Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

16 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Empresas fazem doações para

    Empresas fazem doações para até oito partidos na mesma eleição

    Análise feita pelo site Política Aberta revela que maioria contribui com pelo menos três partidos, evidenciando que modelo eleitoral dá margem para interessados em contratos, não em projetospor Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 17/01/2014 15:17, última modificação 17/01/2014 15:32Comments  Site

    Brasília – A equação mostra a intrincada relação entre financiamento privado de campanhas, administrações públicas e interesses privados. Mas nem por isso tem sensibilizado governantes e legisladores, salvo exceções. De acordo com o site Política Aberta, lançado recentemente, com dados comparativos sobre financiamentos feitos pela iniciativa privada a partidos e candidatos em 2012, a maioria das empresas que fizeram doações beneficiou em média três partidos ao mesmo tempo.

    Os dados oficiais sobre as doações de 2012 já estão no site do Tribunal Superior Eleitoral. E o trabalho do site aponta em que medida muitas das empresas doadoras prestam serviços governamentais no mesmo ano da doação (em projetos que já estavam em fase de execução), tendo continuidade nessa prestação na administração pública durante os anos subsequentes.

    De um total de 55.744 empresas que fizeram contribuições eleitorais, 53.454 doaram para três partidos, 913 preferiram destinar recursos para quatro partidos e 519, a cinco. Mas houve até quem extrapolou: 294 empresas se destacaram por doar para seis legendas e 119 chegaram a financiar oito numa mesma eleição. A conduta é uma evidência de que as empresas não investem em programas de governo em sintonia com suas crenças e negócios, mas apostam em futuros contratos.

    E o volume de doações pode ter sido maior, porque segundo o organizador do site, Gustavo Oliveira, muitos grupos da iniciativa privada utilizam várias pessoas jurídicas para fazer as doações, dentro da contabilidade do grupo. O que faz com que, algumas vezes, as contribuições não sejam identificadas de imediato como provenientes de determinado grupo empresarial.

     

    REPRODUÇÃOSetembro 2013Financiamento eleitoral por empresas privadas e seu prejuízo à democracia foram tema da RdB

    Em reportagem da edição de setembro do ano passado, a Revista do Brasil já mostrava exemplos disso, como o Bradesco, que além de ter feito doações pelo Banco Alvorada, também distribuiu recursos para os partidos por meio do Bankpar e pela da Tempo Serviços – empresas pertencentes ao grupo. Também são observadas doações do mesmo estilo pela Vale e pelo grupo Braskem. Esse tipo de doação não é ilegal e é feito, muitas vezes, de acordo com a contabilidade de tais grupos empresariais, mas dificulta uma comparação mais detalhada sobre procedência e destino dos recursos.

    Dentre as 100 pessoas jurídicas que mais doaram para campanhas nas eleições de 2012, destaca-se a Construtora Andrade Gutierrez, responsável pela distribuição de R$ 81,1 milhões. A centésima da lista, a Construtora Colares Linhares, doou R$ 2,1 milhões. As cem maiores financiadoras foram responsáveis pela destinação de R$ 769,1 milhões para campanhas diversas, 41% do total (R$ 1,8 bilhão).

    Dentre as dez empresas que mais doaram figuram, depois da Andrade Guiterrez, a Construtora Queiroz Galvão (R$ 52,1 milhões), Construtora OAS (R$ 44 milhões), Camargo Correa (R$ 32,9 milhões), Vale Fertilizantes (R$ 30,4 milhões), E.V.Teixeira (R$ 28,5 milhões), Banco BMG (R$ 24 milhões), Praiamar Indústria Comércio e Distribuição (R$ 22,4 milhões), JBS (R$ 20,2 milhões) e Construtora Norberto Odebrecht (R$ 19,4 milhões).

    No mesmo ano, foram contratadas 135.963 empresas, tanto pelo governo Federal como por governos estaduais. Boa parte destas – em muitos casos – são as tais ramificações destes grupos empresariais responsáveis pelas contribuições. “Isso evidencia a relação existente entre patrocinar campanhas e receber benefícios”, afirmou Gustavo Oliveira.

    Mais transparência

    Advogado formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Oliveira faz doutorado em Administração Pública na Universidade de Illinois, em Chicago, e é pesquisador associado ao Centro de Ética de Harvard (Massachusetts). O site compila dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Controladoria Geral da União (CGU) e demais órgãos públicos. O objetivo, como diz Oliveira, é permitir às pessoas tirar suas próprias conclusões.

    O pesquisador diz que tomou como estímulo para desenvolver a ferramenta a declaração feita no ano passado pelo ministro Luis Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), quando, numa das sessões de julgamento da Ação Penal 470, afirmara: “É legitimo que uma empresa financie um candidato ou partido por representar seus ideais. Mas muitos doam para dois partidos. Que ideologia é essa em que você apoia de um lado e apoia do outro? Faz-se isso por medo ou por interesse?”

    Interface com cidadãos

    Gustavo Oliveira considera difícil chegar a uma solução para essa contradição ética sem pressão da sociedade. E se diz favorável à centena de entidades da sociedade civil que defende o fim das doações de empresas privadas como ponto de partida de uma reforma política. “Ainda vigora a impressão junto à população de que basta eleger um salvador da pátria e, de cima a baixo, o governo passará a ser bom. Isso não é verdade e tem sido constatado. É preciso que as pessoas se organizem para pedir por uma mudança, mas o governo também tem sua responsabilidade”, observa.

    Em seu relatório sobre a pesquisa, Oliveira enfatiza que o site Política Aberta, que entrou no ar em dezembro e ainda está em fase experimental, em vez de prover análise acadêmica de dados fornece uma interface de fácil utilização.“Esperamos que este site ajudar os cidadãos brasileiros a entender a influência indevida de dinheiro privado na política brasileira – e os estimule a batalhar para uma mudança”, destaca.

    Desde que a reforma política e o financiamento privado de campanhas passou a ser discutido de forma mais abrangente pelo Congresso Nacional e entidades organizadas, empresários têm evitado falar sobre o tema, inclusive parlamentares que representam a bancada empresarial. Ontem (16), a RBA procurou três empresas: a OAS, o Bradesco e a Construtora Andrade Gutierrez para falar sobre seus critério para fazer contribuições e como analisam as críticas ao modelo. Apenas a última retornou, limitando-se a responder que faz doações de acordo com o que a legislação permite.

    ________________________________

     

    30 Maiores doadores de campanha (2012, em R$)

     

     

     

    1. CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ – 81.165.800,00
    2. CONSTRUTORA QUEIROZ GALVAO – 52.135.000,00
    3. CONSTRUTORA OAS – 44.090.000,00
    4. CONSTRUCOES E COMERCIO CAMARGO CORREA – 32.990.000,00
    5. VALE FERTILIZANTES – 30.470.000,00
    6. E.V. TEIXEIRA – 28.500.009,08
    7. BANCO BMG – 24.008.000,00
    8. PRAIAMAR INDUSTRIA COMERCIO & DISTRIBUICAO – 22.410.000,00
    9. JBS – 20.210.000,00
    10. CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT – 19.450.000,00
    11. U T C ENGENHARIA – 17.973.149,00
    12. CARIOCA CHRISTIANI NIELSEN ENGENHARIA – 15.282.000,00
    13. GALVAO ENGENHARIA – 11.697.000,08
    14. CONTAX – 11.495.000,00
    15. BANCO ALVORADA – 10.250.000,02
    16. ITAU UNIBANCO – 10.198.222,50
    17. BRASKEM – 9.800.000,00
    18. COIMBRA IMPORTACAO E EXPORTACAO – 9.260.187,23
    19. TEMPO SERVICOS – 8.880.000,00
    20. BANCO BANKPAR – 8.740.000,00
    21. LEYROZ DE CAXIAS INDUSTRIA COMERCIO & LOGIS – 7.910.000,00
    22. JBS CONFINAMENTO – 7.600.000,00
    23. CONSTRUTORA BARBOSA MELLO – 6.994.000,00
    24. JSL – 6.950.000,00
    25. OAS – 6.750.000,00
    26. BANCO SANTANDER (BRASIL) – 6.500.600,00
    27. SERVENG CIVILSAN S A EMPRESAS ASSOCIADAS – 6.480.000,00
    28. CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT BRASIL – 6.090.000,00
    29. CASCAVEL COUROS – 5.600.000,00
    30. GERDAU COMERCIAL DE ACOS – 5.346.400,00
    Fonte: site Politica Aberta

    http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/01/empresas-que-mais-financiam-campanhas-optam-por-doacoes-para-tres-partidos-8005.html

     

  2. Pela primeira vez uma transexual ocupa um cargo político em Cuba

    http://revistaforum.com.br/blog/2014/01/pela-primeira-vez-uma-transexual-exerce-na-politica-revolucionaria-em-cuba/

    Adela foi eleita para exercer a função de delegada no povoado de Caibarién

    No Diário Liberdade

    José Agustín Hernández é em realidade Adela, a primeira transexual que ocupa um cargo político na história de Cuba, foi eleita por seus vizinhos como delegada, uma espécie de vereadora autárquica do Poder Popular.

    Vive no povoado de Caibarién, da província de Vila Clara, no centro-norte da ilha. Depois de um ano de exercer seu mandato, aceitou uma entrevista com Público para fazer um balanço de seu gerenciamento.

    Os delegados e deputados em Cuba não são políticos profissionais, vivem de um trabalho normal e exercem seu mandato sem receberem dinheiro. Foi esse trabalho o que lhe deu muitos votos a Adela, “enfermeira com um pós-grau de electrocardiograma e pertenço ao corpo de guarda”, explica. “Normalmente toca-me atender casos graves e trato de estabelecer um relacionamento humano com os pacientes e seus familiares. Graças a isso, veem-me como um ser humano também eles a mim e entendem que a preferência sexual da cada um não tem importância”, prossegue.

