A tacada da diretoria da Petrobras com os fundos-abutres norte-americanos, por Luis Nassif

Maior Progresso de Todos os Tempos e Voltam-se à Velha Corrupção

Só para ilustrar, se tivesse falando em obra, equipamento ou serviço, na prefeitura de ‘Maçabambú do Mato Adentro’, poderia valer o racíocinio do sobrepreço, mas com a evolução dos orgãos de controle, correria-se riscos, daí que se Maçabambú existisse e o prefeito desejasse fazer caixa político ou pior, pessoal, provavelmente valeria-se da contratação de atrações artísticas, de mídia e/ou consultorias, mais complexas e difíceis de serem controladas.

Mas no caso da Petrobras, havia um tal de sistema de controle de preços ‘com trocentas camadas’, que segundo todos os depoentes e não depoentes, acusados ou não, na lavajateira, com conhecimento de Petrobras, diziam-no ‘um capeta’, não havia como dribla-lo e interferir nos preços, tanto que espertamente, como pode verificar no comentário do Nilo Filho, abaixo, o ‘imparcial’ de Curitiba, sabendo disso, tratou logo de deixar claro que nem estava levando em conta em suas sentenças ter havido ou não sobrepreço, por que sabia e sabe, que não houveram, daí a propina ter saído da margem de lucro das empresas fornecedoras e considerarem isso como corrupção, mesmo com obras, equipamentos, serviços, etc., contratados e pagos, mostrarem-se necessários e adequadamente dimensionados e especificados, sabendo-se que não apontaram nada de irregular sobre esses aspectos, a não ser a exceção, Pasadena, sabidamente superavitária. Quanto a destinação e preferências, as obras eram tantas, conforme depoentes e fatos, que não houve uso do expediente. Daí o absurdo dessa multa a ser paga aos ‘fundos abutres gringos, pois a Petrobras é vitima da lavajateira e não leviana com investidores.  

Portanto, essa margem da empresa destinada a ‘facilitadores em geral’, quando envolve entidades e agentes, públicos e políticos, é o que nos Estados Unidos chamam, ‘lobby’, e quando envolve entidades e agentes da iniciativa privada, é o que  chamam, ‘propina’, condenável em certos casos e locais e legal em outros casos e locais.

Passando a régua: A operação Lavajateira sempre teve por objetivo único, desde março de 2014, apear o PT do governo e inviabiliza-lo quanto partido político, mas falharam, o povo se deu conta, cada dia mais, e agora, para tentarem manter o golpe, com ou sem o calendário eleitoral, não basta o 24 de janeiro em que tentarão alijar Lula da disputa eleitoral, menos ainda o ‘parlamentarismo travesti’ da dupla, ‘Zé Bolinha & Toga Falante’, e ainda menos, o anacrônico e esclerosado ‘golpe militar’, como último recurso, pois apodreceria em meses.

Acabou, perderam, ao não combinarem com o povo, é apenas questão de tempo…

É um fato que pouca gente

É um fato que pouca gente conhece, ou seja, grande parte do que se paga a título de propina sai do lucro do fornecedor.

É sempre bom lembrar que, no caso da Petrobrás, boa parte dos produtos e serviços adquiridos não são encontrados em supermercados, ou seja, cada contrato é unico. E os valores dos contratos são altíssimos. Numa operação de R$ 1 bilhão, por exemplo, se o lucro for de 10%, estamos falando de R$ 100 milhões. Mesmo abrindo mão de até 5%, o lucro continua muito bom.

Fui gerente de bando em Brasília até o inicio dos anos 90, com grande relacionamento com estatais e orgãos do governo. E essa era basicamente a regra. (Naquela época, como todos sabem, não havia corrupção)

Ah, antes que esqueça, a propina era de 10 a 20%. Na antiga Cobal, por exemplo, você pagava 10% para vender seu produto e 10% para receber.

Ferruccio Gobbo,
As negócios

Ferruccio Gobbo,

As negócios não se deram assim como imaginado em seu comentário.

A Petrobrás tinha – como outras empresas – um padrão de contratação de obras e serviços a se saber: um valor mínimo e um valor máximo. Abaixo do mínimo a obra não era contratada pelo risco de inexiquibilidade. Acima, por excessivo.

O próprio Moro sabia e reconhecia esse padrão de enquadramento. Ele próprio o descrevia em suas repetidas e extensas sentenças:

“(…)

171. Esclareça-­se que A PETROBRÁS TEM COMO PADRÃO ADMITIR A CONTRATAÇÃO POR PREÇO NO MÁXIMO 20% SUPERIOR A SUA ESTIMATIVA E NO MÍNIMO 15% INFERIOR A ELA. ACIMA DE 20% O PREÇO É CONSIDERADO EXCESSIVO, ABAIXO DE 15% A PROPOSTA É CONSIDERADA INEXEQUÍVEL. ESSES PARÂMETROS DE CONTRATAÇÃO FORAM DESCRITOS CUMPRIDAMENTE EM JUÍZO POR VÁRIAS TESTEMUNHAS, CONSTANTO AINDA EM DOCUMENTOS OFICIAIS DA PETROBRÁS, ALÉM DE NÃO SEREM CONTROVERSOS”

Fonte: AÇÃO PENAL No 5012331-04.2015.4.04.7000/PR

 (destaques no texto meus)