A fraqueza de Dilma pode ser a sua força

1.     A razão da teimosia de Dilma está no fato de não se considerar ligada a nenhum partido político. O PT não governo. Há uma incompatibilidade ampla entre o partido e a presidente. Foram indicados alguns ministros petistas no modelo de partilha da base aliada. Mas Dilma não se considera PT. E vice-versa.

2.     A manutenção de Aloizio Mercadante na Casa Civil e José Eduardo Cardozo, na Justiça, visou unicamente conter os ímpetos do PT. Não se colocou ninguém melhor porque melhor não existe no círculo de conhecimentos e lealdades de Dilma. Seu universo pessoal é extremamente restrito, já que sua carreira política nacional começou apenas quando indicada Ministra de Lula. Suas pessoas de confiança, como Miguel Rossetto, Arno Augustin, Pepe Vargas, são políticos com experiência fundamentalmente local.

3.     Por tudo isso, e por uma desconfiança profunda em relação aos aliados recentes (aprofundada depois do episódio Erenice Guimarães) desde o início do primeiro governo Dilma se vê apenas como pessoa física. Sua reação às denúncias é sempre a mesma: cada qual que se vire com o que fez. Não consegue entender os desdobramentos de campanhas de denúncia no jogo político como um todo.

4.     Também não se consegue enxergar na institucionalidade do cargo, como representante de um conjunto de forças e de pensamentos. Sua formação getulista sempre a levou a procurar uma composição supra-ideológica, em parte seguindo a estratégia lulista de compor com um arco amplo de forças. Mas sua falta de prática política e estilo centralizador a deixaram pendurada na brocha. Paga a conta de ser PT, sem ser. E paga a conta de se render ao mercadismo, sem se render. O que a assola é uma teimosia supra-ideológica.

5.     Essa indefinição ideológica poderá se converter em trunfo, se souber se abrir para os diversos grupos sociais e econômicos e definir um projeto de desenvolvimento socialdemocrata consistente. Não sendo PT, a melhoria do seu governo não significará necessariamente um trunfo para o PT. Não sendo PSDB, não será um avanço da oposição. Não sendo anti-empresários, não será o avanço da venezuelização. Não sendo anti-movimentos sociais, não será vitória do capital internacional. Ou seja, seu isolamento e sua fraqueza paradoxalmente a credenciam para um governo de transição e de conciliação.

6.      Se chamar os industriais para discutir políticas industriais, movimentos sociais para aprofundar políticas sociais, o mercado para discutir as formas de financiamento da infraestrutura, os educadores para avançar no Plano Nacional de Educação e entender-se como síntese de um projeto – e não dona – o cansaço geral com o negativismo da oposição poderá promover um apoio generalizado e inédito ao seu governo.

Luis Nassif

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  1. A impressão que tenho de

    A impressão que tenho de Dilma é a mesma que Lima Barreto expõe sobre Floriano Peixoto diante a revolta da armada em Triste fim de Policarpo Quaresma. Por não fazer nada vai passando a impressão inabalável …Nada vem do nada.

    Enquanto as forças da República circundam o planalto em uma tempestade furiosa que ameaça rachar o país, arrastando a América do Sul junto e sabe lá os efeitos mundiais disso ela mantém a sua postura de Esfinge sem que haja o que o que se decifrar e muito menos o risco de ser devorado.

    Mesmo assim uma má presidente, ainda é melhor do que um presidente mau.

    Eis o cálculo.

     

  2. DILMA

    Algumas coisas na Dilma são genuínas: seu desejo de melhorar a vida dos mais pobres, sua honestidade pessoal e uma força e fibras enormes. Não me vejo aguentando minimamente o que ela aguenta todos os dias de críticas até dos que deveriam ser seus aliados. Um monte de gente dizendo o que ela deveria ou não fazer, um monte de gente querendo que ela seja um Lula de saias. Uma imprensa profundamente adversa que não lhe dá crédito pelo que acerta e tripudia sem piedade sobre o que dá errado. De fato não acho que a Dilma seja petista. Para ser petista tem que ter participado das comunidades de base, ter passado por greves, ter comprado botons, ter ido atrás de bandeiras, estrelas, por décadas para ver o sonho de um país mais igual se tornar realidade. Sua história de lutas vem da luta armada e passa pelo funcionalismo público gaúcho e depois federal. Falta a emoção, a vivência da pobreza que o Lula tem. Uma vez Hugo Chavez disse que ninguém esperasse que Dilma fosse Lula. “Lula é Lula, Dilma é Dilma”, disse ele com  seu sotaque. E ele estava certíssimo. Os petistas é que não entenderam isso e ficam buscando nela um Lula que nunca encontrarão. Nosso país entrou num buraco pois a presidente não conseguiu até hoje, 8 meses após assumir seu mandato, governar. aécio e seu bando, (judiciário, imprensa, polícia federal aecista)  não o  permitiram. Parece que agora chegamos a um impasse, ou a deixam governar, ou não sobrará Brasil para 2018.

  3. Chamar as várias forças da

    Chamar as várias forças da sociedade é o de menos. O difícil é você articular os interesses de cada uma (com muitos pontos conflitantes) e conseguir uma equação em que o ganho de um não significque o prejuízo do outro. É algo que exige uma tremenda habilidade política – qualidade que, definitivamente, Dilma não tem. Aliás, antes de chegar nisso, Dilma teria que ter um projeto claro – coisa que até agora não o fez. 

     

     

  4. Se e somente se

    “Se chamar os industriais para discutir políticas industriais, movimentos sociais para aprofundar políticas sociais, o mercado para discutir as formas de financiamento da infraestrutura, os educadores para avançar no Plano Nacional de Educação e entender-se como síntese de um projeto – e não dona…(…)

    Como assim, se a presidenta “já chega nos lugares querendo sair e não gosta de fazer nada que já não seja obrigada”? Que não tem interlocução com a sociedade? No tempo de ministra conviveu por quase 4 anos ao lado do Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, figura central e referencial no agronegócio, e mesmo assim não o tem no seu círculo de amizades e consulta. Nenhum presidente é obrigado a conhecer todo mundo, por isso quando necessita preencher cargos de primeiro escalão vale-se dessas pessoas, que aconselham e sugerem nomes. Vc não conhece o seu futuro ministro, mas conhece quem conhece esse futuro ministro. E vale para tudo. Mas, para isso, tem que sair de dentro de casa, ir pra rua, frequentar eventos, essas coisas chatas do exercício da presidência da república. O exercício da presidência tem a parte boa e a chata. Para o Lula, a chatice era despachar dentro do Planalto, assinar montanahs de papeis, solenidades em Brasília. A parte boa para o Lula, eram as andanças pelo Brasil, o contato direto com o povo, abraçar o nordestino suado, caminhar de braço dado com ele pelo palco enquanto discursava, fora as viagens internacionais em que batia na barriga dos colegas governantes e quebrava o protocolo constantemente. O exercício da presidência para a Dilma só tem parte chata, não tem parte boa, tudo ela faz porque é obrigada. A cena da entrega das medalhas para a seleção da Alemanha no Maracanã já faz parte da História. Para ela, o ideal seria uma sala fechada onde trabalhasse 10 horas por dia de segunda a sexta, tipo assim um funcionário do INSS, no fundo da repartição, sem contato com o público.