    Por eleição popular direta e secreta, converteu-se na representante política e administrativa de seu bairro, “toca-me atender a necessidade de minhas mais de 500 eleitoras e eleitores, mas também sob minha responsabilidade tenho duas lojas em que se vendem os alimentos “normados” (subvencionados), uma peixaria, um consultorio médico e 3 escolas. Tive bastante sucesso, tendo em conta que fizemos sete gerenciamentos ante os organismos do Estado e todas foram respondidas positivamente”, explica.

    A pauladas com a burocracia

    Diz Adela que “a outros delegados os diretores dos organismos e empresas do Estado lhes respondem através de um secretário, mas a mim atendem-me pessoalmente, porque sabem que se for preciso apelo a qualquer nível”. Agrega que “quando um dirigente me dá uma resposta que não me convence, não a dou como válida, pedem-me que assine, mas nego-me porque se a mim não me convencem menos a meus eleitores”. E os dirigentes de aqui sabem que “o mesmo posso conversar que brigar”.

    Um dos conflitos foi com a empresa elétrica de iluminação do Passeio Martí. “Diziam-me que não tinha recursos e quando lhes disse que apelaria à capital da província e a Havana apareceu todo o que fazia falta. Não há muito, um dirigente fechou o local onde se reunia a comunidade gay de Caibarién, dizia que “por ordens de cima”. De modo que comecei a subir averiguando quem dava a ordem. Nunca dei com o responsável, mas o centro reabriu”.

    Conta que também faz gerenciamentos com seus eleitores, labor social para a comunidade. “Por exemplo, em minha zona há uma menina “jinetera” (prostituta) e ficou grávida. Como tinha risco, foi transladada a uma clínica pré-natal com boa alimentação e atendimento médico permanente. O problema é que ela se foi do centro e Saúde Pública pediu-me que tentasse convencer ela para que regressasse. Após muito falar com paciência e humanidade consegui que voltasse ao lar materno”.

    Direto à política

    Adela vive em um bairro marginal de Caibarien e, antes de ser delegada, foi presidenta de um Comitê de Defesa da Revolução durante 29 anos. Sendo muito jovem esteve presa por suas preferências sexuais, foi denunciada pelo seu próprio pai, quem a maltratava. Mas nada conseguiu. “Marquei a meta de que ninguém me possa dobrar, que ninguém possa me obrigar a fazer o que eu não queira. Eu sou um ser humano igual que qualquer um, mas não me detenho em frente às dificuldades, pelo contrário, os obstáculos fazem-me crescer e sentir mais confiança em mim mesma”, relata.

    Acrescenta que “nada pôde mudar meus ideais, nem os maltratos nem os insultos nem os golpes alteraram meus sentimentos para esta revolução. Eu não posso seguir arrastando rancores por meus sofrimentos porque todo país comete erros e Cuba os cometeu conosco, mas teve a ousadia de o reconhecer. Agora eu tenho o direito de escolher como vou viver, a tal ponto que daqui a pouco tempo me darão um novo bilhete de identidade onde se me reconhece mulher”.

    Olhando para o futuro, explica que Cuba está mudando muito, tanto que “Mariela (Castro) disse que em um dia não vai ser necessário o CENESEX (Centro Nacional de Educação Sexual que Protege os Direitos da Comunidade LGBT). Eu também espero que isso aconteça, que em um dia já não seja necessário defender nossos direitos. E por esse caminho é possível que “chegue a ser deputada depende de como evolua no posto de delegada para ser candidata à província e depois ser proposta para a Assembleia Nacional. Eu como revolucionária estou disposta a chegar até ali se o país me precisar e os cubanos me elegerem”.

     

  3. A militarização não é boa para o policial nem para o cidadão

    http://revistaforum.com.br/blog/2013/07/tulio-vianna-a-militarizacao-da-policia-nao-traz-beneficio-nenhum-nao-e-boa-para-o-policial-e-pessima-para-o-cidadao/

    Túlio Vianna: “A militarização não é boa para o policial e é péssima para o cidadão”

    Em aula pública, o professor de Direito Penal da UFMG afirmou que este é o momento ideal para colocar em pauta a desmilitarização das polícias

    Por Felipe Rousselet  

    No vão do Masp, Prof. Dr. Túlio Vianna ministrou aula pública sobre a desmilitarização das policias (Foto: Felipe Rousselet)

    Nesta segunda-feira, 1, foi realizada no vão do Masp, em São Paulo, uma aula pública sobre a desmilitarização das polícias. Organizada pelo Acampa Sampa, a atividade contou com a palestra do professor doutor Túlio Vianna, que leciona a disciplina de Direito Penal na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) edefende a desmilitarização das políciascomo uma forma de reduzir a violência policial. Cerca de 100 pessoas participaram da aula pública.

    “Quando a gente fala em desmilitarização da polícia, muita gente não entende o que estamos querendo dizer. Acha que a gente quer que a polícia ande desarmada. Outros pensam que o problema é a farda. Não tem nada disso. O problema do militarismo é que a sua lógica é de treinar soldados para a guerra. A lógica de um militar é ter um inimigo a ser combatido e para isso faz o que for necessário para aniquilar este inimigo”, ponderou. “A polícia não pode ser concebida para aniquilar o inimigo. O cidadão que está andando na rua, que está se manifestando, ou mesmo o cidadão que eventualmente está cometendo um crime, não é um inimigo. É um cidadão que tem direitos e esses direitos tem de ser respeitados”, defendeu Vianna.

    O professor de Direito Penal afirmou que a violência começa no treinamento do policial, o que depois é refletido na sua atuação ostensiva nas ruas dos grandes centros urbanos brasileiros.

    “O treinamento da PM é absolutamente violento. Ele é feito para ser violento. O sujeito passa em um concurso e é submetido a rituais próprios do militarismo que retiram a sua individualidade, muitas vezes por meio de humilhação. O que acontece, ele aprende desde cedo que tem um valor a ser respeitado, a hierarquia, a obediência. Quando a sociedade opta por uma polícia militar, o que essa sociedade quer é uma polícia que cumpra ordens sem refletir. É claro que quando se dá um treinamento onde o próprio policial é violentado, como vou exigir que esse indivíduo não violente os direitos de um suspeito?”, questionou.

    “A lógica dele é muito racional. Se existe uma hierarquia, você tem um coronel, um capitão, um tenente e chega lá no soldado. E quem está abaixo do soldado? Os únicos que estão abaixo do soldado somos nós, os civis. E abaixo dos civis somente mesmo os ‘bandidos’, ‘marginais, ‘vagabundos’ e ‘subversivos’, ‘vândalos’ e ‘manifestantes’. Ou seja, todo mundo, que na visão maniqueísta dele, vê como inimigo”, explicou Vianna. “O policial aprende que o valor máximo não é o respeito aos direitos, à lei, e sim a hierarquia, a obediência. ‘Manda quem pode, obedece quem tem juízo’, é isso que ele aprende sempre”, completou.

    Vianna falou de como outros países formatam a suas estruturas policiais e declarou que o modelo brasileiro de polícia ostensiva e militarizada é único no mundo. “Na forma que nós temos hoje, com uma polícia separada entre uma polícia militar, no policiamento ostensivo, e uma polícia civil, que é de investigação, só no Brasil. Nos Estados Unidos e Inglaterra as polícias são 100% civis. Em alguns países da Europa existem polícias militares, mas não na forma que é concebida no Brasil. Por exemplo, na França, Portugal e Itália, a polícia militar é reservada para áreas rurais, áreas de fronteira afastadas dos grandes centros urbanas. E elas têm a função principal de proteger fronteiras, de proteger estas áreas de ameaças externas”, explicou.

    Jovens ocuparam o vão livre do Masp para discutir a desmilitarização das policias no Brasil (Foto: Felipe Rousselet)

    Outra crítica de Vianna à militarização da PM é o código penal próprio aplicado para policiais que cometem delitos. “É muito cômodo você ter uma justiça que te julga pelo seus próprios pares. Quando a gente pensa em acabar com o militarismo não é acabar com o uniforme. É acabar com o treinamento militar, com o código penal militar, é acabar com a estrutura e a lógica militar. Nós temos que pensar em uma polícia cidadã. E para ser uma polícia cidadã, temos que pensar, em primeiro lugar, em respeitar o direito do policial ser cidadão”, defendeu o professor de direito penal.

    Vianna também afirmou que o argumento de que o militarismo impede a corrupção por parte da polícia é errôneo. “O que é garantia contra a corrupção é uma corregedoria forte. Principalmente uma corregedoria com controle externo. Corregedoria com controle interno não garante nada”, defendeu.  Segundo o professor, a militarização da polícia não traz nenhum benefício. “Ela não é boa para o policial militar e é péssima para o cidadão. Ela é péssima porque não é garantia de absolutamente nada. Não garante um polícia melhor e menos corrupta. Só é garantia de uma polícia violenta porque o treinamento é violento”.

    Para Vianna, a repressão brutal contra as manifestações em todo o Brasil criou um momento propício para discutir a desmilitarização da PM. Segundo o professor, a violência que a polícia sempre impôs aos pobres afetou também a classe média. “Agora é o grande momento de colocar em pauta a desmilitarização. A PM sempre foi violenta, foi violenta contra os pobres e ninguém nunca se preocupou. Se você tem uma nota falando que 20 morreram na favela, o ‘cidadão de bem’ que está em casa pensa ’50 traficantes a menos, a PM está fazendo seu trabalho’. Agora se aparece uma jornalista de um grande jornal, com o olho todo detonado, uma violência extremamente grave e que evidentemente não está legitimada, isso choca muito mais que 20 morrendo na favela. O cara que está em casa pensa ‘podia ser eu, minha filha, meu irmão’. E ai é a hora de colocar em pauta a desmilitarização da polícia”.

