O último debate eleitoral na Globo, na noite de sexta (28), começou com Jair Bolsonaro tentando disputar com Lula em um ringue onde o petista leva vantagem, de acordo com todas as pesquisas eleitorais. O atual presidente e candidato à reeleição fez um esforço para atrair eleitores da camada mais vulnerável socialmente, prometendo, inclusive, que a partir de 2023 o salário mínimo será da ordem de R$ 1.400,00.
Lula não deixou por menos. O ex-presidente perguntou por que Bolsonaro, ao longo de quatro anos de mandato, não deu aumento real ao salário mínimo nenhuma vez sequer.
Bolsonaro, sem defesa no campo dos dados e estatísticas, passou a chamar Lula de “mentiroso” em todos os temas, o que rendeu pelo menos 7 pedidos de direito de resposta de Lula só no primeiro bloco.
Bolsonaro disse que o programa eleitoral de Lula mente ao afirmar que o atual presidente quer reduzir direitos trabalhistas, como horas extras e 13º salário. Lula não cedeu às provocações e ainda brincou que Bolsonaro estaria mal assessorado, e sugeriu conceder uma pausa para ele se preparar melhor.
O Bolsa Família, uma das vitrines dos governos petistas, entrou na pauta também, com Bolsonaro alegando que paga mais com o Auxílio Brasil hoje. Lula respondeu explicando o funcionamento do programa e insistiu no dado de que Bolsonaro deixou os trabalhadores mais pobres em seu governo.
Bolsonaro também se fez de vítima, posando de candidato odiado pelo sistema. Ele atacou a grande mídia, inclusive a Globo, e também o TSE, insinuando que a corte defende o PT.
Graças ao ataque, o mediador William Bonner concedeu direito de resposta a si mesmo e defendeu a informação que proferiu em sabatina com Lula: que o petista não deve nada a Justiça. Isto porque, disse Bonner, o STF decidiu assim. “Como jornalista, não tiro informações da minha cabeça.”
Ainda no primeiro bloco, Lula usou contra Bolsonaro o atentando de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal e citou também os indícios de corrupção na família presidencial, com compra de 51 imóveis em dinheiro vivo.
Assista na TVGGN aos comentários sobre o debate ao vivo:
Colaborou Ícaro Brum
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Ontem durante o debate que encerrou a campanha eleitoral, Bolsonaro perguntou a Lula se ele usa Viagra.
Essa pergunta é um resumo perfeito da política pós-democrática, em que assuntos privados personalíssimos irrelevantes (sexualidade do político) substituem questões públicas que deveriam ser objeto de preocupação e discussão durante uma eleição (saúde, educação, moradia, investimento público para criação de emprego e renda e políticas de inclusão social, por exemplo).
Lula obviamente não responde essa pergunta. O candidato do Partido dos Trabalhadores preferiu dirigir-se ao eleitorado brasileiro lembrando o que ele fez quando era presidente e aquilo que ele pretende fazer se for novamente eleito.
O Viagra da política brasileira em 2022 é a defesa da ecologia e o combate à fome, à pobreza e ao desemprego. Esse tipo de afrodisíaco eleitoral Bolsonaro obviamente não toma, porque ele está mais interessado em garantir os lucros mesquinhos dos banqueiros.
Bolsonaro afirmou que ele e a esposa dele usam Viagra, pois Viagra evita câncer de próstata.
Mas o Viagra só previne o câncer se for comprado com recursos públicos