    A Globo deu um cavalo-de-pau. Dilma escapou, vai até 2018. De que jeito, não sei. A menos que também dê um cavalo-de-pau. Mas aí já seria no campo da fé, e eu sou ateu.

  5. A proximidade com Putin lhe é

    A proximidade com Putin lhe é favorável…

    Ela é estratégica, mesmo que pareça o contrário, quem viver, verá.

    Considero sua opinião importante para que nossa Presidenta possa pautar suas decisões

    com mais e mais olhares diferentes do seu sobre o seu Governo.

  6. Dilma até 2018

    Dilma dá nó na cabeça até de quem acha que domina o assunto política! São as mulheres não tentem entendê-las! Dilma está acima das mesquinharias do dia-a-dia da política, se cair cai com a dignidade de não ter encoberto ninguém. É honrada, não necessariamente política. E por não fazer conluio nem com seu “criador” está se safando do golpe! Estamos com Dilma, até aparecer alguém honrado como ela até 2018!

    1. As mulheres tem uma sutileza

      As mulheres tem uma sutileza muito peculiar, além disso são multipolares, ou seja, conseguem fazer diversas coisas ao mesmo tempo, elas por muito tempo exerceram o poder nos bastidores, agora estão exercendo este poder em primeiro plano

  7. Foram exatamente as

    Foram exatamente as características ímpares – e “apartidárias” – de Dilma o seu trunfo desde o início. Foi, entre outras causas, o motivo principal de que Lula tenha bancado a sua candidatura desde que se reelegeu em 2006. Dilma não está entre os fundadores do PT, mas do PDT; fora do PDT, ela só conhece os quadros do PT gaúcho. Ela sempre foi um peixe fora do aquário; suas referências políticas foram Vargas e Brizola, não o PT. Ela estava longe – e por isso acima – das brigas internas do PT. Alguém imaginaria a briga intensa, as guerras intestinas, que aconteceriam se houvesse disputas internas no PT para a sucessão de Lula? Ou se Lula tivesse bancado algum petista histórico? O único petista histórico que tinha condições objetivas de substituir Lula – e a meu ver de ser mesmo melhor que Lula – era José Dirceu. Com o mensalão, Dirceu acabou. Com os problemas que envolveram Gushiken, Genoíno e Dirceu, com o fato dos melhores nomes estarem indo para ministérios ou trabalhando em governos estaduais e prefeituras, o PT, internamente, se desorganizou e vem perdendo suas principais características e seu dinamismo. O presidente da sigla, Rui Falcão, é a prova viva disso. Então, a Dilma não depende do PT, mas o PT de Dilma. Acho que na estratégia de Lula, Dilma sempre foi a “transição”; a transição para um país renovado e uma esquerda renovada. O grande nome para esse novo PT, a nova esquerda e o novo Brasil seria, parece-me, nas apostas de Lula, Fernando Haddad. Mas ainda é cedo para saber. Ele vem sendo um ótimo prefeito, mas terá uma dura campanha pela reeleição. Se conseguir, pode ser a prova que Lula estava certo. Fora do PT, parece-me que Lula sempre olhava com atenção Ciro Gomes e, principalmente, Eduardo Campos. Ciro é muito errante; Eduardo Campos não quis ficar sob tutela de Lula, quis ter luz própria – nunca saberemos o que teria sido seu futuro e sua ligação com Lula e a esquerda depois de sua candidatura; de toda maneira, Eduardo Campos é um nome que faz falta no atual cenário.

    Mas se o fato de não estar conectada a nenhum partido, nem mesmo ao PT ao qual é filiada, e o fato de não ser uma “política profissional”, um trunfo são para Dilma, está aí a origem de todas as crises. Nos bons momentos, a imagem de gerente honesto e tecnocrata competente pode ser ótima, sobretudo em tempos de judicialização e criminalização da política. E também em tempos de crises – não há, no Brasil, a exceção de Lula, uma liderança política “nata” – de lideranças. Mas a política faz falta, pois a política é o essencial. Qual o desafio de Dilma? O povo pode, em alguns momentos, admirá-la; hoje parece mais detestá-la – mas o povo nunca a entendeu. Nem ela quis se fazer entender. Mesmo com a militância. É preciso não ser leigo em economia, administração pública e sociologia para acompanhar os passos da presidente. É complicado. As pessoas – falo de maneira bem genérica – querem alguém que conte uma “história” ou “estória”, alguém que interprete os fatos. Há limites para as decisões técnicas, há sempre impasses. É preciso se fazer escolhas – e tais tipos de escolhas não são técnicas, mas políticas. Em momentos de crise, como agora, é preciso alguém que consiga oferecer uma interpretação que dê sentido e norte, não despejar números e mais números. Falta política. Os ministérios de Dilma foram sempre fracos; para voltar a ter a governabilidade, Dilma precisa de um ministério político – ela tentou fazer isso para o começo da administração, mas não escolheu os nomes corretos (ou se escolheu, ela os colocou nas pastas erradas). Há bons nomes e de confiança por aí; a volta de um dos irmão Ferreira Gomes (ou de ambos) ao ministério seria ótimo. São falastrões, mas inegavelmente competentes e leais – preciosos em um momento de crise. Fala-se do Requião. Tenho minhas dúvidas, não o imagino como ministro de Estado, mas seria ótimo; trata-se de um grande político e que foi um excelente governador, apesar de ter seus problemas (autoritário, nepotista, “espertezas”, etc.). Lula no ministério não faz sentido – a não ser que fosse na pasta das Relações Exteriores. Lula seria um ótimo chanceler. Aldo Rabelo ou Jacques Wagner na coordenação política, talvez um dos dois como chefe da casa civil, acredito que mudaria muita coisa. E que Dilma desse liberdade e autoridade a um dos dois para ser o mentor “político” e a voz do governo. São nomes da confiança de Dilma; Wagner é um petista honrado e Aldo um aliado mais fiel ao PT que muitos petistas. Assim pode até mesmo nascer uma candidatura natural à sucessão de Dilma; Dilma pode, ela – e não Lula – fazer seu sucessor. Seria ótimo para ela, pode ser o melhor para o Brasil e pode provocar uma renovação no PT e na esquerda. E Dilma e o PT precisam de homens do perfil de Wager e de Aldo para abrir mais espaço para o PMDB e Temer. Melhor ter Temer e PMDB como amigos do que como inimigos, PMDB é governo e Temer o vice-presidente. Mas de olho aberto, nem PMDB nem Temer são de confiança. É preciso aumentar o poder de Temer e sua participação no governo – mas com muita caução. Para tanto, o núcleo duro do governo e o PT precisam estar organizados e com alguém que os organize. Esse alguém é Dilma, evidentemente. Dilma, definitivamente, necessita de um grande “primeiro-ministro” político com ela. 

