Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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  1. Nassif, recebi esse e-mail de

    Nassif, recebi esse e-mail de um amigo e acredito que vale uma exposição aqui no seu blog. 

    abç

    Prezados amigos,

    Gostaria de compartilhar mais um texto escrito por mim, dessa vez sobre um assunto muito mais polêmico: o Bolsa família!

    Às vezes eu acho que ela deveria se chamar bolsa raiva porque ela desperta tanto ódio em algumas pessoas que impede qualquer diálogo de alto nível sobre o tema.

    Pensando nisso, envio esse texto em anexo para estimular a reflexão e o debate baseado em fatos e não preconceitos.Espero assim dar uma contribuição para elevar o nível da campanha eleitoral.Grande abraço!Enviado pelo Professor de física Daniel Guilherme (CEFET/RJ Unidade Maracanã)

    Querido amigo

     

                    Sei que você odeia o PT, o Lula, a Dilma e o programa bolsa família, não necessariamente nessa ordem. Às vezes tenho medo que odeie também os eleitores do PT, porque isso me incluiria no seu círculo de desafetos ou naquele grupo de pessoas que aturamos para não criar uma discussão. Ainda lembro de um post no Facebook após o 1º turno explicando que as pesquisas de opinião erraram porque os eleitores da Dilma não trabalham. Ok, tudo bem, era brincadeira (espero rsrs).

                    Bom, contudo para a sua indignação sinto informar que o Aécio também prometeu manter o bolsa família! E agora? Por que ele fez isso? Ele é um hipócrita que promete uma coisa, mas depois de eleito faz outra? Bom, pode ser, mas isso só saberemos se ele ganhar.  Agora, eu queria que você compreendesse uma coisa que até o Aécio percebeu: o bolsa família é uma grande ideia!

    Aliás, o Aécio diz que quem criou o bolsa família foi o PSDB em 2001 com o nome de bolsa escola. Realmente, é verdade! A única coisa que ele se esqueceu de mencionar é que o FHC ficou 8 anos no poder, mas só criou o bolsa escola em 2001 faltando 1 ano para as eleições! Imagina se fosse o PT que fizesse isso! O que você iria falar?

    Você é uma pessoa de quem eu gosto pelas qualidades e não por convenções sociais. Então, gostaria que você ouvisse com carinho meus argumentos. Prometo também escutar os seus!

    Ah, o bolsa família gasta o meu dinheiro que pago de impostos para sustentar vagabundos! Calma! Me escuta um pouquinho, por favor!

    Só podem receber esse benefício as famílias carentes, isto é aquelas que têm renda mensal de até 154 reais, por pessoa (bem pobres, concorda?). Este ano, o bolsa família atende a 13,7 milhões de famílias carentes. É muita gente, certo? Deve ser uma grande despesa ajudar essa galera toda, não é? Felizmente, não! Para você ter noção, o orçamento anual do bolsa família é apenas 0,44% do PIB (dados 2013). O gasto com educação, por exemplo, é 6,2% PIB, portanto 14 vezes maior do que o bolsa família. Aliás, em 26/06/2014 a Dilma sancionou a lei que destina 10% do PIB para educação (legal, né?). Bom, vamos voltar ao assunto!

    Sabe por que o bolsa família apesar de atender a tanta gente não custa tão caro como você imaginava? Porque cada criança pobre de 0 a 15 anos recebe por mês somente 35 reais (limitados a 5 crianças) e se for de 16 a 17 anos recebe 42 reais (limitados a 2 jovens) (Dados 2014). Vale lembrar que uma condição indispensável para a criança ou adolescente menor de 15 anos ganhar o bolsa família é estar matriculado na escola. Sem escola, nada de bolsa! Se, além disso, a família tiver na condição de miséria, o que equivale a menos de 1 dólar por dia por pessoa, então, a família toda recebe um auxílio extra de 77 reais, independente do número de crianças (Dados 2014).

    Você já viu uma propaganda muito comovente dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na televisão? Eles mostram crianças pobres, desnutridas e doentes na África e pedem uma doação mensal de 30 reais. Eles explicam que com 30 reais por mês conseguem salvar e tratar 2 crianças que sofrem de desnutrição (maravilhoso o que eles fazem, não é?).

    Você acha mesmo do fundo do seu bom coração que dar 35 reais de bolsa para uma criança pobre é sustentar vagabundo?

    Você sabia que o bolsa família atende a 21 milhões de crianças no Brasil inteiro? (Dados 2013). Isso significa que a imensa maioria dos “vagabundos” que recebem bolsa família são crianças!

    Você sabia que houve uma redução da mortalidade infantil por desnutrição, diarreia e infecções respiratórias substancialmente maior nos municípios com alta cobertura do bolsa família se comparados com outras cidades? (Dados de 2009 a 2011).

    Você sabia que uma das condições para criança receber o bolsa família é ter a carteira de vacinação em dia? Por causa disso a proporção de crianças beneficiárias do bolsa família que tomaram a terceira dose da vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) foi 26% maior e da terceira dose da vacina da poliomielite foi 11,6% maior (Dados de 2005 a 2009).

    Aposto que os pais vagabundos embolsam os 35 reais das crianças que ficam sem nada! Tem certeza que você acha isso mesmo? Para o “vagabundo” receber esse dinheiro é preciso que a criança esteja viva e não creio que uma criança no Brasil gaste menos do que 35 reais por mês…

    O vagabundo deixa de trabalhar para ganhar bolsa família! Pensa bem, amigo! O bolsa família é destinados para crianças e adolescentes que estão na escola. Para um adulto receber o bolsa família é preciso estar na miséria (menos de 1 dólar por dia, por pessoa, lembra?). Quem tiver nessa situação ganha a magnífica quantia de 77 reais por mês. Tu achas mesmo que vale a pena o cara largar o emprego para viver com 77 reais? Tá bom, te dou um desconto: deve ter mesmo uma meia dúzia de malucos  (normal não deve ser rsrs) que faz isso e são uns parasitas sociais. Agora é sua vez de me dar um desconto: me diga, você acha que esses vagabundos são regra ou exceção?

    O bolsa família estimula a mulher pobre a ter mais filhos! Boa questão, amigo! Será que é verdade? Teoricamente faz sentido, mas a realidade é oposta. O motivo é simples: não vale a pena ter uma criança em troca de 35 reais. É muito pouco… Várias pesquisas feitas entre 2009 e 2011 demonstram esse fato (as referências estão no final da carta). Por exemplo, entre 1991 e 2000 (antes de existir bolsa família) a taxa de fecundidade das mulheres que estão na faixa de miséria à pobreza (isto é que recebem até 25% de um salário mínimo) caiu de 5,5 para 4,6. Se o bolsa família estimulasse a reprodução nas mulheres pobres, então a taxa de fecundidade dessas mulheres entre 2000 e 2010 deveria aumentar com o surgimento dessa bolsa, certo? Contudo, a taxa de filhos caiu mais forte ainda de 4,6 para 3,3 (fantástico, né? Explica isso!). E a fecundidade das mulheres que ganham entre 25% e 50% do salário mínimo? Também caiu de 3,2 para 2,7 entre 2000 e 2010. Ou seja, taxa de fecundidade das mulheres pobres está caindo, com ou sem bolsa família! Ah, informação importante: metade das mulheres que ganham o bolsa família obtém métodos contraceptivos (pílulas anticoncepcionais e preservativos) gratuitamente através do programa saúde da família.

    Além do bolsa família o PT criou o bolsa presidiário para os bandidos e o bolsa desemprego para os vagabundos!

