Fiscais do Bolsonaro contra a inflação, por Ricardo Mezavila

Economia brasileira, depois do governo Sarney, volta a ser administrada por irresponsáveis. Lei da segurança alimentar foi descumprida e desabastecimento é consequência

Foto pública Freepik

Arroz, feijão, milho e óleo de soja terão aumento de preço. A Secretaria Especial de Abastecimento e Preços deve apresentar hoje ao Ministro da Fazenda, proposta para reajuste desses produtos da cesta básica. A SUNAB elevará esta semana o valor das multas para quem desrespeitar a tabela em vigor. A decisão é parte de uma contra ofensiva do governo para eliminar a cobrança de ágio. A fiscalização aumentará para combater a especulação e a estocagem irregular de produtos. (Jornal do Brasil, 13/01/1987).

A economia brasileira, depois do desastroso governo Sarney, voltou a ser administrada por irresponsáveis e incompetentes. A Lei regulatória que garante segurança alimentar para a população foi descumprida, as exportações tiveram prioridade e o desabastecimento é uma consequência.

Sempre que o governo envia uma mensagem para os donos de supermercados, Bolsonaro pediu que fossem mais patriotas, e quando os empresários pedem para trocar um alimento por outro, é porque alguma coisa saiu do controle e o sinal está verde para a inflação.

Mais de 80% das áreas plantadas são de soja e milho, em detrimento dos itens essenciais da agricultura familiar, como feijão e arroz. Não havendo colheita, não há estoque para atender o consumo interno e os preços disparam nas prateleiras.

O Ministério da Justiça notificou supermercados e produtores através da Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON), contrariando a estratégia liberal da economia.

A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que não sabia da ação da Secretaria Nacional do Consumidor, antiga SUNAB, junto aos principais produtores e distribuidores de arroz para combater possíveis abusos de preços.

Remake Sarney: “A fiscalização aumentará para combater a especulação e a estocagem irregular de produtos”.

No governo do autor de Marimbondos de fogo, a população era pacífica e, no máximo, fechavam as portas de um mercado e se diziam fiscais do Sarney, não partiam para a violência.

Se a retaguarda de fanáticos armados que dão apoio ao capitão, decidirem agir como ‘fiscais’, será o início do recesso democrático.

 

Ricardo Mezavila, escritor, pós-graduado em ciência política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

 

Redação

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