Roteiro da independência do Banco Central, sob o governo Marina

Consta na página 46 do programa da candidata, um quadro com o título “Para reduzir e manter baixa a inflação”, é o segundo ponto do quadro:
 
“• Assegurar a independência do Banco Central o
mais rapidamente possível, de forma institucional,
para que ele possa praticar a política monetária
necessária ao controle da inflação. Como em todos
os países que adotam o regime de metas, haverá
regras definidas, acordadas em lei, estabelecendo
mandato fixo para o presidente, normas para sua
nomeação e a de diretores, regras de destituição de
membros da diretoria, dentre outras deliberações.
 
O modelo será mais detalhado após as eleições,
com base em debates já avançados sobre o tema.”
 
Os grifos são meus, o roteiro para promover essa polêmica independência passa a ser o seguinte:
 
1) Os eleitores consagram o programa nas urnas, sem conhecerem detalhes do modelo de independência;
 
2) Após eleita a candidata, virá o detalhamento do modelo baseado em “debates avançados”, sem que se saiba quem são os debatedores “avançados sobre o tema” – embora todos desconfiem quem sejam os “avançadinhos” – sem debater inclusive, as consequências  a independência e do seu modelo desconhecido com os eleitores.
 
Luis Nassif

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Depois de mim o dilúvio.

    Depois que tiverem o Banco Central nas mãos, eleiçoes serão desnecessárias.

    Osmarina o cavalo de tróia de nossa burguesia.

     

  2. marina quer entregar a gestão econômica para para a banca…

    … é o retrocesso neoliberal.

    Privilégios para os milionários do mercado financeiro.

  3. Se hoje os juros bancários

    Se hoje os juros bancários ainda são altos com os Bancos Públicos forçando os bancos privados a reduzirem os seus, se o BC for dominado pela lógica do mercado e não das políticas públicas, adeus crédito ao pequeno e médio empreendedor, adeus financiamentos de longo prazo, só veremos os bancos aplicando no tesouro e os empresários, como anteriormente, com mais apetite para o rentismo do que para a produção de bens.

  4. Póis é, como escreveu o Nassif:

    “bem feito”!

    Mas depois de dar o que tem que dar (estou falando socialmente por que para quem tem $$$$ vai ser uma “marravilha”), não venham chorar no meu ombro.

  5. Pelo menos três dos
    Pelo menos três dos responsáveis pelo Plano Real, Edmar Bacha, Persio Arida e André Lara Resende, também participaram do Plano Cruzado do Sarney. E parte dessa trupe também participou do governo Collor e Itamar. Dá para desconfiar que os caras usaram o país para testar suas teses econômicas, até o lançamento do Real. André Lara Resende merece um capítulo à parte. Desde Sarney, ele vem pulando de um governo a outro. Convenceu Collor a confiscar a poupança. Foi Presidente do BNDES no governo FHC (o bomba atômica), do qual foi obrigado a sair devido ao escândalo do grampo do BNDES. Ele usou informações privilegiadas para enriquecer e só ficou de fora nos governos Lula e Dilma. Agora, com Marina Silva, tem nova chance de voltar ao governo.

  6. http://www.federalreserve.gov

    http://www.federalreserve.gov/faqs/money_12848.htm

    A redação da proposta é grosseira. A independencia do Banco Central NÃO é apenas para combater a inflação e nem o regime de metas é um método universalmente aceito, a maioria dos paises não usa o regime de metas de inflação.

    O regime de metas é uma FERRAMENTA de politica monetaria e nunca deveria estar numa Lei de Banco Central, existem outras opções e quem deve decidir isso é a DIRETORIA do banco e não a Lei.

    O Banco Central independente, no modelo do Federal Reserve americano, que foi o primeiro que estabeleceu esse padrão de independencia, tem como objetivo NÃO só controlar a inflação MAS com a mesma importancia, ASSEGIRAR O MAXIMO DE EMPREGO NA ECONOMIA, está nos Estatutos do Banco Central americano.

  7.   Ou seja, o BC vai ficar

      Ou seja, o BC vai ficar igual a uma das tão elogiadas agências “regulatórias”.

      Se essa é a nova política, FHC está na vanguarda.

