Que será do Brasil fora da ONU? Parem o mundo porque quero descer!, por Eugênio Aragão

Por Eugênio Aragão

Parem o mundo que eu quero descer!

Como dizia Nelson Rodrigues, com sarcasmo que lhe era próprio, há situações em que os idiotas perdem a modéstia. Nesta semana, a balbúrdia dos idiotas chegou a tirar nosso sono. Esmeraram-se na idiotice um suposto supremo magistrado, um candidato militar a presidente da república e um jornalista de arrogante desconhecimento do direito internacional.

O pano de fundo: uma manifestação do Comitê de Direitos Humanos do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP). Não se trata de um tribunal internacional, como alguns hiperbolizam; nem de uma reunião de condôminos, como outros desdenham. O Comitê é o órgão de monitoramento do tratado, incumbido de fazer com que os estados-parte o cumpram. Só isso. Mas não é pouco.

Trocando em miúdos:

O direito internacional dos direitos humanos constitui regime normativo fundado na responsabilidade internacional do estado e não na responsabilidade de seus agentes individualmente considerados. Basicamente, isso significa que quem é chamado às falas por violações de direitos humanos é o estado. Indivíduos, particulares ou não, podem dar causa a violações, mas, no âmbito do direito internacional dos direitos humanos, quem responde é o estado.

A razão é simples. O conceito de direitos humanos descreve certa qualidade na relação entre governo e governados; uma relação sobretudo libertária, não desejada por forças totalitárias e autoritárias. É por isso que na escuridão dos regimes ditatoriais o conceito passa a ser sinônimo de subversão. Mas, atingida a borda do copo, quando a indignação pública chega ao limite, os direitos humanos são desfraldados como uma bandeira de protesto. Simbolizam o sonho por justiça e liberdade e centralizam a pauta de infinitos desejos.

Ocorre que, vitorioso, o movimento de protesto atravessa a rua e seus líderes ocupam os palácios de governo e os prédios de sua estrutura burocrática. Não têm mais como raciocinar em termos de infinitos desejos. Governar é limitar, focar, recortar e priorizar. Os desejos da rua podem ser infinitos, mas os recursos do governo são finitos. Esse recorte necessário da extensão dos desejos burocratiza o conceito de direitos humanos, que, processados pela máquina administrativa, se transformam em diretriz de governo, norma posta, interiorizada no discurso constitucional como “direitos e garantias fundamentais”, uma espécie de direitos humanos burocratizados, pasteurizados.

Mas a história não pára aí. Ela continua e derruba os soberbos. Se o governante quiser um mínimo de estabilidade, uma sobrevida maior, precisa flexibilizar. É necessário que o sistema de direitos respire e seja capaz de evoluir, de se renovar. Quando “direitos e garantias fundamentais” se transformam em limite, em parede, em muro do permitido e não em porta para a liberdade, o regime político estará assinando sua sentença de morte. Do contrário, quando quem governa tem consciência de que os direitos postos são apenas uma contingência e que os direitos humanos é que são sua razão de governar, porque é por eles que atravessou a rua do protesto para o palácio, sua longevidade é maior.

Portanto, mesmo cristalizados os direitos humanos num conceito constitucional de “direitos e garantias fundamentais”, é preciso que se mantenham vivos, que extravasem da parca e tosca jurisprudência dos burocratas togados. O povo, a rua, é a razão de viver do estado; não os agentes públicos que pululam nas instituições sempre provisórias e mortais. Quem é o guardião da constituição democrática é o espaço público, onde todos se manifestam – e não uma instituição judicante qualquer, por mais suntuosa que possa parecer no auge de sua arrogância litúrgica.

Os direitos humanos permanecem, assim, como medida da performance do governo. Quando são fonte de inspiração para sua ação, contribuem para legitimá-lo. Quando são esquecidos e as armas e os parágrafos tomam seu lugar para conter as ruas, o governo pode resistir um pouco à pletora de desejos, mas não muito, pois será engolido pelo redemoinho da história. Afinal, como disse o libertador Lafayette, pode-se fazer muitas coisas com baionetas, menos sentar-se nelas.

