Xadrez dos sofismas sobre o crescimento da economia brasileira, por Luis Nassif

Não se trata de discussão científica, mas de vale-tudo, no qual não importa decifrar os enigmas, mas em derrotar o oponente.

Peça 1 – a armadilha da retórica de guerra

A ideologia é a praga mortal do intelectualismo, especialmente nas discussões econômicas.

Cria-se o embate ideológico. Cada lado escolhe os seus centuriões, que entram no coliseu da mídia para vencer ou vencer. O coliseu da mídia é restrito, não é como o da academia, que exige meses e meses de preparação para um momento de gozo: o da publicação da tese. Na mídia são batalhas sucessivas, onde o que menos importa é a análise do todo. O juiz da disputa não é um acadêmico de saber reconhecido, mas um editor de jornal, que segue o padrão do “in” e do “out”. É “in” dizer que toda forma de gastos público é nefasta? Então, tome manchete na veia.

A cada semana (se for coluna semanal) toca a levantar fatos específicos que permitam o gozo rápido na defesa incondicional das próprias temas. Fogem-se dos temas principais para se fixar nos pequenos embates irrelevantes, mas com resposta pré-definida: só aceito os fatos que comprovem minha tese.

Não há os predicados da boa polêmica, na qual os dois lados vão refazendo seus pontos de vista à luz do que o outro levanta. Não se trata de discussão científica, mas de vale-tudo, no qual não importa decifrar os enigmas, mas em derrotar o oponente.

Peça 2 – a discussão sobre políticas anticíclicas

Nas discussões econômicas via mídia, há duas teorias para superar a crise. Ambas têm como ponto central o dilema dos gastos públicos.

Os keynesianos colocam a demanda como propulsora do crescimento. Tendo demanda, as empresas ampliam sua capacidade, contratam, havendo mais contratação há mais demanda, havendo mais demanda, haverá mais arrecadação fiscal, e assim por diante. E se sai da crise com menos sacrifício dos cidadãos – que deveriam ser o objetivo final de qualquer política econômica civilizada. Se as famílias estão endividadas e as empresas com capacidade ociosa, o único agente capaz de injetar demanda na economia é o Estado, através do aumento dos gastos públicos.

Os liberais focam nos indicadores macroeconômicos, basicamente na parte fiscal e na inflação. Excesso de demanda pressiona os preços; excesso de gastos comprometem o equilíbrio fiscal. Todos os investimentos dependem do equilíbrio fiscal. Havendo equilíbrio fiscal, as empresas voltam a investir, as pessoas a comprar.

O grande desafio é estimar o nível adequado de gastos, que estimule a economia sem pressionar os preços, e permita uma elevação da receita fiscal maior do que a dos gastos utilizados para estimular a economia.

A boa ciência deveria estar estudando esses ângulos. Se o ajuste fiscal for muito rigoroso, acentua a queda da economia, levando à redução da receita fiscal e a mais déficit fiscal e menos crescimento.

Os ideólogos não têm nuances. Ou são integralmente a favor dos gastos públicos ou radicalmente contrários. É aí que mora o perigo.

Peça 3 – como medir a eficácia

De 2013 a 2014 o país viveu sob o signo de um keynesianismo imprudente, um festival de isenções fiscais, contenção de preços de tarifas, superdimensionamento de políticas públicas.

De 2015 em diante, com as gestões de Joaquim Levy (Dilma), Henrique Meirelles (Temer) e Paulo Guedes (Bolsonaro), a política econômica seguiu os cânones do ajuste fiscal até o limite da imprudência.

O ritmo de crescimento de uma economia, no pós-recessão, é maior que a média histórica. Isso porque a recessão cria uma enorme capacidade ociosa na economia. Qualquer estímulo de demanda tem reflexos rápidos na recontratação de trabalhadores, no revigoramento das cadeias produtivas. Por isso, a melhor maneira de avaliar os resultados de políticas públicas pós-recessão, é comparando-as com outros momentos de recessão na história.

O que diz a Carta do IBRE, o Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, distante das polarizações mercado x desenvolvimentistas:

A atual crise econômica brasileira não encontra paralelo na história do país. Depois de dois anos consecutivos, 2015 e 2016, de forte contração do PIB, e outros dois, 2017 e 2018, de baixo crescimento, a economia encontra-se praticamente estagnada e flertando com a volta da recessão neste ano de 2019.

