A crise de projetos da elite

A série britânica Black Mirror é uma excelente crítica desses tempos de redes sociais estimulando o aparecimento da besta, os consensos em torno de chavões e lugares-comuns, um profundo processo de emburrecimento não apenas do cidadão médio mas também da elite.

Mal comparando, reflete o estilo corporativo das empresas que miram apenas o resultado trimestral, perdendo de vista o foco estratégico da companhia.

Dois casos são sintomáticos.

Primeiro, o do chanceler José Serra, que assumiu o Itamarati amparado  nos bordões mais primários de direita. Assume uma máquina complexa, com uma temática sofisticadíssima, que passa por acordos de blocos, relações bilaterais, acordos de comércio e a única coisa que consegue emplacar é a briga com a Venezuela e os bolivarianos, comprometendo uma estratégia secular de não-alinhamento do Itamarati.

Um completo tosco, tentando imprimir a lógica rasa de rede social na casa de Rio Branco.

Outro, o das novas lideranças empresariais que emergem nesses tempos de caos.

O país já teve lideranças empresariais com visão do todo, de Roberto Simonsen nos anos 40 às lideranças industriais dos anos 90. Pessoas como Paulo Cunha, do grupo Ultra, Jorge Gerdau, Emilio Odebrecht, em outros tempos Walther Moreira Salles, Amador Aguiar, comportavam-se como os pioneiros norte-americanos do início do século 20, entendendo que só conseguiriam ser grandes empresários em um país grande. Enfim, tinham um projeto de país.

Hoje em dia, aparentemente todas as novas lideranças sucumbiram ao financismo raso, à enorme facilidade em enriquecer cada vez mais apenas com a política monetária do Banco Central e de pensar de acordo com bordões de rede.

Dia desses conversei longamente com uma dessas lideranças de mercado. Um dos temas foi a reforma educacional.

O atual estágio de desenvolvimento econômico global exige a multidisciplinaridade, a capacidade de visão sistêmica, de entender os diversos ângulos de uma questão.

O desafio da pedagogia atual é como embalar o multiconhecimento de maneira a atrair a atenção do aluno. Há toda uma discussão entre os mais diversos setores em torno da base curricular, um modelo que permitiria às escolas trabalhar o conceito de projeto.

Por ele, define-se um desafio local – por exemplo, as enchentes que abalam determinada comunidade. Em cima desse problema, monta-se um projeto juntando as diversas matérias relacionadas ao tema.

Do lado técnico, os alunos levantarão como prevenir enchentes. Do lado social, o impacto das enchentes na vida dos habitantes. Do lado científico, os efeitos do aquecimento global na região. Do lado das políticas públicas, ferramentas do poder público para trabalhar o problema.

Em cima desse projeto – que trabalha com prazos, indicadores e produto final -, entra a base curricular, as matérias que precisam fazer parte do curso, de acordo com as diretrizes do MEC (Ministério da Educação).

Às crianças – e seus professores – cabe buscar fora da escola as informações de que não dispõem para o projeto. Vão atrás de especialistas, pesquisam no Google, buscam informações entre pais que tenham algum conhecimento da matéria.

A ocupação das escolas, em São Paulo, foi um exemplo soberbo dessa nova metodologia e expectativa dos estudantes. Sem os grilhões de direções quadradas, escolheram livremente seus temas e lotaram as escolas nos fins de semana, com convidados falando sobre a matéria escolhida por eles..

No entanto, o que se absorve das lições do INSPER – que se tornou uma espécie de think tank ideológico dessa elite – é o padrão Martha Suplicy de profundidade: muitas matérias atrapalham o aluno e dispersam conhecimento; o Brasil precisa de técnicos, não de filósofos; não se pode dar tantas alternativas de conhecimento às crianças, mas apenas o que é de seu interesse futuro, como se crianças soubessem de berço a profissão que seguirão.

No início da era da Internet no Brasil, algumas das primeiras agências de comunicação tinham filósofos no comando, porque a filosofia , assim como a física, trabalha com um dos pontos centrais, a capacidade humana de formular raciocínios e entender realidades complexas.

Outro ponto em que houve notável involução do pensamento gerencial, é a ideia de que os professores, na ponta, são inimigos de qualquer mudança e precisam ser tratados com comando e disciplina.

Como pretender enfiar goela abaixo instruções para um contingente de centena de milhares de professores, responsáveis diretos pela qualidade do produto final, a educação?

Até nas empresas privadas, a implantação de novos métodos gerenciais exigem a conquista de corações e mentes dos funcionários – porque são eles, em última instância, que responderão pela qualidade do produto.

A metodologia de avaliação da própria Fundação Nacional de Qualidade privilegia o ambiente interno e a capacidade de adesão dos funcionários aos novos métodos.

A Secretário Executiva do MEC, Maria Helena, é o símbolo mais ineficaz desse método de definir políticas educacionais a partir do gabinete. São pessoas limitadas, que aprendem alguns conceitos gerenciais e julgam ter a força do conhecimento, que lhes permite se impor sobre a malta dos comandados.

O que assusta é que esse pensamento primário tenha eco em lideranças empresariais. Há ONGs bancadas pelo setor privado – como o Todos Pela Educação ou a Fundação Ayrton Senna – que avançaram na busca da melhor pedagogia. E, em nenhum caso, as ordens de cima para baixo merecem consideração.

No entanto, parece haver um divórcio entre esses think tanks especializados e o novo pensamento empresarial brasileiro, entregue a pessoas que acreditam que basta uma PEC 241 para emergir um novo país.

 

Luis Nassif

50 Comentários

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  1. Projeto de Elite?

    Uma nação não é subdesenvolvida porque seu povo é pobre, mas sim porque sua auto-intitulada elite é burra ou canalha. No caso brasileiro uma infeliz combinação das duas coisas.