    Fala sério, amigo! Você já passou da idade de acreditar nas fofocas que as pessoas desavisadas colocam no Facebook! Não entra nessa pilha de divulgar ofensas. (PS: o auxílio reclusão foi criado em 1991 e estabelece que a família dos presidiários que tenham contribuído para o INSS antes da prisão, receba uma pensão cujo valor depende dos anos de contribuição e cujo teto hoje é R$ 789, 30 (claro que são pouquíssimos que recebem…). O seguro desemprego foi criado em 1986 (em 1988 foi incorporado ao artigo 7 da constituição) e garante ao trabalhador demitido sem justa causa o recebimento de 3 a 5 parcelas de acordo com o tempo empregado com carteira assinada e cujo valor depende do valor da contribuição (limitado a R$ 1.304,93). Conclusão: todos esses auxílios foram criados antes de PSDB e PT assumirem o governo.

    O bolsa família tem falhas no cadastro e pessoas que não são pobres recebem o benefício! Concordo plenamente! Tá vendo, como a gente não é tão diferente assim? Acho que uma das coisas mais revoltantes é ver gente bem de vida roubando o dinheiro dos pobres. Essas pessoas não são vagabundas, são criminosas mesmo. Bom, mas o que deve ser feito diante desse absurdo? Acabar com o bolsa família e deixas as crianças na miséria? Claro que não, você vai dizer! Não se pode destruir uma boa ideia que salva vidas por causa de pilantras que se aproveitam das brechas do sistema. Também acho, amigo! Por isso, o governo tem tomado as seguintes medidas: cruzamento dos dados do cadastro único dos beneficiários, auditorias executadas pela Rede Pública de Fiscalização (RPF) e ações de fiscalização junto aos gestores municipais responsáveis pela concessão do benefício. Aliás, se você souber de um caso assim, por favor, denuncie no seguinte número 0800-707-2003 (ligação gratuita).

    O bolsa família dá o peixe, mas não ensina a pescar! É verdade, amigo! Bolsa família não é emprego. Bolsa família serve para combater a miséria, desnutrição, mortalidade infantil, dar condições mínimas de sobrevivência para famílias carentes e por fim incentivar que pais e mães na condição de pobreza coloquem os filhos na escola ao invés de obrigar a criança a trabalhar, pedir dinheiro na rua ou se prostituir. Para ensinar a pescar é preciso investir em educação e qualificação profissional, por que senão as chances de emprego são extremamente limitadas. Pensando nisso, o governo Dilma criou em 2011 o PRONATEC. Você já ouviu falar? O PRONATEC é um convênio que o governo fez em parceria com as escolas técnicas federais e o sistema S (SESI, SENAI, SESC, SENAC) destinado a fornecer cursos técnicos em diversas áreas (Mecânica, Eletrônica, Administração, Segurança do trabalho, etc) para alunos da rede pública estadual (1 ano de duração) e para beneficiários do bolsa família maiores de 18 anos (2 meses de duração). Em 2014, o PRONATEC atendeu mais de 3 milhões de pessoas em busca de uma formação profissional que abrisse as portas do mercado de trabalho, que está especialmente deficiente em mão de obra qualificada de nível técnico.

    Não vou te enganar, amigo. Ainda acho que isso é uma iniciativa tímida para fazer as pessoas superarem a pobreza e gostaria que o governo investisse mais ainda em programas que estimulassem o emprego, a educação formal de qualidade e a qualificação da população carente. Quando o PSDB entregou o governo para o Lula em 2003, a taxa de desemprego era de 12,2%. Quando o Lula passou o bastão para a Dilma em 2010, a taxa de desemprego era de 6,8% e por fim, agora em agosto a taxa de desemprego foi de 5% (Dados IBGE). O governo tem uma política clara de incentivo ao emprego e de valorização do salário mínimo acima da inflação, exatamente para mostrar que compensa mais trabalhar do que receber bolsa família.

    Ah! Antes que eu me esqueça, em 2011, o bolsa família foi reconhecido pela ONU como exemplo de política pública de combate de erradicação da pobreza (http://www.onu.org.br/programa-bolsa-familia-e-exemplo-de-erradicacao-de-pobreza-afirma-relatorio-da-onu).

    Não tenho esperanças de mudar seu voto anti-petista por excelência, mas gostaria que você refletisse, independente da sua ideologia, que existem muitas coisas boas que o PT realizou nesses 12 anos que seriam uma grande lástima se forem perdidas.

    Esta carta foi baseada no livro escrito por dezenas de pesquisadores e publicado pelo IPEA sobre os 10 anos do bolsa família, que eu baixei nesse link                 (http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20408

     

    1. Upgrade!

      Poderiam elevar o comentário da Dê?  Minha cunhada tem cerca de mais de 3o contatos que não querem votar em DILMA e, contribuindo, ela repassa a todos, os posts que compartilho. E só se for elevado,consigo compartilhar. Por favor!  O título poderia ser:  Carta de um defensor do Bolsa Família. Novamente, por favor!

  2. Michael Löwy: 10 boas razões para votar em Aécio

    Por Michael Löwy 

     

     você acha que o que é bom para os bancos é bom para o Brasil, vote em Aécio.Se você acha que o que é bom para Exxon, Texaco, Goldmann & Sachs e J.P. Morgan (o banco do Armínio Fraga) é bom para o Brasil, seu candidato é o Aécio.Se você pensa que os Estados Unidos são os protetores da paz no mundo e que o Brasil deve se alinhar à política norte-americana, tem mesmo de votar em Aécio.Se você acha que a educação e a saúde estariam em bem melhor situação se fossem privatizadas, apoie Aécio.Se você acha que o salário mínimo está alto demais, agravando o “custo Brasil”, vote sempre em Aécio.Se você acha que o lugar de criança delinquente é no Carandiru, não deixe de votar em Aécio.Se você acha que os ricos, os fazendeiros, os empresários e os donos de supermercados pagam impostos demais, Aécio é seu candidato.Se você acha que o neoliberalismo demonstrou, na Europa, sua eficácia para enfrentar a crise econômica e o desemprego, Aécio é seu homem.Se você acha que a taxa de juros esta baixa demais, prejudicando os detentores da dívida pública, seu candidato é mesmo Aécio.Se você acha que a Reforma Agrária é coisa do passado e que o futuro de um Brasil moderno é o agronegócio produtor de commodities, por favor, vote em Aécio.Se entretanto, por alguma razão obscura – ignorância, preconceito anticapitalista, esquerdismo, falta de confiança em nossas elites – você não acredita em nada disso, provavelmente votará na Dilma… 

  3. Acredite: Rádio de SP resolve sortear mil litros de água

    1.000 Litros de Água – O prêmio mais esperado do ano, a Mix te dá água!

    14 de outubro de 2014

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    A Mix pensou em te dar mais um iPhone 6, depois pensou em te dar mais um iPad, pensamos até num PlayStation 4, mas aí resolvemos dar um negócio muito melhor, você vai ganhar água!

    Isso sim é uma coisa que todo mundo está querendo!

    São 1.000 litros de água para você fazer o que quiser! Pode tomar banho, escovar os dentes, beber, fazer suco…

    E para ganhar essa água toda, você tem que mandar um vídeo para a gente, fazendo a “Dança da Chuva”, suba em qualquer rede social, usando a hashtag #AMixTemAgua.

    A ”Dança da Chuva” mais legal vai levar a água toda para casa!

    O resultado rola no dia 08 de novembro, a partir do meio-dia, na primeira edição do Top Mix!

    Faça logo o seu vídeo e participe!

     

  4. Sugestões
    Nassif,

    Acesso o portal GGN com mais frequência de aparelhos celulares ou tablet, mas o site parece ter sido concebido apenas para computadores. Tem sido um trabalho hercúleo comentar por aqui porque as caixas de diálogo, o espaço de inserção de texto, links e até mesmo o texto são pequenos demais. Por gentileza, informe se há a intenção de disponibilizar o conteúdo adaptado para dispositivos móveis e, em caso afirmativo, se há alguma previsão.