O sistema internacional de proteção dos direitos humanos não é inimigo dos governos democráticos. Pelo contrário. É fonte para sua inspiração. É indispensável conselheiro para lidar com as ruas. É adubo para manter frondosa a flor dos desejos que dinamizam a liberdade. Foi instituído depois de uma grande catástrofe, a segunda guerra com seu holocausto, para nos lembrar que vivermos livres vale a pena.

O PIDCP, de 1966, compõe com o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), do mesmo ano, a espinha dorsal desse sistema. Cada tratado tem seu órgão de monitoramento como meio de governança multilateral, uma forma de garantir que fortes e fracos sejam tratados igualmente no cumprimento das obrigações contraídas perante a comunidade internacional. Os órgãos de monitoramento são compostos por especialistas para que seu discurso não se perca no pragmatismo dos interesses estratégicos dos estados. Não passam a mão na cabeça de ninguém, não estão vinculados às conveniências da governabilidade. Os Estados Unidos da América são tão alvos de suas críticas e advertências quanto a Venezuela, o Tajiquistão ou a Alemanha. Ali sim, o pau que bate em Chico, bate em Francisco também.

Em nossa ordem mundial contemporânea, Estados são soberanos. Isso significa que, ressalvados os mais caros interesses coletivos da comunidade internacional, têm exclusividade para se governarem para dentro e para fora. Não admitem concorrência no uso da violência dentro de seu espaço. Mas nada os impede de cederem parte de suas competências exclusivas para organismos internacionais, quando lhes convém. Fazem seu juízo de custo-benefício e aderem a regimes internacionais que oferecem equilíbrio e estabilidade a certos objetivos de governança

É por isso que Estados passam a fazer parte – soberana e voluntariamente – do sistema internacional de proteção dos direitos humanos. Quando resolvem integrá-lo, fazem concessões. Comprometem-se a respeitar e fazer respeitar um catálogo de direitos consensuado. Dão sua palavra e se vinculam a ele. Esse vínculo não é moral ou político apenas. É jurídico porque se faz por meio de uma norma internacional, um tratado, com seus preceitos e seus processos próprios.

O descumprimento das obrigações contraídas pelo vínculo ao tratado dá lugar à chamada responsabilidade internacional do estado, um conjunto de novas obrigações que se justapõem às obrigações inadimplidas, como a reparação do dano do descumprimento, a garantia de não repetência da inadimplência e a cessação de qualquer violação de deveres inerentes. Eventualmente, quando essa violação constitui, também, um crime internacional atribuível a quem lhe deu causa individualmente, o estado violador é obrigado, ainda, a lhe promover a responsabilização penal (“dever de perseguir”). É o caso típico de crimes como tortura, redução à escravidão, genocídio, crimes de guerra ou crimes contra a humanidade, apenas para mencionar alguns exemplos.

Estamos aqui falando de obrigações de ordem jurídica, com consequências normativas claras e não de meras admoestações políticas, como alguns interesseiros querem fazer crer. Estados se vinculam formalmente a essas obrigações e se comprometem a cumprir as recomendações dos órgãos de monitoramento dos tratados de direitos humanos. Não se trata de uma opção, de fazer ou não fazer; de uma coisa menor, sem relevância. Tem a importância do status que um estado escolheu ter perante a comunidade internacional. Não se pode querer estar dentro de um sistema para fazer bonito – “human rights are sexy” – e, ao mesmo tempo, não levar a sério suas regras quando contrariam interesses políticos circunstanciais. Um estado que assim se comporta é um estado-moleque que não merece o respeito dos outros estados e, por isso, deve arcar com as sanções inerentes à falta de respeito pela própria palavra empenhada, pelo descumprimento das obrigações pactuadas perante todos.

