Temer avança na articulação para mudar sistema de governo no país

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Desgastado pelo seu governo e com o histórico enraizado na atividade legislativa, Michel Temer é o mandatário ideal para tomar frente à ideia de mudança para um sistema parlamentarista no Brasil. Conforme adiantou o GGN, Temer foi a oportunidade encontrada por parlamentares como José Serra (PSDB-SP) para comandar a articulação como saída para a permanência no poder dos que hoje dominam o Congresso Nacional.
 
Após os movimentos do senador tucano José Serra com Temer, na última quinta-feira (03), e do mandatário peemedebista com o ministro Gilmar Mendes, no domingo (06), angariando em dois encontros o apoio de caciques dos Três Poderes da República, expostos em reportagem do GGN, o presidente assumiu a estratégia.
 
Durante evento de abertura do 27º Congresso & Expo Fenabrave, em São Paulo, nesta terça-feira (08), Michel Temer defendeu o parlamentarismo como mudança de governo no país. “Em várias oportunidades, o Legislativo era tido como um apêndice do Executivo. No meu governo, não. O Legislativo é parceiro do Executivo. Temos trabalhado juntos”, confirmou, continuando: “de alguma maneira, estamos fazendo quase um pré-exercício do parlamentarismo”.
 
A inserção do objetivo no discurso público foi a maneira encontrada pelo peemedebista para contrariar boatos de que a medida é uma estratégia que vem sendo articulada, nos bastidores, além de começar a angariar apoio de outros setores, como a imprensa e, sobretudo, representantes do mercado – que veriam com bons olhos seus interesses tendo mais espaço de poder no país.
 
Assim, Temer defendeu que, como uma transição, fosse adotado o modelo francês ou o português, “em que o presidente da República, eleito, tem uma presença significativa no espectro governativo”. A intenção do senador José Serra era começar a implantar o sistema de voto distrital misto, em um primeiro passo ao parlamentarismo, a partir das eleições municipais de 2022.
 
Durante o evento nesta terça, Temer foi mais direto. Defendeu que as mudanças já passassem a valer em 2018, mas admitindo que não é possível alcançar. “Se pudesse ser em 2018, seria ótimo, mas quem sabe se prepara [o Parlamentarismo] para 2022”, afirmou. Junto ao Congresso, Serra e a grande base aliada de Michel Temer devem tentar inserir a mudança na reforma política, que já tramita em urgência na Câmara.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. E a vontade do povo nada vale?
    O sistema de governo foi decidir em plebiscito, qual a legitimidade de uma mudança imposta pelo presidente mais impopular da história junto com o congresso mais investigado e o representante do supremo que mais pratica politica partidária a revelia da lei?

    1. Pois é… Enquanto na
      Pois é… Enquanto na “ditadura” bolivariana fizeram vários plebiscitos que foram respeitados, na nossa “democracia” que tem um presidente não eleito e extremamente impopular estamos caminhando para 100% de desrespeito aos dois únicos plebiscitos que ocorreram desde a tal “redemocratização”.

      1. Bem lembrado. A introdução do

        Bem lembrado. A introdução do parlamentarismo jogaria no lixo o plebiscito de 93 – e de tabela abriria de vez a turma da Bala pra acabar com a lei do desarmamento e transformar o país numa espécie de Texas abaixo do Rio Grande rs 

    2. Bruno, desde quarta-feira

      Bruno, desde quarta-feira passada, a palavra legitimidade acabou. Foi tirada do dicionário. Essa calhorda viu que o povo que dia a dia maltrata não reage mesmo. Então decidiram que  nunca mais será eleito um governo com o MÌNIMO de preocupação com o social. O parlamentarismo à brasileira será a cereja do bolo – fecal –  pra essa elite política porca = não mais um candidato terá que chegar perto desse povo que eles tanto têm nojo  pra batalhar voto. Basta fazer campanha em restaurantes caros, em puteiros de luxo e coisas do gênero pra batalhar o voto de 513 eleitores , os deputados federais. E ainda por cima não terá que se esperar quatro anos ou fazer um impeachment no caminho pra tirar um presidente. Basta manobras regimentais e em alugns dias outro primeiro ministro toma posse. Vi que em 70 anos de parlamentarismo italiano, houve uns 40 primeiros ministros, ou seja, não governam nem dois anos. Será o caos do caos, o passo pra que comecem a pipocar movimentos separatistas, porque o país ficará ingovernável. 

  2. Meia duzia mandando no país e
    Meia duzia mandando no país e nós, parece wue grudados à cadeira, sem levantar, atônitos, incrédulos de como deixamos as coisas chegar onde chegou.

  3. E aquele bando de velhos no

    E aquele bando de velhos no STF não estão nem aí.

    Observam tudo garbosamente como se nada fossem com eles.

    Cancelem o impeachment seus fdps togados, golpistas, safados.

    Vão arder no inferno seus infelizes

     

  4. Nenhuma quadrilha da golpe

    Nenhuma quadrilha da golpe pela metade, golpe tem que ser integral, estavam achando o que? Que depois de tudo iriam entregar o poder de volta para o PT de mão beijada, vão empurrar o parlamengolpismo goela abaxo do país, e não duvidem Eduardo Cunha saí da Republica da cloaca de Curitiba direto para a cadeira de primeiro ministro da republica da suruba brasileira, o povo? O povo vai bovinamente continuar levando no lombo e ainda vai reeleger a maior parte dos ladrões que estam saqueando e destruindo o futuro do país, teremos o governo que merecemos.

  5. Ponto de vista sobre o momento do País
    Primeiramente penso que eleito ele foi, pois quando elegemos a Dilma sabíamos que ele era o vice e que assumiria em impedimentos dela! Fato! Segundo: o país não tem classe política que represente as pessoas! Para mim só mudariam as coisas com reformas mais profundas, inclusive rompimento institucional, mudando uma série de privilégios para bandidos, sejam eles menores, traficantes e principalmente políticos! A vida de um político deve ser pautada pela ética e pelo compromisso e respeito por seus eleitores e para julga-los precisamos também de uma justiça livre, desimpedida por interesses pessoais escusos mascarados como “vantagens”

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