    Abs,
    Guilherme

  5. O sexto turnoPor Mauro

    O sexto turno

    Por Mauro Iasihttp://blogdaboitempo.com.br/2014/10/15/o-sexto-turno/

    14.10.15_Mauro Iasi_O sexto turno

    “Os presidentes são eleitos pela televisão, como sabonetes,
    e os poetas cumprem função decorativa. Não há maior magia
    que a magia do mercado, nem heróis maiores que os banqueiros.
    A democracia é um luxo do Norte. Ao Sul é permitido o espetáculo”.
    Eduardo Galeano, O livro dos abraços

    Uma vez mais o jogo previsível encontra seu desfecho esperado. Circunscrita pelo poder econômico e midiático, as candidaturas da ordem se encontrarão, mais uma vez, em um segundo turno. Um dos elementos de garantia da ordem pode ser encontrado nos mecanismos de segurança que limita as alternativas e depois as apresenta como liberdade de escolha.

    No campo político isso foi descrito por Gramsci como “americanismo” e se expressa classicamente na alternância entre um Partido Democrático e outro Republicano nos EUA, num jogo de imagens no qual nem um é democrático, nem o outro é de fato republicano. Ao sul do equador tal fenômeno pode ser visto historicamente na suposta alternância entre liberais e conservadores, na maldição já descrita na expressão “nada mais conservador que um liberal no poder”, ou na famosa ironia de que no ato de posse o programa conservador é transferido para o partido de oposição, que entrega o programa liberal para quem sai do governo.

    Carlos Nelson Coutinho costuma chamar a versão brasileira desta “democracia” de americanalhamento. A expressão parece pertinente.

    A instituição do segundo turno no Brasil tem servido a este propósito. No sistema norte americano todo mundo pode ser candidato, mas os filtros vão se dando nas eleições dos convencionais (que de fato elegem o presidente numa eleição indireta e absurdamente antidemocrática), até que só chegam à disputa de fato os dois partidos oficiais citados. No Brasil não é necessário tal engenharia política. Os filtros de segurança começam pelas clausulas de barreira que impedem a organização partidária, depois a legislação eleitoral absolutamente desigual e inconstitucional (mas isso nunca foi problema em nosso país segundo o TSE), passa pelo financiamento privado de campanha e chega na cobertura desigual da imprensa monopólica.

    Não podemos esquecer o mecanismo que decide o voto antes da eleição pelo controle dos cofres públicos, dos governos estaduais, prefeituras e cabos eleitorais numa verdadeira chantagem de verbas, financiamentos e facilidades que controlam regiões inteiras sem a necessidade de uma único debate de programas ou ideias.

    Como diz Galeano no texto que nos serve de epígrafe, a democracia é um luxo reservado ao Norte, ao Sul cabe o espetáculo que não é negado a ninguém, afinal, diz o autor uruguaio, “ninguém se incomoda muito, que a política seja democrática, desde que a economia não o seja”. Quando as urnas se fecham, prevalece a lei do mais forte, a lei do dinheiro.

    Mas, é essencial ao espetáculo que você sinta a sensação de estar decidindo. É neste campo que se inscreve o chamado voto útil.

    A máquina eleitoral burguesa não pode impedir movimentos de opinião, que se expressam no primeiro turno e, mesmo, no segundo. É perfeitamente compreensível que muitas pessoas pensem na lógica do mal menor, numa análise comparativa entre as alternativas que restaram. Como sempre há diferenças entre elas, convencionou-se que a esquerda deve votar no mais progressista e evitar o risco da direita.

    Analisemos mais detidamente as alternativas que o poder econômico, a legislação restritiva e os meios de comunicação monopolizados selecionaram.

    De um lado Aécio Neves do PSDB, legenda conhecida pelos mandatos de FHC e do próprio político mineiro em seu estado, assim como a longa dinastia paulista. Neste caso não há dúvida sobre seu programa conservador, seu compromisso com o mercado e os grandes grupos monopolistas, sua lógica privatista e sua subserviência ao imperialismo. Trata-se de uma legenda que nada tem de social democrata e tornou-se o centro aglutinador da direita representada na aliança com o DEM, o PPS e outras que compuseram sua base de governabilidade quando no governo, como o sempre presente PMDB, PTB e outros.

    De outro, o PT, partido que tem sua origem nos movimentos sociais e sindicais dos anos 1970 e 1980, e que chegou à presidência em 2002 com a eleição de Lula para aderir ao pacto e ao presidencialismo de coalizão tornando-se o centro de um bloco do qual participam o PCdoB e o PSB, garantindo sua governabilidade com o PMDB, o PTB, PP, PSC, e outras siglas no mercado do fisiologismo político próprio do americanalhamento citado. Difere do PSDB na medida em que defende uma maior presença do Estado para garantir a economia de mercado, sustentando seu pacto de classes através de medidas de cooptação e apassivamento, tais como a garantia do nível de emprego e políticas sociais focalizadas e compensatórias de combate aos efeitos mais agudos da miséria absoluta.

    A mera comparação justifica a tendência do voto em Dilma de grande parte dos que temem um governo do PSDB como expressão mais clara da política conservadora.

    Coloquemos, entretanto, as coisas numa perspectiva histórica. Este não é um mero segundo turno, é o sexto turno. É a terceira vez que tal situação se apresenta. Nas duas primeiras, em 2006 e 2010, o PCB, por exemplo, indicou o voto crítico no candidato do PT, ou priorizou o combate à direita no momento eleitoral, ainda que sempre se mantendo na oposição. Não seria o caso agora?

    Lembremos quais os discursos que acompanharam este processo. Quando da passagem para o segundo mandato do Lula o discurso é que o primeiro mandato havia sido para acertar a casa, mas agora viria uma guinada em favor das demandas populares, o governo Lula estaria em disputa. Quando da passagem para o mandato de Dilma o discurso é que, agora viria a guinada na forma de uma opção pelo mítico “neodesenvolvimentismo”.

    No entanto, o que vimos nas duas oportunidades não foi uma reversão do rumo do pacto social e das medidas conservadoras, pelo contrário. O fato é que cada governo subsequente foi sendo mais à direita que o anterior. Os governos eleitos para “evitar a volta da direita”, a perda de direitos para os trabalhadores, o aprofundamento das privatizações, a criminalização dos movimentos sociais, o abandono da reforma agrária, acabaram por impor um crescimento das privatizações, uma precarização do trabalho, o ataque aos direitos dos trabalhadores (eufemisticamente chamado de “flexibilização”) e o aprofundamento da criminalização dos movimentos sociais. Reforma da previdência, privatização do campo de Libra, imposição da EBSERH, rendição do Plano Nacional de Educação à lógica dos empresários e do sistema S, prioridade para o agronegócio, a farra da Copa, as remoções, o aumento da violência urbana e a política genocida das polícias militares contra a população jovem, pobre e negra, a não demarcação das terras indígenas, as concessões ao fundamentalismo religioso que impede a legalização do aborto, a criminalização da homofobia…

    Talvez a área mais emblemática seja a luta pela terra. Não apenas reduz-se a cada mandato o número de famílias assentadas, como cada vez mais assentamentos são abandonados à sua própria sorte, e os pequenos produtores considerados “economicamente irrelevantes” (nas palavras de um representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário em resposta às demandas do MPA). Ao mesmo tempo dirige-se toda a política agrária para a prioridade ao agronegócio, tornando aliado central na governabilidade e na direção da política econômica, como mostram os apoios, ainda no primeiro turno, de Kátia Abreu e Eraí Maggi (o rei da soja).

