Merkel diz que Bolsonaro tornará difícil acordo UE-Mercosul

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A imprensa internacional e nacional repercute nesta quarta (12) a declaração da chanceler alemã Angela Merkel, que demonstrou interesse em aprovar um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul ainda neste ano. O motivo? A posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, tornará mais difícil que a negociação que se arrasta há anos saia do papel.
 
“O tempo para um acordo entre a UE e Mercosul está se esgotando. O acordo deve acontecer muito rapidamente, pois, do contrário, não será tão fácil alcançá-lo com o novo governo do Brasil”, disse Merkel ao responder a uma pergunta de um deputado durante reunião do Parlamento alemão.
 
Merkel disse também, segundo relatos da Folha de S. Paulo, que enxerga com certa preocupação a decisão do Brasil de não querer sediar a próxima Conferência do Clima. A presidência da França já avisou que se o País sob Bolsonaro se retirar do acordo em prol do meio ambiente, negociações comerciais serão prejudicadas.
 
Desde a eleição presidencial no Brasil os europeus demonstram preocupação em relação a Bolsonaro. O deputado português Francisco Assis, presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul, chegou a afirmar que “era necessário tentar fechar algum tipo de entendimento comercial ainda durante o governo do presidente Michel Temer”, reportou o DW.
 
Em defesa do Brasil, a equipe de Temer diz que já flexibilizou tudo que podia numa tentativa de provar o interesse em fechar o acordo em blocos. Mas a União Europeia não teria cedido em alguns aspectos que comprometem o consenso.
 
“As negociações entre a UE e o Mercosul se arrastam há mais de duas décadas. Em 2004, os dois blocos chegaram a trocar propostas, mas a iniciativa fracassou diante da discordância sobre a natureza dos produtos e serviços que seriam englobados no acordo. Os sul-americanos queriam mais acesso ao controlado mercado agrícola europeu. Já a UE desejava avançar no setor de serviços e comunicações dos países do Mercosul”, explicou o DW.
 
“Nos últimos três anos, as negociações tiveram um progresso mais significativo, mas ainda esbarram em várias divergências envolvendo a indústria automobilística dos dois países e a circulação de produtos como carne bovina. Várias associações de produtores europeus temem a concorrência dos brasileiros, já os brasileiros não ficaram satisfeitos com o sistema de cotas oferecidos pelos europeus”, acrescentou.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. O governo Jair Bolsonaro está

    O governo Jair Bolsonaro está nascendo corrupto, disfuncional, medíocre, fundamentalista e leproso, quase morto. Em dois ou três meses o golpe “com o STF com tudo” (ou seja, o sistema de poder criado por juízes, procuradores, donos de empresas de comunicação e parlamentares ladrões que foi criado em 2016) terá que entregar a faixa presidencial ao general-vice.

  2. SS Verdeoliva

    Nassif: permita o desabafo — pôrra!

    Se até na pátria mater do Nazismo tão com medo do daBala, imagine o que não vai acontecer com os 91 milhões de eleitores que não votaram no cara.

    Negro que pesar mais de 3,5 arrobas sifú. Travecos e Tias-da-Vida, também.

    Operários, lascaram-se, agora que ele vai mandar cortar 13º e férias. Se bobear, vão ter que depositar algum troquinho na conta do Queiroz.

    Pobres (que ele considera vagabundos), não sendo do grupos dos 56 milhões de seus eleitores, vão comer grama pela raiz, nos campos de concentração que serão montados em Goiás, curral dos Caiados, desde a fundação da república.

    Índios, então, esses serão dados para as onças comerem, a mando de EliotNess, nos gramados da Arena-da-Baixada.

    E Jesus só escapa porque, segundo a ministra, subirá na goiabeira…

     

    PS.: nem vou tocar na farra do boi nas casernas!

  3. Desconfiança
    Os europeus não querem negociar. Querem impor. Eles não querem boa relação, mas sim exploração. O Mercosul baixa as calças para a UE há mais de dez anos tentando um acordo. E agora a desculpa é a mudança de governo. Inventa outra.

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