  2. ONGs avançadas.

    Sou leitor assíduo do blog, principalmente dos posts do Nassif.
    Tenho percebido como é rasa a discussão sobre educação no país e esse blog não fica atrás.
    Dizer que o Todos pela Educação e a Fundação AS “avançaram na busca da melhor pedagogia”, é uma piada pronta. 
    O mundo todo debate a reorganização curricular e não há consenso sobre como fazê-la.
    Melhor seria se a pauta de debate sobre o tema incluísse, além dos alunos (descobertos depois q iniciaram as ocupações) e professores capacitados para a discussão, pesquisadores da Educação.
    Minha sugestão, leve convidados habilitados para o debate a sua sala de visitas.

    1. Discordo e acho sua crítica reacionária

      O fato de alguns poucos superricos ajudarem a produzir conhecimento sobre a qualidade da educação pública brasileira não deveria ser encarada como um problema. Quanto mais pessoas pensando a educação de forma qualificada melhor. Achei relevante, por exemplo, as críticas do Todos pela Educação às propostas do governo golpista para o Ensino Médio.

      Nem tudo o que essas fundações educacionais produzem, incluindo a Lemman, é viável ou gera resultado. Errar faz parte do processo de inovação. Mas os caras produzem muitos insigths que devem ser olhados com atenção. Pré-julgamento raso é preconceito (além de ser anticientífico).

      Fernando Haddad, por suas realizações, foi o melhor Ministro de Educação brasileira das últimas décadas e não era especialista. Por isso foi motivo de críticas reacionárias de pesquisadores e ultraesquerdistas. Aliás, infelizmente, nenhuma das transformações sociais dos governos petistas, que beneficaram milhões de pessoas, foram gestadas na Academia.

  3. A pergunta que não quer calar é:

    Tem conserto?

    Para mim, o Brasil e o projeto de nação acabaram. O golpe e, principalmente, a covardia e a conivência do STF foram o último prego no caixão. O que estamos vivendo atualmente são as consequências desse projeto de poder dos verdadeiros corruptos. Enfim, tentamos mudar o país pela política. O resultado: um golpe de estado nas fuças. Estou desiludido e desanimado. Infelizmente, não teremos solução sem uma revolução violenta e muito sangue derramado. Esses canalhas da grande mídia, do legislativo e do judiciário só largarão o osso quando estiverem mortos.

    Para completar, o Levandowski vem defender reajuste de salários para juízes. Mais um canalha covarde vestido em pele de cordeiro.

    1. tambem partilho essa idéia

      nas decadas de 60/70 as esquerdas abdicaram da revolução armada pela arma do voto. Participei da comunidade de base durante a formação do PT. 

      Esta ignomia, que foi o golpe, deixou bem claro que as elites tambem não admitem o voto. Qual a opção de democracia sem o voto? A rua.

      1. O povo já estamos nas ruas

        O povo já estamos nas ruas meu caro, basta observar, estamos na rua na correria, de lá e pra cá, trabalhando, produzindo, estudando, gerando riqueza, tentando tirar o Brasil do atoleiro em que vocês nos botaram

         

         

  4. A “elite” (da qual Chico

    A “elite” (da qual Chico Mendes fazia parte, segundo Marina Silva) já concretizou seu projeto: voltar aos tempos da república velha, quando tudo era decidido pelos “homens de bens” e a democracia era só pra inglês ver.

  5. Há a maldição do petróleo.

    Há a maldição do petróleo. Países que contam com uma elite que aproveita que o país possui reservas imensas de petróleo e fazem que a economia toda só gire em torno dessa comodite. E aí, quando o preço do petróleo vai lá pra baixo, o país vai junto. O exemplo mais próximo aqui é a Venezuela. O Brasil talvez esteja dando sua contribuição pra futuros estudos ecnômicos com a maldição dos juros. Quem vai arriscar criar uma fábrica de pregos, num país com um sistema tributário mais difícil de entender que o sistema eleitoral americano (rs) e  com um judiciário kafkaniano quando essa pessoa pode vender a fábrica de pregos, colocar no dinheiro em investimenos bancados pelos juros pornográficos e ganhar a vida sem risco -aparentemente? Mudar essa mecânica é algo que exige um estadista com uma visão muito sofisticada para fazer essa passagem sem voluntarismo tosco a la Dilma. Mas não há no Brasil ninguém com esse perfil. Estamos num mato sem cachorro. 

  6. Projetos de nação tiveram

    Projetos de nação tiveram três líderes deste país: Vargas, JK e Geisel; todos os demais ocupantes da presidência, petistas inclusive, tiveram e têm apenas projetos de poder vinculados a certos interesses corporativos e privados. A grande questão é, como poderemos superar esse impasse? A resposta será determinante para o rumo que o país seguirá nas próximas décadas, se conseguiremos criar as bases para uma Nação decente, capaz de oferecer oportunidades de desenvolvimento a todos os seus membros, ou se continuaremos sendo um gigantesco “balcão de negócios” para o setor financeiro e seus associados.

  7. Ministro da Educação:

    Ministro da Educação: Mendonça Filho.

    Precisa falar mais alguma coisa? Vou me valer da pergunta do amigo abaixo, a grande questão é saber se o Brasil tem conserto depois que esse povo sair do poder. Cruz Credo.

  8. Ninguém está desanimado /

    Ninguém está desanimado / desiludido. “Elites” é muito genérico. De cara enxergamos ao menos 2 tipos: os retrógrados e os não retrógrados. Se o governo que caiu foi o melhor governo que o Brasil e os brasileiros já tiveram desde 1500, não podemos esquecer que quando não estavam no governo, tambem foram os maiores e melhores opositores que o Brasil já teve! A prova disso é que os golpistas tiveram que roubar votos nas eleições que o Lula não foi eleito e agora tiveram que roubar novamente para tirá-lo + Dilma, PT e todos os aliados! A questão da educação é prioridade, e se for tratada como força motriz das oposições, a máquina estará nos trilhos. Obs: um abraço e bom final de semana aos queridos colegas não golpistas, e um pé no rabo dos fdp golpistas e que osdiaboslhoscarreguem!  

