Gilmar Mendes salva procurador investigado por retardar processo do trensalão

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes anulou uma investigação que a Corregedoria do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) instaurou em 2013 contra o procurador Rodrigo De Grandis. Ele foi acusado de ter enrolado demais para repassar à Suição informações solicitadas sobre o caso Alstom, também conhecido como trensalão tucano. O esquema de corrupção atravessou governos do PSDB de São Paulo.
 
Segundo reportagem do Estadão desta terça (14), Gilmar Mendes analisou um mandado de segurança (MS 33347) no qual determinou que não era papel da Corregedoria do CNMP abrir um processo administrativo disciplinar (PAD) contra De Grandis por “ato monocrático”.
 
O caso estava congelado desde dezembro de 2014, quando Gilmar concedeu ao procurador uma liminar suspendendo a sindicância determinada pelo corregedor nacional. 
 
Estadão destacou ainda que a primeira investigação do CNMP apontou que De Grandis não deu encaminhamento exemplar aos pedidos de cooperação internacional feitos pela Suíça, mas ainda era cedo para constatar conduto culposa ou dolosa
 
No MS, Gilmar apontou que o corregedor só poderia ter reaberto a sindicância contra o procurador com a confirmação do ato no plenário do CNMP, e não por ofício.
 
O ministro do Supremo ainda ponderou que o processo contra De Grandis não respeitou o “contraditório e a ampla defesa”.
 
“Por essas razões, o ministro manteve a decisão na qual deferiu a medida cautelar e julgou procedente o Mandado de Segurança para anular o ato do corregedor nacional do Ministério Público nos autos da reclamação e os atos subsequentes”, publicou o Estadão.
 
A morosidade na condução do caso Alstom por De Grandis inviabilizou, segundo reportagem do Estadão em 2016, que os envolvidos no esquema de corrupção pudessem ser acusados de formação de quadrilha, porque o crme prescreveu. 
 
A Procuradoria disse que a demora – oito anos! – ocorreu por culpa da Polícia Federal, que concluiu o inquérito em dezembro de 2014 sem aguardar o envio de uma série de documentos de países europeus com quem o Ministério Público Federal firmou acordos de cooperação internacional em busca de comprovantes das movimentos financeiras.
 
Mas a PF rebateu essa versão e apontou que o inquérito já estava recheado de argumentos construídos, inclusive, com ajuda internacional, e que os dados dos acordos celebrados posteriormente pelo MPF eram secundários. Ou seja, a Procuradoria de São Paulo poderia ter oferecido uma denúncia formal no caso Siemens há pelo menos dois anos.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Aliança: Judiciário + Imprensa + Corrupção

    Existe uma aliança no Brasil que deve ser diluida para o país evoluir: 

    -JUDICIÁRIO + IMPRENSA + CORRUPÇÃO

    A cumplicidade é total… Gilmar Mendes conta com o papel da mídia para abafar esses casos… se o mesmo caso acontecesse contra os inimigos da imprensa, isso aí seria capa dos jornais e teria um exército de jornalista colocando fogo na população.

  2. porreta

    Este não falha!

    Gilmau é o único juiz em que muitos podem confiar. Ao contrário do que prometeu (e não cumpriu) aquele do cabelo engraçado, Gilmau SEMPRE mata no peito, sai fazendo embaixada e ainda vai prá galera.

    Dá-le Gilmau !!!

  3. Apoio o Judiciário sem
    Apoio o Judiciário sem partido,esse Gilmar deita e rola e o pior,CONTAMINOU todo o stf e o Judiciário em geral,a chamada laranja podre!

  4. R$ 30 MIL por mês só de salário

    No processo de corrupção da Alstom durante o governo do PSDB de SP, Rodrigo esqueceu o processo na gaveta apesar das três cobranças do Ministério da Justiça. Também era o procurador da Operação Satiagraha. Está no site CONJUR a seguinte informação:

    ” No caso da Satiagraha, além de documentos engavetados, houve ainda falta de ação e ações pela metade por parte do procurador Rodrigo de Grandis, que é acusado de tomar depoimentos e não incluí-los no processo”.

     

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