Testemunha de violência policial é presa em SP

Ação da operação Ethos apreendeu também computadores na sede do Conselho Estadual de Direitos Humanos 
 
Há anos o conselheiro atua denunciando a participação de policiais militares em chacinas e grupos de extermínios
 
Jornal GGN – O militante dos direitos humanos Julian Rodrigues alerta que prisão do vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos se trata de perseguição. Há anos o conselheiro atua denunciando as más condições no sistema prisional de São Paulo e a participação de policiais militares em chacinas e grupos de extermínios. Carlos dos Santos era relator da Comissão de Violência e Letalidade Policial do conselho.

“Trata-se da criminalização dos defensores dos direitos humanos”, afirma Rodrigues. A prisão ocorreu na manhã desta terça (22) na Operação Ethos da Polícia Civil, organizada junto com o Ministério Público de São Paulo. Outras 40 pessoas foram detidas, suspeitas de colaborarem com o Primeiro Comando da Capital (PCC) fazendo uma lista de agentes penitenciários que eram colocados na mira da facção criminosa.

Rodrigues também acusa os agentes da polícia de combinar com a rede Globo a cobertura das prisões, dando mais destaque a detenção de Luiz Carlos, em detrimento do outros 40 suspeitos. Ele alerta que outros defensores de Direitos Humanos estão sendo expostos nos noticiários da organização. “Na foto da matéria do g1 aparecem mais defensores de DH que estavam à frente de uma audiência que ocorreu em Osasco, sobre as chacinas. Eu estava presente também, aliás”.  

 
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-presidente do Condepe, Rildo Marques de Oliveira, disse que na operação de hoje a Polícia Civil aprendeu computadores da sede do conselho que armazenam dados sigilosos de testemunhas de violência policial. 
 
“Tem todos os relatórios, denúncias, informações sigilosas, de testemunhas. De casos que nem foram levados ainda à polícia, estão sendo analisados. Se esses dados caem na mão da polícia, expõem todo mundo, os conselheiros, os planos estratégicos do conselho, expõe promotor que participa de reuniões. Se tivessem solicitado, tínhamos fornecido, porque nós temos interesse nisso também”, destacou. 
 
O Condepe foi criado em 1993, por determinação da Constituição Estadual de SP de 1989, com a finalidade de investigar violações de direitos humanos no território estadual e “de encaminhar as denúncias a quem de direito e de propor soluções” desses problemas. Por essa razão, o órgão tem a prerrogativa de acessar prisões e requisitar informações, documentos e processos de órgãos públicos e propor sindicância e inquéritos para a apuração de violações de direitos humanos.
 
 
 
 
 
Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Na ditadura paulista é assim:

    Na ditadura paulista é assim: denunciou vai preso,

     

    que o diga a gaviões da fiel e os estudantes secundaristas….e o careca é o homem certo para comandar esse est(r)a(g)do.

  2. PLIMPIG

    “com a rede Globo a cobertura das “

    A globobo governa.

    Manda prender e manda soltar.  

    Escolhe quem vive e quem morre.

    É o “grande irmão”.

  3. É vox corrente entre o povo

    É vox corrente entre o povo brasileiro que os ativistas de direitos humanos só se preocupam com os criminosos e nada com suas vítimas.

    E isso acontecia até na esfera federal.

    Essas revelações só confirmam o que a voz das ruas já sabiam há muito tempo.

  4. Ditadura

    Este é mais um traço da ditadura fascista patrocinada pela plutocracia. Tudo coincide exatamente com os eventos que culminaram com a implantação do nazismo na Alemanha. A perseguição a ativistas dos direitos humanos foi um dos primeiros alvos dos nazistas através de sua milícia, a SA.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador