Filme sobre Op. Condor confirma pacto para eliminar lideranças políticas

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Em entrevista no Sala de Visitas, cineasta Cleonildo Cruz conta detalhes da produção em cartaz 
 
Jornal GGN – Pensar em Operação Condor é pensar na unidade histórica dos países da América Latina a partir da década de 1960 quando governos democraticamente eleitos no Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai foram derrubados em uma articulação entre militares e o governo dos Estados Unidos para evitar qualquer risco da instalação do comunismo na região. Era tempo de Guerra Fria.
 
O acordo político propiciou a troca de informações entre as embaixadas desses países, facilitando a prisão, tortura, morte, troca de prisioneiros e, ainda, uma estratégia para eliminar importantes lideranças políticas, no caso brasileiro, João Goulart, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, como confirma o historiador e cineasta Cleonildo Cruz, responsável pelo documentário “Operação Condor – Verdade Inconclusa”, em entrevista a Luis Nassif, para o programa na Sala de Visitas que vai ao ar nesta quarta-feira (20), aqui no GGN, partir das 18h. 
 
O filme trás depoimentos dos dois lados da história, de sobreviventes do regime, familiares de mortos e desaparecidos, além de ex-agentes, generais e coronéis que defendem até hoje a instalação das ditaduras. Na entrevista com Nassif, Cleonildo destaca que uma das conversas mais importantes que teve para o documentário foi com Mário Neira Barreiro, ex-agente dos serviços de informação da ditadura militar do Uruguai, que assumiu ter espionado o ex-presidente Jango, deposto pelos militares em 1964 e exilado na Argentina.
 
O documentário começa com a exumação do corpo de João Goulart. Em 2008 a Comissão da Verdade e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou um relatório que corroboru a tese do assassinato de Jango, realizado de forma sutil. Os remédios que tomava para o coração eram trocados e, homeopaticamente, ao invés de se tratar, o ex-presidente foi se envenenando até chegar a óbito. 
 
“Ele [Neira Barreto] fala muito claramente dessa intensão [da Operação Condor] de eliminar essas grandes lideranças [latino-americanas, da questão do Jango, do JK e do Lacerda”. O trabalho também confirma, portanto, o que a pesquisadora da USP, Lea Vidigal Medeiros, já tinha dito na edição de estreia do No Sala de Visitas. Um relatório de quase mil páginas que ajudou a coordenar no âmbito da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo concluiu que o acidente que levou a morte de Juscelino Kubitschek foi tramado pela Condor. 
 
A equipe e Cleonildo demorou um ano e meio para realizar o documentário, percorrendo todos os países que compunham o pacto militar: Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Paraguai e Uruguai. O filme destaca que, apesar da oficialização da Condor ter ocorrido em 1975, no Chile, os regimes militares já mantinham acordos bilaterais e multilaterais com o objetivo de sufocar grupos descontentes com a repressão imposta na região. A operação também tinha forte influência do governo dos Estados Unidos.
 
Não perca hoje entrevista completa na nova edição do programa “Na Sala de Visitas com Luis Nassif”, a partir das 18h, aqui no GGN. 
 
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Redação

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