Mesmo que se ignore o forte recuo acumulado do PIB no biênio 2015/16 (de -6,7%), ainda assim o crescimento de apenas 1,1% a.a. em 2018 (ritmo semelhante ao que será observado em 2017-19) colocou a economia brasileira apenas na 40ª posição em um ranking de 42 países, segundo levantamento realizado pela consultoria privada Austin Rating. Somente Itália (0,8%) e Japão (0,7%) tiveram taxas de crescimento inferiores à da economia brasileira em 2018. Essa performance sofrível, que em termos per capita representa literalmente uma estagnação, coloca o país na trajetória mais lenta de recuperação que se seguiu a uma crise (ao menos desde o final do século XIX).

Ou seja, decididamente, a fórmula do ajuste fiscal falhou.

Peça 4 – analisando os indicadores

Nas últimas semanas, a mídia não parou de falar em recuperação da economia, saudando entusiasmadamente pequenas reversões, inexpressivas perto das perdas dos últimos anos.

Vamos a um pequeno levantamento de setores da economia, mostrando a sua situação hoje em dia comparativamente à média de 2014.

Vamos a um pequeno levantamento do desempenho de setores econômicos, comparando com a média de 2014: Bens de Capital, Bens Intermediários, Bens de Consumo e Bens de Consumo Duráveis.

Nenhum deles chegou aos níveis pré-recessão.

Uma das tabelas do IBGE comparar 69 setores da indústria. Entre eles, 43 estão abaixo de 2014, contra apenas 26 acima.

Em um quadro mais amplo, de setores industriais, de 28 setores medidos, apenas um ficou acima da média de 2014.

No setor de auto veículos, por exemplo, no acumulado de 12 meses até novembro de 2019, em relação a novembro de 2014, houve queda de 14,15% na produção de autoveículos em geral, de 9,97% de automóveis, de 31,8% de comerciais leves, de 26,23% de caminhões e de 24,82% em ônibus. Recuperação, onde?

Peça 5 – a lógica dos templários

À luz desses resultados, uma discussão econômica competente trataria de analisar as razões do insucesso do tal ajuste fiscal, aceitar que a queda nos gastos públicos prolongou a crise. Seria uma belíssima maneira do debate se reconciliar com a lógica e a ideologia se subordinar à sua majestade, os fatos.

Não é isso o que ocorre.

Em seu artigo de hoje na Folha, Marcos Lisboa – principal expoente do discurso de mercado na mídia – insiste na mesma tese.

Diz ele:

 “Tudo indica que a notável queda da taxa de juros, decorrente do ajuste fiscal iniciado pelo governo Temer e aprofundado com a reforma da Previdência, resultará em uma boa retomada da economia em 2020”.

O mercado, que inicia o ano sempre errando por excesso de otimismo, estima um crescimento do PIB em 2,2% em 2020 – inexpressivo, perto das perdas dos últimos anos.

A  queda da taxa de juros se deveu à queda da inflação, fruto de uma recessão que produziu 12 milhões de desempregados. Não há a menor garantia de como se comportará a inflação com qualquer retomada da economia.

Esse tipo de combate à inflação, com tal dose de sacrifício imposta à economia, não é sustentável, é incompatível com o objetivo maior de qualquer política econômica, que é buscar o crescimento sustentável.

Mas por que falhou a receita fiscal? Segundo Lisboa:

Desde 2017, os analistas mais otimistas esperavam crescimento anual acima de 2,5%, mas foram seguidamente frustrados com taxas de apenas 1%. Desta vez, porém, os indicadores estão bem melhores.

Verdade que a recuperação tem sido desigual e o déficit das contas externas sugere que há problemas graves em muitos setores, que não conseguem se recuperar embora o câmbio esteja mais favorável.

Apesar disso, o ajuste fiscal insiste em desmoralizar os economistas que defendiam que a recuperação da economia passava pela expansão dos gastos públicos”.

Repare no argumento. Dizia-se que a recuperação da economia passava pela expansão dos gastos públicos. Não houve expansão dos gastos públicos e não houve recuperação da economia.