    1. Não Acredito em Duendes!

      A mulher é eleita no final de outubro de 2014, após uma eleição que se tornou uma carnificina, exatamente pela sua atuação distante e vencida apenas ao final, graças a união da esquerda ao sentir o iminente retorno do inimigo ao poder.

      Dada a situação na qual se deu a vitória, ao invés de emendar seu governo, fazendo mudanças necessáris e nomeação de seu ministério de imediato, para garantir a continuidade, sumiu por dois meses, para reaparecer às vesperas do novo ano, para nova posse festiva e anunciar na base do engasgo, recuo e improvisos, um ministério pífio e o pior, tendo por auxiliares diretos na estratégia de governo os “breques de mão puxado”, Mercadante e Zé Cardozo.

      Mais seis meses de inação, com reforma econômicas mal explicadas ou melhor, nada explicadas aos brasileiros, sem contar a decisão política desastrosa de enfrentar Eduardo Cunha (águia do fisiologismo explícito), na eleição para presidente da câmara, com a estratégia catastrófica do “estrategista político” Mercadante (uma piada), que leva o governo,  além da crise da reforma econômica mal explicada, a uma crise política como nunca dantes vista nesse pais e quiça no mundo, de forma que, após nove meses da vitória eleitoral, ficou a depender do medo e duvídas dos golpistas, para não ser defenestrada do poder através de golpe paraguaio e junto 52 milhões de brasileiros que nela confiaram.

      Essa é a realidade, goste-se ou não, e incrivel que haja ainda quem consiga, apesar disso, ver na inapetência, na falta de reação elementar, na falta do exercício básico do contraditório político, na incompetência estragégica escancarada e no silêncio obsequioso inexplicavel, sem contar a desastrosa dupla conselheira, méritos, estratégias e sacadas, secretos e escondidos, que a farão renascer mágicamente.

      Definitavamente, não acredito em duendes!   

      PS: Se ainda há alguma coisa concreta que pode sustenta-la e ajudar na reconquista do poder ameaçado, enquanto o inimigo fica estacado, com medo do que vem pela frente para finalizar o golpe paraguaio, é fazer, o mais rapidamente possível, a reforma do ministério e dar uma guinada às origens, trocando de imediato Mercadante e Zé Cardozo por Jaques Wagner e Tarso Genro, Aldo assumir a Defesa, Franklin a Secom, Paulo Nogueira e Marcio Pochmann juntarem-se a equipe econômica e Lula mudar-se para Brasília, pelo menos até o final do ano. O resto é cegueira política incurável.

  8. Eficácia X eficiência? (H)aja paciência!

    Dilma é uma mulher de transparência e dureza de diamante. Sendo por isso criticada e vendo o sucesso de lulinha paz e amor, adotou a fofura para não perder a ternura; daí esse ministério ZZZZ. Entre o dilema de ser eficiente ou eficaz, preferiu dar tempo ao tempo e não antecipar-se ao amadurecimento das forças transformadoras, evitando desvios pequenos burgueses voluntaristas típicos do brizolismo ou da guerrilha positivistas. A eficácia resolve o problema com recurso extremo; enquanto a eficiência apela para os meios adequados, afim de não se arriscar em matar o doente perseguindo a doença. O atraso em propor uma lei de mídia pode ser explicado no respeito a correlações de força ante o monopólio capaz de produzir a reação golpista exacerbada que agora vemos antes da população ter, CONCRETAMENTE, experiência de melhorias que viessem com seu governo, confiando no bom senso dos setores sadios, mas limitados por uma intelectualidade concreta ainda incapaz de abstrações em perceber que o PT, o PT, o PT poderia ser qualquer “P”. Também pode ser uma política de terra arrasada, recuando, para o inimigo esticar ao máximo sua logística mantenedora de superioridade moral, abrindo-a a um contra ataque de flanco. É o que vejo no circo Lava Jato com espetáculos de contorcionismo jurídico, malabarismo legislativo, domação de feras em carceragens e palhaçadas midiáticas que não poderão ser mantidos infinitamente. O primeiro que piscar perde!

  9. Quando virou moda todo mundo

    Quando virou moda todo mundo criticar a política e os políticos surgiu a miserável ideia de que os chefes dos Executivos deveriam ser gerentes/adminsitradores e que a pol’tica impedia o bom funcionamento do Estado e  do serviço público. Daí, tacaram a a elogiar os “choques” de gestão, as modernizações administrativas, e blá, blá, blá.

    Dilma deveria ser o perfil ideal dos seguidores dessa ideia, posto que é muito mais gestora do que política. Só que não. Depois que implodiram a política, que fizeram eleger um Congresso que tem de tudo menos políticos, agora estão entendendo que só a Política é capaz de manter possível a vida em sociedade. Mas onde estão os políticos de verdade? Encurralados sob a espetacularização da corrupção, como se esta não estivesse presente na polícia, no Judiciário e no MP. Estamos no limiar de uma aventura irresponsável de criminalização da Política; daqui a pouco nào terá mais volta e estaremos por muito tempo entregues a bancadas bíblicas e balísticas e a prisões preventivas eternas.