    Algo estranho ocorre por aqui. Primeiro, trata-se de fazer reformas possíveis no lugar da revolução necessária. Para tanto, um pacto social que leva o governo, que deveria ser reformista de esquerda, para um perfil de centro-esquerda – ou nos termos de André Singer, de um reformismo de alta intensidade apoiado na classe trabalhadora para um reformismo de baixa intensidade apoiado nas camadas mais pobres. Em seguida trata-se de tomar medidas de um governo de centro-direita para enfrentar a crise do capital com massivas doses de apoio ao capital por parte do Estado para garantir a manutenção de um crescimento com emprego e geração de renda. E agora uma clara composição de direita apoiada nos grandes bancos, nos setores monopolistas, nas empreiteiras, no agronegócio, numa situação parlamentar ainda mais conservadora que empurrará qualquer governo eleito para posição ainda mais conservadoras para realizar os “ajustes necessários” para enfrentar a crise que já se apresenta no horizonte.

    O que é forçoso constatar é que a política do acumulo de forças não acumulou forças. Pelo contrario, desarmou a classe trabalhadora e abriu espaço para o crescimento da direita. O que era uma estratégia para evitar a direita pode ter se tornado o caminho pelo qual pôde se garantir sua “volta”. De fato, ela nunca teve seus interesses ameaçados – porque nos referimos a interesses de classe e não das legendas políticas que representam seguimentos e facções das classes dominantes. A classe dominante apoia as duas alternativas, fato que fica evidente na distribuição dos financiamentos de campanha.

    O tão falado crescimento da direita, ou a “onda conservadora”, não se dá por acidente, mas é o resultado previsível dos governos de pacto social e da profunda despolitização que resulta de doze anos de governos petistas. Como disse Ruy Braga em artigo recente, que a burguesia e a classe média sejam conservadoras é perfeitamente compreensível, mas o que precisa ser explicado é porque o conservadorismo tomou a consciência de setores da classe trabalhadora. A candidata do PT perdeu no ABC paulista, somando os votos de Aécio e Marina, perdeu em São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul.

    Parte da classe trabalhadora, equivocadamente, aposta em candidaturas conservadoras que são contra seus interesses de classe. Veja, ao invés de infantilmente culpar a esquerda, os governistas deviam se perguntar por que isso ocorreu. Parte da classe quer o fim do ciclo do PT e não há discurso da esquerda que possa convencer este segmento que o governo atual é que lhe representa, pelo simples fato que a sequência de medidas que descrevemos indicam claramente outra coisa.

    O que está acontecendo é que os meios de apassivamento e cooptação são insuficientes para continuar mantendo o governo do PT com a aparência de esquerda enquanto opera uma política de direita. Mantêm-se o nível de emprego, mas os precariza, garante acesso ao crédito para manter o consumo, mas gera endividamento das famílias, garante acesso precário às universidades privadas ou através de uma expansão que não garante a permanência e a qualidade necessária no setor público, tira-se as pessoas da miséria absoluta para colocá-las na miséria.

    A explosão do ano passado foi didaticamente um alerta, mas as forças políticas, governistas ou de oposição no campo da ordem, literalmente ignoraram as demandas que ali surgiram. Nenhuma demanda foi considerada, desde a questão do transporte urbano, os gastos do Estado priorizando as empreiteiras e bancos e não educação e saúde, a violência policial e os limites da democracia de representação. Silencio total.

    A esquerda – aquela que resistiu a este caminho suicida, foi estigmatizada, atacada, criminalizada e excluída do centro do jogo político – no seu conjunto não chegou aos 2% dos votos, e mesmo o voto nulo e a abstenção ficaram nos níveis históricos das últimas eleições. Não pode, portanto ser culpabilizada por uma eventual derrota do PT. A insatisfação de 2013 se apresenta nas eleições como caldo de cultura da necessidade de uma mudança e é atraída pelo canto da sereia da direita que numa eventual vitória governará com a mesma base de sustentação do governo atual.

    Alguns afirmam que o que há de diverso agora é que o PT terá que vencer o PSDB enfrentando-o pela esquerda. Não é o que parece, nem o que o cenário político anuncia com a composição do novo Congresso Nacional. Ao que parece, Dilma investe em se apresentar como ainda mais confiável ao grande capital e seus atuais aliados prioritários, ignorando solenemente as demandas populares para recompor seu governo à esquerda. Respondam rapidamente: quantas vezes, nos últimos debates, a presidente tocou no tema da Reforma Agrária?

    Mais uma vez, compreendo e respeito aqueles que votarão em Dilma para evitar o governo do PSDB. Apenas preocupa-me que pouco se analisa do que consiste o conteúdo desta suposta alternativa. Talvez algumas perguntas, na linha da nota do PCB, ajudem na reflexão:

    O eventual segundo mandato de Dilma reverterá a prioridade do agronegócio e avançará na linha de uma reforma agrária popular tal como proposta pelo MST e uma política agrícola que considere os interesses dos pequenos camponeses como preconiza o documento do MPA?Romperá com a política de superávits primários, de responsabilidade fiscal e de reforma do Estado que tem imposto a prioridade ao pagamento da dívida que consome cerca de 42% do orçamento?Demarcará as terras indígenas se chocando com os interesses do agronegócio e dos madeireiros?Romperá com a dependência em relação à bancada evangélica avançando nas questões relativas ao aborto, ao combate à homofobia e a política retrograda de combate às drogas?Alterará o rumo da política de segurança fincada no tripé: endurecimento penal, repressão e encarceramento?Vai administrar a crise do capital revertendo a tendência à precarização das condições de trabalho e ataque aos direitos dos trabalhadores?Vai mudar a lógica de criminalização dos movimentos sociais na linha da Portaria Normativa do Ministério da Defesa que iguala manifestante a membro de quadrilha e traficante, ou estenderá o fundamento desta política de garantia da Lei e da Ordem na forma de uma Lei de Segurança Nacional que torna permanente a presença das Forças Armadas como instrumento de garantia da ordem?Vai alterar a linha geral do Plano Nacional de Educação que institucionaliza a transferência do recurso público para educação privada, se entrega à concepção empresarial de ONGs e outras instituições empresariais e adia por vinte anos a meta dos 10% para educação?Vai fazer uma reforma política nos termos indicados pelo plebiscito que reuniu 7 milhões de assinaturas, ou aplicará o acordo com o PMDB que produziu um texto conservador e ainda mais concentrador de poder nas atuais siglas do Congresso Nacional tornando mais eficiente o presidencialismo de coalizão?

    Nós que podemos interferir pouco no resultado eleitoral só podemos alertar que quem votar em Dilma não estará apenas evitando a vitória de uma opção mais conservadora – objetivo louvável – mas, também, referendando os atos que vierem a ser aplicados. O próximo governo Dilma, se ganhar, não responderá positivamente, na perspectiva da classe trabalhadora, a nenhuma destas nove questões. Por isso o PCB não pode empenhar seu apoio, mais uma vez, nem que seja crítico, pois os governos petistas já responderam a estas questões com doze anos de governo.

    E se perder? Neste cenário, que não depende de nós e nem pode ser atribuído à esquerda, que não é desejável, mas possível, o PT teria que voltar à oposição. Neste caso temos a dizer que aqui a situação está muito difícil. A criminalização se intensifica, a polícia militar e as UPPs matam pobre todo dia. O Estado Burguês se armou, graças aos últimos governos, de todo um arcabouço jurídico e repressivo para nos combater, os assentamentos da reforma agrária estão abandonados, os serviços públicos foram direta ou indiretamente precarizados através de parcerias públicos privadas, as Universidades estão sendo mercantilizadas e sucateadas, o governo prefere negociar com sindicatos domesticados do que com as organizações de classe, os meios de comunicação reinam incontestes e impõem um real que nos torna invisíveis, reina o preconceito, a violência, a homofobia e a transfobia, parte da classe trabalhadora vivencia uma inflexão conservadora na sua consciência de classe e ataca o marxismo e o pensamento de esquerda como seu inimigo, imperando a ofensiva irracional da pós-modernidade que se revela cada vez mais fascista nos levando para a barbárie.