Agora há uma promessa, apenas uma promessa de um crescimento tímido no próximo ano. E Lisboa considera que a promessa do crescimento tímido desmoralizou os economistas que diziam que a economia não cresceria sem aumento nos gastos públicos – como efetivamente não cresceu.

Repete-se a mesma retórica, da lição de casa insuficiente, praticada de Marcílio a Palocci, passando por Malan e Meirelles, sempre o mesmo jogo-de-enganar-bobo. Mantem-se a economia amarrada com cortes desnecessários nos gastos públicos – com a palavra gastos sempre tendo conotação negativa. A economia não se recupera. Entra-se no próximo ano sustentando que a lição de casa foi insuficiente, mas agora vai.

O governo Lula foi ajudado pelo boom dos commodities. Mas a economia só começou a se recuperar quando abriu mão do fanatismo ignorante de Palocci e Meirelles.

O grande problema é a volta do pêndulo. Depois da recuperação da economia, no pós-crise de 2008, julgou-se que a maquininha de gastos produziria o crescimento contínuo, com o país nas mãos de Guido Mantega e Arno Agustin cometendo todos os pecados no extremo oposto.

O preço do subdesenvolvimento é, também, uma discussão econômica subdesenvolvida, que não está a altura de uma economia do nível da brasileira.

 

Luis Nassif

24 Comentários

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  1. Nassif e economistas de plantão: o trecho
    “De 2013 a 2014 o país viveu sob o signo de um keynesianismo imprudente, um festival de isenções fiscais, contenção de preços de tarifas, superdimensionamento de políticas públicas”
    está certo? Se sim, então o partido Republicano dos EUA é keynesiano, pois adora diminuir impostos de empresas. Keynesianismo não é aumentar a demanda?

    1. Concordo com a crítica, mas acho que quem se refere a keynesianismo como corte de impostos foi a imprensa em geral e não Nassif. Keynesianismo seria o contrário disso: aumentar os impostos para aumentar o investimento público.

      1. O que diria Adam Booth sobre o keynesianismo:

        “A ideia keynesiana de criar demanda através de estímulos governamentais é basicamente idealista e antidialética. Uma só questão deve ser respondida: onde os governos obtêm o dinheiro para estes estímulos? Se o dinheiro vem dos impostos, então isto quer dizer: ou tributar a classe capitalista, o que significa uma mordida em seus lucros, criando uma greve de capital e, dessa forma, reduzindo investimentos; ou tributar a classe trabalhadora, o que reduzirá o seu poder de consumo e, dessa forma, reduzindo a demanda – o oposto do que os estímulos governamentais pretendiam fazer!

        Em tempos modernos, o governo foi recorrendo cada vez mais ao empréstimo de dinheiro do mercado financeiro, através da venda de bônus governamentais. Mas com o socorro financeiro dos bancos e com o colapso das receitas fiscais, os países foram deixados com grandes dívidas e déficits, e os mercados financeiros globais, em vez de financiar os empréstimos do governo, estão insistindo para que os governos cortem o gasto público.

        Para os keynesianos e líderes reformistas do movimento dos trabalhadores, que se inspiram nas ideias keynesianas, a resposta é simples: devemos tributar os ricos e aumentar salários! Mas sob o capitalismo, como explicamos acima, a produção é para o lucro e a classe trabalhadora nunca pode receber em salários o valor pleno das mercadorias que produz, como Marx explicou em O Capital em resposta às teorias subconsumistas de seus dias: “É mera tautologia dizer que as crises decorrem da carência de consumo solvente ou de consumidores capazes de pagar. O sistema capitalista não conhece outra espécie de consumo além do solvente, excetuados os casos do indigente e do gatuno. Ficarem as mercadorias invendáveis significa apenas que não encontraram compradores capazes de pagar, isto é, consumidores (sejam as mercadorias compradas, em última análise, para consumo produtivo ou para consumo individual). Mas se, para dar a essa tautologia aparência de justificação mais profunda, se diz que a classe trabalhadora recebe parte demasiado pequena do próprio produto, e que o mal estar seria remediado logo que recebesse parte maior, com aumento dos salários – bastará então observar que as crises são sempre preparadas justamente por um período em que os salários geralmente sobem e a classe trabalhadora tem de maneira efetiva participação maior na fração do produto anual destinada a consumo. Esse período, de acordo com o ponto de vista desses cavalheiros do ‘simples’ bom-senso, teria, ao contrário, de afastar as crises. A produção capitalista patenteia-se, portanto, independente da boa ou má vontade dos homens, implicando condições que permitem aquela relativa prosperidade da classe trabalhadora apenas momentaneamente e como sinal prenunciador de uma crise”)”.