    1. O PT como bom opositor é um

      O PT como bom opositor é um mito !!! A direita fez o que quis no governo FHC, e agora, faz aind mais fácil !!!

      Bom na oposição é o PSDB, que inviabilizou diversas reformas progressistas e derrubou o governo na mão grande !!

      Quando o PT derrubar um governo legitimamente eleito do PSDB, aí dá para dizer que ele aprendeu a fazer oposição.

  9. Como você é inocente

    Como você é inocente Nassif 

    Criar uma população incapaz de gerar pensadores e empreendedores é o objetivo central da elite “brasileira” desde os tempos em que o adjetivo brasileiro referia-se aos comerciantes de pau-brasil.

    É assim que se constrói um Estado (leia-se juízes, promotores, auditores fiscais, etc.) que pensa (e sente) o Povo deste País de modo muito similar aos portugueses que foram para suas Minas Gerais explorar ouro usando a mão de obra escrava. E eles vão torturar e matar pra manter esse País subdesenvolvido.

  10. Concordo

    A crise de projetos da elite brasileira está diretamente ligada ao baixíssimo nível educacional e cultural de seus herdeiros.

    Há pelo menos 2 gerações que nunca trabalharam ou empreenderam de verdade. Vivem de peixe sem nunca ter pescado. Que motivação pode ter alguém que nunca viveu uma necessidade, material ou intelectual?

    Nunca seremos uma nação desenvolvida com essas mulheres e homens estúpidos e incapazes de gerir a própria vida. Daí o Golpe e o desprezo crônico pelo enfrentamento da desigualdade social, o maior mal do nosso país.

    Poucos herdeiros de famílias superricas, como os Moreira Salles e os Odebrecht, de fato merecem a riqueza que receberam de graça e porque a devolvem à sociedade na forma de cultura ou desenvolvimento.

  11. Essa

    elite não tem projeto de nação porque ela é incapaz de pensar em termos de nação. Ela não enxerga nação, ela de uma ignorância abissal. Basta olhar o seu discursinho de quinta categoria, é de uma pobreza descomunal. Pra essa turma o que existe é somente São Paulo Ltda.

  12. Não há projeto da elite em nenhum lugar.

    Achar que a burrice e a ignorância de uma hora para outra baixou nas nossas “elites” é um pouco primário, talvez a resposta a pergunta esteja bem mais enraizada nos problemas da sociedade capitalista internacional do que na mera visão dos nossos pseudo-elites.

    O discurso atual da direita conservadora é mais regressivo do que progressivo, não é por nada que alguns mais espertinhos retiram do caixão o já falecido, em sentido figurado e real, von Mises, que já havia sido enterrado há quase 100 anos por economistas de esquerda e de direita por falência múltipla de comprovação científica!

    As eleições norte-americanas mostram claro este problema, de um lado tem-se a continuidade dos esquemas de poder e econômico que parecem estar esgotados e por outro tem-se uma volta há uma política de fechamento econômico, aumento de taxas de importação e demais receituários de economistas do século XIX para resguardar o mercado.

    O processo de globalização simplesmente mostrou que a capacidade do capitalismo como meio de transferir riqueza para os mais ricos, e também como um meio de criar riquezas está parecendo completamente esgotada.

    O Neo-liberalismo das décadas passadas está cobrando o seu preço, e como com a intensificação deste os Estados Nacionais, mesmo das grandes potências, perderam a capacidade de intervir na economia ao ponto de modificar tendências e não só de estabelecer a taxa de juros.

    A mera submissão de Estados como o Brasil as regras do capitalismo internacional sem interferência do Estado, não é mais suficiente para atingir algum ponto de giro, ou seja, nossas economias são irrelevantes ao nível dos problemas financeiros surgidos.

    Com isto o capitalismo tem o número de opções reduzidas, uma delas por exemplo a GUERRA é de difícil implementação pois as economias capitalistas secundárias, que seriam os inimigos a serem escolhidos (Rússia e China), tem uma capacidade militar que pode gerar mais pertubação do que ordem.

    O que há é uma crise geral e não localizada, logo a solução só pode ser geral e não nos países periféricos.

  13. Fui um péssimo aluno, e

    Fui um péssimo aluno, e claro, pouco falo do tema. Meu 2º grau e anos em faculdades foram do tipo “pagou passou”, então, tô fora.  Mas conversem com meus fihos… Feras! Minha mulher, com tetraparesia, até hoje estuda…rarrrra Meus guris não serão escravos do dinheiro como eu fui. Eles são, e sempre serão, escravos do Saber. 

    Mas escrevo de Trabalho e MPB.

    Dono de uma gigante de viagens corporativas (U$ 100 milhões/ano) pediu no amigo secreto um cd de uma dupla sertaneja. Eu entreguei o pedido, mas posso escrever… Nada se salvava ali! 

    Chico, Belquior, Toquinho, Tom, Martinho, Vinicius, Bethânia, vá lá um do adolescente Russo e os roqueiros nacionais, que nada! E estudou na França, mas levava os filhos e sobrinhos prá disneyyy…

    É essa a nossa elite maiâmica. Rararra Medíocre! Por isso querem acabar com Lula, Dilma e o PT. 

    Depois que todas as empresas nacionais, públicas e privadas, forem vendidas seremos um Porto Rico gigante. E os filhos dessa elite servil e entreguista será empregadinha dos gringos ou estarão caçando pokemon…

    “Bancarrota Blues”. Canção que a elite nunca ouviu, mas conta o que eles fazem. 

  14. Discordo de muitas coisas do

    Discordo de muitas coisas do artigo. Mas vou ficar no excencial, ou seja, a de que, tirando honrosas excessões nossa elite sempre foi a mais porca, mesquinha, egoísta e fdp do mundo. 