    Bom, mas isso vocês sabem, não é? Talvez só não saibam de onde veio este retrocesso. Bom, procurem nos seis turnos, naquilo que foi anunciado e no que foi posto em prática… é uma boa pista.

    ***

  6. Já que estou aqui no Rio de

    Já que estou aqui no Rio de Janeiro, mais particularmente na orla da zona sul do Rio de Janeiro, me desculpe aí o Aeroacinho Cunha, mas, a turma que mais exatamente  eu não gosto está exageradamente torcendo por você aí, 

    Viu?

  7. “CARTA A CHICO SÁ ou CARTA À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF”

    “Escrever para a Folha de S. Paulo não enobrece ninguém” MARILENE FELINTO ( * ) 15/10/2014 http://midiafazmal.wordpress.com/2014/10/15/escrever-para-a-folha-de-s-paulo-nao-enobrece-ninguem/comment-page-1/#comment-3009

    CARTA A CHICO SÁ ou CARTA À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

    Pelo contrário, Chico. Mancha o nome da pessoa. Agora que você se demitiu desse jornal, por não poder expor sua opção política pela candidatura Dilma, vamos conversar. Aconteceu comigo também em 2002, quando da primeira eleição do Lula à presidência.

    Quanto tempo faz? Eu também era o que se chamava de “colunista” de opinião do caderno Cotidiano. Quanto tempo faz? Mas, veja: a história não se repete agora nem como tragédia nem como farsa. A história se repete como descaramento, como safadeza mesmo, hipocrisia dessa mídia golpista.

    Aconteceu também, há poucos anos, com Maria Rita Kehl, não foi? Se não me engano, no jornal O Estado de S. Paulo. Os dois “veículos de comunicação” pactuam de novo o complô censor e golpista. Lá no meu caso, em 2002, a coisa teve menos repercussão porque, afinal, não sou tão importante quanto você e Maria Rita. Além do que, você também é da TV, não? Um cara pop. Aparece muito mais, e tal. E Rita é uma personalidade intelectual do mais alto nível (além de loira, o que, já de cara, dá muito mais repercussão aqui no Sudeste racista!).

    Olha, eu até queria que essa carta tivesse um pouco de repercussão (queria que chegasse na presidenta!). Mas vai ser mínima, cara. Talvez circule um pouco pelas redes sociais, minimamente, porque eu não me publico mais nem me divulgo.  Então, não tenho repercussão nenhuma! E, agora, que não temos mais, nem você nem eu, a tribuna de um jornal tipo FSP, imagine, quem vai ler essa carta? (Gargalhe!). Kkkkkkkkkkkkk! Quem se importa, afinal, com essa “mer…” dessa Folha de S. Paulo? Quem precisa dessa “bos…” pra escrever ou publicar algo? Peço desculpas pelos palavrões, mas eu não aguento não. Como jornalismo é m mundo baixo, do qual me lembro com enjoo ainda hoje, evoca palavrões na minha fala.

    Cara, nem sei porque escrevo pra você essa carta, se mal nos conhecemos. Falei com você umas três vezes na vida, talvez. E isso não é uma carta de solidariedade, não. Ninguém precisa de solidariedade porque deixou de escrever nesse jornal.

    Escrevo talvez porque me deu uma enorme vontade de gargalhar quando soube que o caso se passa agora também com você. Gargalhar por causa da importância que ainda se dá a esse jornal e a outros, e à Rede Globo e às redes todas da mídia golpista. Cara, é muita gente querendo ainda escrever na Folha, aparecer na Folha, no Globo, na Globo, na pqp! É de intelectual a artista e político! É de secretário de governo a ministro, a prefeito e a assessor disso e daquilo! É por essas e outras que essa cambada de golpistas age como se fossem eles os donos do mundo, impunes que se sentem, protegidos pelo interesse econômico que representam!

    Chamei esse texto aqui de “ou carta à presidenta Dilma” porque minha vontade era fazer chegar à presidenta um recado torto, e ao Lula também: gente, entendam de uma vez por todas que é preciso regular essa mídia brasileira! Que já demorou demais, que é pura covardia não peitar essa cambada de irresponsáveis. Demorou, presidenta! Presidenta Dilma Rousseff, é preciso garantir as liberdades comunicativas no país, é preciso pluralismo, democratização da mídia, liberdade de expressão! São 12 anos de acovardamento do PT! E eu sou petista, sim, desde sempre, desde então. Lula e você, Dilma, são ídolos meus! E olha que eu quase não tenho ídolos! Só Graciliano Ramos depois de vocês! Ou antes, melhor dizendo!

    Chico. Escrever pra Folha de São Paulo não enobrece ninguém. Não traz renome. Pelo contrário: a pessoa chafurda ali na lama daquelas vaidades, das pequenas trapaças, das intrigas internas, das grandes e perigosas manipulações da informação. Aquilo é um mundo baixo, do qual me lembro com enjoo ainda hoje. E carrego pecha ainda maior: de ter sido amiga do dono, um erro de cálculo provocado pela cegueira e pela vaidade da juventude. Sempre fui péssima nas matemáticas da vida. Sempre só soube direito português, que não serve pra nada, afinal.

    Chico. Em 2001, me chamaram por telefone lá daquele jornal, para dizer também que eu tinha feito “proselitismo político” pró Lula, e que o jornal, neutro (Gargalhe! Que fazia campanha aberta pro Serra), não aceitava aquilo. Gargalhemos novamente. E que, portanto, tudo o que eu escrevesse dali por diante passaria, antes de ser publicado, pelo escrutínio da “direção de redação”. E que, além disso, meu texto sairia apenas de 15 em 15 dias e não mais semanalmente como era. E que, portanto, meu salário também seria cortado pela metade!

    Fiquei pasma! Pela ousadia da tal “direção de redação” chegar para uma pessoa e dizer uma barbárie dessa! E impor uma censura assim, descaradamente, presidenta! Censura é isto! Cadê a liberdade de expressão que eles exigem da senhora? Arrumei a trouxa e fui-me embora daquela “mer…”, com perdão da palavra.

    Do lado de lá, a “direção de redação” também pasmou quando percebeu que eu, de fato, decidira largar aquilo de uma vez por todas depois de 12 anos! Devem ter achado que eu, por ser negra e pobre, dependente daqueles honorários de “mer…” que me pagavam, cederia a tamanha humilhação! Tentaram reverter, tentaram me convencer a ficar, dizendo que voltavam atrás nas condições, nos salários, talvez na “p…” da censura.

    Não cedi não. E rompi com aquela gente. E prefiro hoje morrer de fome a ter que escrever uma linha que seja de autoria minha pra essa mídia golpista. Chico, certamente hoje você é uma pessoa melhor do que ontem. Transcrevo aqui o texto da “coluna” que foi o estopim do meu pedido de demissão naquela época (com o Lula já eleito, ao menos isso, graças a Deus, que eles não engolem até hoje!). Dedico de novo o texto ao ex-presidente Lula, a minha candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e… a um terceiro ídolo, que eu lembrei que tenho: Marilena Chaui. A você, agradeço a oportunidade de tocar no assunto, com palavrão e tudo, como eu queria. Um abraço.

    ( * ) Marilene Felinto, 56, é escritora e tradutora, autora do romance AS Mulheres de Tijucopapo (1982), pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Revelação de Autor, entre outros livros. Trabalhou na imprensa de 1989 a 2006, na Folha de S. Paulo, Revista Caros Amigos, entre outras publicações.

    ******************************

    É proibido comemorar – Marilene Felinto

    Texto escrito em 29/10/2002, quando da primeira eleição do Lula à presidência da República. Publicado na Folha de S. Paulo).

