Que tiro foi esse?

O Oito de Julho já pode ser considerado feriado nacional.

Marca o dia em que caiu a ficha dos brasileiros..

.. inaugura uma nova etapa para a “militância” em geral..

.. tlim.. tlim.. tá ouvindo aí?

Ainda tem ficha caindo..

É interessante perceber o ajuste de discurso..

.. é possível identificar nesse universo de blogs progressistas algumas linhas de pensamento além do “discurso caranguejo”, sacado por colegas estarrecidos, ainda sem uma posição clara sobre o caminho a tomar..

Não só comento como julgo algumas delas, e quem discordar, por favor, não se faça de rogado:

1) precisamos apostar na candidatura Lula: Certo. Não pela – improvável – eleição dele, mas pela simbologia que a prisão do ex-presidente Lula tem. Já está suficientemente claro que eles não deixaram Lula participar do pleito;

2) precisamos identificar logo o candidato da esquerda, o plano B: Errado. As eleições estão COMPLETAMENTE comprometidas, não existe ambiente legal, os golpistas estão nos tribunais que contam os votos, a principal liderança política, carro-chefe dos votos, está presa, entre vários outros problemas. Essa ideia já foi razoável, mas não dá mais tempo para uma frente de esquerda (de verdade);

3) Ciro Gomes: Erradíssimo. Acho que foi um movimento sacado pelo núcleo duro do lulismo, quando viram o estrago, alguns conseguiram recolher, mas vários já tinham se lançado no abismo.. era uma armadilha.. muita gente caiu.. o PC do B ficou com a brocha na mão.. seja como for, é um tipo de movimento que lança luz sobre a militância, não?

4) temos que reagir! Certo.. como? Não existe NENHUM canal de comunicação com o povo, o que acham que pode ser uma reação e como isso vai se dar? Quais resultados são esperados? Não conseguiram fazer uma greve geral no golpe contra o governo dos trabalhadores, nem quando aprovaram a ignomínia chamada reforma trabalhista, reinstituindo a escravidão, porque acham que agora vão conseguir algo diferente?

5) temos que reconstruir o tecido social, não existe caminho fácil, é um processo que pode demandar décadas, mas que pode ser acelerado com o uso de técnicas modernas de organização comunitária, sobretudo usando a internet, mas é impossível de se fazer se não houver COMPARTILHAMENTO do poder político, e depois disso, ou paralelamente, é preciso propor uma novo pacto social e pela PRIMEIRA VEZ na história desse país fazer uma revolução de fato.. e de direito.. esse é um processo político que precisa envolver todos os setores da sociedade, especialmente o meio acadêmico.

Faz tempo venho pregando (no deserto) sobre a alternativa número 5 ser a única possível, veja, nem estou em dúvida se dá prá fazer, estou certo de que é o único caminho possível.

Porque mesmo depois da desintegração, da guerra civil, do assassinato de milhares de brasileiros, da destruição do estado, destruição das empresas, mesmo assim a gente vai ter que sentar junto com o povo e rediscutir um novo pacto social.

A diferença está em começarmos agora ou esperar tudo se desintegrar..

 

Aproveito e lhe convido para ler esse texto escrito por mim a 2 anos atrás.. muita coisa mudou, alguns processos acho que já não funcionam, mas o texto continua atual:

https://setimarepublica.wordpress.com/2016/11/04/a-revolucao-que-todos-queremos/

Redação

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