Brasileiros que afirmam sentir medo da polícia são a maioria no país, aponta Datafolha

Cerca de 63% da população entrevistada afirma estar ciente sobre os casos de violência policial em São Paulo

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

De acordo com o último levantamento realizado pelo instituto de pesquisas Datafolha, cerca de 51% da população brasileira acima dos 16 anos, relatam sentir mais medo do que confiança na polícia.

A pesquisa que foi divulgada neste último domingo (21) também mostra que os demais – 46% – afirmam confiar mais na polícia do que temê-la.

O instituto relatou ter entrevistado 2.002 pessoas, a partir de seus 16 anos, em 113 municípios, entre 12 e 13 de dezembro deste ano, podendo ter uma margem de erro de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Os dados estratificados mostram que o temor em relação às autoridades é maior entre mulheres (56%) do que entre homens (52%). No quesito cor de pele, 59% dos que se declaram pretos dizem temer mais do que confiar na política, enquanto entre brancos esse índice é de 45%.

Os eleitores do presidente Lula (58%), sentem mais medo da polícia do que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (40%). A margem de erro nesses segmentos pode variar de 3 a 5 cinco pontos percentuais.

Na relação de pessoas que confiam na equipe policial, os números mais altos aparecem entre os homens, com 52%, contra 40% entre as mulheres. Outro número alto que podemos destacar, apareceu entre moradores da região Sul, com 57%. As margens de erro nesses segmentos variam de três a seis pontos.

Essa pesquisa é divulgada justamente em meio a um momento delicado na região de São Paulo, que nas últimas semanas vem enfrentando uma sequência de casos de violência policial.

Como o caso do policial que foi flagrado por gravações no momento em que jogava um homem em um córrego na Cidade Ademar, na zona sul da capital paulista. Ou quando um PM matou um estudante de medicina com um tiro dentro de um hotel na Vila Mariana, também na zona sul. Também podemos citar o caso do policial de folga que matou um rapaz de 26 anos com 11 tiros no Jardim Prudência, na zona sul. 

Também de acordo com informações do Datafolha, cerca de 63% da população entrevistada afirma estar ciente sobre os casos de violência policial em São Paulo – 34% deles se denominam como bem informados; 25%, mais ou menos informados, e apenas 4%, mal informados. E também existe a parcela de 37% que declarou não ter conhecimento algum sobre os casos – entre os que têm 16 a 24 anos, o índice sobe para 56%.

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4 Comentários

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  1. Com a polícia que temos hoje, qualquer cidadão está sob suspeita, e se algum policial resolver atacar alguém pelo simples motivo de não gostar da pessoa, ele vai faze-lo impunemente, sob qualquer alegação, agredindo, subtraindo documentos e, ou, incriminando-a falsamente de qualquer delito . O problema surge como consequência de uma alteração legislativa que permitiu que policiais possam figurar como testemunhas em casos de apreensão ou ataque a pessoas em qualquer circunstância. Medo, todo cidadão deve ter medo sim, da polícia tanto quanto já se teve nos anos da ditadura.

  2. Hehehehe…

    A esquerda e seus mitos…

    Sendo a polícia um instrumento de contenção de classe, no país mais desigual do planeta, qual seria o sentimento que a polícia deveria inspirar?

    Ah, sim, os esquerdiotas brasileiros acreditam que é possível uma polícia de bons modos nesse capitalismo periférico.

    E que, sim, há democracia no capitalismo.

    Pois é…

    Aí buscam o unicórnio amarrado no fim do arco-íris…

  3. A pesquisa só confirma o que de um modo geral, é o que sentimos, e não é de agora, é desde o tempo do Brasil colônia. Do ponto de vista das classes dominantes, essa polícia tem a função de assustar e reprimir pela violência ilimitada e com a proteção divina do deus mercado.

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