    É PROIBIDO comemorar, mas eu vou comemorar: por minha tia Irene, pelo menos, que também perdeu parte de um dedo na máquina da fábrica de tecidos em Paulista (Grande Recife), nos anos 50. Paulista, Caetés, Buíque, está tudo ali, naquelas vilas perdidas do interior do país, onde tudo foi sempre seco, matuto, duro e difícil. Buíque (PE), vilarejo muito perto de Caetés (onde nasceu o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva), é onde o escritor Graciliano Ramos passou parte de sua infância, ele que nasceu em 1892 em Quebrangulo (Alagoas), no mesmo 27 de outubro que Lula.

    E ele, Graciliano, que escreveu um romance chamado “Caetés” (1933) e outro chamado “São Bernardo” (1934), nome da cidade São Bernardo do Campo, onde o operário virou líder sindical. Está tudo ali. Está tudo aí, fazendo história universal, quase irreal, quase fictícia de tão surpreendente.

    É proibido comemorar, mas eu vou comemorar: comemorar não uma pessoa, mas uma idéia, um símbolo. O povo elegeu sua própria cara mais profunda pela primeira vez. Isso é bom para a auto-estima do povo. Quem já experimentou o preconceito sabe _a discriminação por origem social, tão típica da estrutura da sociedade brasileira. É mais do que saudável que o poder mude de mãos: especialmente num país sempre dominado por uma elite sem nenhuma simpatia humana, de uma perversidade e de um egoísmo sem par no mundo.

    É proibido comemorar, mas eu vou comemorar: ao menos pela menina “Te”, de quatro anos de idade, que conheci num casebre de taipa em Cruzeiro do Nordeste (município de Sertânia, a 350 km de Recife) em 2001. “Te” era o apelido dela que não tinha nome ainda, não tinha certidão de nascimento, não tinha nacionalidade, não tinha país, não existia para o Brasil e seu censo. Não merecia nenhuma simpatia humana da parte desses governantes insensíveis, eruditos urbanos empertigados ou usineiros exploradores. “Te” estava doente, eu acho. Não parava de chorar quando a conheci, a não-sei-que-nascimento na fila de uma carrada de sete filhos de um casal analfabeto, que passava o mês todo com os R$ 80 que o chefe da família então ganhava carregando estrume para fazendeiros da região. “Te” era apenas esse monossílabo, seminua, suja, talvez faminta chorando no meio da casa.

    Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU: “Artigo 21 – 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.”

    É proibido comemorar, mas eu vou comemorar: por um raio de esperança ao menos para essas tragédias nordestinas, a de “Te”, a de Lula, a de Irene (que morreu alcoólatra e empregada doméstica a um salário mínimo mensal), a minha mesma. Se eu fosse dez anos mais velha, talvez tivesse vindo para São Paulo sacolejando na mesma boléia de um pau-de-arara. Vim 15 anos depois de Lula, mas de ônibus, da viação São Geraldo ou Itapemirim, não me lembro. Tive mais sorte, vim na poltrona já estofada do ônibus, numa viagem que durou quatro dias, ao invés de 13. Tive mais sorte, fiz curso superior.

    É proibido comemorar porque jornalistas não comemoram, criticam. Mas cada coisa a seu tempo. Não faltarão críticas. Mais do que isso: há fascistas e neo-fascistas à espreita país afora. Farão de tudo para aterrorizar e destruir.

    No momento, comemoro, faço do português o inglês (para o mundo entender) que me ensinaram por sorte na universidade _e digo como a atriz Marilyn Monroe disse ao presidente Kennedy, num dia de aniversário: “Happy birthday, Mr. President!”, pelos mais de 50 milhões de votos.

  8. Blog do Miro: jornal noticiou agressão de Aécio

    O Blog do jornalista Altamiro Borges reproduziu ontem em um post, a capa do Jornal O Povo da edição de 04/11/09, onde o diário deu manchete para a agressão do Aécio à namorada. Segue o texto:

    *****

    Governador de Minas agride namorada em festa de luxo

    Hora do Povo, 04/11/2009

    A moça recebeu a pancada, caiu, revidou e depois cada um foi para um lado, dizem testemunhas

    Uma das testemunhas oculares da agressão perpetrada pelo governador Aécio Neves no domingo, 25 de outubro, em meio a uma festa promovida por um estilista da Calvin Klein no Hotel Fasano, do Rio de Janeiro, descreveu a cena da seguinte forma:

    “Visivelmente alterado, ele deu um tapa na moça que o acompanhava – namorada dele há algum tempo. Ela caiu no chão, levantou e revidou a agressão. A plateia era grande e alguns chegaram a separar o casal para apartar a briga. O clima, claro, ficou muito pesado”.

    Imagine o leitor que essa testemunha ocular é a colunista social Joyce Pascowitch, que, de repente, sem que desejasse tal metamorfose, passou de cronista de grã-finos a repórter policial. A nota de Joyce Pascowitch é intitulada “Nelson Rodrigues”, em referência ao teatrólogo que pregava que “mulher gosta de apanhar”.

    A colunista social não revelou o nome do agressor. Disse que era “um dos convidados mais importantes e famosos da festa que o estilista Francisco Costa, da Calvin Klein, deu na piscina do hotel Fasano, no Rio, nesse domingo”. Embora, pelo encadeamento das notas sobre a festa, em seu blog, fosse mais ou menos claro quem era o sujeito.

    Dias depois, Juca Kfouri, em nota intitulada “Covardia de Aécio Neves”, foi direto:

    “Aécio Neves, o governador tucano de Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio. Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral”.

    Depois de pregar que “a imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor [e o Fernando Henrique?], embora seus hábitos fossem conhecidos”, Kfouri fez a seguinte anotação: “… o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa. O blog a mantém inalterada”. A agredida foi Leticia Weber, uma modelo de 24 anos. (…) A questão é que Serra, Aécio, Fernando Henrique, esse tipo de gente, não é capaz de amar ninguém. São todos uns narcisistas doentios. Byron disse uma vez que quem não ama a sua pátria, não ama coisa alguma. Com os tucanos da cúpula, o caminho é inverso: eles não amam a pátria porque não amam ninguém. Um, já presidente da República, tratava a mulher, nos papos com um proxeneta, como “megera”. Outro, governador do segundo ou terceiro Estado do país, senta a mão na namorada, a ponto dela cair no chão, no meio de uma festa, sem se importar com a seleta assistência ou sem conseguir se conter mesmo diante de tal público.  Serra, o que passa álcool nas mãos depois de cumprimentar alguém do povo, até agora, que se saiba, não bateu na mulher. Apenas, segundo seu ex-amigo Flávio Bierrenbach, agora ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, “Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico. Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente. Poucos o conhecem. Engana muita gente. Prejudicou a muitos dos seus companheiros. Uma ambição sem limite. Uma sede de poder sem nenhum freio”.

    Não por coincidência, são os mesmos que liquidaram o patrimônio brasileiro, devastaram a economia nacional e infelicitaram milhões de pessoas. Todos eles, aliás, sempre pregaram que sua vida pública é tão imaculada quanto sua vida privada, apesar de uma nada ter a ver com a outra. Caifás, o sumo sacerdote dos fariseus, era um São Francisco perto dessa espécie de gente.

    O fato que hoje comentamos, certamente só teria a importância que leva a um boletim de ocorrência na delegacia, e a fazer o agressor sentar no banco dos réus, se o indigitado não fosse governador de Minas e pré-candidato a presidente do PSDB.

    E se não fosse o abafamento completo do fato pela mídia, com as duas exceções que registramos – e apenas em seus blogs.

    Obviamente, eles nunca vão ver Lula praticando um ato semelhante. Isso é negócio de janotas transviados, desses que abundam no PSDB. Mas, só para raciocinar, imaginemos que isso acontecesse com alguém do governo ou um apoiador do governo. Há alguma dúvida sobre o carnaval que ia ser aprontado ao redor do fato?