    Por fim, o professor da UFMG afirmou que o primeiro passo em direção da desmilitarização da PM é a pressão da sociedade para que o Congresso aprove a PEC 102, que autoriza os Estados a desmilitarizarem a PM e unificarem suas polícias.  “No caso da Polícia Militar, como ela é prevista na Constituição, é necessária uma proposta de emenda constitucional conhecida como PEC para que a polícia seja unificada e civilizada. Já existe uma proposta de emenda constitucional, a PEC 102, que não faz especificamente a unificação e a desmilitarização, mas autoriza que cada estado federado possa fazê-lo caso julgue necessário”, explicou.

    Após a palestra, os participantes da atividade se reuniram em pequenos grupos para discutir a desmilitarização e propor ideias para fortalecer esta pauta. Entre as sugestões do público, foi unânime a ideia de que atividades como a ocorrida no vão do Masp devem acontecer também nas periferias, onde a polícia mostra sua face mais violenta.Também surgiram iniciativas que visam dar visibilidade à pauta da desmilitarização, como grupos em redes sociais e sites que aglutinem denúncias de abusos cometidos pela PM e conteúdo favorável à desmilitarização das policias.

    (Foto de capa: Mídia NINJA)

     

  4. ONU teme violência e tortura contra gays na Nigéria

    [O importante a notar é que o discurso é de que a lei foi adotada “democraticamente”… e em 2013!] 

    http://oglobo.globo.com/mundo/onu-teme-violencia-tortura-contra-gays-na-nigeria-apos-lei-que-proibe-relacoes-de-pessoas-do-mesmo-sexo-11308981

    ONU teme violência e tortura contra gays na Nigéria após lei que proíbe relações de pessoas do mesmo sexo

    Mais de 40 pessoas já foram presas no país desde o Natal ‘suspeitas de serem gays’; Secretário-geral teme que preconceito prejudique campanhas contra doenças sexualmente transmissíveis
     

     
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em reunião no Kuwait
Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP

    O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em reunião no Kuwait Pablo Martinez Monsivais/AP

    NAÇÕES UNIDAS – O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon expressou profunda preocupação nesta quarta-feira com a nova lei nigeriana que criminaliza relações entre pessoas do mesmo sexo. Segundo seu gabinete, gays presos podem ter sido torturados no país.

    Há temores de que a legislação possa alimentar o preconceito, a violência e obstruir uma resposta efetiva ao vírus da Aids.

    O projeto de lei, que coloca penas de até 14 anos de prisão e proíbe o casamento gay – além de vetar qualquer organização de grupos de direitos dos homossexuais – foi aprovado pela Assembleia Nacional em maio passado e assinado em lei pelo presidente Goodluck Jonathan na segunda-feira.

    – O secretário-geral teme que a lei possa alimentar o preconceito e a violência, e vê com alarme os relatórios de que a polícia no norte da Nigéria prendeu indivíduos que autoridades acreditavam serem homossexuais, e pode até terem sido torturados”, disse o gabinete de imprensa de Ban em um comunicado.

    Anistia internacional

    De acordo com a Anistia Internacional, uma ONG de direitos humanos, 10 pessoas já foram presas após a lei sob suspeitas de serem gays.

    Desde o natal, 38 pessoas já foram presas “suspeitas de serem gays”.

    Defensores de direitos humanos temem que a situação dos homossexuais também sofra com os policiais e autoridades corruptas da Nigéria, famosas por exigirem dinheiro e chantagearem suas vítimas.

     

     

  5. Que venha o primeiro beijo gay em uma novela brasileira

    http://www.sul21.com.br/jornal/que-venha-o-primeiro-beijo-gay-em-uma-novela-brasileira-por-lucas-marostica/

    por Lucas Maróstica

    Foram necessários 49 anos de história e mais de 240 novelas transmitidas, para que a Rede Globo finalmente abrisse a possibilidade para a realização de um beijo gay em uma novela no horário nobre. Ao que tudo indica, a novela “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, será palco da cena envolvendo Felix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso). Antes tarde do que nunca! Essa atitude demonstra uma abertura do povo brasileiro e das grandes mídias acerca de temas envolvendo a diversidade sexual. Esse momento não chega em vão, ele é consequência de muitos anos de lutas e avanços por parte do Movimento LGBT que vem conquistando um espaço político importante, mas ainda insuficiente pra derrubar as amarras do conservadorismo e da homofobia, que colocam nosso país em primeiro lugar no triste ranking de assassinatos a LGBTs.

    Certamente pesquisas e avaliações foram feitas para que a emissora desse carta branca para a cena, e reportagens sobre o tema demonstram que o telespectador está realmente “a fim”, curioso, para vê-la. A tradicional família brasileira, patriarcal/cristã, que há 49 anos senta diante da TV para ver os desenrolares de amores “possíveis” e “impossíveis” entre homens e mulheres estará diante de um beijo gay. Toda a comoção e os comentários que essa possibilidade gera demonstram o quanto nós LGBTs ainda estamos à margem destes espaços. Isso é o reflexo da homofobia, em uma sociedade que custa a aceitar uma simples troca de afetos, pois está “fora das normalidades” , “da moral e dos bons costumes” e por isso ainda causa espanto e surpresa.

    A cultura machista/homofóbica dominante também perpetua seus “ideais” através das artes. Onde estão os LGBTs nos seriados, filmes, documentários, livros, pinturas, músicas? Passamos a vida rodeados de uma arte da qual não fazemos parte. Somos excluídos. Artes que não contam as nossas histórias, são histórias em que sequer somos personagens ou meramente figurantes. Quando raro aparecemos “arruinamos casas”, “destruímos famílias”, “envergonhamos os outros” e inclusive “a nós mesmos”, por esse motivo, sofremos (e são “justificadas” por isso) violência gratuita, psicológica e física, e vejam bem, esse final é a realidade. A arte e a vida se alimentando. Perde-se ou nega-se o potencial transformador da arte e entrega-se às convenções. Da mesma forma age a televisão, concessão pública, que poderia ser uma grande aliada na luta por um mundo mais justo e demora a se posicionar, age timidamente, quase de má vontade.

    As consequências dessa ausência de representação LGBT nas atrações culturais, ou mesmo dos perfis marginalizados que são mostrados, são graves: a primeira delas é um complexo de inferioridade que se instaura na população LGBT, são amarras, que consciente ou não, tiram a confiança, desqualificam, menosprezam e marginalizam o ser-LGBT, que deve permanecer no submundo, “dentro do armário”. Como complemento existem os perfis LGBTs higienizados que também são retratados, são LGBTs que não beijam, não transam, tem uma devoção pelo trabalho e pela família, suas vontades são amarradas pela sociedade que o vigia e o corrige. Ao mundo homofóbico é mais um pretexto para agir com violência, é parte do empoderamento do opressor, que vê suas práticas aceitas, refletidas e muitas das vezes, incentivadas.

    Evidentemente, tudo isso se reflete nos espaços de poder. A começar pela representação política, na Câmara Federal de 513 deputados, temos apenas um LGBT, Jean Wyllys, que tem aberto um espaço de debates fundamental e enfrentado de frente o fundamentalismo religioso e o conservadorismo que assola nossos espaços legislativos. O mesmo se repete nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, direções de empresas, escolas, mercado de trabalho. Tudo isso demonstra o quanto ainda possuímos espaços importantes pra ocupar. A disputa política que travamos passa por diversos universos. Nossos desafios são imensos, pra isso contamos com a capacidade do ser humano de transformar radicalmente a sua própria realidade. Devemos usar isso ainda mais a nosso favor. 2013 foi marcado por beijaços, manifestações, paradas LGBTs, escrachos. Fomos parte importante de um ano histórico. Nossas lutas tem espalhado dentro da nossa sociedade, as sementes de um outro futuro, mais justo e igualitário. Ampliá-las e fortalecê-las é nosso dever!”

    .oOo.

    Lucas Maróstica é diretor LGBT da UNE, do Coletivo Juntos

  6. Há um vulcão fumegando nas entranhas da economia do país

    Carta Maior

     

    17/01/2014 

     

    O Vesúvio rentista

     

    Há um vulcão fumegando nas entranhas da economia do país. Na última quarta, ele cuspiu pela 7ª vez na cabeça da nação. Toca o baile! aconselham especialistas

    por: Saul Leblon

    Arquivo

     

    Há um vulcão fumegando nas entranhas da economia brasileira.

    Avisos de lava  em ebulição são  emitidos aqui e ali desde abril passado.

    Na última 4ª feira, ele cuspiu pela sétima vez na cabeça da Nação.

    A nova elevação de  0,5 ponto  na taxa de juro reafirma  um  desarranjo  em  profundezas intestinas.  

    Vozes  tranquilizadoras  adiantam que uma 8ª, quem sabe  9ª, irrupção do Vesúvio rentista é inevitável –benéfica, de fato.

    O que se passa de fato no interior da cratera  que ora urra, ora faísca e ameaça explodir tudo, é de qualquer forma sonegado à população.

    Explicações sumárias, supostamente técnicas, ofuscam mais do que esclarecem.

    Os juros sobem porque  é preciso conter a inflação, explica o coral que convida para o grande baile da restauração ortodoxa.