O estado é, para o direito internacional, um monólito no plano da vontade. Não se distingue entre as atribuições internas de seus agentes e nem entre a abrangência do espaço de governo de seus órgãos domésticos. A República Federativa do Brasil lá fora é uma coisa só. A ação de seu executivo, de seu legislativo ou de seu judiciário suscitam igualmente a responsabilidade do estado como um todo, da mesma forma que é irrelevante, para esse efeito, se a violação de deveres inerentes à norma internacional partiu da União, dos Estados ou dos Municípios. Todos são parte de um só Brasil. O agente da guarda municipal que tortura afeta a responsabilidade do estado brasileiro da mesma forma que a tortura praticado pelo policial federal. Não cabe, por isso, a órgãos de monitoramento de tratados apontar para esse ou aquele órgão em suas recomendações, advertências ou medidas provisórias: elas são dirigidas à República Federativa do Brasil como um todo e essa república que se vire internamente para cumprir o que se lhe determina.

O problema do Brasil é que as aristocracias burocráticas não têm compromisso com o estado como um todo. Somos um estado fraco, fragmentado pelos conflitos de suas gananciosas e ambiciosas corporações entre si, presa fácil para a ação de estados estrangeiros que ora lançam sua isca para essa corporação, ora para outra. A isca, diga-se de passagem, é da modéstia da fome de um Barnabé do serviço público: boas viagens, palestras, bons hotéis e restaurantes, passagens em classe executiva e paparicação nas visitas. Meios baratos de se comprar idiotas vaidosos no comando de instituições frágeis.

Daí vem a perplexidade de quem nada entende de direito internacional: o Comitê de Direitos Humanos do PIDCP advertiu o “estado brasileiro” sobre o direito de Lula participar das eleições, de forma genérica, sem dizer o que cabe a quem fazer o quê! O Comitê realmente se referiu somente ao “estado brasileiro”, porque não lhe compete fazer exegese constitucional e ditar qual órgão do Brasil deve garantir o direito de Lula. Simples assim. O Brasil que se vire para não ficar feio na fita!

O Comitê, diferente do governo norte-americano, não está aí para pentear a vaidade de procuradores, ministros ou chefetes de departamentos. Virem-se, Senhores! Todos estão não vitrine e cuidem-se para não levarem pedrada na frente de toda a comunidade internacional. Suas briguinhas intercorporativas são fúteis e não interessam a ninguém lá fora. Cumpram seus deveres!

E não venham com filigranas burocráticas a apontarem para essa ou aquela disposição de direito doméstico que lhes impediria cumprir o que lhes é demandado sob a autoridade do tratado. O art. 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados não lhes dá margem: “Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”. Isso basta para enquadrar o balaio de gatos em que se transformou o “estado brasileiro”!

Até aqui a explicação.

É nesse contexto que devem ser examinadas as declarações de um suposto “ministro do STF” e do candidato-capitão-de-pantufas Jair Bolsonaro. Um teria dito que a advertência do Comitê de Direitos Humanos não tinha mais importância do que uma reles ata de reunião de condomínio. O outro, mais delirante, teria sugerido tirar, acaso vença as eleições presidenciais, o Brasil das Nações Unidas, “uma organização de comunistas”. Para coroar o febeapá, um tal de Carlos Sardenberg, da Globo News, resolveu chamar a advertência de “fake news”.

A ser verdade o que insistentemente se difundiu na mídia e nas redes sociais, todos, a seu modo, ao falarem mal do Comitê, dizem mais sobre si mesmos do que sobre o malfalado. Claro, devemos lhes dar o benefício da dúvida – em tempos de “fake news”, podem todos eles ser “fake news”. Mas a insistência das invectivas, verdadeiras ou não, merece resposta.

Começando pelo suposto “ministro”. A estatura de “ata de reunião de condomínio” é, para o direito internacional, o valor que se dá a decisões pusilânimes ou interesseiras de um judiciário que perdeu seu apego ao estado democrático de direito. O conchavo entre instâncias, sem nenhum escrúpulo com as provas dos autos, para sacrificar uma liderança política, não é digno de um estado-parte do PIDCP. Referir-se a normas de direito internacional com tamanho desprezo mostra apenas quão pequenas nossas instituições são neste mundão de Deus. Não adianta nenhum verniz de viagens culinário-acadêmico-recreativas às “Oropa” para mascarar a tacanhice capiau de quem tem a descompostura de se manifestar desse jeito sobre instituições internacionais. Só uma coisa pode-se dizer desse “ministro”: não está à altura de suas responsabilidades. De resto, que leia as explicações acima. Delas carece. E muito.

