Mundo.
    E Se Hoje Sou Vagabundo
    E Vagueio Por Toda a Parte
    É Porque Bem Lá no Fundo
    Esta é Que é Minha Arte.

    O Anõnimo
    1987

    .

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