  8. De vigaristas para otários.

    O programa de governo desses vigaristas tem consistencia e validade tanto quanto a assinatura e os diplomas do “Dr”José Serra ou seja,nenhuma!A picareta vigarista Osmarina pensa que entre os mais de 202 milhões de Brasileiros existam vigaristas e otários suficientes para elege-la,ledo engano.Perdeu vigarista!

  9. Existem algumas técnicas de fraudes que o BC não permite ainda

    Onde o BC é independente e têm mais autonomia, o controle e a apuração de fraudes fica comprometida e não existem punições para os integrantes do cartel dos bancos.

    Talá o FED para não me deixar sozinho nesta.

    É o que eles exigem para financiar a Marina, carta branca para fazerem o que quizerem.

  10. Por tudo que aqqui li’ eh bom

    Por tudo que aqqui li’ eh bom deixar claro que o PT eh a favor da dependencia do Bacen ao governo de plantao.Ou seja, nao importa a defesa da moeda e’combate a inflacao.

  11. O BC de Marina

    Nassif,

    É preciso muita coragem para colocar isto no papel e torná-lo público.

    Outra opção da gangue da acreana é a de considerar toda a sociedade como um bando de completos ignorantes, mais de 200 milhões de energúmenos prontos para dar um cheque em branco para, nada mais, nada menos que o sistema financeiro tupiniquim, que sem cheque em branco já é capaz de fazer o que faz.

    Este texto cretino está integralmente inspirado no Bilderberger, acontece que quase ninguém já ouviu falar neste termo.

    Caso a marionete venha a ser eleita, a sociedade aprenderá direitinho o significado do tal termo, só que de uma maneira inimaginável. Em dois tempos ficará esclarecido que a ignorância está longe de ser uma benção, mas aí, inês é morta, serão décadas de domínio absoluto, à la PRI.

    E ainda tem gente que consegue defender este grupo macabro. 

  12. Gostei da comparação feita

    Gostei da comparação feita pelo Andre LB. O BC seria uma espécie de “agência reguladora” dos bancos privados. Igualzinho é na área da telefonia. Ou seja, não regula porcaria nenhuma.

    A unica coisa que espero dessa coisa toda, é que quando o governo Osmarina mostrar-se em todo seu esplendor o que de fato significa na vida real das pessoas, eu olhar para um coxinha e mandar-lhe, quando este reclamar dos juros do seu cheque especial: Está vendo no que deu seu histerismo anti-PT?

  13. Marina quer entregar o Banco

    Marina quer entregar o Banco Central e a taxa de câmbio para o setor financeiro, que, com tais poderes, vai controlar nossa economia interna e externa. O setor financeiro é ligado ao capital internacional, é a maneira mais fácil e eficiente de entregar a economia brasileira para os estrangeiros.

    A pressão internacional é compreensível, após quebrarem seus países(EUA, UE), o capital financeiro volta seus olhos gordos para outros países.

     

  14. Na primeira versão a que eu tive acesso, não tinha isso

    Eu tive acesso a uma versão inicial do programa de Marina por meio de alguns sites ontem, de pouco mais de 60 páginas. Nesta versão inicial do programa de Marina, não tinha nada sobre a autonomia do Banco Central. Depois foi divulgada uma versão mais completa, de 241 páginas.

    Exemplo de link que disponibilizou essa versão parcial de 60 páginas: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/sob-polemica-marina-silva-lanca-programa-de-governo-em-sao-paulo/

    Por isso eu cheguei a comentar ontem num post que não tinha nada sobre independência do Banco Central no programa. Quando o Nassif divulgou ontem o link para o programa completo, abrindo um post que falava inclusive do casamento homoafetivo, que também não tinha na versão de 60 páginas, eu percebi que a versão a que eu tive acesso era uma versão provisória, não definitiva.

  15. Existem muitos pontos do programa que merecem ser analisados

    mais de perto. Esse é apenas um ponto, importantíssimo, é verdade. Mas tem outros pontos de política econômica que eu estava lendo ontem e que merecem igualmente a atenção.

    Por exemplo, eu percebi que Marina tem projetos de reformar profundamente o sistema tributário nacional a partir de emenda constitucional. Ou seja, a Constituição Federal seria objeto de reforma na seara tributária. E as propostas são mesmo profundas, uma completa reformulação.