Quanto ao tal Carlos Sardenberg, vou lhe sugerir o que muito orientador sugere a seus orientandos na academia: escreva sobre o que entende. Não se meta, como jurista, a escrever sobre sociologia se não conhece minimamente os fundamentos e as grandes referências bibliográficas dessa ciência. Pega mal. E se insistir em escrever sobre essa ciência alheia a sua especialidade, pode ter que se explicar a uma banca de sociólogos e aí quebrar a cara. Isso vale para o tal jornalista. Não se meta a falar sobre o que não entende e muito menos ainda com tamanha arrogância de sabichão, um verdadeiro “Klugscheißer“, como dizem os alemães – “excrementador de inteligência”. Questione humildemente e deixe a pergunta em aberto, se a advertência do Comitê lhe causa perplexidade, mas não diga que a importância de sua manifestação no âmbito de um tratado de que o Brasil é parte não passa de “fake news”. Pega mal e o ambicioso periodista quebra a cara.

Finalmente, o capitão de pantufas. Querer sair da ONU é inédito. Estados brigam para entrar nela. Mudam até de nome, se for necessário, como a tal da Macedônia que aceitou ser Fyrom! O que será do Brasil pós-ONU? Parem o mundo porque quero descer?

Desculpem o tom, mas é preciso exclamar: durma-se com um barulho desses!

 

Redação

24 Comentários

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  1. Brasil fora da ONU
     

    O Brasil fora da ONU passará a adotar o nome de Brasinha , que em breve tempo, dado a natureza de sua população,  virará cinzas.

      1. Brasinha
         

        O bom diabinho.

        Atormentava os maus e protegia os bons.

        Tenho muitos gibís da época porque guardei.

        Só não consegui conservar os gibis do Brasinha.

        E pior, não se encontra um só exemplar.

  2. Um tal de J. R. Guzzo (me

    Um tal de J. R. Guzzo (me parece já ter lido a respeito dele alguns elogios do Nassif) escreve na Veja desta semana um artigo sobre Lula/Onu que é um “:primor”. Não me entendam mal, fui atraido pelo título fake news do artigo: “Soltem o Lula”. Vomitei muito mas não reclamo. É que não vi ninguém criticando o “primoroso” artigo como estão fazendo com o do Sardenberg. Prova inconteste de que não só a revista mas também seus colunistas faleceram. O dia da Globo e de seus colunistas também chegará.

    1. Soltem o Lula
       

      Eduardo,

      um figura postou a matéria como se fosse dele, porque li e respondi numa dessas postagens de sábado, eu  acho, ou melhor, vou achar, porque eu respondi achando que estivesse falando com alguém esclarecido.

      https://jornalggn.com.br/noticia/streck-cabe-adpf-junto-ao-stf-para-fazer-cumprir-liminar-da-onu

      O comentário do cidadão:

      onu

      A REPORTAGEM ORIGINAL

      Soltem o Lula!

      É a Comissão de Direitos Humanos da ONU que está mandando

      Por J.R. Guzzoaccess_time 18 ago 2018, 10p9 – Publicado em 18 ago 2018, 08p6 more_horiz

      Manifestantes protestam em Brasília (DF), a favor do Partido dos Trabalhadores registrar a candidatura do ex-presidente Lula para concorrer ao cargo de presidente da República – 15/08/2018 (Ueslei Marcelino/Reuters)

