Cronistas criticam CBF na cobertura do Brasileiro, por Augusto Diniz

Por Augusto Diniz

A Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace) criticou duramente a CBF durante a realização de seu congresso, no final de maio, em Brasília. A entidade do futebol tem colocado, cada vez mais, obstáculo no trabalho da imprensa, na cobertura de jogos das séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Há um direcionamento forte na CBF de privilegiar a emissora de televisão que compra direitos de transmissão destas competições, nas entrevistas com jogadores antes das partidas, durante os intervalos e no fim dos jogos, além do acesso aos estádios.

A prática vem atingindo as emissoras de rádio em cheio. As mesmas que dão mais espaço ao futebol há décadas, com extensos programas diários, muito mais do que a televisão. Portanto, são promotoras do espetáculo tanto quanto a TV.

A CBF tenta há algum tempo dar um padrão europeu ao futebol brasileiro nesse item. Lá, as emissoras que compram direitos de imagem da competição têm entrevistas e acessos exclusivos durante as partidas.

A diferença é que a divisão de direitos de televisão aos clubes europeus não é tão concentrada – e nem motivos de suspeita, como aqui, de seus contratos. Além disso, as agremiações do centro do futebol europeu investem elevados recursos na comunicação de suas atividades com a imprensa como um todo, nas diversas divisões.

Por aqui, o trabalho de comunicação dos clubes grandes até caminha, mas ainda carece de profissionalismo e atenção maior à mídia de forma geral – não há um repórter-esportivo que não reclame que não consegue uma entrevista exclusiva com o craque do time ou um jogador em destaque, por que não faz parte da emissora de TV dona dos direitos de transmissão ou de maior audiência.

Tirando as séries A e B, onde a transmissão de TV acontece em todos os jogos, seja no canal fechado ou aberto, ou ainda no pay-per-view, nas séries C e D a CBF tem uma dependência muito grande da boa vontade e do interesse da mídia (principalmente regional) na cobertura de suas competições.

É essa falta de visão da contrapartida que irrita os membros da Abrace. A transmissão pela TV das séries C e D tem uma contabilidade complexa. Num País continental, de custos altíssimos de logística e operação de telecomunicações idem, possui, por outro lado, um público com baixo interesse às divisões inferiores do futebol.

Restam as emissoras de rádio. Estas sim, ágeis e com gastos mais compatíveis, vão a todas as partidas das Séries C e D, onde estiver acontecendo. Portanto, a CBF depende – e muito – desses veículos para promover seus jogos nessas divisões. Mas e a contrapartida? Isso nunca foi o forte da CBF.

Aliás, alguém sabe como anda os centros de treinamento que a entidade ficou de construir pós-Copa? 

Redação

6 Comentários

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  1. Uma pena saber quem somos
    sabemos que somos um sociedade de gente idiota. a nossa estupidez nos tem conduzido pra essa subserviente dependência dos usa e de nossas elites e o que é pior, por migalhas, acreditando que são nobres. gente otária não passaremos de uma Costa Rica com um grande tamanho.

  2. Vergonhoso mesmo, meu caro, é

    Vergonhoso mesmo, meu caro, é ouvir parte dos narradores

    e comentaristas de TV, principalmente os do gruplo globo.

    Não fazem uma crítica a um time dito dos grandes. Críticas

    a jogadores pernas-de-pau nem pensar.  São todos ótimos.

    Mas o pior mesmo é a torcida que fazem pelos times do

    eixo Rio/São Paulo. É de dar engulho.  Parecem que

    fazem parte da folha de pagamento desses times.  É uma

    torcida descarada e vergonhosa.

  3. Entrevista de jogador

    Tudo bem que a CBF não deveria criar obstáculos às outras mídias. Mas por outro lado ter que ouvir entrevista de jogador de futebol…..Esses caras não tem nada dentro da cabeça, e são raras as excessões…

  4. Prezado..
    A meu ver a questão

    Prezado..

    A meu ver a questão está sendo focada de modo errado, me perdoe a ousadia. O que de fato existe é uma enorme diferença entre O Campeonato Europeu x Campeonatos de Países Europeus.

    Cada país europeu tem seu campeonato nacional e com calendário anual e classificatório para os diversos campeonatos interpaíses da Europa. 

    Os campeonatos Europeus tem uma grade de programação esportiva em datas inseridas acordadas com as Confederações de Futebol dos países membros.

    Aí está a grande diferença: Campeonatos Europeus e Campeonatos dos países da Europa.

    Aqui na nossa região também temos campeonatos de clubes de países:  Sul Americano, Libertadores, etc..

    Antigamente aqui no Brasil  haviam campeonatos estaduais que tinham uma agenda anual. Cada estado produzia seu campeonato mais ou menos dentro de um calendário comum: tipicamente jogavam de cerca de 10 meses.

    Considerando o tamanho do Brasil podemos fazer uma comparação entre Estados Brasileiros x Países Europeus. Dessa forma cada campeonato estadual corresponderia ao campeonato de cada país da Europa.

    Observe que não estou falando de qualidade, organização, etc.. mas sim da correspondência: Estado x País.

    Aí entra a Globo e a CBF e se apropriam do  calendário do futebol brasileiro e durante 8 meses promovem um campeonato brasileiro como se o Brasil fosse um único país da europa… E com essa apropiação indébita (ao meu ver) destroem os campeonatos estaduais e como consequencia, a destruição do futebol brasileiro.

    Os campeonatos estaduais sempre o foram o  grande celeiro para os grandes clubes do país. Mais ainda, além de revelar grandes jogadores, os clubes pequenos conseguiam sobreviver financeiramente com a venda desses jogadores que sebressaiam durante o ano.

    FAzendo um contraponto com a questão da mídia dominante, a CBF e a Europa. Há que se observar que nas competições de cada país da europa, as midias são diversas em cada país e assim durante o ano todo há uma maior proximidade com o que acontece aqui no Brasil nos campeonatos estaduais, onde não prevalece de forma tão exposta, osdireitos exclusivos da midia dominante. onde rádios, jornais e tvs locais tem maior acesso aos clubes e aos jogadores.

    O que precisamos de fato, a meu ver, seria uma reformulação do futebol brasileiro, seguindo par e passo ao que acontece na Europa: campeonatos de países da E|uropa e campeonatos Europeus multipaíses.

    Aqui com certeza teríamos de prover uma modernização nos modelos estaduais de modo a criar maiores atrativos para os torcedores irem ver os jgos de seus clubes e também para torná-los auto sustentáveis financeiramente.

    E para o bem de todos e não para apenas 20 ou 40 clubes, o Campeonato Brasileiro ter uma agenda distribuida durante o ano semelhante a Copa do Brasil, com clubes sendo classificados conforme seus resultados nos campeonatos estaduais.

     

    É como penso.

  5. Se formos procurar

    Se formos procurar cuidadosamente as causas da morte de nosso grande futebol, encontraremos as digitais da Globo em quase tudo. Enquanto a Globo dominar o futebol, o futebol brasileiro que projetou-se no cenário mundial por toda a segunda metade do século vinte não poderá renascer. Isso, embora tenha todas as condições sociais e econômicas para tal.

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