    Administração e direito penal não fazem, por si sós,  o mundo melhor. Todas as sociedades do mundo tem gente conservadora, fascista, comunista, socialista, cristã, ateia, etc. Só a Política, como espaço de negociação e argumentação das diferenças é capaz de manter toda essa gente vivendo no mesmo lugar sem se agredir. Administração e direito penal são ferramentas, a Política é quem as utiliza. Descriminalizar a Política não significa não punir corruptos, mas abandonar o espetáculo e o linchamento. É aqui que entra a imprensa, que quer ser poupada dos seus crimes em nome da liberdade, mas não quer agir responsavelmente em nome dessa mesma liberdade. Essa mesma imprensa que nunca se interessou tão ávidamente pelas relações entre ACM e OAS, por exemplo. 

    Infelizmente, ninguém fará mea culpa desses tristes tempos. Felizmente, a história mostra que nada é para sempre.

    1. Empecilho do Estado

      Compartilhava desse pensamento de que a Política era o empecilho do Estado, bastando colocar tecnocratas que tudo se resolveria. Criminalizaram a Política e olha só no que deu, quanta falta nos faz gente para pensar o Brasil, amalgamar os contrários numa direção comum. Excelente colocação Arthemisia, clareia as idéias nestes tempos sombrios

    2. Estamos no limiar de uma

      Estamos no limiar de uma aventura irresponsável de criminalização da Política; daqui a pouco nào terá mais volta e estaremos por muito tempo entregues a bancadas bíblicas e balísticas e a prisões preventivas eternas.

      Menos… tem um partido que não será criminalizdo, justamente o que manda e desmanda no judiciário e na lava-jato… 

  10. Nassif, eu gosto de ler o seu

    Nassif, eu gosto de ler o seu jornal, em várias vezes levo em consideração o que escreve, mas a acho que dessa vez, esse texto ficou poliana demais. Embora tenha pertencido ao PDT, Dilma não é uma getulista. Acho que nem Brizolista é ou foi algum dia na vida. Nunca passou de uma tecnocrata com pouca habilidade política. Mas esse para mim não é o seu pior defeito. Seu pior defeito é a incapacidade de ver seus erros e a incrível insistência neles até as últimas consequências. O cavalo de pau na área econômica decidido logo após as eleições, a montagem de um ministério que nasceu morto e a incapacidade de garantir a mínima isenção de trabalho na polícia federal (não vou nem falar do MPF), só para citar três dos mais importantes, não tem desculpa ou explicação.

    1. A Poliana do blog sou eu

      Caro BFCosta, 

      Nassif é quem me batizou de Poliana. Ele não vai gostar desse termo em relação a ele rsss.

      Quanto a post? Vou republicar comentário meu de outro artigo dele, aqui mesmo:

      06/03/2015 – 11:56

      ” [Dilma] … tornou-se a Geni do país, com todos os problemas debitados em sua conta; Luis Nassif”

      Nassif e a oposição só esutam

      “Joga pedra na Geni!

      Joga pedra na Geni!
      Ela é feita pra apanhar!
      Ela é boa de cuspir!
      Ela dá pra qualquer um!

      Maldita Geni!”

      a primeira parte da canção – infelizmente, para eles -.

      E para o bem do Brasil o Povo escuta a canção toda. 

      A segunda parte é:

      ” Vai com ele, vai, Geni!

      Vai com ele, vai, Geni!
      Você pode nos salvar
      Você vai nos redimir
      Você dá pra qualquer um
      Bendita Geni!”

      Só lembrando: nossa incompetente oposição é cavalo paraguaio! Zéfinim

  11. De quase queda para apoio

    De quase queda para apoio generalizado, baita contra-golpe. Tão rápido que ninguém viu como foi feito. Que bom, melhor pro Brasil. 

  12. *

    Mas enquanto isso, traiçoeiramente e por baixo do pano como agem os golpistas, a oposição continua com suas tramoias.

    Como por exemplo, hoje as 6 da manhã através da globo o tal de padre Marcelo (que como outros se julga dono da Verdade) insuflando e alarmando sua platéia sobre segundo ele a situação horrível por que passa o país.

    Tudo isso com certeza visando as manifestações golpistas.

    Imagina a mensagem por trás das câmaras, e durante a semana, pela rádio grobo ( como ele diz).

     

    Continuo depois…

  13. Sabe a impressão que eu tenho

    Sabe a impressão que eu tenho da Dilma ultimamente? É que ela não trabalha. Na melhor das hipóteses trabalha muito e não produz nada. Assim como vários dos seus ministros (o da Justiça é um exemplo).

    É a típica burocrata que passa o dia em reuniões improdutivas fazendo o feijão com arroz de uma repartição pública.

    Fico me perguntando o que ela faz das 8:00 às 20:00hs todos os dias se tudo é na base do “cada um que se vire” e do “isso não é problema meu” (quem é funcionário público sabe bem do que estou falando). Parece que o papel dela é apenas assinar cheques e pagar as contas no fim do mês.

    Qualquer tentativa de tirar ela de lá é um golpe abjeto que deve ser combatido, mas fica a lição para a História: Cargo executivo é para políticos, não é para um outsider burocrata ou empresário, mesmo que seja bem intencionado e de reputação ilibada.

  14. Dilma tem mais habilidade

    Dilma tem mais habilidade política do que muitos imaginam ou querem admitir. Essa história de falta de habilidade e teimosia é uma grande falácia construída por seus inimigos políticos.

    1. Com os elementos que temos à

      Com os elementos que temos à disposição, com o que de fato sabemos, só posso dizer que o nome disso que você professa é wishful thinking. Em bom português, vontade de acreditar. Dilma está cai, não cai. É a presidente pior avaliada da história. Desde que reassumiu o cargo, alterna o silêncio constrangedor com discursos horríveis, como a já engraçada (e tristemente célebre) saudação da mandioca. Não é de modo algum certo que terminará seu mandato. Só o fará se se decidir que mantê-la é o menos pior.

  15. Seja como for …

    Nassif, 

    Se assim for, tratamos com uma ingrata, com alguém indiferente a seu entorno. Venhamos e convenhaos, não seria ela reeleita sem a ajuda de Lula ou do PT. Agora, pensar que nada tem a ver com nada, é de uma estupidez acachapante. Por outro lado, não está muito claro quais são os ímpetos do PT, nem o que querem os dois escudeiros dela. Além disso, Nassif, preservar um cargo e sacrificar o partido que lhe dá apoio é trocar seis, não por meia-dúzia, mas por zero a esquerda … 

    1. Reside aí exatamente a minha bronca

      Dilma é exatamente isso, indiferente ao seu entorno, se pela de medo de ser associada a corrupção, para isso faz qualquer um – qualquer um – caminhar na prancha e atira ao mar. Inclusive o meu Partido. Foi assim com os ministros “denunciados” pela Veja, cada um que se vire mesmo, compromisso zero. Qual o sentimento de alguém que aceita ser ministro? É a certeza de que basta uma leve insinuação da mídia para ser lançado ao mar, sem chance, cada um que se vire, não é com ela, não me comprometa. O que meus netinhos vão pensar de mim no futuro? Despreparada para o jogo bruto da política.