    Mas ao subir não  inibiriam eles  o investimento produtivo que se persegue como crucial?

    E não atrairiam fluxos especulativos de capitais, que valorizam o Real e barateiam as importações  –com efeitos dissolventes na estrutura industrial, além de inibir as exportações?

    Ademais de reduzir o nível de atividade , não penalizariam  a relação dívida/PIB  estreitando  a margem de manobra fiscal do governo –antessala de cortes ou protelações de investimentos públicos  inadiáveis? (Leia  a coluna da economista  Jaciara Itaim; nesta pág)

    Desse nó nas tripas  o distinto público toma conhecimento apenas pelas  irrupções intermitentes.

    Copiosas considerações de vulgarizadores  asseveram a pertinência da purga incandescente. O Vesúvio, antes de ser ameaça, é benção.
    Toca o baile!  — aconselham  especialistas em convencer nações inteiras  a dançar  no ritmo das lavas fumegante, com resultados que não deixam Pompéia sozinha no museu das catástrofes.

    O  nonsense  aparente  não é aleatório –faz parte da crise.

    Entorpecer a agenda do país  é um recurso constitutivo da luta pela repartição da riqueza,  que só terá  desenlace progressista se a sociedade conquistar  o discernimento  histórico do que está em jogo nesse baile de máscaras.

    Distinguir  a natureza dos interesses em confronto no salão, ademais das escolhas que eles encerram  –e as suas implicações, não é café pequeno.

    Requer, por exemplo,  libertar-se da hipnótica orquestração comandada a partir  do Jornal Nacional.

    E adquirir imunidade aos esporões liberados pelos  vulgarizadores, que alardeiam os interesses dos endinheirados como se fossem os de toda a nação.

    Interditar o debate político da encruzilhada  brasileira  é uma forma de circunscrever as opções  do país  aos estritos limites da boca do vulcão rentista.

    As eleições presidenciais de 2014 se oferecem como a oportunidade concreta de ir além das lamúrias e da rendição.

    Vence-las, sem dúvida é o imperativo.

    O que se deve perguntar  é como essa vitória deve ser construída para que não seja apenas inercial, mas erga pontes ao passo seguinte da luta pela construção da democracia social brasileira.

    A barragem de votos pode  alterar as bases de um diálogo do qual a sociedade hoje sai invariavelmente chamuscada?

    Quando o  Vesúvio  expele sua lava incandescente é como se dissesse não:
    ‘O Estado pode flertar com o pleno emprego, mas o estoque da riqueza financeira não deve ser depreciado; e a fatia que ele detém no  fluxo da renda é intocável’.

    Ou seja, ‘mãos ao alto, isso é um assalto: passe para cá os  3% do PIB  para pagar os juros da dívida pública e garanta uma  Selic com ganho real  acima da inflação que  nada lhe acontecerá’.

    É tautológico dizer que o ‘governo petista  aceita’  as condições impostas  pelo mercado.

    O governo se mexe na pinguela estreita que  a atual correlação de forças reserva  à mobilidade social brasileira.

    Correlações de forças, a exemplo das vantagens comparativas na esfera econômica,  são uma construção histórica de cada povo e de cada época, não uma fatalidade da natureza.

    Mas  existem. E tem peso objetivo não apenas no plano interno.

    Um governo que entre em choque   com a tríade rentista (FMI, agencias de risco, grandes bancos) simplesmente não encontra  um guichê internacional para se abrigar dos caças bombardeio  e assegurar um fluxo alternativo  da ordem de dezenas de bilhões de dólares .

     A inexistência desse contraponto  diz muito do aparente paradoxo entre a anemia eleitoral do conservadorismo  nativo e a sua força de sabotagem vocalizada pela mídia. 

    Doze  anos de governos progressistas  elevaram a participação do salário no PIB para algo em torno de 51% no Brasil ( o dado disponível do IBGE é de 2009; estima-se que tenha se mantido assim até 2012).

    No ciclo tucano (1995/2003) essa fatia  oscilou entre 49% e 46%.

    Estamos falando, portanto,  de uma reversão na luta pela riqueza,  que até 2003 premiava invariavelmente   as rendas do capital.

    O que o vulcão rentista passou a urrar, e cada vez mais alto, é que essa espiral  bateu no teto.

    ‘No passara’, avisa.

    O interdito afeta todo o metabolismo econômico  e contribui significativamente para agravar os impasses  em curso.

    A saber: descasamento entre demanda e infraestrutura, desequilíbrio cambial, desindustrialização dissolvente  e déficit preocupante  em contas correntes.

    Não é uma questão de ‘inconsistência do modelo petista’, como alardeiam os zeladores do dinheiro grosso alocados nas editorias de economia.

    É uma questão de conflito de interesses.

    A macroeconomia não opera em uma  dimensões celestial onde vigem os mercados autorreguláveis, os agentes racionais e seus querubins  midiáticos.

    O chão da macroeconomia é a correlação de forças e os sinais são de que ela mudou o patamar de sua tensão no país.

    Elevar o discernimento social sobre essa encruzilhada e se preparar para superá-la, erguendo linhas de passagem entre as eleições de outubro e o futuro, é a opção concreta que se coloca à frente progressista brasileira.

    Lamúrias radicais diante de um vulcão não logram vantagem nem no quesito decibéis.

    Mas tampouco aquiescer aos seus ditames garantirá a indulgência das lavas, como parece crer um certo economicismo  que aconselha ir às urnas vestido de estátua de cinzas.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-Vesuvio-rentista/30033

     

  7. ONU declara 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar

    http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2014/01/onu-declara-2014-ano-internacional-da-agricultura-familiar-2083.html

    Investimentos em agricultura familiar ainda são desproporcionais, se comparados aos recursos recebidos pelo agronegócio

    © GEOBAU / REPRODUÇÃO

    agricultura-familiar.jpg

    Maior responsável pela produção de alimentos, agricultura familiar terá ano de valorização mundial pela ONU

    São Paulo – Ainda em 2012 a agricultura familiar foi eleita pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) como o tema para o ano de 2014. A atividade, que caminha lado a lado com a preservação e o respeito ao meio ambiente, produz mais de 70% dos alimentos consumidos pela população e já é prioridade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), órgão que está à frente da campanha pelo ano dedicado à modalidade.

     

    Segundo o site da FAO, o objetivo do Ano Internacional da Agricultura Familiar é reposicionar o setor no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado da produção de alimentos.

    Também pretende-se que o foco da atenção mundial esteja na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.

     

    Ainda segundo a FAO, a agricultura familiar e de pequena escala estão intimamente vinculadas à segurança alimentar mundial; preservam os alimentos tradicionais e contribuem para uma alimentação balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais; além de representar uma oportunidade para impulsionar as economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.

     

    A FAO elege, nacionalmente, uma série de fatores fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como as condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; e disponibilidade de educação especializada.

     

    A agricultura camponesa também foi apontada, em setembro deste ano, como uma das principais atividades geradoras de novas fontes de trabalho no resumo executivo do relatório “Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe”.

     

    No Brasil, chega a 77% o percentual de empregos proporcionados por tal atividade agrícola. A agricultura familiar emprega muito mais pessoas do que o agronegócio, além de manter a saúde de seus trabalhadores, por não fazer uso de agrotóxicos; e de contribuir para a preservação ambiental sem deixar de produzir alimentos, já que opta por cultivos variados e métodos naturais para a manutenção da produção.

    Mesmo assim, os camponeses sentem falta de políticas de incentivo ao setor, o que é justamente o oposto do que se encontra no agronegócio. Apesar de a atividade ser focada nas exportações e ter como prioridade o lucro, e não a qualidade alimentar da população, os incentivos governamentais são muito maiores.

     

    João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), apontou que, apesar das conquistas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera); e o Programa Terra Forte, resultados da luta dos movimentos sociais do campo, os investimentos em agricultura familiar ainda são desproporcionais se comparados aos do agronegócio. Segundo o militante, o Plano Safra 2013/2014 da Agricultura Familiar representa pouco mais de 20% do que é destinado ao agronegócio.

      

    Entidades como o MST e o MPA criticam os investimentos federais feitos em programas destinados ao campo que somente beneficiam grandes propriedades destinadas à exportação e que, logicamente, fazem uso contínuo de agrotóxicos, visando o lucro, em vez de a qualidade alimentar. Para os militantes, é claro saber de que lado – da agricultura familiar ou do agronegócio – o governo está.

     

  8. Abordagem na cracolândia é a mais humana que conheço, diz médico

    http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1398880-abordagem-da-prefeitura-e-a-mais-humana-que-conheco-diz-medico.shtml

    Elisaldo Carlini, médico especialista em dependência química, diz que o programa da prefeitura tem uma proposta humana na abordagem de usuários.

    Diretor do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas), da Unifesp, ele afirma que é importante incluir a realidade dos dependentes de drogas no tratamento.

    Em sua opinião, as propostas baseadas apenas na internação acabam tendo baixa adesão, diante dos já baixos índices de sucesso dos tratamentos contra a dependência.

    Folha – O que o senhor acha da abordagem feita pela prefeitura?

    Elisaldo Carlini – Acredito que ela seja a mais humana que conheço.

    O programa é o menos desanimador, porque tem a vantagem de não ter criado uma maneira de tratar os usuários como se fossem indivíduos excluídos de moral e princípios próprios.

    Menos desanimador?

    Não concordo com a internação compulsória. O paciente precisa primeiro entender e querer o tratamento. Do contrário, ele foge, não adere, não tem resultados.

    O êxito no tratamento da dependência química já é muito baixo, ele varia de 20% a 30%. Para o crack, essa taxa é de, no máximo, 20%.