    Claro que tem um porquê: desde a época colonial essa tal “zelite” se acostumou a governar um bando de pobres coitados ignorantes demais para contestar o seu poder. Espertamente mantém o mesmo comportamento por 516 como ficou provado este ano.

    Isso não mostra a burrice, mostra a esperteza de uma “zelite” canalha. Mas também revela a pequenez da sua alma e do seu caráter maligno, pois demonstra o quanto eles desprezam o Brasil e os brasileiros. Demonstra que nunca coseguiram, se livrar da sua alma escravocrata. Nunca viram o país e seu povo como uma fonte de poder. Nunca conseguiram se livrar da mentalidade depredadora, a mesma que animava os primeitos portugueses que aqui chegavam com o objetivo extraír o máximo de riqueza possível e voltar correndo para a Europa. Sempre viram o país como uma proprieade a ser explorada, não como algo que poderia se tornar algo maior.

    Pobres de nós que temos de respirar o mesmo ar dessa gente. Estamos condenados a sermos tratados como lixo. Essa é a dura verdade.

     

  15. Perigosos tempos

    …”A série britânica Black Mirror é uma excelente crítica desses tempos de redes sociais estimulando o aparecimento da besta, os consensos em torno de chavões e lugares-comuns, um profundo processo de emburrecimento não apenas do cidadão médio mas também da elite.

    Mal comparando, reflete o estilo corporativo das empresas que miram apenas o resultado trimestral, perdendo de vista o foco estratégico da companhia.

    Dois casos são sintomáticos.

    Primeiro, o do chanceler José Serra, que assumiu o Itamarati amparado  nos bordões mais primários de direita. Assume uma máquina complexa, com uma temática sofisticadíssima, que passa por acordos de blocos, relações bilaterais, acordos de comércio e a única coisa que consegue emplacar é a briga com a Venezuela e os bolivarianos, comprometendo uma estratégia secular de não-alinhamento do Itamarati.

    Um completo tosco, tentando imprimir a lógica rasa de rede social na casa de Rio Branco.

    Outro, o das novas lideranças empresariais que emergem nesses tempos de caos.”…

     

    Se a direita, em vez de continuar insistindo em dar sobrevida ao moribundo sistema capitalista, a qualquer custo, inclusive, com golpes e crenças nazifascistas, poderia evitar o colapso financeiro do sistema capitalista, a qualquer hora dessas, muito mais violento que o crash da bolsa de valores de 1929, caso a direita tivesse um mínimo de inteligência para compreender o fenomenal mecanismo capaz de manter a poderosa China de hoje, em ininterrupta estonteante velocidade de progresso social, tecnológico, científico e militar, iniciado em 1949, quando a China estava no zero absoluto.   

    Por certo que a direita tiraria importantes conclusões de uma meticulosa análise, inclusive, que dentre tantas contradições e absurdos do sistema capitalista, ele não se dá bem com a tecnologia, por isso mesmo, prossegue rumando para o colapso econômico e financeiro, arrastando a humanidade para a guerra nuclear, por conta da maravilhosa, respeitada e muito cobiçada Dona Tecnologia, que a toda hora, no mundo inteiro, vai colocando no olho da rua, milhares e milhares de trabalhadores, braçais e intelectuais.

    A direita não percebe a gravidade dos tempos que estamos adentrando, de grande risco para a civilização por conta da muito provável guerra nuclear. Nesse novo tempo, a educação terá outras funções pouco a ver com os objetivos e finalidades de hoje. Ainda não se deu conta, que as crianças que estão começando a estudar, dificilmente arranjaram qualquer tipo de trabalho ou de emprego, por mais inteligentes e estudos que tenham, simplesmente, pelo esgotamento do sistema. Por mais adequada e sofisticada que seja a escola, pouco vai adiantar para um mercado de trabalho que vai sendo conformado, de grande automatização, de robôs e complexos mecanismos possuidores de sofisticada inteligência artificial, capazes de substituir o trabalhador braçal e intelectual, com grandes vantagens, sem espaço algum para o trabalhador humano.  Ou seja, o polo consumidor entrará em inevitável colapso, causando a derradeira gigantesca crise econômica e financeira, muito mais séria que a de 1929. Acreditem.

  16. Duas coisas podemos

    Duas coisas podemos concluir:

    Primeiro, o Brasil e seu povo (digo o povão mesmo, aquele capaz de feitos espantosos) estão muito acima da esmagadora maioria da elite brasileira.

    Segundo, o baixo nível intelectual dessa mesma elite, cada vez mais explicito quando resolvem dizer algo. Não precisamos ir muito longe: veja o prefeito eleito de São Paulo. Esse sujeito falando é de doer. E digo isso não pelo fato que meu candidato não se (re)elegeu. Se fosse alguns dos ilustres empresários citados pelo Nassif, São Paulo estaria em melhores mãos…

    Esse cenário desolador (?) me leva a refletir: aonde chegaremos? Quais nossas perspectivas?

    1. Com certeza !!! Por isso que

      Com certeza !!! Por isso que nas ultimas eleições foi um tal de aperta o 4, aperta o 5 e confirma que vou te dizer !!!!

      Portugal sim, tem uma elite tão mediocre quanto a nossa, e um povo muito acima. Tanto que o povo livrou o país de todas as enrascadas que a elite o meteu (União Ibérica, invasões Francesas, inquisição, etc..). Tá certo que em cada uma dessas crises, portugal saiu menor do que entrou, pq o povo não é divino, mas é bem superior ao Brasileiro…

       

  17. uma pobreza

    Não é só a elite não.

    Trabalhei 40 anos e não encontrei mais de 10 pessoas com cultura acima da média.

    Estou falande em saber um pouco de musica classica, literatura, cinema de qualidade, arte.

    No geral, todos eles eram uns grandes ignorantes fora a area que trabalhavam no dia a dia.

    No happy hour, com os colegas estrangeiros (trabalhava em multinacional )  só passava vergonha.!

    Como falavam besteira!