        1. Exato. O governo não produz riqueza, o governo cobra impostos dos empresários e dos trabalhadores. Portanto, o keynesianismo só funciona se o governo administrar o capital melhor do que fazem os patrões em suas empresas e os trabalhadores em suas economias domésticas.

          O que dificilmente acontece.

  2. Cada vez que o moribundo estrebucha o médico proclama “viu, o tratamento tá funcionando”.
    E em que consiste esse tratamento? Não fazer nada e esperar que o organismo cure a si mesmo.

  3. Peso que não tenha ocorrido keynesianismo imprudente em 2013 e 2014. Houve negociação imprudente de reduções tributárias sem garantia de contra partidas dos empresários. A redução de encargos sobre produtos da cesta básica era correta como forma de tirar pressão dos preços. Da mesma forma a desoneração era para se limitar à folha de pagamento, pois deveria ser compensada com contribuição sobre faturamento. Isto foi uma grande reforma tributária feita em acordo com empresários. Trocou-se imposto que encarece emprego por encargo de setores capital intensivos.
    A falha que se pode apontar é ter-se deixado as medidas ao alcance dos 150 ladrões do Cunha na Câmara. Incluíram até papel higiênico premium na cesta básica, generalizaram a desoneração da folha para setores desnecessários e ainda por cima reduziram a alíquota da CPRB para níveis muito abaixo do que compensaria o fim do INSS.
    Mas o maior problema do período foi politico. O cultivo da tempestade perfeita era público e notório e o país se deixou levar pelos doutos do mercado e sua mídia prostituta. Foi uma total irresponsabilidade de agentes poderosos que se achavam tão bons que saberiam controlar a sangria depois de derrubar Dilma. Ficaram se achando e assim continuam.
    Está na hora dos progressistas começarem a medir o PIB das classes sociais. Ficaria exposto que o PIB que sobre, muito mais do que o médio, é o dos ricos. O PIB dos pobres caiu muito mais que a média e ainda não cresce.

    1. Acho o seu comentário o melhor até aqui.
      Só acrescentaria mais uma informação importante e praticamente desconhecida. As contribuições previdenciárias substitutivas da contribuição patronal sobre a folha, seja a CPRB ou a contribuição sobre a comercialização da produção rural, não incidem sobre as exportações. Isso é uma renúncia fiscal gigantesca.

  4. Caro Nassif.
    Há três fatores básicos que não estão sendo levados em conta devido a própria distorção da visão de demanda dos keynesianos.
    1) A perda de lucratividade das empresas brasileiras (principalmente no setor industrial).
    2) Não há crescimento sem investimento. (público e/ou privado)
    3) A perda de produtividade da indústria brasileira.
    Explico melhor: O investimento só há quando a lucratividade dos diversos setores existe, não adianta expansão de crédito tanto ao produtor como ao consumidor, se a lucratividade fica abaixo do custo do crédito, num país que se encontra com contração de consumo nenhum industrial vai investir para ganhar menos do que ele investe e isto decorre do atraso tecnológico que se encontra a nossa indústria.
    Mesmo com a contração dos salários que ocorre nos dias de hoje, esta contração não é suficiente para cobrir a falta de capacidade de produzir com fabricantes internacionais que empregam máquinas e equipamentos mais modernos diminuindo cada vez mais a importância do valor da mão de obra.
    O atraso tecnológico somado a capacidade ociosa da indústria faz com que os industriais invistam mais no setor financeiro do que na própria produção, logo o ciclo vicioso de baixa capacidade competitiva, custos altos de produção (devido a baixa produtividade) inibem o investimento e modernização que levariam ao aumento da produtividade, porém a distância entre a produtividade brasileira e internacional (USA, Europa, Coréia e China) aumenta a cada ano, não tem como sair deste ciclo.
    O problema não é de taxa de juros ou de mercado de consumo, é muito mais grave do que isso.