    Qual a melhor abordagem terapêutica na sua visão?

    A medicina não sabe como tratar a dependência química. Não há uma fórmula de sucesso.

    Hoje, já se sabe que não dá para deixar o tratamento apenas na mão da medicina, porque nós, médicos, não conhecemos a dimensão social da dependência.

    É importante incluir a assistência social. 

     

  9. EUA, 1 de Fevereiro de 1960: o primeiro “rolezinho”

    http://thomasconti.blog.br/2014/estados-unidos-1-de-fevereiro-de-1960-o-primeiro-rolezinho/

    Postado por  

    O título não poderia deixar de ser uma provocação, mas bem intencionada – peço perdão aos colegas historiadores pelo anacronismo.

    Sit In Rolezinho Estados Unidos 1960 luta direitos civis Greensboro NC woolworth blog thomas conti

    Em 1 de Fevereiro de 1960, quatro jovens universitários negros, vestidos com suas melhores roupas, entraram na lanchonete Woolworth’s em Greensboro, no Estado da Carolina do Norte, EUA. Os estudantes compraram alguns itens da mercearia sem nenhum problema, e em seguida pediram um lanche no balcão de serviços da lanchonete.

    O evento, aparentemente banal, é um marco histórico da luta por direitos civis nos Estados Unidos. Tudo porque os estudantes, contrariando a política da loja, fizeram seus pedidos na área do balcão que era reservada para as pessoas brancas, quando havia indicações explícitas de que a área para as pessoas “de cor” era mais ao canto da loja.

    Os funcionários da loja se recusaram a atender ao pedido dos jovens, e o gerente pediu que se retirassem do estabelecimento. Os quatro jovens ficaram sentados até o horário que a loja fecharia, esperando pacientemente serem atendidos – o que não aconteceu.

    Sit In Rolezinho Estados Unidos 1960 luta direitos civis Greensboro NC woolworth

    No momento da foto, uma mulher branca idosa ia em direção aos quatro. Um deles, Franklin McCain, relembra o que sentiu no momento: “Eu estava pensando comigo mesmo, ela deve ter uma faca de amolar e tesouras naquela bolsa dela e elas estão prestes a me atravessar direto. Quero dizer, nós estávamos invadindo o espaço dela, um espaço que nos era dito que nós não podíamos habitar.” A citação vem de uma entrevista dada por McCain em 2010, no aniversário de 50 anos do protesto de Greensboro.

    No dia seguinte ao protesto, mais de vinte afro-americanos reuniram-se na loja, onde novamente tiveram seu pedido recusado e sofreram discriminação por parte dos clientes brancos do recinto. No terceiro dia, por volta de 60 pessoas juntaram-se ao protesto, e a loja protegeu-se alegando estar “de acordo com a lei estadual”, que era favorável à segregação.

    No quarto dia, mais de 300 pessoas, que aprenderam a dinâmica do protesto, juntaram-se e começaram a ocupar mais lojas da região. Os protestos, que ficariam conhecidos como “sit-ins”, espalharam-se para outras cidades e Estados, e foram um ponto de inflexão crucial na luta por direitos civis nos Estados Unidos, atraindo a atenção da mídia e da Casa Branca, com o então presidente Eisenhower declarando ser “profundamente simpático aos esforços de qualquer grupo a gozarem dos direitos de igualdade que lhes é garantido pela Constituição”.

    Os protestos continuaram por meses, ainda que não raro sofrendo reações violentas por parte de lojistas ou clientes. Mas, em julho daquele mesmo ano, a rede de lojas onde os jovens protestaram aboliram a segregação por cor dentro do estabelecimento, e outros recintos do sul dos Estados Unidos também começaram a desfazer as divisões raciais. Hoje, os quatro bancos onde os jovens se sentaram fazem parte do museu do Instituto Smithsonian da História Americana, e a sessão específica do museu foi construída onde era a loja onde os jovens protestaram pela primeira vez.

    Greensboro Museu luta direitos civis estados unidos rolezinho

    O lugar que os quatro jovens se sentaram preservado em museu da história americana.

    Rolezinhos, Brasil, 2012-2013

    Estou em vias de terminar um artigo apenas para tratar da questão atual dos “rolezinhos” em nosso país, mas gostaria de já deixar aqui algumas provocações.

    Por que as pessoas dos shoppings tem medo destes jovens?

    Quando relembramos o acontecimento dos Estados Unidos, nos é difícil entender como os funcionários da loja e seus clientes puderam agir da forma que agiam, ou como a lei do sul dos Estados Unidos podia permitir tamanha discriminação. Parecem coisas muito distantes, de um passado longínquo. Mas é na verdade muito recente, e fato é que temos poucos motivos para crer que aquelas pessoas eram biologicamente diferentes de nós em qualquer sentido. Elas reagiram com uma mistura de sentimentos que, colocadas lado a lado com o impacto que teve o “rolezinho”, é muito similar.

    Primeiro, elas tem medo. Penso que os dois maiores medos do ser humano são o desconhecido, e outros seres humanos. Junte os dois e multiplique o número de componentes e o potencial para o medo irracional é quase irreversível. Assim como os brancos do sul dos EUA, acostumados com o distanciamento e o preconceito, não conheciam nada da vida dos negros, quem eles eram, qual sua cultura, etc, parte significativa da sociedade brasileira hoje não tem a menor ideia de como é a vida e os costumes de seus novos jovens adolescentes, negros, pobres, ou que seja. Conseguem apenas evidenciar que de fato são “gente diferenciada“. Em outras palavras, ignorância, preconceito e má vontade, atreladas à racionalidade estatística e contábil que organiza os shoppings centers conforme o público-alvo e que já de partida segrega seus frequentadores por classe. Basta ver como rolezinhos tradicionais da alta classe nunca geraram polêmica ou balas de borracha.

    Outra provocação é como as regras dos espaços privados e a lei pública são colocadas em tensão nesses acontecimentos. A lei federal dos Estados Unidos colocava todos como iguais e em tese não permitia a discriminação. Forças da tradição, aliadas ao elitismo muito bem apadrinhado financeiramente, eram contudo fortes suficientes para que em diversos Estados o dia a dia pudesse ser organizado numa lógica que era diretamente contrária à lei. Após os protestos, evidente que houve a vitória da lei federal sobre as inclinações pessoais dos lojistas, mas só depois de anos de luta, muito sangue derramado e desconfortos por toda parte. Aqui no Brasil as coisas não chegaram ao ponto de haver placas indicando onde brancos e negros devem ir, ou pobres e ricos devem ir, mas é completamente lícito fazer estabelecimentos para as classes altas em regiões onde o transporte público é péssimo ou inexistente, ou adotar uma política que permita apenas lojas de alto padrão e altos preços no estabelecimento de modo a não convidar “populares”, ou cobrar taxas abusivas de estacionamento onde não se quer os pobres, dentre outras táticas que, alega-se, são apenas métodos matemáticos e estatísticos de aumentar as vendas. Talvez isso seja em parte verdade, mas definitivamente não são “só” isso.

    Para concluir, com este artigo não era meu intuito realmente classificar uma luta decidida por direitos civis dos EUA como um “rolezinho”, nem dizer que o rolezinho é uma luta consciente por direitos civis no Brasil. Entretanto, os jovens dos EUA não tinham a menor ideia que estavam marcando a história do país – na verdade deviam estar pensando mais no quanto estavam arriscando a vida. Nesse momento tampouco sabemos o que significa esses rolezinhos. Enfim, com ressalvas, acredito que existem paralelos e lições importantes que devemos nos dispor a refletir sobre, uma vez que ainda vivemos, sim, num dos países mais desiguais do mundo, herança que, ao menos do meu ponto de vista, não lutamos um centésimo do que seria necessário para de fato combatê-la.

    E ah, já ia esquecendo. Sobre a mulher que se aproximara do jovem manifestante McCain na lanchonete dos EUA, ela não o atacou. Na verdade, surpreendentemente, ela sorriu para ele e disse: “Garotos, estou tão orgulhosa de vocês. Apenas lamento não terem feito isso há 10 anos atrás”. Segundo o próprio, as palavras dela foram uma fonte de inspiração para ele durante toda a sua vida.

    AT quatro luta direitos civis Estados Unidos Monumento

    Monumento aos quatro jovens que fizeram história nos EUA. David Richmond, Franklin McCain, Ezell Blair Jr, Joseph McNeil.

    OBS: Recomendo muito o filme “The Butler” (no Brasil, “O Mordomo da Casa Branca“), que reencena o momento da lanchonete que recontei aqui e retrata muito da sociedade americana nos conturbados anos da luta por direitos civis, e as condições do racismo no país ao longo de quase todo o século XX.

  10. deviam ficar quietos para não passar vergonha

    em vez de se preocupar com a bandidagem que age tranquilamente pelas ruas da cidade o delega resolveu tomar as dores com o festival da maconha. é o resultado da mudança na lei que impede a prisão dos maconheiros. como não consegue mais receber uma propina para não prender os maconheiros, estes agora sao acusados de ser traficantes.

    assim a coisa continua do mesmo jeito, a revelia da mudança da lei.

    mas o mais engraçado é que nenhum delegado aparece para comentar político corrupto.

    http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/01/policia-mira-participantes-do-festival-da-maconha-que-ocorreu-em-porto-alegre-4393754.html

    Evento polêmico18/01/2014 | 06h04

    Polícia mira participantes do festival da maconha que ocorreu em Porto Alegre

    Organizadores defendem que espaço é plataforma de ativismo, convivência e troca de experiências

     Polícia mira participantes do festival da maconha que ocorreu em Porto Alegre Reprodução/Growroom/VimeoFestival foi sediado em uma pousada da zona sul da Capital no final de 2013 Foto: Reprodução / Growroom/VimeoHeloísa Sturm e Kamila Almeida

    [email protected] e [email protected]

    A Polícia Civil identificou quatro pessoas que teriam organizado a 2ª Copa Growroom, campeonato de maconha realizado no fim de 2013 na Capital. A competição, que tinha o objetivo de avaliar diferentes tipos da erva cultivada em ambiente doméstico, reuniu cerca de cem pessoas no dia 7 de dezembro, em uma pousada no bairro Lami, zona sul de Porto Alegre.