    Nem o ingles era aceitável para o cargo que tinham em muitos casos.

  18. Chavões e consensos

    Primeiro que não visto a carapuça de que uso chavões ou consensos para alicerçar meus argumentos, fora que até hoje atravessei nestes últimos 12 anos aqui no blog incólume com minhas afirmações de que o Brasil não tem Rumo, nem Norte, nem Estrela, e que isto seria facilmente conseguido com o uso da Astrologia, do Tarot e da Geometria. 

    Como nunca apareceu um gajo para me desafiar ou constestar continuo confortável com minhas afirmações, que por sinal, eu garanto.

    Por outro lado, como os ataques pessoais ou de baixo nível são o que sobra nestas situações limites, quando opositores já desesperados e derrotados  apelam ao esperneio, que não lhes socorre, é óbvio. A ignorância e a burrice são supremas.  hehehe.

    Já pelo lado análitico minhas postagens estão a kilometros dos lugares comuns e planices dos que usualmente postam por aqui, que já é um ambiênte bem mais qualificado  do que os comentários comuns em jornais e revistas da net.

    Assim, como escrevo aqui, não admito que se fale em falta de projetos, mando-os aos kilos para discussão aqui.

    Falta interesse e gente qualificada para discutí-los com coragem e transparência.

    Sou obrigado a concluir, e o Bill Bonner falava sempre – Não conclua … Não conclua! – mas vou concluir o emburrecimento e a apatia são justamente o objetivo dos esforços socias dos que lucram com os juros pornográficos pagos por nós, Os Brasileiros, e seu objetivo é este mesmo que estamos vendo e sentindo, o empobrecimento e a expoliação do Brasil.

    Acorda, Brasil!

    1. Mandei este comentário uma hora atrás

      O sistema de resposta do blog estava me direcionando de volta para a resposta, é preciso verificar o que está acontecendo, obrigado.

    2. Ao cadastrado e colaborador

      Ao cadastrado e colaborador do Blog Alenxandre Weber-Santos-SP,que nem sei com quem se desentende,minha solidaridade e respeito.Sempre se portou de forma simples,correta e honesta com suas posições e convicções.Estamos no Brasil companheiro,na era da barata a voa,por que aqui seria diferente?Alguns deselegantes,agressivos,e acima de tudo,portadores da síndrome da inveja,também compõem o grupo.Não se deixe intimidar.Receba meu abraço,e bola para frente.

  19. No aspecto semântico,o texto

    No aspecto semântico,o texto de Nassif está bem elaborado.Me pareceu confuso,quando direcionou o sentido de “elite”a condição empresarial ou financeira.A elite por certo não se apresenta só nesta ponta.Nao teria dúvidas em afirmar que o segmento mais elitizado do Pais hoje,se concentra no poder judiciário,em todas as suas esferas,tendo como representante sublimar o Supremo Tribunal Federal,que já há algum tempo,dessassociou-se da condição de guardião dos direitos individuais e constitucionais,para abraçar os interesses de uma casta de privilégiados,da qual também faz parte.Quem se der o trabalho de ir um pouco mais acima,vai encontrar uma manchete do blog,confirmando minha tese.”A AMB promove seminário de luxo em Porto Seguro,patrocinado pela empresa Veracel Celulose”.Se se voltar olhos para o poder Legislativos,não se encontrará muita diferença.O País vive uma crise de valores morais,intelectuais e empresariais,na amplitude maior que a palavra requer.O momento atual desintegrou qualquer condição de que caminho tomar,se me permito entender.O País se espatifou.Ate a oposição de hoje foi liquidada,seja por medo ou por falta do que propor.Ouço dizer que são os tempos da barata a voa.A Ditadura Militar travou o Brasil,sendo generoso,no mínimo um século,quando sufocou lideranças que surgiriam  naturalmente,daí essa indigência de valores e lideranças que me refiro.Por confuso,o texto de Nassif tornou-se de difícil acesso e de endendimento no enfoque que quis dar.Como a provar-se,produzui 16 comentários,prevalecendo os comentários de Antônio-Minas Gerais,Ciro Antunes,Roberto S e Luiz Antônio Concistre,o mais relevante deles.Se optasse por dividir o texto em duas partes,teria sido melhor compreendido.

  20. O golpe e o caos

    Era de se esperar, depois do golpe o caos, mas estes golpistas não se preocupam e eles, não por acaso, já tinham no bolso o plano de destruição da petrobrás e a avacalhação na educação devidamente planejada. No caos pós-golpe a destruição está a mil.

    E os senhores empresários golpistas depois de embolsar os 300 bi que a Dilma lhes deu nas tarifas e outra reduções de taxas, puseram o dinheiro no bolso, usaram um pouquinho para finaciar o golpe (são golpistas de natureza, e lhe foi agradável) e só vão investir e criar empregos daqui a 5 anos quando os 300 bi  forem totalmente gastos na dilneylandia.

    Projeto de país, esqueçam. Destruir, é só chamar a globo. Mas onde eles vão chegar…?

  21. Cai na real, chamar o povo de

    Cai na real, chamar o povo de analfabeto e ignorante, so combina com um presidente que nunca sentou na sala de aula, a chamada classe media não aguenta sustentar este bando de vagabundo que não produz nada, estes blogues que não tem nada a falar . Fica criticando os americanos e elogiando os ingleses, sera que são inimigos?. Esta elite de doutores formados com dinheiro publico e vivem a custa do estaddo chafurdando nas faculdades bancadas pelo estado criticando aqueles que de alguma forma mantem este pais produzindo e pagando o salario daqueles que so sabem criar impostos.

  22. Cai na real, chamar o povo de

    Cai na real, chamar o povo de analfabeto e ignorante, so combina com um presidente que nunca sentou na sala de aula, a chamada classe media não aguenta sustentar este bando de vagabundo que não produz nada, estes blogues que não tem nada a falar . Fica criticando os americanos e elogiando os ingleses, sera que são inimigos?. Esta elite de doutores formados com dinheiro publico e vivem a custa do estaddo chafurdando nas faculdades bancadas pelo estado criticando aqueles que de alguma forma mantem este pais produzindo e pagando o salario daqueles que so sabem criar impostos.