      Qualquer governante, ao assumir o segundo mandato, se preocupa com a continuidade do poder, com a sucessão. Nem por um segundo isso passa pela cabeça da Dilma, ela só tem um pensamento, ir para sua casa em 01.01.2019, em Porto Alegre e ir brincar com os netos. Jamais terá um Instituto Dilma Roussef porque não tem dimensão política para isso. O telefone não tocará, poderá ir fazer compras no supermercado em paz, ninguém vai incomodá-la. No máximo, a campainha da sua casa tocará de vez em quando, estudantes de segundo grau interessados em fazer um trabalho de escola. No máximo.

      1. Vocês acham que a Dilma se

        Vocês acham que a Dilma se “pela” e tem medo de alguma coisa? Bem, eu acho que isso é só o desejo de seus corações.

      2. Presidência no Brasil

        Não é para pessoas honestas, Um excelente candidato que entende de tudo, maneja tudo e a todos, só pode ser o CUnha, não é mesmo ? Mais “entendido” e conhecedor, não existe outro igual. Se fosse ele o presidente da República, o Janot e o Moro já estariam trancafiados em solitárias feitas de chão batido.

        Fernando: desculpe o desabafo, mas foi merecido, acho.

        1. Sem problemas, Lenita

          Estamos todos desabafando, é o que mais temos feito ultimamente. A minha amargura (dá para notar, né) é com o que está se perdendo com tudo isso: os avanços sociais, a primeira mulher na presidência, a destruição do Partido que proporcionou tudo isso, enfim, são tantas as perdas que não tem como. Bola pra frente, a gente começa tudo de novo.

          1. Pois é…

            Não se faz política sem vítimas, já dizia o Ulisses Guimarães. Do mesmo modo, esta não é feita sem flexibilidade e coragem. Faltam a Dilma os dois elementos, sem estes, não se faz um bom governo e não se cria liderança. Enquanto vemos a PF e a PGR pintando e bordando neste país, gerando enorme instabilidade econômica e polítca, a Dilma vai se preocupando com a própria reputação, que nem é tão boa assim … Paciência.

          2. Em tempo…

            No final das contas, o que está em jogo não é a reputação da Dilma, seja ela qual for, mas um projeto de país cujas consequências influenciarão a vida de milhões e milhões de pessoas desta e de futuras gerações… Se a velha senhora não percebeu isso, que se vá ou que, se fique, deus (com minúsculas) tenha piedade de nós todos pobres diabos bípedes…

  16. Teimosia temerária

      Antes fosse possivel tal transmutação  na Sra. Rousseff , mas governantes teimosos, não compromissados com seus mais diretos assessores ( ” cada um que se vire ” ), que de acordo com esta analise, não compreendem o todo das campanhas politicas assacadas contra seu governo, tipo : “não me atinge, só os outros “, dona da verdade e somente fiel a seus mais conhecidos “lambe-botas”, não muda, e teimoso quando atacado, cercado, se cronifica, na melhor das hipoteses não se mexe, fica com “visão de tunel”.

        

    1. A inversão é um crime.

      Assessores devem ser compromissados com quem eles assessoram e não o inverso.

      Para um presidente da República é impossível a defesa de todos os seus assessores, principalmente devido a heterogeneidade da origem de nomeação dos mesmo.

      Lula que estava em alta, rifou Dirceu e outros, o que queres de Dilma, não estamos no século XVII ou XVIII nem Dilma é Luis XIV.

  17. Atenção!;;;

    Me parece que não prestaram atenção no que a presidenta disse sobre essa estória de golpe quandp foi entrevistada na FSP:

    “Tsso aí é moleza. Só é derrubado quem quer. Eu não quero ser derrubada”.

    A história do Brasil lhe dá razão!….

    1. Dá Não!

      Dá Não!

      Precisamos aprender, pois é apenas uma frase, sem sustentação na realidade.

      Repete o “esquema Assis Brasil” de 64.

      Não será com frases e ilsuões que evitaremos o golpe paraguaio, urgem ações e coragem, aquela mesma que no livro da Dilma, a vida quer.    

  18. Bailarina

    Como o eterno Cassius Clay, quando os trogloditas cansarem de bater, ela decide a parada com um simples “soco fantasma”.

     “Não vou mentir. Estava cheio de medo. Ele batia com muita força e estava empenhado em matar-me. Mas eu estava ali e não tinha escolha senão combater”

    O ringue pode ser tido como uma metáfora do atual cenário político nacional.

    Que seus oponentes se espelhem no fim do “monstro” Sonny Liston.

    Podem nunca mais voltar à ribalta após um “soco fantasma” da pugilista Dilma Ali Clay.

     

     

  19. Tenho minhas dúvidas com

    Tenho minhas dúvidas com relação à teimosia em manter Mercadante, Cardoso e Braga no governo. Não creio que seja preciso visão política de longo alcance para perceber que esse trio, entre outros persanagens, mais atrapalham do que ajudam. Se os mantém nos seus cargos haja estupidez política.

  20. Dilma não é política, Dilma é

    Dilma não é política, Dilma é autêntica. (político é sinônimo de volúvel, falsidade, ladrão). Dilma não transige. A única maneira de arrancá-la de lá é a força ou esperar o seu tempo. Escolham a primeira hipótese e perderão o sossego.

  21. Dilma não é política, Dilma é

    Dilma não é política, Dilma é autêntica. (político é sinônimo de volúvel, falsidade, ladrão). Dilma não transige. A única maneira de arrancá-la de lá é a força ou esperar o seu tempo. Escolham a primeira hipótese e perderão o sossego.

  22. Desculpa aí… mas a fraqueza

    Desculpa aí… mas a fraqueza da Dilma significa o enfraquecimento do projeto de inclusão e de progresso social. Perdemos muito com isso. Os brasileiros em geral, sobretudo os pobres, as mulheres, os homossexuais, os intelectuais, o avanço da cultura e da ciência. Mal ou bem, aos trancos e barrancos e muitas vezes apesar dele mesmo, o PT foi o vetor através do qual tais pautas se expressavam com alguma viabilidade prática. Com o PT perdendo protagonismo, os outros setores que empunham essas bandeiras podem fazê-lo com galhardia, mas sem efetividade. Infelizmente, parece que teremos um período de regressão social, com ou sem impedimento da Dilma. Triste!   