    Apesar de reconhecer que alguns deles são ativistas que tentam sensibilizar as autoridades e a sociedade para a liberação do uso da droga, a polícia pretende ser dura com todos os participantes. O diretor de investigações do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), Heliomar Franco, classificou como um “deboche” a atitude do grupo de divulgar, na internet, um vídeo com imagens do encontro.

    – Eles se expuseram nos vídeos. Além de terem feito uma coisa ilícita e inusitada, cometeram o grande equívoco de se autoidentificar. Parece que querem nos testar. Não se reuniram para fumar maconha, eles fizeram uma competição para outras pessoas provarem, trouxeram a droga de outros locais, e isso é tráfico. Se cada um estivesse com o seu pacotinho e provasse do seu, seria posse para consumo, mas não foi isso o que aconteceu. Aqui, se aplica a lei da repressão. Não tem margem para discussão – afirmou o delegado.

    Pena pode chegar a 15 anos de reclusão

    Para Franco, as imagens obtidas pela polícia por meio das redes sociais mostram um comportamento que se enquadra como tráfico, associação para o tráfico, posse de entorpecentes e apologia ao consumo da droga. Os quatro já identificados devem ser indiciados nos próximos dias.

    A pena pode chegar a 15 anos de reclusão. Já foram identificados usuários de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro no grupo. A polícia pretende esclarecer o caso dentro de 15 dias e estuda se vai intimar os participantes para que prestem depoimento ou se vai pedir à Justiça para que seja decretada a prisão temporária dos organizadores.

    A competição é comum em locais onde a droga é legalizada, como na Holanda. Esta foi a segunda vez que o evento ocorreu no Brasil. Em 2012, o campeonato foi em Florianópolis.

    O que dizem os organizadores do evento

    A pedido de ZH, o Growroom emitiu uma nota de esclarecimento. Leia a íntegra:

    “O Growroom é um espaço de redução de danos para usuários de cannabis e uma plataforma de ativismo, convivência e troca de experiências. Defendemos o cultivo caseiro como alternativa segura e consciente ao mercado ilegal da cannabis, amparado pela atual política de drogas proibicionista.

    É expressamente proibido qualquer tipo de comércio da maconha na Copa Growroom. Afinal, trata-se de um evento lúdico que tem por finalidade reunir usuários de cannabis de todo o país, que cultivam a planta para fins pessoais.

    O evento nada mais é que um churrasco, somente para maiores de 18 anos, onde os participantes avaliam a qualidade da erva que é cultivada por eles e discutem os mais variados temas que envolvem o debate sobre a política de drogas brasileira.

    O espaço onde ocorreu o evento foi alugado para a realização de um churrasco de confraternização de fim de ano. Não houve qualquer participação ou ciência prévia dos proprietários.

    Acreditamos que o cultivo caseiro – prática que já é contemplada pela Lei 11.343/2006 – deve ser regulamentado urgentemente, a fim de possibilitar que o usuário de maconha obtenha a erva sem precisar recorrer ao tráfico, que o coloca de frente a drogas pesadas e situações de perigo. (grifo meu)

    Pedimos urgência, também, no processo de descriminalização do usuário de drogas que tramita no Supremo Tribunal Federal, o RE 635659. Esperamos que o Brasil adote políticas de drogas mais racionais e humanas, que respeitem a liberdade individual de seus cidadãos, a exemplo do Uruguai e do estado americano do Colorado que, recentemente, legalizaram o uso da cannabis e mostraram ao mundo que é possível acabar com a injusta e assassina guerra às drogas.”

    Campeonato teve ativistas vindos do Exterior

    Uma estrada de chão batido leva à pousada da zona rural de Porto Alegre, no bairro Lami, onde ocorreu o campeonato brasileiro de maconha. Antigo haras, o local tem uma ampla área de lazer (cerca de 400 mil metros quadrados) e abriga frequentemente encontros de empresas, festas e casamentos em meio à mata nativa.

    Tudo começou no final de novembro de 2013. Do outro lado do telefone, uma voz com sotaque paulista fez a reserva com mais de uma semana de antecedência. Os participantes não quiseram deixar nome ou qualquer contato com os proprietários nem avisaram qual seria o motivo do evento. Dispensaram faxineiros e cozinheiros da casa, que tem 10 quartos e quatro apartamentos, mas nenhum seria ocupado.

    No espaço onde ocorreu a competição, uma espécie de galpão com cozinha, há cerca de 60 cadeiras e algumas mesas de madeira. No dia 7 de dezembro, depois do meio-dia, os visitantes começaram a chegar em poucos carros e duas vans. Por volta das 21h, avisaram o dono da hospedaria, cuja casa onde mora com a família fica no alto do terreno, distante do galpão, que estavam indo embora. Como pagamento, entregaram ao proprietário R$ 3 mil em notas de R$ 20 e de R$ 50.

    Imagens foram retiradas da web

    Os participantes, a maioria de classe média alta, vieram de outros Estados. Alguns porto-alegrenses também participaram. O quórum também foi internacional, com a presença de um militante da Califórnia, nos EUA.

    Sem a intenção de parecer um campeonato às escuras, gravaram tudo e postaram na internet um vídeo onde aparecem fumando maconha, trajando a camiseta do campeonato e analisando, com instrumentos, a qualidade das ervas. Alguns, com papel e caneta, avaliam o produto, acondicionado em potes de tampa verde, identificado com o nome de seu produtor. As imagens foram retiradas da web tempos depois pelos próprios organizadores.

    ZH tentou entrevistar os participantes, mas eles preferiram não falar sobre o evento. Enviaram uma nota (leia a íntegra ao lado), na qual explicaram que se consideram uma plataforma de ativismo. Defendem o cultivo caseiro de cannabis como “alternativa segura e consciente ao mercado ilegal”.

     

  11.  
    Não é teoria de

     

    Não é teoria de conspiração.Isso é fato. 

      

    Caixa é vítima de fraude de mais de R$ 70 milhões com falsa Mega-Sena

     

     A Polícia Federal deu início na manhã deste sábado (18) à operação Éskhara, que ocorre simultaneamente em três Estados para tentar desarticular uma organização criminosa que praticou uma fraude milionária contra a Caixa Econômica Federal (CEF) no final do ano passado.

    Segundo informações fornecidas pela Caixa à polícia, essa é a maior fraude já sofrida pela instituição em toda a sua história.

    Segundo o delegado regional executivo da superintendência da Polícia Federal em Tocantins, Almir Clementino Soares, os criminosos forjaram um bilhete da Mega-Sena com um prêmio no valor de R$ 73 milhões.

    Nem o sorteio nem o prêmio eram reais. Eles abriram uma conta-corrente em nome de um ganhador fictício em dezembro do ano passado.

    O gerente da agência liberou o pagamento do prêmio, que é feito pela própria Caixa. Depois a quantia foi dividia em duas outras contas bancárias, uma em Goiás (R$ 33 milhões) e outra em São Paulo (R$ 40 milhões).

    A administração da Caixa, percebendo as irregularidades, solicitou esclarecimentos ao gerente da agência em Tocantinópolis, mas ele estava de férias e não apresentou nenhum documento comprovando a legalidade do pagamento.

    A Polícia Federal, então, foi chamada para investigar o caso e conseguiu a prisão preventiva do gerente.

    Até agora, cerca de 70% do valor foi recuperado por meio do bloqueio das contas bancárias dos envolvidos. Quanto ao restante, o delegado afirmou que já foi realizado um levantamento dos bens dos envolvidos, para que um sequestro das propriedades ajude na recuperação da quantia total.

    Com o bloqueio das contas, os suspeitos que ainda não foram detidos desconfiaram que uma investigação estava em andamento e, agora, já são considerados foragidos. “Eles já estão cientes da investigação, mas, enquanto estiverem sendo procurados pela polícia, serão considerados foragidos”, afirmou Soares.

    Há ainda indícios da participação de um suplente de deputado federal do Estado do Maranhão no crime, de acordo com a PF.

    A operação está sendo cumprida ao mesmo tempo em Goiás, no Maranhão e em São Paulo. Ao todo, deverão ser cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva.

    Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro). Somadas, as penas podem chegar a 29 anos de prisão –caso haja condenação.

    Procurada, a Caixa Econômica Federal informou que não vai passar informações do caso à imprensa, apenas à polícia, para não atrapalhar o andamento das investigações.

    141Luiza Calegari

     

  12. mais uma?

    Será mais uma notícia falsa ou mais uma notícia que nem mais nos surpreende?

    Do G1

    Obra de ferrovia no Piauí já consumiu 

     

    R$ 1 bilhão, parou e vai atrasar 6 anos

     

    Orçamento da obra saltou de R$ 4,5 bilhões, em 2007, para R$ 7,5 bilhões.
    Transnordestina foi prometida para 2010, mas a nova previsão é para 2016.