  23. Minist. dos manufaturados agrícolas e Minist. da saúde mental

    Nassif, o Brasil vem se desnorteando de sua superpotência desde os tempos da implantação do SENAI, este foi concebido pelos industriais do EUA para se ter ‘mão de obra’ aqui, todavia o governo acreditou que, apenas, um curso profissionalizante era o caminho para um futuro pujante e mandou às favas o ensino de base e de ciência e tecnologia, sem os dois últimos, países desenvolvidos não teriam matrizes macro produtivas (quase o Brasil teve com o pré-sal) e nem paz social. Ainda há tempo de reverter esse retrocesso comatoso, estabelecendo de início, duas diretrizes viáveis:

    Macro econômica

    Ministério dos manufaturados agrícolas: o momento nunca foi tão propício para o Brasil reconhecer-se como um País ‘indústro-agrícola’ – o mundo todo já percebeu esse potencial -, entretanto, existe um desinteresse em permanecer no campo por falta de políticas públicas equivocadas, exemplo disso, é o alto custo de construir estradas imensas para desovar safras imensas, que interessa a meia-dúzia de fazendeiros ao invés de investir maciçamente em desenvolvimentos de produtos alimentícios manufaturados gerando distribuição de renda e territorial com a criação de novos empregos. Quando a EMBRAPA terá a mesma verba da polícia federal?

    Macro psicosocial

    Ministério da saúde mental: a sociedade brasileira está doente: cada briga de trânsito é uma declaração de guerra, discussões na fila do supermercado ou banco há risco de vida; nossa juventude é consumida pela preguiça. Outrossim, as instituições correicionais brasileiras estão doente: a polícia, filha de um pai pobre, prende um maconheiro, filho de um pai pobre, mas não vê que a estirpe, que assiste a prisão, é quem comanda o crime, MP agem por ideologia de classe, juizes passaram a julgar ao sabor da opinião pública… Resultado: agonia, justiçamento, medo, perdas, pânico, indiferença, alcoolismo, consumismo vil, depressão….

    À saída é a educação, porém o cenário educacional brasileiro está caótico, pois a maioria dos alunos estão perdendo o interesse do saber e os professores estão entregues ao descaso da sociedade, e não há nenhum indicativo real de melhoria,  por isso é preciso priorizar emergencialmente investimentos na área da saúde mental da população. Para que se tenha uma desintoxicação desse estado tão preocupante, eu indico um livro incomensurável da Dra Mabel Cristina Dias, “Só existe saúde”. É de graça no formato e-book no site dela.

     

    1. Militante

      E qual o problema em ser militante de causas justas, que promovam o bem comum?

      Então, a raiz do problema, na sua visão tosca, não está na militância, mas pelo quê se milita.

  24.  O conceito de projeto e o

     O conceito de projeto e o domínio de métodos de execução são fundamentais para a formação do cidadão capaz. Temos sim que discutir como aperfeiçoar o ensino nesta direção, não se esquecendo que multidisciplinaridade não se concebe sem domínio adequado das disciplinas. Creio que se trata da re-organização e integração das disciplinas com modernização das práticas de ensino.

  25. Será que é simples assim?

    Uma grande parte do país, desde a abertura democrática, quando foi forjada nossa atual constituição, teve uma melhora das condições de vida. A miséria histórica do país, em termos de escala, recebeu estímulos como nunca durante o último ciclo de crescimento. Com isso, uma maioria de “esquecidos”, que nunca tomaram parte nos destinos do país, passaram a participar da vida nacional de forma muito mais digna. A própria vertiginosidade da desigualdade social do país, com um histórico de 350 anos de escravidão e extermínio de índios e negros, impôs grandes limitações ao avanço dessa integração da maioria da população à verdadeira cidadania.

    A forma tradicional de se lidar com a “questão dos excluídos” no Brasil é a violência bruta. Açoitados nos anos de cativeiro, renegados pela elite política e econômica do país durante a maior parte dos anos de República, essa maioria sempre esbarrou na negação social e na opressão policial. Não é exagero falar de genocídio. As proporções das mortes evitáveis que são devidas à violência armada são dignas das guerras contemporâneas. Por isso há no Brasil uma grande tradição e um extremo profissionalismo na repressão ostensiva da população.

    Apesar de ser muito antiga, a “questão dos excluídos”, essa grande maioria alijada e reprimida, é extremamente atual. Nesse momento de grande crise do Brasil, há a aparição de elementos inéditos e a ressurgência de elementos até então latentes. Escolas públicas são ocupadas por alunos, e desocupadas pela polícia. O autoritarismo, com sua expressão atual moldada na experiência ditatorial, ressurge com jovialidade. Nossa atual experiência democrática, que incorporou os “excluídos” em um sonho de cidadania, treme em suas bases.

    Com o golpe de agosto, a natureza da elite econômica do país se desvela com sua ascensão direta ao poder. Os Poderes da Repúbica entram em confronto e os juízes tomam o protagonismo na política brasileira. O Legislativo derruba o Executivo, sob o obsequioso silêncio do Judiciário. O Judiciário, então, passa a ameaçar o Legislativo. O programa anunciado é de uma austeridade cruel e de uma reforma radical das estruturas do Estado e da sociedade brasileira. A intenção transparece: jogar os excluídos ao lugar a que historicamente pertencem – à miséria – e sugar a iludida classe média para que esta também fique em apuros. Fundar o “Estado Mínimo”.