      Há apenas duas coisas realmente sem limites nesta vida, dizia Albert Einstein. Uma é o universo. A outra é a estupidez humana – embora ele fizesse a ressalva de que tinha lá as suas dúvidas quanto ao universo. O Brasil de hoje bem que pode estar oferecendo uma terceira certeza: não existe nenhuma fronteira, também, no grau de cretinice dos esforços que estão sendo feitos para transferir o ex-presidente Lula da cadeia para a presidência da República. O último surto é talvez o mais prodigioso de todos: a pedido da equipe de advogados que conseguiu, até agora, conduzir seu cliente à uma pena de doze anos de cadeia, uma Comissão de Direitos Humanos da ONU mandou o Brasil soltar Lula. Isso mesmo: mandou soltar, porque acha que ele tem o direito humano de disputar a eleição de outubro, e naturalmente não pode fazer isso, e menos ainda exercer a Presidência do país, se estiver no xadrez. É uma das maiores piadas já contadas na história universal do direito, mas até aí tudo bem – vivemos mesmo numa época cada vez mais esquisita. O extraordinário é que um despropósito como esse consiga ser levado a sério, durante horas a fio, por um monte de gente – a começar, acredite-se ou não, pelos “especialistas” em dilemas jurídicos internacionais. Pode um negócio desses? No Brasil pode.

      A Comissão de Direitos Humanos da ONU tem tanta possibilidade de soltar Lula quanto a diretoria de um Rotary Club do interior do Maranhão. Seu poder legal é zero. Não lhe cabe dar ordens a governos dos países-membros. A comissão não pode impor sanções a ninguém, nem convocar uma tropa internacional para intervir em lugar nenhum. Não tem a menor relevância, também, do ponto de vista moral. Como poderia ter, se vem se recusando sistematicamente a fazer qualquer crítica a governos celerados como os da Venezuela ou Nicarágua, ditaduras que cometem assassinatos, torturas e outros crimes? Como são países de “esquerda”, o comitê da ONU não dá um pio, com o argumento de que tem de respeitar a sua soberania e que as violações de direitos humanos ocorridas ali são “questões internas”. Na verdade, o que há realmente de concreto a dizer sobre essa comissão é o seguinte: trata-se de uma boquinha clássica, onde parasitas variados vivem como esquerdistas profissionais, sem produzir um prego e com salários de 4.000 a 11.000 dólares por mes.

      O despacho que ordena a soltura de Lula é um pequeno monumento à capacidade humana de socar disparates num pedaço de papel. Diz, para não encompridar o assunto, que não foi verificada até agora “nenhuma violação” de um direito de Lula ao longo do processo que o levou à condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mas até que chegue a seu parecer final, algo previsto para acontecer só em 2019, é possível que venha a acontecer alguma injustiça contra o ex-presidente. Nesse caso, ele precisa ser solto já, porque a eleição está aí – e o homem não pode ficar sujeito ao risco de sofrer um “prejuízo irreparável”. O efeito de tudo isso, naturalmente, é nulo. Mas e daí? O que importa para Lula, o PT e o seu sistema de apoio, é tumultuar o máximo possível as eleições para dizer, depois, que o resultado não vale. Poderiam festejar, do mesmo jeito, o manifesto lançado no mesmo dia por outro presidiário cinco estrelas, o ex-deputado Eduardo Cunha. Do fundo de sua cela em Curitiba, Cunha, denunciado pela esquerda brasileira como o maior larápio da história desde que Ali Baba encontrou a caverna dos 40 ladrões, declarou-se inteiramente a favor da soltura de Lula e do seu “direito” de concorrer à presidência. Grande companheiro, esse Cunha.

      https://veja.abril.com.br/blog/fatos/soltem-o-lula/

       

  3. fala desses caras, parados no tempo…

    revelam todo perigo da presença deles: nada parece ir longe demais uma segunda vez

    apesar de deixar bem claro que a relação que se quer com a comunidade internacional que defende direitos humanos é distância

     

    o mundo está pasmo com o que está acontecendo no Brasil e, pior, com todo apoio de uma mídia dominante

     

  4. Tendo em mente o caso

    Tendo em mente o caso Favreto, imagino a quantidade e a mobilização de golpistas jurídicos-midiáticos por telefone este fim de semana. A Tim deve ter lavado a baia de tanto ganhar dinheiro com a correria telefônica pra alinhar o discurso entre os golpistas. Deve ter sido uma tal de ligação de curitiba pra porto alegre, de porto alegre pra brasília, de brasíia pro rio. De redações pra redações e de togados pra togados. Deve ter sido bem cansativo pra que na segunda todos estejam alinhados e discursando de maneira tão expontânea quanto a miriam leitão na globonews em frente o bolsonaro. Porque são todos independentes quanto o jarnalismo da globosta.

