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Em defesa da democratização da Mídia!

Em defesa da Democratização da Mídia! – por Marcos Doniseti! 

As forças progressistas brasileiras defendem a democratização da Mídia do país, mas muitos dos seus principais líderes e integrantes usam a expressão ‘regulação da mídia’ quando se referem ao assunto em questão. Isso é um grave equívoco, em minha modesta opinião.

Porque? Simples: Quando as pessoas ouvem falar da expressão ‘regulação da mídia’, elas pensam que está se defendendo a censura à imprensa.

E ninguém está defendendo censura nenhuma.

Primeiro, porque foram justamente estas forças progressistas as grandes responsáveis por lutar contra a Ditadura Militar e, assim, por conseguir restabelecer as liberdades democráticas fundamentais no país, incluindo as liberdades de expressão, manifestação, pensamento e, também, é claro, a de imprensa.

Enquanto isso, foram exatamente os grandes veículos de comunicação empresarial existentes hoje (Globo, Veja, Folha, Estadão) os que mais defenderam o Golpe de 64 e a Ditadura Civil-Militar de 1964-1985. Editorial de ‘O Globo’ de 02/04/1964 até saudou o Golpe de Estado do dia anterior como sendo o responsável por restaurar a Democracia no Brasil.

Cliquem no link e confiram vocês mesmos: http://guerrilheirodoentardecer.blogspot.com/2011/08/ressurge-democracia-editorial-do-jornal.html

Além disso, quais são as principais propostas das forças progressistas com relação ao funcionamento da Mídia tupiniquim? São as de impor limites à concentração da propriedade dos veículos de comunicação nas mãos de pouquíssimos grupos empresariais, a de garantir a pluralidade a e diversidade de opiniões na Mídia nacional, bem como a de garantir o respeito aos direitos de resposta, de imagem e de privacidade. É bom esclarecer que tais direitos são garantidos pela Constituição.

Com isso, todas as correntes de pensamento poderão ter espaço na Mídia e as pessoas terão como analisar e comparar tais visões de mundo e, assim, chegar às suas próprias conclusões.

Desta maneira, o público estará em condições de pensar por sua própria cabeça e irá parar de reproduzir, de forma acrítica e superficial, o que a Grande Mídia impõe como sendo a verdade.

Além do mais, as forças progressistas precisam lutar para que se respeite os direitos constitucionais como o de resposta, de imagem e o de privacidade e que são, diariamente, violados pela Grande Mídia.

Como agravante, estas constantes violações destes direitos contam com o beneplácito e com a conivência de um Poder Judiciário omisso, lento, ineficiente e que se deixa influenciar pelo noticiário, parcial e mentiroso, desta Grande Mídia.

Os casos da publicação da ficha falsa da Dilma pela ‘Folha’, da acusação de estupro contra o presidente Lula feita, sem qualquer apresentação de provas, por um colunista da ‘Folha’, a acusação mentirosa de ‘Veja’ a respeito de dinheiro das FARC e do governo de Cuba para a campanha presidencial de Lula, o caso do inexistente grampo contra Gilmar Mendes e Demóstenes Torres são exemplos perfeitos disso que estou dizendo.

Todos estes casos de manipulação grotesca e desonesta da informação, pela Grande Mídia, ficaram totalmente impunes.

Logo, atualmente, nenhum destes direitos constitucionais são respeitados pela Grande Mídia tupiniquim.

E a concentração de mídia no Brasil  é uma das maiores do mundo, com um pequeno grupo de famílias controlando quase toda a Mídia nacional.

Entre estas famílias estão: Marinho (Globo), Mesquita (Estadão), Frias (Folha), Sirotsky (RBS), Abravanel (SBT) e Saad (Bandeirantes).

Estes grupos empresariais familiares de comunicação são verdadeiros latifúndios midiáticos e que foram construídos, ao longo do tempo, principalmente na época da Ditadura Militar, que lhes deu apoio financeiro fundamental, bem como colocou à disposição dos mesmos recursos tecnológicos como os da Embratel, que interligou o país através da televisão, fato que foi fundamental para o crescimento explosivo da Rede Globo. Sem a Embratel, a Globo jamais teria se transformado num Império de comunicação tão vasto e poderoso.

E não se pode esquecer que, na época da Ditadura, incêndios criminosos enfraqueceram a TV Record que era, junto com a Tupi, a maior rede de TV do Brasil. Coincidência ou não, tal fato ajudou a abrir caminho para a ‘irresistíveil ascensão’ da Rede Globo à condição de maior grupo empresarial de comunicação do país.

E não se pode esquecer, também, que outros veículos de comunicação que, antes do Golpe de 64, tinham uma postura mais democrática e progressista, foram devidamente empastelados ou sufocados economicamente pela Ditadura Militar.

Um caso clássico foi o do jornal carioca ‘Correio da Manhã’, que era um dos mais progressistas da época e que fazia duras críticas ao regime ditatorial. Sua proprietária e seus principais redatores chegaram a ser presos pela Ditadura, que também promoveu fortes pressões junto aos empresários para que estes parassem de anunciar no jornal. Como resultado, o mesmo não resistiu e acabou fechando.

Portanto, os atuais grandes veículos de comunicação empresarial que monopolizam a mídia brasileira são os beneficiários diretos dessa política, adotada pela Ditadura Militar, de sufocar com os órgãos de imprensa que abriam espaços para formas de pensamento e visões de mundo divergentes e diferentes daqueles que eram desejados pelo regime ditatorial.

Como diria o grande brasileiro Leonel Brizola: Globo, Folha, Estadão, Veja e RBS são os filhotes da Ditadura!

Por tudo isso, entendo que a expressão ‘Democratização da Mídia’ é a correta, pois é por isso que as forças progressistas do país lutam. Não queremos censurar nada e nem ninguém, como falsamente acusa a Grande Mídia reacionária e que apoiou e sustentou uma Ditadura Militar de 21 anos e pela qual foi beneficiada, de inúmeras maneiras, como demonstrei aqui.

Entendo que, portanto, temos que mostrar para a população que essa pluralidade não existe hoje devido à concentração da propriedade da mídia nas mãos de poucos e que isso é altamente prejudicial para o país.

É necessário que as forças progressistas comecem, o quanto antes, a mostrar para a população que somente com a democratização da propriedade dos veículos de comunicação e com a vigência de respeito à pluralidade e aos direitos constitucionais dos cidadãos é que será possível construir uma Mídia plural e moderna.

Assim, a mesma poderá levar informação de qualidade para toda a população e contribuir para que se encontre soluções para os grandes problemas nacionais através do debate franco, direto, plural e sem censura a respeito do que é necessário fazer para resolvê-los.

Portanto, defendo que devemos usar a expressão ‘Democratização da Mídia ‘ e não ‘regulação da mídia’, que só serve para confundir as pessoas, quando defendermos os nossos pontos de vista sobre essa importante questão nacional. 

Redação

Redação

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