    Salva-se o financismo, ao qual aderiu a elite que sempre se fez reinar pela concentração da riqueza e repressão dos “esquecidos”, dentro de uma nova ordem mundial, governada por uma casta que pode ser tranquilamente chamada de máfia por sua vigarice, violência, corrupção e, acima de tudo, por sua sede de poder. A idéia parece ser reduzir o Estado às funções repressivas (“justiça” e polícia) e mediar todo o resto ao dinheiro: educação, saúde, cultura, etc. E quem controla o dinheiro senão essa elite financista? Além de terem de pagar por seus direitos, os brasileiros aindão serão estimulados a se endividar e humilhar para sobreviver. Todos em apuros, menos o Estado (“justiça” e polícia) e os financistas. O orçamento público em função da repressão e das finanças privadas.

    O restante da sociedade ou ainda guarda ilusões sobre o rumo que as coisas estão tomando, ou então se expressa de formas interessantes, ainda que por enquanto insuficientes, como está sendo a inédita mobilização para a ocupação de órgãos públicos, dentre os quais se destacam as escolas. A gravidade das reformas que estão sendo propostas leva a crer que o rearranjo em curso causará violentos conflitos sociais, intra-setoriais e inter-setoriais. A resistência às mudanças tem vindo de dentro dos diversos órgão públicos, categoriais profissionais e frações organizadas da sociedade.

    Diante de nós, o imperativo de defendermos nossos direitos, nossa inteligência, a liberdade social em nosso país, de ataques tão pérfidos, por tão travestidos. Não deixemos as pretensões despóticas triunfarem. O momento é crucial, portanto não podemos nos deixar curvar pelo assédio político, psicológico e até mesmo físico do qual temos sido vítimas. Sonhar o Brasil, salvar o Brasil. Eis uma bela tarefa para nossa juventude e veteranos.

     

  26. O fascismo financeiro não branqueará a querência!

    As instituições capturadas pelo imediatismo do giro turbinado do capital rentista são incapazes de prover os serviços e investimentos, pois o retorno imediato virou uma métrica “necessária” que desprioriza a vida, o que, em Ciências Políticas, caracteriza o fascismo. Para os nefelibatas neoliberais saírem do coma ideológico profundo, deveriam refletir sobre o fracasso da política de segurança hídrica privatizada em São Paulo, pois tratou o direito a um meio ambiente equilibrado como commodity negociada entre amigos financiadores dos Tucanos em Wall Street, enquanto seu presidenciável, o anestesiologista da burguesia dr. Alckmin, sedava para castrar o estado  São Paulo de políticas públicas e até de seus formuladores, como a CEPAM, as universidades e institutos estaduais, a fim de entrega-las dar ao mercado ( leia-se empreiteiras, hospitais privados, financeiras com seus escritórios e fornecedores clientes/amigos financiadores). Aproveitando a feliz didática que usa o exemplo das enchentes como facilitador de sínteses, reflito nos termos de Defesa Civil que tem como lema afirmar que não sobrevive o mais forte, mas o mais preparado: ela compreende a Vulnerabilidade como a intensidade de dano por evento (por isso quem tem “$” come, mas não dorme); Ameaça é o evento que pode causar dano (a destrutividade pelo neoliberalismo e pelas mudanças climáticas já nos levou de volta à Pré-História) e o Risco é a probabilidade de ocorrência de um evento causador de dano (atenção, cretinos, aumenta com sua hipotética riqueza entre mais miséria!). A fórmula é: Risco = Ameaça X Vulnerabilidade. A elite não entendeu que aprofundar esse modelo “Temerário” aumenta os riscos de todos. Do patrimônio entesourado, fruto da especulação dos privilegiados das castas e que cresceu fabulosamente (e assim dramatizou seu risco) à custa do desemprego, tendo relação direta com a postergação da necessidade de infraestrutura do estado (agora, congelada com a PEC 241, mesmo sem a ingerência do FMI!); política essa, que ataca a sobrevivência de nossas crianças, jovens e idosos – o tesouro dos assalariados- e demais finalidades da nossa sociedade, conforme cláusula pétrea da Constituição mais de uma vez vilipendiada, né supreminho? Todos têm muitíssimo a perder e, ao fim e ao cabo, o estado e o mercado estão afundando no mesmo Titanic, embalados pela orquestra sinfônica da Globo que funciona como um “tarja preta” para  babaquinhas ingênuos, ou  impostores infestadores das redes sociais, alguns querendo passar-se pelo digno Forrest Gump, tipo o Free Walker, cumprindo o papel de corifeus backing vocal ao acusar o PT em refrãos vazios e rasos, a fim de “atirar barro na parede para ver se cola”, conforme dizia minha avó da Galícia sobre os desonestos sem vergonhas.

  27. Estado

    Fico indignado com jornalistas da empresa totalitária quando comparam a economia de um Estado com a economia de uma família ou de uma empresa. Mais ainda quando desandam a receitar fórmulas milagrosas para salvar a situação. São coisas totalmente diversas.

    Uma família é limitada no tempo e condicionada ao salário de seus membros para saldar suas dívidas. Um Estado não se finda num governo e dispõe de múltiplos recursos para saldar seus compromissos financeiros. Até o esperto, mas nem por isso menos idiota, Trump, reconhece que os ricos precisam ter uma carga de impostos mais compatível com seu status.

    Se uma empresa tem uma “Razão Social”,” um Estado tem múltiplas “Razões Sociais”, que precisam ser honradas, se não quiser deixar de ser um Estado para todos os seus cidadãos e se transformar num grupelho que partilha entre si as benesses de se constituírem num Estado, que mais se assemelha a uma cidadela da Idade Média. Onde os poderosos se locupletam e os aldeões se arrebentam para manter estes “protetores” fidalgos.

    Há muito o que fazer antes de “vender” o patrimônio Nacional ou de editar medidas recessivas a longo prazo, que destroem mais o conceito de Estado, do que contribuem para torna-lo forte e justo para todos os cidadãos.

    1. Eu nem ficaria tão indignado

      Eu nem ficaria tão indignado se fizessem algumas pertinentes, tipo, se a família precisa economizar dinheiro, ela corta o plano de saúde, gasta menos alimentação e tira os filhos da escola, ou deixa de viajar para a Disney ??