    1. Desculpa aí, Roberto,

      o enfraquecmento do PT e a não recuperação imediata da economia, inclusive, mudando para outra matriz, farão cada vez mais minguados programas progressistas e de inserção social. Concordo que é triste, mas, ao contrário do Nassif, vejo como irreversível. Abraço.

  23. Nassif

    Nassif, meu caro, sou admirador do seu trabalho. Mas vou discordar veementemente de você num ponto: Dilma é PT e o PT está com Dilma. Há sim divergências entre pessoas, mas é graças à militância petista que ela lá se encontra. Menos.

  24. Concordo Nassif ! A Dilma é

    Concordo Nassif ! A Dilma é nossa Dama de Ferro. Reconduziu o Janot a um novo mandato de dois anos – que partido comprometido com denúncias dos seus iria reconduzir o carrasco ? – para dar continuidade ao seu trabalho, “ninguém está acima da Lei”, não existe territórios intocáveis…ao menos esperamos isso.

  25. morno

    O que o texto diz, traduzindo, é que se Dilma continuar a não fazer nada, não vai vencer, embora não venha a perder totalmente.

    Não vai errar, embora não acerte.

    Em poucas palavras, morno. Ela teme desagradar, e tenta agradar todo mundo. Tenta agradar o mercado com juros, a direita com o Levy e seu ajuste fiscal, e agradar  a esquerda mantendo os programas sociais.

     

     

    “Eu não sei qual o segredo para o sucesso, mas o do fracasso é tentar agradar todo mundo “

    John Kennedy

  26. Dilma, mãos a obras, reforme o ministério
    O diagnóstico está dado, falta implementar a receita, que na minha humilde opinião, não sairá disto que foi dito.

    Nassif no item 5 da sua mensagem escreveu:
    “Essa indefinição ideológica poderá se converter em trunfo, se souber se abrir para os diversos grupos sociais e econômicos e definir UM projeto de desenvolvimento socialdemocrata consistente.”

    E Mateus Domingues em seu excelente comentário escreveu:
    “Em momentos de crise, como agora, é preciso alguém que consiga oferecer uma interpretação que dê SENTIDO E NORTE, não despejar números e mais números. Falta política. Os ministérios de Dilma foram sempre fracos; para voltar a ter a governabilidade, Dilma precisa de um ministério político”.

    Rumo, norte e estrela , um governo com unidade, sentido e rumo.

    A Ilma. Presidenta Dilma não precisa ser a autora do plano que componha um governo com unidade, rumo e norte. Tal tarefa é de seus assessores, os ministérios têm de serem políticos, os técnicos estão nas 72 secretarias.

    Moleza, concordando com o Nassif e o Mateus.

  27. Fraqueza aparente e força escondida.

       A verdade é que ninguém sabe o que rola nos bastidores, Dilma resistiu até agora à dois momentos de uma completa “insanidade nacional” onde sua autoridade foi colocada em xeque não só pela direita e o fato é que ela permanece firme e nenhum outro presidente na história recente passou por tanta coisa sem se deixar abater, não podemos simplesmente assumir que ela tem muita sorte e nenhum mérito nisso por não entender o que se passa na cabeça da presidenta, teimosia não é necessariamente ruim manteve Cardozo mas também manteve o mais médicos e a mantém no cargo.

        Tento me colocar no lugar dela, tem que lidar com o pior congresso que o Brasil conseguiu eleger em muitos anos, tendo as costas quentes como ela afirma ter eu ficaria imaginando, “venha tentar venha”,  mas isso seria mais como uma torcida, devo ficar aqui quietinho com meu porrete na mão ? uma solução que nos livraria de muitas pedras no sapato, mais isso sou eu, deixa pra lá. circulando! circulando!

    1. ………………bem por aí mesmo…

      e também de tino sem igual

      a política tem tantas variantes, e muitos ainda seguem reféns de um projeto original e único

      reparem como é esperta: nunca foi fácil derrubar um governo que não esteja pronto e acabado

      recebeu sem estar pronto e acabado e vai entregar em 2018 sem estar pronto e acabado

      muito simples evitar, não!? fazer o PSDB desaparecer para todo o sempre

  28. “Não se colocou ninguém

    “Não se colocou ninguém melhor porque melhor não existe no círculo de conhecimentos e lealdades de Dilma.”

    Então nem dá pra dizer que ela tem um círculo. Tá mais pra ponto.

  29. O problema é esse: nem ela

    O problema é esse: nem ela sabe quem é. Para o exercício da liderança, há que se ter convicções que devem ser testadas nas urnas. Ela não é líder. Não passou pelos processos naturais que forjam um líder. Foi eleita sob o guarda-chuva do Lula. É esse é o grande mal que atinge os caciques: acham que podem “nomear” alguém que automaticamente a liderança se transfere. Vamos ter que aguentar 4 anos de país à deriva por falta de liderança.

  30. FINALMENTE alguém desvendou o mistério de Dilma

    Estou feliz porque bateu com várias coisas que eu também dizia. Concordo integralmente e ouso resumir de forma tosca: uma EGOÍSTA.

  31. Até que enfim captasse a mensagem, poderoso mestre.

    Lula sem querer deixou uma fila de problemas para serem resolvidos nos Governos Dilma e ela impassível e corajosamente como alguém que resistiu a tortura sem entregar seus companheiros procura passo a passo livrar-se de todos estes problemas.

    Lula como um metalúrgico do ABC, via que a única saída para não deixar o Brasil entrar na recessão internacional o incentivo ao consumo, era diminuir o imposto de automóveis, refrigeradores de máquinas de lavar, fazia a segunda etapa da New Deal de Roosevelt como a primeira etapa do combate a recessão. Pois para quem não sabe no início do governo Roosevelt foram construídas grandes barragens e outras grandes obras públicas exatamente para criar mercado. Foram construídas tantas barragens, redes de distribuição de energia que não havia consumo, e para evitar este problema a New Deal chegou a financiar eletrodomésticos, ou seja, o governo norte-americano deu a possibilidade de uma dona de casa norte-americana de sair da beira do tanque e passar ao mercado de trabalho. Isto mesmo, o governo norte-americano depois de ter produzido energia agiu como as Casas Bahia ou Magazine Luísa.

