Deltan teve ajuda do Antagonista para tentar influenciar no Banco do Brasil e PGR

Jornal GGN – A nova reportagem da série Vaza Jato publicada nesta segunda (20) aponta que o site O Antagonista ajudou a Lava Jato em Curitiba a tentar influenciar no processo de escolha dos novos chefes da Procuradoria-Geral da República e do Banco do Brasil – que nada tem a ver com o Ministério Público Federal.

As mensagens de Telegram revelam que a cúpula do Antagonista entrou em contato com Deltan Dallagnol para saber quem o site deveria apoiar na corrida pela PGR. Deltan, por sua vez, consultou Carlos Fernando dos Santos Lima, o “decano” da Lava Jato que se aposentou no ano passado para abrir um escritório de compliance.

Carlos Fernando apontou os nomes que deveriam ser apoiados pelo Antagonista: os subprocuradores da República Nicolao Dino e Mário Bonsaglia. Mas a vitoriosa acabou sendo Raquel Dodge, com quem a força-tarefa de Curitiba teve os mais emblemáticos embates envolvendo a PGR ao longo de 5 anos de operação.

Deltan e colegas de MPF também usaram o Antagonista para minar a indicação do ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro para a presidência do BB.

Contra Monteiro – que era o favorita de Paulo Guedes- não havia qualquer denúncia formal por parte da Lava Jato, mas Onyx Lorenzoni, amigo de Deltan, era contra sua indicação.

Deltan então pediu que a Lava Jato levantasse todas as citações em delações premiadas que tinham a respeito de Monteiro, e vazou tudo para o Antagonista. O governo Bolsonaro, então, recuou e desistiu da indicação.

Cientes da vitória política, um dos procuradores diz no chat que Monteiro “já caiu graças aos manuscritos que Isabel [procuradora] e eu encontramos na casa do Bendine.”