      Se a sua opção for a primeira, vc concorda com o governo Temer, com a PEC 241 e com essa empresa de jornalismo.

  28. Também…

    ao longo de seus anos, os governos populares Lula e Dilma validaram – não por estarem no poder, não me entendam mal – a política cultural-ideiológica-marqueteira de que o bom é a porcaria (bola de folha de bananeira feita por indio, funk feito por favelado, et caterva). O que antes era BOM mesmo foi condenado a priori por ser meritocrático. Quando tudo é a mesma m…, tudo é a mesma m…

  29. Escola é essencial

    EDUCAÇÂO no sentido escolar para a população é essencial sim. É ali que as mentes se abrem e passam a entender o mundo. Por isso, é urgente brigar pela escola. Neste país, a elite sempre brecou isso porque é ignorante. Ela passa pela vida e pela escola flanando pois o dinheiro garante tudo na sua vida fútil, vazia, cheia de vícios. Ela tem capatazes e serviçais sobrando para fazer tudo o que precisa. Raros são os descendentes da elite que comanda que se destacam pelo intelecto. A maioria dos que se destacam pertence à classe média. Esta busca seu lugar nos parcos raios de sol que lhe sobram e aí se entrega fácil pelos empregos bem remunerados nas empresas, judiciário, política, etc. Como precisa garantir seu lugar cumpre zelosamente seu papel e passa a odiar os que a elite acha que põem em risco seus interesses. Aí entra o PT atravessando a linha permitida e não só tira milhões da miséria absoluta da reserva de serviçais usando dinheiro do Estado da elite, como abre escolas para eles aprenderem o que é a vida e disputarem com a classe média aqueles parcos raios de sol. Danou-se!!!

  30. Colonizador x colonizado

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    As elites dos variados países pelo mundo tem suas próprias agendas, muitas das quais, são indiferentes ou mesmo adversas aos interesses de seus próprios países enquanto povo e nação. São as elites ‘globalizadas’. Entretanto, aquelas que fazem efetivamente a diferença no cenário mundial, sabem que devem manter um mínimo de compromisso com a construção e manutenção de um sentido de nação em relação aos seus países de origem, até por que, as respectivas capacidades de negociar, com vantagem, no cenário do capitalismo global dependem, em grande medida, da projeção econômica, política e militar dos seus países de origem, dos seus Estados Nacionais (que o digam, principalmente, as elites americanas).

    Os principais ‘players’ mundiais são, não por coincidência, países continentais. A continentalidade de um país, é dada não só pelas dimensões do seu território, mas também pelo tamanho de sua população e pela relativa abundância de variados recursos naturais, e opera, por si mesma, como uma extraordinária força propulsora de sua dinâmica social e econômica.

    Não por acaso, portanto, são eles os EUA, a China, a Rússia, a Índia (e poderia ser o Brasil). A Europa, em que pese o seu extraordinário poder econômico, é um continente fragmentado, que buscou através da União Européia resgatar alguma continentalidade exatamente para operar com mais força no cenário internacional. Infelizmente para os europeus, este projeto vem sendo minado, e não por coincidência, principalmente pelos maiores ‘amigos’ europeus dos EUA – a Inglaterra (Brexit).

    O Brasil é o único pais nas Américas com potencial, a médio e longo prazo, para questionar a hegemonia americana, exatamente por força de sua continentalidade. Entretanto, as nossas elites não tem qualquer compromisso com um projeto de país e de nação. A relação que estabelecem com o Brasil e seu povo não é substancialmente diferente da relação colonizador x colonizado (casa grande x senzala) – é uma relação puramente predatória. Elas não se sentem ‘brasileiras’ e mesmo se envergonham desta condição. Se identificam antes com os interesses da metrópole, que certamente não é mais Portugal e nem a Inglaterra, mas os ‘brothers’ do norte das Américas.

    O risco do Brasil se agigantar ficou ainda mais claro para os EUA durante os anos Lula. O projeto das elites americanas, para o Brasil é, portanto, nos vergar e destruir qualquer pretensão de futuro – é nos transformar em um imenso Haiti. Para tanto contam com cooperação das nossas ‘elites’ políticas, empresariais e jurídicas, que se comportam como verdadeiros ‘capitães do mato’ contra seu próprio povo, em nome de uma assustadora subalternidade em relação aos interesses da metrópole.

    Estabelece-se um curioso paradoxo da subalternidade: quanto mais subalternas são as nossas elites, menos respeito tem por parte das demais, em especial, das elites americanas, e quanto menos respeito tem, mais subalternas se tornam, a ponto de comprometer o que seriam os seus próprios interesses à curto, médio e longo prazo.

    Três exemplos interessantes: a Riachuelo, a Multilaser e o Habib’s são empresas que cresceram e se fortaleceram nos anos Lula graças ao empoderamento econômico e social das chamadas classes C e D que formam a sua clientela (aliás, os anos Lula demonstraram que quando a turma ‘de baixo’ ganha, todo mundo ganha). O pessoal dos Jardins ou de Higienóplis em São Paulo, por exemplo, não compram as suas camisetinhas na Riachuelo, nem compram gadgets da Multilaser e muito menos comem esfihas no Habib’s. Citei estas três porque os empresários que respondem por estas empresas apoiaram, cínica e publicamente, o golpe contra a Dilma, tendo a plena consciência que seriam imedatamente revogadas as políticas sociais e econômicas que encontravam-se na base de seu sucesso empresarial. O da Riachuelo chegou a dizer que os seus investimentos voltariam no dia seguinte à queda da Dilma. Cadê? Não é, a rigor, uma questão de burrice, porque o burro erra por não saber, esses, no entanto, sabem que estão agindo para ferrar a si próprios, ou seja, são completamente imbecis. São a melhor expressão das nossas ‘elites’.

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