  5. Somos soberanos para violar ou respeitar os direitos do Lula

    O Brasil deveria mostrar ao mundo que nao viola os direitos do Lula, e nao que a ONU nao determinou  mas apenas recomendou que o Brasil respeite os direitos do Lula.

  6. fome

    O que será do Brasil se os grevistas de fome morrerem por falta de divulgação da sua campanha e do seu sacrifício?

    Pergunto porque não tenho visto por ai nada sobre este pessoal. Deve ser porque eu só leio blogs progressistas!

  7. O que diria Sérgio Vieira de Mello?

     

                    Hoje, 19 de agosto de 2018, um dia após a morte de Kofi Annan, 15 anos da morte de Sergio Vieira de Mello. O brasileiro, Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, dedicou sua vida ao estado de Paz. Atuou em missões no Taiti, Camboja, dentre outros. Foi destaque na passagem democrática de governo no Timor Leste, quando de sua emancipação da Indonésia. Dizia que sua última missão seria no Iraque, pós-queda de Saddam Hussein. Queria voltar para o Brasil. Queria também conhecer suas raízes no interior da Bahia – Barreiras. Queria participar da vida política do Brasil. Há 15 anos, zunia nos nossos ouvidos a explosão que interrompeu a vida de Sérgio.

     

                    Ontem, 18/08, morreu Kofi Annan, Secretário Geral da ONU, à época de Sérgio. Talvez, tenha sido protegido pelo destino para não assistir tanto desdém com a ONU proveniente da pátria de seu grande amigo e companheiro de ideias e de trabalho.

     

                    Atualmente, assistimos outra bomba, com estilhaços em câmera lenta, explodir a respeitabilidade do Brasil, com consequências imprevisíveis.

     

                    Lá, o Al Qaeda (… e não Al-Jazeera!!!).

                    Cá, o Golpe.

     

    Regina Figueirêdo

    Tainara Nogueira

     

  8. O busílis

    A questão maior não é​ se a determinação da ONU é vinculante. Trata-se de uma crise de narrativa e reputação.

    A determinação da ONU ao governo brasileiro passou como uma locomotiva em alta velocidade por cima do condomínio do Golpe e do Big Stick norte-americano. A respostas estúpidas de Sardenberg, Bolsonaro e do minsitro secreto, o silêncio do JN e dos magistrados e outros idiotas mostra que estão atirando pra todo lado, no desespero. Não esperavam a porrada. Perderam por alguns momentos o controle da narrativa, como aconteceu na prisão de Lula, no suicídio do reitor Cancellier e no assassinato de Marielle. Mas agora foi pior.

    Ao negar o direito de presunção de inocência de Lula, a Lava Jato e, por consequência, o governo brasileiro, comprometeu a lisura as eleições presidenciais. Caso não aceite a determinação da ONU, o que parece ser mais provável, o Brasil poderá não ser mais reconhecido globalmente como uma Democracia. Será o fim da linha para a ambição internacional dos togadinhos Moro e Barroso. É uma questão de reputação.

     A Lava Jato destruiu 3 setores da indústria pesada nacional, provocou dezenas de milhões de desempregados, a volta da fome e de epidemias, o declínio das universidades públicas e da pesquisa cientifica e a maior recessão econômica da história moderna do Brasil. É um cime de segurança nacional.

    Isso é o que acontece quando um país desonra os Direitos Humanos. Esse é o busílis.

  9. O guarda da esquina

    De qualquer forma, o desprezo pela decisão do Comitê de Direitos Humanos conseguiu calar os que vinham preparando ações mais radicais e tão ilegais quanto as que têm sido tomadas pelos golpistas. Aquele desprezo fez os democratas mais radicais votarem a clamar pela legalidade, deu-lhes um tipo de sossega à guisa de alento…

    “Viu só como estamos com a razão?!”

