Esta semana o deputado Bolsonaro fez o que ele sabe fazer melhor: instigar as pessoas a comprar e usar armas de fogo e destilar ódio racial contra negros e índios https://www.facebook.com/TheInterceptBr/videos/1899118283709544/?hc_ref=NEWSFEED.
A platéia foi ao delírio, chamando-o e mito. Bolsonaro parece gostar deste adjetivo. Eu me pergunto se ele sabe exatamente o que o substantivo mito significa.
O mito pode ser descrito, de maneira singela, como uma crença pré-cristã ou pagã associada a um rito propiciatório através do qual se invoca o auxílio de uma deidade, de uma potência da natureza, de uma força incontrolável e superior ao homem que é capaz de agir tanto fora quando dentro dele. O cristianismo – que Bolsonaro diz praticar – rejeita tanto o mito quanto o rito pré-cristão e pagão em favor de uma moralidade que valoriza a tolerância, a não violência e a aceitação das vicissitudes da vida.
Ao se autoproclamar um mito, portanto, Bolsonaro se coloca fora do universo conceitual cristão. Isto explica sua predileção pelo racismo e pela violência. Não por acaso, os nazistas também tinham (e ainda tem http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160229_patrulha_contra_imigrantes_fn) uma verdadeira fixação pela mitologia nórdica.
O poder que o mito é capaz de exercer sobre as mentes de algumas pessoas (Bolsonaro e seus seguidores) é considerado um transtorno psicológico: a mitomania https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitomania. Quando a mitomania consegue se transformar em movimento político o resultado é quase sempre desastroso, tanto para o líder quanto para seus seguidores.
Adolf Hitler, Radovan Karadzic, Benito Mussolini, Saddan Hussein e Muamar Kadaffi eram mitômanos. Os dois primeiros sonharam construir impérios baseados na pureza racial. O terceiro tentou fazer a Itália recuperar a glória do Império Romano. Os dois últimos usaram o islamismo para submeter seus povos a regimes políticos autoritários. Todos eles conseguiram chegar ao poder e caíram em desgraça não sem provocar a destruição dos seus respectivos países e impor sofrimentos inenarráveis aos alemães, sérvios, italianos, iraquianos e líbios.
Bolsonaro está trilhando o mesmo caminho que os mitômanos acima mencionados. Compete aos cidadãos brasileiros saudáveis rejeitar nas urnas o mito que ele representa: a trágica purificação racial, política e religiosa do Brasil.
O mito Bolsonaro não deve, porém, despertar reações violentas. Afinal, a irracionalidade nunca é capaz de derrotar a irracionalidade. A melhor maneira de combater um mito é rir dele fazendo as pessoas compreenderem o que ele realmente significa: ilusão, dor, destruição e guerra, quatro coisas que são absolutamente desnecessárias num ambiente político saudável.
A política pode perfeitamente tolerar Bolsonaro, pois apesar de não conseguir representar a civilização ele serve perfeitamente como um exemplo negativo a ser pacifica e tranquilamente rejeitado. Se o mitômano quer uma guerra entre o Brasil e os índios e os negros, devemos dizer a ele apenas uma coisa: os tempos coloniais terminaram. O Brasil é uma nação que deseja se construir, se fortalecer e se consolidar não pela perseguição e exclusão de índios, negros e gays (odiados por Bolsonaro) e sim pela coexistência pacífica entre cidadãos diferentes, todos iguais perante a Lei independentemente de cor, raça, credo, opção sexual e ideologia.
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Mitomania é um transtorno psicologico da pessoa que mente de forma conspulsiva.