  5. Engraçado, com o setor financeiro garroteando a economia com juros estratosféricos, determinados por 2 a 3 bancos e ainda tem gente acreditando que os juros do banco central apitam alguma coisa. Só vou acreditar no equilíbrio fiscal quando tiver banco disputando para financiar o agronegócio.

  6. “Tudo indica que a notável queda da taxa de juros, decorrente do ajuste fiscal iniciado pelo governo Temer e aprofundado com a reforma da Previdência, resultará em uma boa retomada da economia em 2020”. Marcos Lisboa

    A taxa de juros é determinada basicamente pela lei da oferta e da procura. A queda da taxa de juros não tem relação com inflação nem com ajuste fiscal, ela é reflexo tanto da redução da oferta quanto da queda da demanda de crédito, decorrente do alto grau de endividamento das famílias e empresas.

    Na década de 80 do século passado, por exemplo, tanto a taxa de juros quanto a inflação eram elevadas.

    Em Reforma e Revolução, a Rosa Luxemburgo desmascara Bernstein, o qual afirmava que o sistema de crédito tinha tornado o capitalismo imune às crises econômicas. A Rosa afirma que na hora em que mais se precisa do crédito para tirar a economia da recessão é justamente nessa hora que os capitalistas trancam o crédito.

    Em relação ao Keynes, para ele a expectativa de demanda efetiva tem tanto peso quanto a taxa de retorno do capital investido. Nada obstante haja demanda para seus produtos e serviços, um capitalista não investiria mil reais se sua taxa de lucro fosse apenas de 50 centavos, por exemplo.

    Por fim, o capitalismo sobreviveu no século passado não por causa dos gastos públicos keynesianos mas porque a destruição de parte considerável das forças produtivas e de produtos reduziu a composição técnica fo capital, tornando os investimentos rentaveis novamente.

  7. Vamos falar sobre a politica econômica Bozo-Tchu-Tchuca.. A taxa de juros esteve acima de 14% com inflação acima do centro da meta, e agora está em 4,5%, abaixo do centro da meta. Quando a presidenta Dilma impôs a queda dos juros para 7,5% o Nassif teceu loas, dizendo que o paradigma da economia estava mudando, para logo depois o mercado “malvado” sabotar tudo. E agora o Nassif diz que os juros caíram por causa da inflação baixa, é só olhar para o lado e ver a Argentina, em depressão econômica e com inflação e juros altos.. cadê o mercado malvado agora? Aí vem o grande economista Nassif e diz que o ajuste fiscal nada tem a ver, e ainda por cima quer que o Bozo recupere todo o descalabro econômico em apenas um ano, comparando 2020 com 2014.. inacreditável.. a bem da verdade, não daria pra esperar de um jornalista uma análise mais consistente que um pudim..

    1. Todas as afirmações que fiz vão na mesma direção: no Brasil, a política monetária não atua sobre a demanda dado o diferencial de juros praticado pelo mercado e a taxa básica de juros. Mas afeta a oferta por encarecer proporcionalmente muito mais o investimento do que o crédito. Na Argentina há uma ampla dolarização, que nada tem a ver com oferta e demanda. Aliás, não dá para esperar comentário mais consistente de quem não tem sequer a coragem de colocar o nome completo.

  8. De forma unânime a mídia acabou de celebrar os nros do CAGED relativos a nov/19, sem que nenhum deles se dignasse a analisar os nros divulgados.
    Indo à fonte em http://trabalho.gov.br/noticias/7350-pelo-oitavo-mes-consecutivo-saldo-de-emprego-e-positivo-no-pais, temos o seguinte cenário:

    1 – Demissões no período totalizaram 1.192.605 trabalhadores com salário médio de R$ 1.795,16.
    2 – Admissões no período totalizaram 1.291.837 trabalhadores com salário médio de R$ 1.592,26.
    3 – Saldo positivo de 99.232 trabalhadores.

    Pronto! Euforia instalada e viva Paulo Guedes!