    Não é uma surpresa que a mídia serrista também haja aderido ao abafamento. Eles sabem que o cachação de Aécio na namorada não é um problema só para Aécio. Afinal, ele está muito bem acolhido dentro do PSDB – não há nada em Aécio que destoe do conjunto da cúpula tucana.

     

  9. Por que o Lula ainda não foi a Pernambuco?

    O que está acontecendo com o Lula? Ele está doente?

    Na qualidade de militante, estou envolvido nesta campanha até a raiz do cabelo do solado dos pés.

    Por isso eu me sinto no direito de fazer as mesmas perguntas que algumas pessoas estão me fazendo nas ruas:

    Perguntas:

    1) por que o Lula não aparece na televisão, no horário eleitoral gratuito, com mais frequência?

    2) Porque o Lula ainda não foi a Pernambuco fazer campanha para Dilma? Quando ele irá?

    3) Qual a programação de Lula para hoje, por exemplo?

    Estou começando a ficar preocupado. O que está acontecendo?

  10. Petrobrás

    A Petrobrás não é o Paulo Roberto

     

    A Globo sempre foi inimiga mortal da Petrobrás, aliás, não foi à toa que, em 1996, os petroleiros foram em passeata até a porta da Globo para protestar contra as mentiras plantadas na mídia contra a empresa para possibilitar sua privatização.

    Neste momento, novamente, a Globo contra-ataca com apoio principalmente da Band, Folha, Estadão e Veja. Agora é a delação premiada, onde dois bandidos, o ex diretor da companhia Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef, réus confessos, vociferam contra o PT e Dilma para diminuir sua penas e viram manchetes. A justiça manda que tudo seja apurado e julgado, mas a mídia passa como verdade tudo que os dois bandidos falam.

       

    Veja o que escreveu no blog Democracia & Política a jornalista Tereza Cruvinel: “DENÚNCIA GRAVE: JUIZ E PROCURADORES DO MP TERIAM ARMADO DEPOIMENTO DE COSTA PARA DERRUBAR O PT, COM VAZAMENTOS PREMEDITADOS, ESCOLHIDOS E SOMENTE VAZADOS PARA MÍDIA SELECIONADA (‘VEJA’ E ‘GLOBO’). ALÉM DISSO, DELAÇÃO SÓ TEM VALOR LEGAL SE HOUVER PROVAS MATERIAIS”. Vale ressaltar que a Petrobrás entrou na justiça para ter acesso à delação premiada, e a justiça negou alegando que o processo corre em segredo de justiça. Vale lembrar que segundo matéria da jornalista Helena Sthephnowits, na Rede Brasil em 14/10/14, quem indicou Paulo Roberto para Diretor da Petrobrás foi o líder do Partido progressista – PP, Francisco Dornelles, tio de Aécio Neves. Dornelles também indicou no governo de Sarney, o recém formado, Aécio Neves, aos 25 anos, para diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. 

     

    Contraditoriamente a Globo é quem mais recebe verbas publicitárias do governo. A Globo recebe verbas do governo para injuriar, difamar e caluniar o seu principal “patrocinador”.

    Uma das marcas da democracia dentro da Petrobrás é que agora é comum carros circularem dentro da empresa com adesivo do Aécio e pessoas declarando o voto no candidato tucano. Na Globo,  somente criticar o candidato Aécio é motivo de demissão, como foi o caso do jornalista Marcelo Baêta, chefe da sucursal de o Globo em Minas Gerais. O polêmico jornalista Jorge Kajuru foi demitido no ar pela Band por criticar o governo de Aécio Neves. E agora, a Folha forçou o jornalista Chico Sá a pedir demissão para impedir que ele anunciasse em sua coluna o apoio à Dilma. 

     

    A categoria sabe da nossa posição em relação aos governos do PT: foram peladões, correntaço, ocupações da ANP e Ministério de Minas e Energia em Brasília, ocupação da sede da Petrobrás, tudo isso em defesa dos aposentados, que construíram essa empresa, e da Petrobrás 100% estatal e pública, fortalecendo o combate contra os leilões de petróleo. Fizemos escrachos nas portas de casa dos diretores da empresa e estamos sendo processados por isso. Diretores do Sindipetro-RJ, em ato contra o leilão de petróleo, tiveram braço quebrado e cabeça rachada, um diretor do sindicato foi preso e saiu pagando fiança. Independente de quem venha a ganhar as eleições, nossa luta começa no primeiro dia de governo. Nunca tivemos cargo no governo ou na Petrobrás e sempre atuamos com independência em relação aos governos, à direção da empresa e aos partidos políticos. Mas não podemos permitir que a Petrobrás seja reduzida ao Paulo Roberto! 

     

    Fonte: Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

     

  11. “Uma eleição sem umas gotinhas do líquido vermelho é sem sabor”

     

     

    “Uma eleição sem umas gotinhas do líquido vermelho equivale a um jantar sem as gotinhas de outro líquido vermelho. Não presta; é pálido; é terne; é sem sabor. 

    Dá vontade de interromper e bradar: 

    — Garçon! un peu de sang, s’il vous plait. 

    Quando chega a morrer alguém, minha opinião é que a eleição fica sendo perfeitíssima — opinião que talvez não seja a mesma do defunto. .”

     

    Machado de Assis, História dos trinta dias, p. 288

  12. PROJETO: PAPAI NOEL (PC) DA ONU
    Rio de Janeiro 16 de outubro de 2014 ONU: DireçãoProjeto: PAPAI NOEL (PC) DA ONU Prezados senhores (as) está chegando o natal e muitas crianças pobres sonham receber um presentinho, mas infelizmente temos muita gente pobre nesse mundo de Deus, pensando nisso gostaria de sugerir um projeto: O PAPAI NOEL (PC) DA ONU onde vocês convocariam as pessoas boas desse mundo, para quem tiver um (PC) computador em bom estado e sem uso, que doe para ONU, para que ela possa encaminhar para as crianças pobres desse mundo. Nos EUA muita gente pode fazer isso, imagine no resto do  mundo? As crianças pobres do mundo inteiro, com certeza vão ficar muito feliz, com essa iniciativa da ONU, tenho certeza que vocês podem fazer muito mais por elas, e tentar melhorar um pouco esse mundo muitas vezes injusto e tão desigual que vivemos. Atenciosamente:
    Cláudio José, um amigo do povo e da paz. 

  13. Fofa “para aliviar o clima”

    Filha pequena do volante Canteros torce muito pelo Flamengo e rouba a cena no Maracanã

    Foto: Reprodução FacebookExtraTamanho do texto A A A

    O volante argentino Canteros, do Flamengo, teve uma torcedora ilustre na arquibancada do Maracanã na partida desta quarta-feira contra o América-RN, pela Copa do Brasil.

    Sua pequena filha torceu muito pelo Rubro-negro, deu um show de simpatia e roubou a cena no “Maior do Mundo”. No Facebook, Canteros postou fotos da curtição da fofa.

    “Ontem no Maracanã, minha princesa torcendo pelo Mengão”, escreveu o jogador, que tem sido um dos destaques do Flamengo nos últimos jogos.

     

    Foto: Reprodução Facebook

     

     

    Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/flamengo/filha-pequena-do-volante-canteros-torce-muito-pelo-flamengo-rouba-cena-no-maracana-14262678.html#ixzz3GKnfDYOC

  14. Água

    Eleições – O divisor de águas

    Nas eleições, tem hora que o cidadão se perde. É tanta promessa! Mas existem situações em que vão além das promessas e da vontade dos marqueteiros. Sim, talvez o cidadão não saiba, mas os candidatos não dão um passo e  não emitem uma sílaba sem consultar o marqueteiro.

     

     O partido de Aécio Neves, o PSDB  governa São Paulo há mais de 10 anos. O PT governa o Brasil também há mais de 10 anos. O PSDB coloca o estado de São Paulo numa situação impensável, a falta d’água. O Estado mais rico da federação,  cortado por mais de uma centena de rios, veja a lista no  Wikipédia de rios de São Paulo. Não sei quantos deles tem água potável, mas com certeza vários deles têm água de beber.