    Extinção de tributos regressivos (a alíquota diminui com o aumento da base de cálculo), mudança da base de cálculo das contribuições previdenciárias (o programa chega a detalhar isso: fala que as contribuições para o INSS deixariam de ser de 22% da folha de pagamento de salários e passariam para 2% do faturamento da pessoa jurídica), desonerações tributárias na aplicação de poupança e na área de investimentos, principalmente na área de produção tecnológica, incentivos fiscais para atividades não poluentes, inclusive desoneração tributária, fala em reformar o ICMS, visando a acabar com a guerra fiscal nos Estados, etc.

    Fala também em simplificação dos procedimentos de recolhimento para as empresas etc. Enfim, a ideia do programa é simplificar, desonerar, retirar o peso tributário que incide sobre a iniciativa privada. Isso permeia todo o programa de governo de Marina quanto à questão tributária.

    Outro aspecto que me chamou a atenção foi o ponto das reformulações na política administrativo-tributária visando a diminuir o contencioso, judicial e administrativo. Marina fala em propor uma maior clareza e definição quanto às interpretações veiculadas pela Receita Federal e pelos demais Fiscos (Estaduais e Municipais), tudo isso visando a proporcionar maior segurança jurídica para os contribuintes, de forma a diminuir o litígio em relação à arrecadação.

    Esses aspectos do programa apontam para uma nítida diminuição da arrecadação em prol do que se acredita ser uma política incentivadora da iniciativa privada objetivando um maior crescimento econômico, uma maior geração de emprego e renda. Sem falar que isso vem associado, no programa, à ideia de que os procedimentos atinentes aos requerimentos apresentados à administração pela empreas e demais agentes privados devem ser desburocratizados (a tal diminuição dos controles anteriores, ampliando os controles posteriores). Na verdade, a reforma tributária, no Programa, vem exatamente depois dessa ideia de desburocratização e flexibilização das políticas de controle do Estado (União) em relação aos agentes privados. A reforma tributária, no Programa, é nitidamente uma consequência da ideia de se deixar a iniciativa privada mais à vontade, mais livre para atuar.

    Em linhas gerais, Marina está propondo mesmo diminuir o ônus tributário sobre as empresas e tornar o Estado brasileiro incentivador dessa política, reconhecendo que o Estado atrapalha o desenvolvimento e crescimento econômico quando trabalha com o atual sistema tributário.

    Eu acredito que, no debate político-ideológico, que tem que ser amparado por dados técnicos, inclusive, Marina tem que ser cobrada para vir a público e explicar quais foram os estudos que eles fizeram que indicam que essas medidas serão necessariamente positivas para a economia brasileira e para os investimentos feitos pelo Estado, inclusive em políticas sociais.

    Observe que, ao lado de reforma tributária, o programa de Marina fala em reformulação da legislação trabalhista, apesar de sempre ressaltar que as conquistas históricas dos trabalhadores seriam mantidas e até mesmo ampliadas.

    Esse ponto do programa, principalmente da reforma tributária, tem que ser estudado e analisado tecnicamente. O programa não demonstrou, como fez em outras partes, os dados técnicos que amparam validamente o que se afirma ali. Ficou um tanto obscuro. Só vi usarem dados estatísticos que dizem respeito ao impacto do contencioso tributário na renda corrente líquida das empresas.

    Não vi, por exemplo, qual seria o efeito na arrecadação do INSS se a base de cálculo das contribuições mudar de 22% da folha de pagamento para 2% do faturamento das empresas. Em nenhum momento do programa isso foi demonstrado. E em nenhum momento ficamos sabendo quais seriam os exatos efeitos disso, dentro do atual cenário econômico e financeiro do Estado brasileiro.

    Esse ponto do programa de Marina é importantíssimo e não está bem fundamentado, como notoriamente estão outras partes, em que eles realmente fizeram pesquisa e análise para sustentar as propostas.

  16. Independência

    Independência, por lei, dos governos eleitos pela maioria dos cidadãos eleitores. Dependência absoluta, pela mesma lei, do mercado financeiro, ou seja, dos bancos e da parcela dos cidadãos incluídos no tal mercado. Os interesses da maioria absoluta  dos cidadãos, excluídos do tal mercado, passam a ser secundários, segundo a mesma lei. Daí em diante, para que Presidente da República, se viveremos na ditadura do mercado?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador