São curiosos os movimentos entre o arco liberal – Mídia, Mercado, Supremo – e Jair Bolsonaro, uma linha única que vem desde Michel Temer. Há um pacto tácito, em torno dos negócios da privatização. Este é o elo central. Depois, há os fatos secundários, quase irrelevantes, como o genocídio de dezenas de milhares de brasileiros, a fome se alastrando por todo o país, o país se tornando pária mundial, os problemas com o meio ambiente, o desmonte do Estado. Para esse pessoal, tudo são detalhes.
Para não dizer que não falei das flores – diria a direita liberal -, tentaram apostar em alguns factoides, Sérgio Moro, Luciano Huck. E, na atual conformação política, em uma criação improvável, o presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Durante algum tempo, Maia foi apresentado como o contraponto univitelino de Paulo Guedes, ambos disputando quem entregaria mais, melhor e primeiro ao mercado. Toda disputa tinha como foco exclusivo conquistar o troféu de preferido do mercado. Foi feito um trabalho tão apurado de marketing político que, durante algum tempo, Maia foi erigido à posição de grande estadista, o político capaz de segurar Bolsonaro.
Era apenas uma estátua de gelo, que derreteu no primeiro teste com a realidade política.
E agora? Tem-se um presidente genocida com controle do Congresso, há dois anos armando suas milícias privadas, cooptando as Forças Armadas.
A maneira como Bolsonaro trata seus aliados de ocasião, os liberais, lembra uma canção de Chico Buarque.
Sob Medida
Chico Buarque
Se você crê em Deus
Erga as mão para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
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Esqueceu a principal força bruta de apoio ao genocida: PMs e milicias, pelo menos algumas do Rio.
Bolsonaro, aquele que recebia dinheiro de formas suspeitas quando deputado, "para comer gente", agora com a chave dos cofres, suas ambições, delírios e necessidade de encobrir os malfeitos familiares, vai surfando na bagunça que ele mesmo gosta de provocar. Já tinha afirmado por aqui que, 2021 iria fazer a muitos terem saudades de 2020. E só está começando o longo ano.
Não há sai da. Há mais de um ano venho importunado Macron, Putin e Boris Johnson pelo Twitter. O bolsonarismo terá que ser destruído com mísseis na primeira guerra mundial declarada por razões ecológicas.
Uma enorme organização criminosa, trabalhando exclusivamente para o mercado, logo contra o Brasil, nos três desmoralizados "poderes" institucionais e na mídia hegemônica. Tudo isso com os aplausos da "boiada" cada vez mais imbecilizada e o consentimento tácito dos que percebem o assalto e nada fazem.