    As obras da ferrovia Transnordestina no sertão do Piauí, que já consumiram R$ 1,075 bilhão e deveriam ter sido entregues em 2010, estão paralisadas e abandonadas desde setembro de 2013, quando o contrato entre a concessionária Transnordestina Logística S/A (TLSA) e a construtora Odebrecht foi rescindido. O valor investido no trecho piauiense corresponde a mais de dois terços do total de R$ 1,456 bilhão previsto após um recente financiamento complementar feito pelo governo federal.

    O G1 visitou trechos da ferrovia em obras nas cidades de Paulistana e Curral Novo do Piauí e não viu trabalhadores ou máquinas em ação. O nome da empreiteira contratada para o trabalho já não consta mais nas placas.

    Ferrovia Transnordestina (Foto: Editoria de Arte/G1)

    Segundo o Ministério dos Transportes, foram executados apenas 42% dos trabalhos de infraestrutura e 35% das obras de arte especiais – pontes e viadutos – nos 420 quilômetros da linha entre as cidades de Eliseu Martins (PI) e Trindade (PE).

    O orçamento total para a construção nos três estados saltou de R$ 4,5 bilhões, em 2007, para R$ 7,5 bilhões, em 2013. O G1 procurou a Transnordestina Logística S.A. por telefone e e-mails entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, mas a empresa não detalha o que já foi feito no trecho com o dinheiro. O Tribunal de Contas da União disse que não encontrou irregularidades até o momento.

    A ferrovia começou a ser construída em junho de 2006, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deveria ter ficado pronta quatro anos depois, ao final do mandato. De acordo com o governo federal, o projeto prevê 2.304 quilômetros de ferrovia, beneficiando 81 municípios – 19 no Piauí, 28 no Ceará e 34 emPernambuco.

    O atraso na conclusão da ferrovia Transnordestina prejudica a expansão do agronegócio e da mineração no Piauí, que vê nesse empreendimento a chance de potencializar o transporte de cargas, escoando grãos e minérios até o mar a custos mais baixos. O estado já tem ferrovias que vão até os portos de Pecém (CE) e Itaqui (MA), mas a Transnordestina ligaria as regiões de agronegócios e de mineração ao porto de Suape (PE).

    Inicialmente, a ferrovia seria construída pelo governo federal, mas por falta de verba e a entraves burocráticos, o projeto foi entregue para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que criou a empresa Transnordestina Logística S.A. (TLSA) para ser concessionária da obra. O governo federal então firmou compromisso de garantir financiamentos de bancos e órgãos públicos. Já os estados envolvidos ficaram responsáveis pelas desapropriações.

    A ferrovia Trasnordestina não faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL), criado em agosto de 2012 para destravar gargalos históricos do transporte e aquecer a economia brasileira em meio à crise internacional. A previsão era investir R$ 91 bilhões na construção de 10 mil quilômetros de ferrovias, mas, até agora, nenhum trecho foi leiloado.

    Um dos motivos para o fracasso foi a desconfiança do empresariado em relação aos projetos, principalmente por conta da participação da estatal Valec no negócio. Para reverter o quadro, o governo decidiu terceirizar a produção de projetos para construção de novas ferrovias, que agora serão elaborados pelo setor privado.

    Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu uma série de correções no projeto para reduzir custos e só aprovou o novo modelo de concessão no fim de 2013. A empresa  vencedora do leilão vai apenas construir, manter e operar as linhas. Toda a capacidade de transporte de carga por esses trilhos será comprada pela Valec. O plano garante livre acesso aos trilhos, o que deve levar a concorrência e queda de preço no transporte de cargas, mas a estatal assume o risco de prejuízo caso a demanda das empresas transportadoras seja menor que o previsto.

    O governo espera fazer o primeiro leilão até março de 2014.

    Atraso de 6 anos
    Segundo o Ministério dos Transportes, greves depois do descumprimento de acordo coletivo relativo ao pagamento de gratificações aos operários, quebra de acordos e atrasos nas desapropriações são alguns dos fatores que contribuíram para o atraso na Transnordestina. Ao G1o ministério disse que o governo não tem qualquer participação ou intervenção nas relações contratuais entre a concessionária e as construtoras que executam a obra, e garantiu que cobra os resultados estabelecidos nos acordos de financiamento e no contrato de concessão, firmado e fiscalizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

    Em nota, a construtora Odebrecht informou que a rescisão com a Transnordestina Logística S.A. foi feita de maneira amigável, mas não disse o que motivou a empreiteira a romper o contrato. A Transnordestina também foi procurada, mas não quis comentar nada sobre o assunto.

    O governo federal afirmou que, após a saída da Odebrecht, a Transnordestina Logística está contratando novas empresas para a retomada das obras. A previsão da concessionária era de reiniciar os trabalhos em dezembro de 2013 e entregar a ferrovia concluída em setembro de 2016, com seis anos de atraso em relação ao prazo inicial e cinco anos além do previsto no cronograma do balanço quadrimestral do PAC 2, divulgado dia 17 de outubro de 2013.

    Ponte da Ferrovia Transnordestina no trecho das obras em Curral Novo do Piauí (Foto: Patrícia Andrade/G1)Ponte está inacabada no trecho da ferrovia próximo
    de Curral Novo do Piauí (Foto: Patrícia Andrade/G1)Os benefícios dessa obra são imensos e evidentes”Moysés Barjud, presidente da Associação
    dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja)Estruturas estão por quase toda a extensão da obra, que segue paralisada no Piauí (Foto: Patrícia Andrade/G1)Estruturas não instaladas estão espalhadas por
    toda a extensão da obra (Foto: Patrícia Andrade/G1)O Piauí se transformará em um mero exportador de matéria-prima. Não teremos nenhum valor agregado com essa obra”Avelino Neiva, secretário
    estadual de Transportes do Piauí

    Até o último balanço, o governo ainda via a possibilidade de ter a Transnordestina concluída no fim de 2015. Em setembro, no entanto, o acordo dos acionistas foi renegociado e novas cláusulas foram impostas, depois das discussões entre a Companhia Siderúrgica Nacional e o Ministério dos Transportes.

    O único trecho com possibilidade de ser concluído ainda em 2014, segundo balanço do PAC, fica entre Salgueiro (PE) e Trindade (PE). O pedaço tem 163 km de extensão e está previsto para setembro. Os demais trechos, que somam mais de 90% da extensão total da ferrovia, só vão ficar prontos entre junho e setembro de 2016.

    Atraso para o agronegócio
    Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedet), a ferrovia vai dobrar o volume de exportações da soja no estado. O atraso na construção e a ausência de um porto no estado são os maiores problemas para o desenvolvimento do agronegócio no Piauí. Entre 2009 e 2011, foram exportados mais de R$ 183 milhões pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA), e R$ 156 milhões pelo Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE).

    Para o secretário de Desenvolvimento, Warton Santos, a conclusão da ferrovia é esperada com ansiedade pelos setores produtivos. “A ferrovia Transnordestina vai cortar mais de 1 mil km da região dos Cerrados Piauienses, que mais cresce na produção de soja, algodão e milho, além de minérios. Para se ter uma ideia, a mineradora Bemisa, que tem projetos implantados na Bahia, Minas Gerais, Goiás, Pará e Mato Grosso, instalou-se recentemente na região a investiu mais de US$ 5 milhões”, afirmou.

    O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja), Moysés Barjud, disse que a Transnordestina possibilitará a redução de custos, já que o transporte rodoviário aconteceria somente até a cidade de Eliseu Martins. No entanto, a associação ainda não tem um cálculo sobre o tamanho da redução, que dependerá do preço do transporte ferroviário até o porto.

    “Os benefícios dessa obra são imensos e evidentes: facilitação da chegada dos insumos agrícolas até as fazendas – o que, indiretamente, gera um incremento tecnológico e produtivo dos empreendimentos agrícolas – e, é claro, no escoamento da produção”, afirmou Barjud.

    Apesar de toda a expectativa dos produtores e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, a ferrovia não é bem vista pelo secretário estadual de Transportes, Avelino Neiva, que chegou a declarar durante a apresentação do Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável (PDES), que aconteceu na última semana de novembro, que a obra é um projeto mal traçado e que não agregará valor nenhum ao estado.

    “O Piauí se transformará em um mero exportador de matéria-prima. Não teremos nenhum valor agregado com essa obra. Poderíamos ter 30% do valor que está sendo investido nela, algo em torno de R$ 2,5 bilhões, para construir 700 km de ferrovia partindo do ponto onde foi iniciada a Transnordestina no Piauí até o Porto de Luís Correia. Dessa forma não iríamos apenas fazer o transporte de produtos, mas agregar valor econômico aqui e gerar riquezas. Se eu tivesse sido ouvido na época do seu traçado, nunca teria aprovado essa obra, mas já é um fato consumado e temos que aprender a viver inteligentemente com isso”, declarou.

    Em local das obras, não há trabalhadores sinalizando a paralisação dos trabalhos (Foto: Patrícia Andrade/G1)G1 visitou trechos da obra da ferrovia e não encontrou trabalhadores ou máquinas (Foto: Patrícia Andrade/G1)

     

     

  13. O “role” contra o racismo

    Ato em frente ao Shopping JK, em que organizações do movimento negro lançaram um manifesto – com a solidariedade e participação de diversos outros movimentos -, contra a criminalização dos “rolezinhos”, que na prática é a criminalização de jovens negros/as, pobres e das periferias de São Paulo.