    Porém o movimento foi inverso ao que foi executado no Brasil, primeiro a infraestrutura e depois o consumo. Lula sabiamente, numa primeira reação expandiu o crédito, ativou a economia, mas esqueceu de gerar energia. Quando entra Dilma, a mãe do PAC, começa realmente a inversão do movimento, porém a promessa da Copa, a incapacidade das prefeituras de geraram projetos factíveis e com alguma lógica, o lobby ambiental trancando cada movimento de criação de infraestrutura e mais alguns problemas, trancaram o que puderam as obras do PAC.

    Apesar de todo este movimento contra a geração de infraestrutura no Brasil, em que maus políticos incapazes de realizar alguma coisa, ambientalistas trancando tudo, MP acatando qualquer demanda absurda e empresários corruptos querendo tirar a sua casquinha, Dilma, a incompetente politicamente (não sei bem o que quer dizer isto!), levou adiante uma série de obras enquanto Lula fazia marketing internacional do seu governo. Resultado, no fim do governo Lula com todo o tempo que ele dispunha para fazer política e tendo por trás alguém que trabalhava, a popularidade do mesmo estava nos céus.

    O Poste, como os detratores da presidente, não tem ninguém com sua capacidade de levar adiante os projetos de reestruturação da infraestrutura, uma base de oportunistas montada nas eleições de Lula se aproveitou corretamente dos sucessos deste enquanto o PT via-se envolvido com mensalões e outras cuecas cheias de dinheiro, tudo para o caixa dois da campanha como todos os partidos fazem, porém como quem não tem o hábito nem amigos nos lugares certos, viu-se diminuída a sua importância na sopa de letrinhas que virou a base do governo.

    Como sempre, no primeiro sinal de incêndio, os ratos são os primeiros a abandonar o navio, nas contestações a Copa, saudada como a vitrine do novo Brasil, foi de novo torpedeada pela oposição tanto à direita quanto à esquerda e covardemente abandonada a sua defesa pela maior parte do PT. Olha quem relembra as festas que o presidente Lula e seu governo fez com a escolha do Brasil para a copa, parece que não foi o mesmo evento que ocorreu depois.

    Surge o 2013, uma manifestação contra os aumentos das passagens de transporte público algo que diz diretamente a gerência dos municípios, vira de forma enigmática uma contestação ao governo federal. Saindo a imagem deste degastada, com a reserva de popularidade obtida no nordeste e por a incompetência da oposição de colocar um candidato palatável, Dilma ainda consegue a reeleição.

    Agora vem o mais surpreendente de tudo, com fatos anteriores ao governo Dilma, em que a mesma poderia ter desfeito a gangue da Petrobras que já existia a décadas roubando a empresa e a nação, procura-se e não se consegue atrelar o nome Dilma ao escândalo, mas como este se estende durante o fim do seu governo e início do segundo, atribui-se a Presidente Dilma responsabilidades que ela nunca teve.

    Todas as pessoas com mais de dois neurônios no Brasil, sabem que Dilma não é a responsável pelo estado de coisas atuais, é só baixar ao povo, que tem muito mais que dois neurônios, mas tem pouca informação, que a tendência muda.

  32. Com cinco anos de atraso, o

    Com cinco anos de atraso, o véu caiu dos olhos do dono do blog, que foi um entusiasta de primeira hora da candidatura da burocrata obscura então ungida sucessora pelo Lula. A única culpa da Dilma, me parece, foi ter aceitado a indicação. Não duvido das suas boas intenções. Não tenho, até o momento, porque duvidar da sua honestidade pessoal. Suas ações, enquanto presidente, praticamente todas elas desastradas (o que dizer do programa de turismo estudantil remunerado chamado Ciência Sem Fronteiras?), parecem ter refletido sim aquela vontade genuína de melhorar o país. Mas antes mesmo de se eleger, para mim já estava claro que o cargo que pleiteava estava muito além do que sua pequena biografia pessoal lhe permitia almejar.

    Só acho estranho o dono do blog ainda acreditar que aquelas deficiências já bem visíveis em 2010 vão representar alguma vantagem para Dilma em 2015. Talvez porque tenha vontade de acreditar.

    1. Comentário completamente sem noção.

      A exemplificação que dás com o programa “Ciência sem fronteiras” mostra uma miopia espantosa da realidade e de uma total desinformação.

      Primeiro o programa “Ciência sem fronteiras” partiu de reivindicações de classes patronais que verificaram a necessidade de internacionalização do estudante de graduação brasileiro e posso dizer de depois de estar atualmente em meu trigésimo sétimo (37º) ano como professor de ensino superior posso dizer com a mais completa certeza, o programa “Ciência sem Fronteiras” é um dos programas mais exitosos de concessão de bolsas e viagens ao exterior que o governo brasileiro lançou.

      Me desculpe, mas vou ter que dizer que a tua ignorância sobre o assunto é imensa. O programa “Ciência sem Fronteiras” é baseado no Projeto Erasmus (vide https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Erasmus), é um programa de enorme repercussão de mobilidade acadêmica criado em 1987 pela Comunidade Europeia, que leva durante três meses a um ano alunos de universidades a outros países.

      O principal objetivo deste projeto é colocar em contato alunos de universidades de um determinado país com outros meios que o que ele está cursando. O objetivo não é basicamente que os alunos apreendam muita coisa, mas sim que verifiquem o que passa em outros meios e que a intercionalização da mentalidade deste alunos comecem precocemente.

      Ao se trabalhar com um aluno que passou pelo “Ciência sem Fronteiras” se verifica rapidamente a maturidade que um programa deste tipo cria na cabeça destes jovens, antes do “Ciência sem Fronteira” o aluno só tinha a oportunidade de fazer isto em dois casos, ou os seus pais eram ricos o suficiente para mantê-los no exterior, ou tinham que esperar o Doutorado para conseguir bolsas (bolsas de mestrado no exterior são raras). Passado este ano no “Ciência sem Fronteiras” o aluno mesmo que tenha tido um desempenho medíocre na instituição que ele cursou a sua visão de mundo modifica-se radicalmente, ele vê o que tem de bom e que deve ser copiado e vê o que tem de deficiente e perde a visão de cachorro vira-lata em relação aos países do norte.

      Caracterizar o programa “Ciência sem Fronteiras” de “turismo estudantil” e de “ação desastrada” é de uma tal IGNORÂNCIA DE DAR GOSTO,  há inclusive colegas da academia, mestres e doutores, que também o descrevem assim, geralmente são aqueles que gostam de alunos reprodutores de sua própria ignorância, ou seja, são profissionais que qualificam alunos pelos conceitos e notas que eles tiram por ter decorado as suas listas de exercícios.