    Tenho dúvidas sobre o efetivo resultado de clamar pelas leis num estado gerido por contumazes – e caras-de-pau – descumpridores.

    Além disso uma coisa são os EUA contrariarem a ONU; outra, é o Brasil fazer isso. Temos empresas privadas brasileiras em praticamente todos os países do mundo? Temos pelo menos o suficiente para que não sejamos isolados por estados que têm, na ONU, suas garantias? Acho que não, hein?…

  10. O óbvio
    O Brasil ficará terrível na foto mas existem efeitos colaterais que serão tão desgastantes quanto:
    1- nós vínhamos de um continuum com os governos PT. Se aconteceu mer.a todos lá fora quererão saber POR QUÊ? Por quê as elites concordaram ? Houve ingerência externa?
    2- outros processos podem ser aprofundados: por que a mortalidade infantil aumentou? Qual a verdadeira dimensão do trabalho escravo no Brasil? Existirá tortura patrocinada pelo estado brasileiro?

    Sabe, depois que perde-se o respeito, recupera-lo são outros (500 anos?)

  11. a nível mundial…

    visão sugere que o Brasil passou a ser a “interrogação” mais inquietante da atualidade……………………….

    Considerando os direitos fundamentais garantidos em várias convenções internacionais, a interrogação vem da possibilidade do Brasil se tornar uma ameaça para qualquer outro país, incluindo residentes estrangeiros

    1. o Brasil precisa sair dessa imediatamente…

      dessa de respeitar apenas o que uma mídia bandida e ignorante compreende das obrigações assumidas

  12. “Meios baratos de se comprar

    “Meios baratos de se comprar idiotas vaidosos no comando de instituições frágeis.”

    Acho que esta é a mais sucinta e completa História do Brasil que eu já li.

    E ainda não chegamos ao fundo do poço.

  13. ONU e Lula

    A comunicação não precisa ser obrigatória para que as autoridades locais percebam que há alguma coisa errada no processo contra Lula. O bom senso obriga a escutar a opinião do povo e também desta recente comunicação da comissão da ONU. O sistema golpista não está nem aí para opiniões dos outros. Esta comunicação da ONU veio, indiretamente, em auxílio do judiciário, para ajudá-los a sair desta enrascada, mas, se não fizerem, deve haver algo muito forte por trás ou algo muito podre no rabo dessa turma golpista, que os faz capazes de prosseguir essa farsa contra Lula até o final, mesmo contra toda e qualquer oportunidade de caminhar para o bom senso e sair de fininho.

  14. Ufa! Cosegui ler tudo dr.

    Ufa! Cosegui ler tudo dr. Eugênio. Como o sr. diz, eu não vou falar do artigo porque nada entendo de direito, muito menos de direito internacional (relações exteriores, sei lá!). Agora sobre os dois indigitados citados como paspalhões, fica alguma explicação: um acha que os states é sua pátria o outro deve ser um israelense disfarçado na imprensa brasileira. Ou seja dois filhotes de paises que não respeita nenhum tratado multilateral. Então…

  15. O caos está inevitavelmente

    O caos está inevitavelmente instaurado nesse país e não vai se resolver nessas eleições.

    Os abusos de TODAS as instituições cooptadas pela direita está criando um cenário de confronto social nunca antes visto na história do Brasil. Não existe mais nenhum tipo de conciliação de classes. Está bem claro para o povo como as coisas funcionam: quem tem o poder manda, quem não tem sofre. O Brasil está descobrindo a luta de classes, que logo vai se tornar numa guerra de classes.

    Nossa bandeira ficará vermelha sim, mas será de sangue.

    A esquerda que ressurgir das cinzas desse fascismo que está vindo aí não será aquela da paz e do amor, mas da foice e do martelo. Nos próximos 50 anos a democracia brasileira vai ser parida com um fórceps e o povo que ressurgir daí não será nada cordial.

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