    Mas, dando um passo a diante:

    4 – Mas a massa salarial no mês caiu R$ 83.976.410 se considerarmos esse universo de contratados e demitidos;
    5 – Portanto, em média, cada um desses novos trabalhadores entrou no mercado pagando R$ 846,26 p/ trabalhar (!);
    6 – Como isso (ainda) não é possível, na prática essa perda de massa salarial equivale à demissão de trabalhadores.
    7 – Matematicamente, essa perda equivale à demissão de 84.145 trabalhadores ganhando 1 SM (=R$ 998,00);
    8 – Isso explica o fato de a economia estar patinando;
    9 – O que não dá pra explicar é a unanimidade da interpretação positiva p/ algo danoso p/ a economia;
    10- Menos ainda constatar que a leitura equivocada dos nros está disparando ações pró-cíclicas
    de agentes econômicos, de mercado e de politica econômica.

  9. Enquanto na patria Brasil saudam a politica econômica de Paulo Guedes, o jornal Le Monde trouxe uma matéria ha dois ou três dias alarmante sobre o estado da economia brasileira. Quem quiser acreditar que sem crescimento, desenvolvimento, emprego, um Pais vai bem, acredite. Interessa vender esse peixe que, a se continuar como estamos, não se multiplicara.

  10. economistas esquecem o fator político e dizem isso e aquilo conforme seus interesses, como sempre…..
    é como aquele comenarista político renomado que repetia a mesma lenga lenga durante todo o período ditatorial. não fugia da mesmice….parecia a juíza do copia e cola….

  11. A análise do Nassif é tão rasa como a de qualquer economista. Acha que se bolsonaro fizer o que o nassif manda, seu governo será melhor do que o da Dilma ou Lula, ambos batalhadores e criadores de otimismo e de emprego, e o primeiro um completo idiota que quer liberar arma para todos.
    A atitude da Dilma de fazer um freio nas despesas no inicio do seu não acontecido segundo mandato me pareceu muito correta. Depois de deslanchar um milhão de obras de infra era preciso dar uma parada e realinhar a economia. Havia quatro anos a frente. Isto é básico até no futebol. E o nassif insiste em não ver isso. Não vê por que não quer.
    O governo bozo é irresponsável e desinteressado em economia. O guedes teve seus sua base de conceito econômico destruído logo no início do seu mandato: a queda da linha econômica do chile, que se mostrou desastrosa, explodindo em 2018, e a queda da ideia do CPMF. Fora disso ele quer destruir o país vendendo tudo, modelo argentino também fracassado e achando que o empresário brasileiro é idiota, e é mesmo, e que colocando-o em confronto com a china ele vai despertar. O que nunca vai acontecer e só pode vir da cabeça de alguém que nunca fez nada a não ser dar golpes financeiros que o deixaram rico.
    Os economistas são todos maus políticos que insistem em ser políticos. Quem gerenciou a economia do governo LULA e Dilma foram os dois com a ajuda sim de economistas mas mantendo-os nos freios. E o fizeram de uma maneira esplêndida.
    Será que o Nassif não consegue ver que o governo Dilma foi um sucesso, e continuaria a ser, nada ia mudar, tinha um passado de 12 anos sensacional (não foi commodities não), e a propaganda feroz de um não acontecido fracasso foi o combustível do golpe e da destruição e aí teve a ajuda firme do próprio Nassif.
    Acautele-se Nassif. Você está errado. Abandone a arrogância própria de jornalistas econômicos e aprenda com os LULAS da vida.
    Um salário família e um mais médicos, um sorriso do LULA, a seriedade não afetada da Dilma, somente, daria de dez nestas teoria econômicas que só jogaram o mundo na desgraça, com raríssimas exceções.
    Aprenda com o LULA e com a Dilma se for capaz.

    1. Abriu mil frentes seguidas e não completou nenhuma. Foi tão correta a decisão da freada de Joaquim Levy que custou um impeachment. Se isso não é mã política, o que seria?

  12. Situação complicada para Keynes e para Friedman. A China intensificou a produção, reduziu custos, exportou muito, acumulou dolares, agora amplia investimentos pelo mundo. EUA emitiram muito para sustentar o especulativo mercado financeiro, agora quer se mexer para não perder espaço. Voce sabe bem, o Brasil em vez de produzir mais, combateu inflação com juros altos e dólar baixo, endividou, perdeu o rumo e a classe política deu o remate metendo a mão. Qual a receita para sair do artificialismo das valorizações e da concentração da produção na Ásia.

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