Muçulmanas criam campanha contra violência

Iniciativa conta com apoio de diversas entidades e prepara audiências públicas em cidades brasileiras

Jornal GGN – Mulheres dos Comitês Islâmicos de Solidariedade (CIS) no Brasil lançaram na última terça-feira, 22 de outubro, a campanha “Basta de Violência e Crimes de Ódio Contra as Muçulmanas”. A iniciativa foi criada após uma muçulmana ser perseguida e agredida por um fundamentalista religioso. O pedido de socorro já conseguiu apoio de cerca de 60 organizações, entre elas religiosas, dos direitos humanos, movimentos populares e sindical. 

A campanha irá realizar audiências públicas, seminários e atos em diversas cidades brasileiras. O grupo também está recebendo outras denúncias de casos de agressões e ameaças para elaboração de um dossiê que será entregue à Comissão Nacional de Direitos Humanos e a órgãos internacionais.

MUÇULMANAS LANÇAM CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA E CONTAM COM AMPLO APOIO SOCIAL

por CIS (Comitês Islâmicos de Solidariedade), no Facebook

A campanha “Basta de Violência e Crimes de Ódio Contra as Muçulmanas”, lançada nesta terça-feira, 22, já alcança importante repercussão, especialmente pelo grande número e pela representatividade das organizações que assinam o documento guia.

São quase 60 apoiadores, de diversas religiões, movimentos populares, movimento sindical e entidades de defesa dos direitos humanos.

Entre os religiosos, além de entidades islâmicas, grupos de católicos, evangélicos, judeus, espíritas, budistas, candomblecistas e umbandistas também participam da campanha. Do movimento sindical, a própria CUT, maior central sindical da América Latina, através de sua Secretaria de Mulheres, apoia o movimento. Já do movimento popular, a CMP – Central de Movimentos Populares e a Frente Brasil Popular, organizações que reunem centenas de entidades em todos o país, também aderiram. Finalmente, importantes organizações de defesa dos direitos humanos, como o MNDH e a CDH da OAB-SP, e entidades de defesa do povo palestino, também abraçaram a causa.

MOTIVAÇÕES

A proposta de organização da campanha partiu de membros dos CIS – Comitês Islâmicos de Solidariedade, que reúne muçulmanas e muçulmanos de vários estados do Brasil, depois de mais um caso de agressão, contra uma irmã da cidade de São Paulo. Ela foi perseguida por um fundamentalista religioso em seu local de trabalho onde, por semanas, ouviu impropérios e ameaças, até que, em 1º de outubro, foi covardemente agredida e quase lançada a frente de um ônibus em movimento.

Na avaliação do grupo, o discurso de ódio contra religiões de matriz africana e contra o Islam, propagado por religiosos e políticos irresponsáveis, tem motivado estas agressões. Como estes discursos têm amplitude, tanto em igrejas, nos parlamentos e nas mídias sociais, a resposta da comunidade muçulmana não pode ser silenciosa, tratando caso a caso “no varejo”, por isso, defendem uma ampla campanha, envolvendo o maior número de organizações sociais possíveis e exigindo dos Poderes Públicos que ajam imediatamente para barrar a disseminação da violência e para punir os criminosos.

PRÓXIMOS PASSOS

Já estão sendo organizadas audiências públicas, seminários e atos em várias cidades. Além disso, o grupo está recolhendo denúncias de outros casos de agressões e ameaças para preparação de um dossiê que será entregue à Comissão Nacional de Direitos Humanos e a organismos internacionais, caso o governo brasileiro não aplique as medidas que lhe competem.

Para denunciar, basta enviar um e-mail para o endereço [email protected], descrevendo qual o tipo de agressão (verbal, física, psicológica, ameaça), local, identificação dos agressores (quando possível) e fotos, vídeos ou cópias das telas (print) das mídias sociais (em caso de injúria ou ameaças).

Para maiores informações, acesse facebook.com/CISmuslim.

Redação

2 Comentários

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  1. Parabéns, GGN, por divulgar uma campanha tão importante. Sou muçulmano e tenho visto o quanto o discurso de ódio e o despreparo de quem assumiu o governo têm feito com que a violência aumente contra nossas companheiras.
    Obrigado!

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