    Na blogosfera ver Azenha: http://www.viomundo.com.br/denuncias/protesto-da-uneafro-barrado-no-shopping-jk.html 

    … Mas para quem prefere uma fonte “pigal”: http://m.g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/01/para-evitar-role-contra-o-racismo-shopping-jk-iguatemi-fecha-portas.html

  14. PiPad, um Raspberry Pi transformado em tablet

    Conheça o PiPad, um Raspberry Pi transformado num tablet

    Posted by admin On janeiro – 14 – 2014

    pipad

    Ter um Raspberry Pi e uma ideia diferente é meio caminho para se criar um projeto interessante. Na Internet podemos encontrar muitos os projetos que assentam neste popular mini PC e algumas ideias que procuram financiamento para poderem avançar.

    Um destes projetos é o PiPad, que trata-se de Raspberry Pi transformado num tablet.

    O Raspberry PI é um dos equipamentos mais populares na atualidade. Com mais de 2 milhões de unidades vendidas, este é sem dúvida um caso de sucesso, à escala mundial, que tem ser servido de base a muitos e interessantes projetos.

    O projeto PiPad consiste na transformação de um Raspberry PI num tablet. Este “equipamento” foi concebido por Michael Castor e pode ser consultado em detalhes aqui.

    PiPad tem integrado uma bateria de 10,000mA que garante cerca de 6 horas de autonomia, e usa como “cérebro” um Raspberry Pi modelo B.  Ligado ao Pi, através de um adaptador LDVS (Low Voltage Differential Signaling), está uma tela touch screen capacitiva de 10”.

    pipad_01

    Michael Castor diz que a implementação da parte eléctrica foi complexa pois o Pi apenas necessita de 5V e a maioria das telas necessita de 12V. No entanto, com base em algumas pesquisas Castor conseguiu encontrar uma tela que se adaptasse ao que pretendia.

    Estes é mais um dos muitos projetos fantásticos que podemos encontrar na Internet e que têm como base o popular Raspberry Pi. O Raspberry Pi é um dos mini PCs mais populares e potentes, que tem servido de base a muitos projetos interessantes. Este mini equipamento, do tamanho de um cartão de crédito é capaz de reproduzir vídeo com qualidade Blu-ray e renderizar gráficos 3D, entre outras tarefas.

    Ficou interessado? Então visite o site oficial deste projeto: PiPad

    Com informações de PiPad e Pplware.

     Lançamentos, Notícias

     

  15. México a bola da vez.

    A pouco  tempo no Blog o Mexico e o MINTs foi mostrado como a bola da vez para o investimentos, os melhores indices e crescimento solido. Vejam como está o México.

    __________________________________________________________________

    LinK: http://noticia-final.blogspot.com.br/2014/01/estado-falido-milicias-revidam-carteis.html

    Estado ‘falido’ – Milícias ‘revidam’ cartéis em meio à violência no México

     Milicianos dizem que se cansaram de pagar ‘pedágios’ a cartéis de drogas

    Miichoacán é um estado do centro-oeste do México onde tropas do governo foram inicialmente alocadas, em 2007, para combater cartéis de drogas. Agora, o estado corre o risco de sair do controle – em meio ao confronto entre cartéis de drogas e milícias populares.

    No domingo passado, milícias de autodefesa, portando armamentos de origem duvidosa, tomaram o controle do povoado de Nueva Italia, até então dominado pelos Cavaleiros Templários, um dos cartéis de drogas mais violentos do México.

    O fenômeno se expandiu nos últimos tempos. Originalmente, as milícias de autodefesa só agiam em dois municípios. Agora, estão em outros oito, todos dentro de uma região conhecida como Tierra Caliente, no sul de Michoacán.

    Rastros de enfrentamentos entre cartéis e milícias populares ainda são visíveis

    Várias pessoas dizem à BBC que a força estimada das “autodefesas” é de cerca de 1,5 mil homens – muitos portam armas de alto calibre, como fuzis AK-47 e metralhadoras.

    Suspeita-se que essas armas tenham sido providas pelo Exército e pela polícia, algo que o governo nega.

    O Exército, enviado ao local para restaurar a ordem e desarmar as milícias na cidade de Antunez, abriu fogo e matou duas pessoas.

    Ao mesmo tempo, a cidade de Apatzingan registrou uma série de incêndios, supostamente perpetrados por cartéis, pouco intimidados pela grande quantidade de soldados e policiais federais que patrulhavam o local.

    Estado ‘falido’

    “Este estado faliu”, diz à BBC o homem que se identifica como Comandante Cinco, líder de uma “autodefesa” na aldeia de Paracuaro.

    Ele explica que as milícias comunitárias surgiram porque as pessoas estavam cansadas de serem forçadas a pagar “pedágios” a cartéis, sem receber nenhuma proteção da polícia.

    Diz também que muitos policiais estavam na folha de pagamento dos cartéis.

    Atualmente, as ruas de Paracuaro estão nas mãos de milicianos – jovens que, até recentemente, viviam da colheita de limões e abacates e agora têm de se acostumar a portar armas automáticas.

    Na praça central, a população se reuniu para escutar a “autodefesa” explicar seus planos para o futuro, uma vez que o cartel havia sido expulso dali.

    Parte da população teme que esteja-se apenas substituindo um controle armado por outro. Também há quem agradeça as milícias por terem derrotado os narcotraficantes.

    “As forças de autodefesa não são paramilitares”, grita Comandante Cinco à multidão. “Vocês também são membros da autodefesa!”

    Abandonar as armas

    De um lado, as milícias têm conquistado a maioria do apoio popular na região de Tierra Caliente; de outro, questiona-se se elas estarão preparadas para abandonar as armas em algum momento.

    Comandante Cinco diz esperar que isso ocorra em breve. “No ritmo atual, acho que em dois meses teremos expulsado todos os Templários e poderemos ir para casa”, afirmou.

    “Estamos aqui há apenas dez dias, e as pessoas já se sentem livres, negócios estão voltando ao normal. Em dois meses, o estado de Michoacán estará limpo.”

    Mas muitos acham essa estimativa exageradamente otimista.

    Em Apatzingán, a maioria das lojas mantém suas portas fechadas até que a tensão diminua. A economia local, bem como a de todo o estado, está sentindo o baque.

    Segurança pública

    E a Igreja também entrou no debate. O bispo de Apatzingán, Miguel Patino, que já havia descrito Michoacán como estado falido, agora publicou uma carta aberta criticando a resposta do governo à crise.

    “O problema é que autoridades não nos dão nenhuma garantia de segurança”, disse o bispo à BBC. “A quem vamos recorrer?”

    Na última quarta-feira, o governo federal nomeou um novo chefe de segurança para o estado, Alfredo Castillo, cuja difícil missão é restaurar a estabilidade.

    O governo do presidente Enrique Peña Nieto negou diversas vezes ter perdido o controle sobre Michoacán e nega a falência do controle estadual.

    Em entrevista à BBC pouco após o auge da crise, o chefe da Polícia Federal, Francisco Galindo Ceballos, rejeitou a acusação do bispo quanto à situação do estado.

    “O governo de Michoacán está em vigor, estável, em funcionamento. As prefeituras também. Então não compartilho da opinião de que o estado foi perdido”, diz.

    Para a maioria dos cidadãos afetados pela crise, a questão da falência ou não do estado é meramente acadêmica. Mas eles certamente veem os fracassos na segurança pública.

    Em sua carta aberta, o bispo Patino questionou: “Será que (o governo federal) não vê que estamos em estado de desespero?”

    Defesa Net

  16. Prezado NInguem
    vou dar

    Prezado NInguem

    vou dar apenas um CTRL V na resposta que deixei ao nosso Miguel do Rosário

    Prezado Miguelacompanhei a guerra dos fundos de pensão contra Daniel Dantas desde o início. Percebi a seriedade dos novos dirigentes dos fundos, Sérgio Rosa, Wagner PInheiro, Guilherme Lacerda e comprei a briga a sério, tão a sério que me custou o conflito final com a Folha. Acompanhei de perto a maneira ignóbil como Daniel Dantas tentou envolver Luiz Gushiken no mensalão – e conseguiu. A pessoa por trás disso foi Henrique Pizolatto em entrevista a Leonardo Attuch (lembra de seu papel na guerra da Satiagraha?). A entrevista está aqui http://tinyurl.com/mn3n6wv. Nela, Pizolatto acusa frontalmente Gushiken. Da IstoÉ Dinheiro a entrevista se espalhou por toda a máquina de moer reputações da Globo (http://tinyurl.com/n6tsks6) e de Dantas. E foi entrevista gravada (http://tinyurl.com/mpa63e), jamais desmentida.Gushiken tentou recuperar a honra através de uma ação judicial contra a revista. Perdeu, porque as acusações de PIzolatto foram incorporadas ao relatório da CPMI dos Correios (http://tinyurl.com/lk7pl2c).No rastro dessa denúncia, Gushiken saiu do governo, ficou praticamente abandonado e alvo de episódios terríveis, como o assalto à sua casa. Não tenho dúvidas de que a depressão em que entrou abreviou sua vida.Estive no seu enterro. Foi pranteado por todos os amigos e por todos aqueles que o conheceram de perto e puderam atestar sua seriedade e honestidade.Não sei se Pizolatto tem ou não dinheiro na Suiça. Mas sei que ele traiu Gushiken.A propósito dos comentários dos caros Josef e Reinaldo, acabei de escrever um comentário (http://glurl.co/dvO) sobre o artigo do nosso mestre Wanderley Guilherme dos Santos na Carta Capital. Diz ele que centro estendido (que ele chama de centro-baleia) teve um custo para o PT. Qualquer opinião divergente, autônoma, em relação à cadeia de comando dos líderes do centro-baleia é atacada como reacionária. Alvo de campanha racista da Veja (que me taxava de “mascate”) me surpreende ler algo similar nos comentários de seu blog.Espero que seu blog volte a ser o foco de racionalidade que o transformou em uma referência da blogosfera.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador