Entenda as causas da queda das bolsas de valores no mundo

Para o Brasil, a queda no barril de petróleo afeta as ações da Petrobras, a maior empresa brasileira capitalizada na bolsa

Por Wellton Máximo

Da Agência Brasil

Entenda as causas da queda das bolsas de valores no mundo

Em uma tarde tensa no mercado financeiro global, o dólar aproxima-se de R$ 4,75, e a bolsa de valores do Brasil, B3, volta a registrar queda superior a 11%, depois de ter os negócios interrompidos pela manhã.

Às 16h, o índice Ibovespa acumulava recuo de 11,26%. O dólar comercial era vendido a R$ 4,745, com alta de 2,39%, R$ 0,11, depois de o Banco Central entrar no mercado pela segunda vez no dia. Pela manhã, a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões das reservas internacionais à vista. Agora à tarde, vendeu mais US$ 465 milhões das reservas.

Circuit breaker

Pela manhã, a B3 chegou a ter as negociações interrompidas por 30 minutos porque o Ibovespa tinha caído mais de 10%. Esse é o chamado circuit breaker, mecanismo acionado quando o índice cai mais que determinado nível.

A última vez em que a bolsa tinha tido as negociações interrompidas foi em maio de 2017, após a divulgação de conversas do então presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, dono da JBS. A B3 pode acionar novamente o circuit breaker ainda hoje caso o Ibovespa caia mais de 15%.

Petróleo

Os mercados de todo o planeta, que nas últimas semanas têm atravessado momentos de instabilidade por causa do coronavírus, enfrentam um dia de turbulências, após a disputa de preços entre Arábia Saudita e Rússia em torno do petróleo. Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Arábia Saudita aumentou a produção de petróleo depois que o governo de Vladimir Putin decidiu não aderir a um acordo para reduzir a extração em todo o mundo.

O aumento de produção num cenário de queda mundial de demanda por causa do coronavírus fez a cotação do barril de petróleo iniciar o dia com queda de mais de 30%. Por volta das 16h, o barril do tipo Brent era vendido a US$ 31,13, com queda de 24,6%. Essa foi a maior queda no preço internacional para um dia desde a Guerra do Golfo, em janeiro de 1991.

Para o Brasil, a queda no barril de petróleo afeta as ações da Petrobras, a maior empresa brasileira capitalizada na bolsa. Por volta das 16h, os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) da companhia caíam 28%. Os papéis preferenciais (que dão preferência na distribuição de dividendos) caíram 29,7%. Segundo a própria Petrobras, a extração do petróleo na camada pré-sal só é viável quando a cotação do barril está acima de US$ 45.

Consequências

A queda nas cotações do barril de petróleo traz outras consequências para a economia brasileira. Caso os preços baixos se mantenham, a companhia repassará a queda do preço internacional para a gasolina e o diesel. Se, por um lado, a queda beneficia os consumidores; por outro, prejudica o setor de etanol, que perde competitividade.

Os preços mais baixos diminuem a arrecadação de royalties do petróleo e a arrecadação de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o principal tributo estadual, num momento em que diversos estados atravessam dificuldades financeiras.

Paulo Guedes

Hoje pela manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que a crise internacional deve afetar menos o Brasil que outros países porque a economia brasileira é mais fechada que a do resto do mundo.

O ministro repetiu que a melhor resposta para a crise é a continuidade da agenda de reformas e reiterou que a reforma administrativa pode ser enviada ao Congresso ainda esta semana.

 

Redação

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