      O que diferencia o nosso aluno do aluno Europeu, Norte Americano ou Asiático é o total desconhecimento do mundo lá fora ou mesmo o que ocorre em outras unidades acadêmicas no país, a MOBILIDADE ACADÊMICA no Brasil é irrisória, refletindo na pouca inserção na ciência e tecnologia internacional, países como a Coreia, China e outros “tigres asiáticos” há mais de 20 anos enviam LEVAS DE ALUNOS para o exterior, antes eles utilizavam bolsas fornecidas pelos governos dos outros países, resultando uma perda por completo do destino do aluno e pior, deixando os melhores cérebros nos países que os aceitavam. Hoje em dia o financiamento é dos próprios países e o resultado é muito melhor.

      É uma visão parva, tacanha e desinformada denominar programas de mobilidade acadêmica como “programas de turismo estudantil”, parece que não estamos num momento de globalização do conhecimento. Somente os alunos estudarem ou conhecerem professores que eles conhecem somente através de livros ou de publicações diversas, desmitifica a visão que se tem destes e mostra ao aluno que uma pessoa normal com fragilidades e potencialidades pode ter sucesso em termos de ciência e tecnologia, só isto já paga um ano no exterior, lembrando que após a sua formatura este aluno vai trabalhar mais quarenta anos no país, pagando tudo de volta o que nele foi investido.

  33. > Seu universo pessoal é

    > Seu universo pessoal é extremamente restrito, já que sua carreira política nacional começou apenas quando indicada Ministra de Lula.(…)

    E isso quando ela já tinha mais de 60 anos! Que sumidade era essa, que gerente pública excepcional era Dilma Roussef, que ficou “escondida” até quase a reta de chegada da aposentadoria?

  34. A crise econômica tinha e

    A crise econômica tinha e ainda tem tudo para ser passageira.  A crise econômica, que não é nem de longe a crise pela qual a Europa passou, só está parecendo importante pelo esforço da mídia corrupta e desse Congresso do atraso. Não foi Dilma quem elegeu esse Congresso, foi essa classe média que odeia pobre, que gosta de sonegar e de apoiar corruptos e religiosos fundamentalistas.

    Não fosse a mídia golpista e esse Congresso que nos envergonha, passada a crise econômica a avaliação de Dilma subiria rapidamente.

    O que fez realmente falta foi um Ministro da Justiça forte e competente.

  35. REFLEXÕES SOBRE A LIDERANÇA DE DILMA ROUSSEF

    Caro Nassif, há menos de dois dias, você publicou um artigo sugerindo que Dilma cuidasse apenas de grandes programas, e Temer fosse o presidente de fato (a presidente seria uma espécie de rainha da Inglaterra). Ponderamos que não temos um regime vice-presidencialista, que eleição é para ser respeitada e que quem votou em Dilma, quis Dilma, não Temer na cabeça de chapa. 

    Aí, a Rede Globo, talvez em sintonia com grandes anunciantes/players, deu a senha: não é para ter impeachment. Vamos supor que tal evento dê um refresco ao governo. Isso torna agora Dilma “o cara” e faz desaparecer Temer como figura importante de estabilidade política, especialmente em relação ao seu inefável partido? Dilma passou/voltou a ser a salvadora da pátria? Cremos que não. Se o PMDB não for bem trabalhado, no way.

    Noto também que nesta nova postagem, você passa (ao menos para mim – e se não for para outras pessoas, queiram me desculpar) a impressão de que a presidente seria “quase provinciana”; mesmo assim, no seu “quase provincianismo”, ela seria a pessoa capaz de unir a todos. Ou seja, antes, Temer seria o  grande elo de união, e agora, Dilma é “o cara”. A grande liderança que salvará o Brasil das profundezas do abismo, exatamente por que “ela é, mas não é realmente”. O problema é combinar com os laterais direito e esquerdo.

    Quem votou em Dilma, votou no PT como cabeça de chapa. E quem não votou nela, a vê como PT. Dito de outra forma, Dilma Roussef não é uma figura politicamente solta, ela tem lado, tanto para os seus eleitores quanto para os não-eleitores. A eleição foi, no fundo, um grande contrato psicológico firmado sobre essas bases. Qual é a implicação disso? Ela realmente deve procurar exercer sua liderança e lutar pelo Brasil, trazendo/debatendo/implantando planos e programas, mas não com essa lógica de ser líder solta, sem compromisso com nada nem ninguém. Aí não, né? E o eleitorado dela, como é que fica?

     

     

     

  36. Até quem enfim…  esse

    Até quem enfim…  esse analfabeto esclarecido(o maior elogio que recebi na rede) finalmente volta a concordar com você… pra quem você é um guru… a transição do governo Dilma tanto para PT e PSDB, o Partido dos Trabalhadores se elegeu para o quarto mandato e talvez saia antes de acabar… A Presidenta pode não renunciar ao cargo só que deixará claro que não faz parte de nenhum partido… como as marchas de Junho será anti politica…. sinal de um novo tempo…

  37. Sobre Dilma, Governo, Na Globonews há excelentes entrevistados

    às vezes. Painel, mesmo com o raivoso, mas alfabetizadíssimo William Waak (sábado, com reprise no domingo noutro horário) e outroprograma “Entre Aspas”, parece (esqueço o nome) com Mônica Waldvogel semana passada com José Álvaro Moisés (fundador de um certo partido) e (aaargh) Aldo Fornazierri, este útlimo até que, por descuido, teve boas colocações. Programas que poucos vêem (digo, a população) , como tb não vêem os que  botam a Globo e sua GLobonews e seus empregados tudo num saco só. E ficamos só num lugar, só num canto, só com as mesmas articulações, os mesmos artigos, variando o tom, a forma, e outros artifícios de retórica. E a-do-ra-mos!…

  38. Dilma é PT e grata ao Lula e

    Dilma é PT e grata ao Lula e vice-versa. A força de Dilma está na sua integridade, na sua capacidade de realização e no seu SILÊNCIO, que a tantos inccomoda!! E com esse seu jeito de ser, ela superará os desafios que se fazem presente, cumprirá seu mandato, dará a volta por cima e, de quebra, entregará a faixa presidencial a….. LULA!!! Quem viver, verá.

  39. Entender Dilma não é tarefa
    Entender Dilma não é tarefa fácil. Aqui em Brasília já conversei com pessoas que trabalham diretamente com a Presidência da República. São desde militares ligados à segurança, ou a

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