     

    E o PSDB levou o povo de São Paulo, o pobre e o rico, a passar pela falta d’água. O povo de Itu foi para as ruas protestar. A Folha de hoje, 16/10: “…Empresária usa água de piscina para lavar a louça na zona oeste de São Paulo… ….Vizinhos de Geraldo Alckmin reclamam da falta d’água no Morumbi…”  A Sabesp, empresa do governo do Estado responsável pela água, até hoje nega o racionamento. E o povo esta reclamando de que?

     

    Israel, no meio do deserto, busca água no mar e a dessaliza, lá existe água para a população inclusive para agricultura. 

     

    Enquanto isso, no programa de Dilma do PT, de hoje, mostrou a obra da transposição do rio São Francisco, grande parte conclusa, que vai resolver parte da seca do Nordeste, inclusive com os trabalhadores trabalhando em turnos de revezamento para acelerar a conclusão da obra. Vale lembrar que a transposição do rio São Francisco estava no papel há mais de um século. Inclusive passando pelos 8 anos do governo de Fernando Henrique do PSDB.  Além da transposição, o governo do PT distribuiu nos estados do Nordeste cerca de 600 mil cisternas para captar água da chuva e aliviar a falta d’água.

    E aí, que partido você acha que tem melhores condições de governar e resolver os o problema do Brasil?

    O PSDB de Aécio Neves ou o PT de Dilma Rousseff ?

     

    Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2014;

     

     

  15. Vergonha o apoio do Alexandre Frota a imprensa mostra, esse não?

    ECONOMISTAS DIVULGAM MANIFESTO EM APOIO A DILMA

    :

     

    Entre os nomes que assinam o documento estão os de Luiz Gonzaga Belluzzo, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Márcio Pochmann e Maria da Conceição Tavares; acadêmicos dizem declarar voto na presidente “para o Brasil continuar avançando, com democracia e desenvolvimento econômico para todos”; segundo eles, País vive hoje “uma profunda transformação social que interrompeu o ciclo histórico da desigualdade”

     

    16 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 15:34

     

    247 – Um vasto grupo de economistas divulgou um manifesto em que ressaltam o bom momento vivenciado pelo Brasil atualmente e declarando voto na presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

    Entre os acadêmicos, estão as assinaturas de Luiz Gonzaga Belluzzo, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Márcio Pochmann, Maria da Conceição Tavares e Ladislau Dowbor, entre muitos outros, além dos ministros Guido Mantega, Aloizio Mercadante e do senador Eduardo Suplicy.

    No documento, eles afirmam que “o Brasil está vivendo uma profunda transformação social que interrompeu o ciclo histórico da desigualdade no País”. Segundo os economistas, “mesmo no contexto econômico global mais adverso dos últimos tempos, o governo Dilma manteve seu foco no aumento do bem-estar da população”.

    “O que está em jogo nesta eleição é a volta ao passado ou a continuidade do modelo que abre as portas do futuro”, dizem os acadêmicos, que defendem o voto em Dilma para que “o Brasil continuar avançando, com democracia e desenvolvimento econômico para todos”. Leia aqui a íntegra do manifesto.

     

     

  16. Outro aecioporto: a pista fantasma de Montezuma, MG
      

    Outro aecioporto: a pista fantasma de Montezuma, cidade de menos de oito mil habitantes

    Do Tijolaço, por Fernando Brito

    Montezuma é uma pequena cidade no pobre Norte de MInas.

    Tem, como se dizia no meu tempo, menos de oito mil almas: 7.900, segundo o IBGE.

    Mas tem, também, a Perfil Agropecuária e Florestal, empresa de Aécio Neves e de sua irmã, Andréa Neves, da qual já eram sócios e, agora, herdeiros de seu pai, o ex-deputado Aécio Cunha.

    Uma “terrinha” de apenas 950 hectares – ou 9.500.000 metros quadrados, ou 950 campos oficiais de futebol, para nós, urbanos, pouco acostumados a essas grandezas.

    Ganha em usucapião do próprio Estado de Minas Gerais, onde eram devolutas.

    O ex-Governador Newton Cardoso, o “Newtão”, tem negócios na região.

    E, no seu governo, nos anos 80,

    mandou construir um aeroporto, de cascalho, para pequenos aviões pousarem na “cidade” de Montezuma.

    Municipio que está em 438° lugar em população entre todas as municipalidades mineiras.

    Pois não é que no Governo de Aécio Neves, aquela pista foi asfaltada para receber até mesmo jatinhos?

    Não consegui apurar o valor da obra.

    Mas achei uma foto da cabeceira da pista, já asfaltada, no site Em tempo real, de Luís Cláudio Guedes.

    E a matéria no Diário Oficial de Minas Gerais comprovando que as obras foram feitas no governo Aécio Neves, pelo governo estadual.

    Porque o aeroporto é municipal.

    E, segundo o testemunho dos moradores, passa meses a fio fechado, sem receber um único avião.

    Pobre Montezuma, não merecia essa maldição.

     

  17. Gregório Duvivier atacado por apoio a Dilma

     

    Gregório Duvivier é ameaçado após declarar voto em Dilma

    Do Pragmatismo Político

    Discurso de ódio aos eleitores de Dilma faz mais uma vítima: Gregório Duvivier. Ator e escritor foi atacado por um radical de extrema direita enquanto almoçava no Leblon

    O discurso de ódio ao PT, que vem sendo alimentado há vários anos por colunistas de extrema direita e meios de comunicação conservadores, já deságua em violência. Ontem, a vítima foi o poeta e ator Gregório Duvivier, que integra o grupo de humor Porta dos Fundos. O relato está na coluna desta quinta-feira do jornalista Ancelmo Gois, no jornal O Globo:

    Gregório Duvivier almoçava ontem no Celeiro, no Leblon, quando um sujeito disse que não ficaria mais ali porque ia “acabar metendo a porrada” nele. O talentoso ator e escritor ficou calado.

    Mas o agressor continuou o xingamento, dizendo que ele era da “esquerda caviar” e que deveria estar almoçando no bandejão, “já que gosta tanto de pobre”. Meu Deus!

    Dois dias atrás, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Duvivier criticou a patrulha política para que votasse em Aécio Neves e declarou seu apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

    “Nos postes da cidade, os adesivos se multiplicam. ´Aqui se vota Aécio´. Você, que não vota como o poste: ame o Rio – ou deixe-o. Aqui não é sua área. Aqui se brinda pelo fim da maioridade penal. Aqui a gente cansou da corja do PT e quer gente nova – mas logo quem? O mensalão tucano, a compra da reeleição, o aeroporto, o helicóptero, tudo virou pó”, disse ele. “A militância de jipe e os comentaristas de portal não me dão essa opção. Se quem defende causas humanitárias e direitos civis é tachado de petista, não me resta outra opção senão aceitar essa pecha”, escreveu.

    SAIBA MAIS: Por que Bolsonaro e Malafaia votam em Aécio Neves?

    Instantes depois, o colunista Rodrigo Constantino, conhecido como o menino maluquinho da Veja e que disseminou a expressão “esquerda caviar”, publicou artigo afirmando que o apoio de Gregório Duvivier a Dilma representaria “mais um ponto” para Aécio. “Causas humanitárias? Tipo… aquelas adotadas na Venezuela ou em Cuba, países que o PT defende? Direitos civis? Tipo… aqueles presentes nos países islâmicos que o PT também defende? Pergunto-me: pode apenas a burrice explicar algo assim?”, questionou o colunista de Veja, tão troglodita quanto alguns de seus colegas e o agressor de Duvivier.

    Como diria Nelson Rodrigues, os idiotas perderam a modéstia e os agressores, de alma fascista, agora saem da toca.

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