Por que o governo Temer segue vivo após tantas denúncias?, por Leonardo Sakamoto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por que o governo Temer segue vivo após tantas denúncias?

por Leonardo Sakamoto

Todos os presidentes após a redemocratização poderiam ter sofrido impeachment. Haveria razões para tanto – ou elas nasceriam pelas mãos da inventividade política. Isso não aconteceu porque contaram com o apoio político do Congresso Nacional e o respeito do Supremo Tribunal Federal.

Um impeachment de Temer é, ainda hoje, algo impensável. Uma parte considerável dos deputados federais, senadores e da classe política deposita nele a esperança de que poderá frear, de alguma forma, a operação Lava Jato, impedindo-os de ir para o xilindró ou devolver milhões roubados. Menos impensável, mas ainda assim remota, é a chance de cassação da chapa Dilma-Temer durante a gestão Gilmar Mendes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Até aí, nada de novo.

Mas pouco se fala da segunda perna desse apoio, que vem de uma parte da elite econômica. Empresários brasileiros e estrangeiros têm condicionado seu apoio ao governo Michel Temer à aprovação de reformas que combatem a crise econômica jogando a fatura no colo dos mais pobres ao mesmo tempo que usam a própria crise como justificativa a fim de reduzir a parte do Estado que atende às necessidades da xepa humilde, protegendo os mais ricos via manutenção de altos subsídios e baixa carga tributária de sua renda e seu patrimônio.

Esse grupo, na prática, mostra não se incomodar tanto com a corrupção desde que a missão seja cumprida. Até porque, pelo que mostram as delações, a lama já chegou ao Pato Amarelo, o que deve impedi-lo de voar.

Quando a imprensa divulga que um depoimento de José Yunus, grande amigo de Michel Temer, reforça o envolvimento de seu ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em uma suspeita de falcatrua e joga suspeição sobre o comportamento do próprio Temer, em uma trama que envolve doleiros, muito dinheiro e Eduardo Cunha, era de se esperar que os empresários se revoltassem tanto quanto se revoltaram com as falcatruas do governo do PT. Mas enquanto a encomenda estiver sendo entregue, ninguém ouve, ninguém fala, ninguém vê.

Ninguém nem pensa em pedir a cabeça do governo, que poderia ser entregue de bandeja pelo Congresso Nacional na tentativa de apaziguar a gritaria na esfera pública, ”num grande acordo”, da mesma forma que aconteceu com Dilma Rousseff.

Por isso a resposta do título desse texto não passa pelo que o Congresso Nacional, a cúpula do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, grandes empresários e os milhões que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff devem ou não fazer. Eles seguem tocando suas vidas e perseguindo seus objetivos. Perde tempo, na minha opinião, quem cobra deles uma ação no sentido de encabeçar uma ação que deveria estar sendo feita por outros descontentes.

De acordo com pesquisas de opinião aplicadas sobre os manifestantes, os perfis dos favoráveis e dos contrários ao impeachment foram mais parecidos entre si do que com o restante da sociedade, tornando-os mais próximos de uma elite social e econômica. O povão, em sua maioria, não foi à rua. Muito menos a maioria dos jovens que coalharam as cidades brasileiras em junho de 2013, ao contrário do que bradam organizações que dizem falar em nome deles.

Durante o processo de impeachment, pesquisas mostraram que as razões pela insatisfação com o governo Dilma eram diferentes entre os mais ricos (que eram maioria nas manifestações de rua, reclamavam da corrupção, defendiam uma redução do Estado menor e tinham natureza antipetista) e os mais pobres (que passaram a querer sua saída, mas porque a economia estava ruim e o Estado não estava sendo suficientemente grande para garantir um colchão melhor de proteção social). Ou seja, a maioria amorfa em nome do qual tudo é feito, mas que raramente se beneficia do Estado, continuou onde sempre esteve: trabalhando pelo bem-estar de uma minoria e assistindo a tudo bestializado pela TV.

A grande pergunta é se algo (o aprofundamente do desemprego ou uma reforma da Previdência Social mais dura com os pobres, por exemplo) ou alguém será capaz de mobilizar o povão para levá-lo às ruas.

Se esse pessoal resolver dizer basta às castas de políticos corruptos, de elites econômicas sanguessugas e de demagogos violentos e antidemocráticos, percebendo que, crise após crise, são eles que pagam o pato num país em que lucros ficam com o andar de cima e prejuízos com o andar de baixo, acho que, como já disse aqui, o país entra em nova fase. Se melhor (com a população sendo protagonista de sua vida) ou pior (com a chegada de um ”salvador” que, não se engane, podará direitos ao invés de garanti-los), não saberia dizer.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

30 Comentários

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  1. A falta de uma política de comunicação no governo do PT

    Lula e Dilma amarelaram com relação à comunicação de deixaram a Globo, FSP e Estadão continuarem a reinar absolutos nesta esfera.

    A política ´republicana’ do PT entregou a PF e o judiciário nas mão da direita.

    Não estreitaram a disputa político-ideológica para a área militar nem para empresarial.

    Agora não há interlocutores para uma resistência imediata, talvez tenhamos que esperar muitos anos até uma nova resistência se firmar. Não acredito numa resposta no curto prazo.

    A campanha na internet contra a o entreguismo  não está ocorrendo  no volume crítico necessário para gerar um sentimento de revolta na população mais afetada pelo caos gerado pelo golpe.

     

     

    1. Eu periodicamente leio os comentários do Estadão.

      O melhor termômetro do estado de ânimo das pessoas não se encontra lendo as notícias, mas sim os comentários das notícias, eu faço isto com o Estadão e vejo que em menos de dois meses a posição crítica contra os governos do PT que eram hegemônicas estão passando para posições contra o governo Temer e as críticas ao PT estão diminuindo.

      Isto eu reparei desde o fim do ano passado, ou seja MENOS DE DOIS MESES.

      Mudar de opinião é difícil, mas após a mudança ela se torna irreversível.

      A realidade econômica é mais forte e mais ativa do que tentativas de disputar politicamente em áreas militares e empresariais, é melhor deixar o tempo passar.

  2. Pequena amostra do desastre

    Moro num lugar de classe média. 100% do pessoal que por acaso discuto a situação política ou apoiam Temer ou voltam ao passado elogiando “o tempo de Collor” ninguém quer ouvir falar de Dilma e muito menos Lula. Conheço alguns trabalhadores do campo, quando comento com eles sobre a situação política eles praticamente desconhecem não sabem o que está acontecendo. Quando pergunto a eles sobre Dilma ou Lula ele falam que os dois são ladrões. Vou ao supermercado me queixo dos preços para meu espanto a caixa fala pra mim: culpa da Dilma. Vou ao posto de gasolina o frentista conhecido fala que tem algo para me mostrar retira seu celular do bolso e mostra uma piada com piadas pesadas a Lula. Recebo a visita do pai do meu genro pequeno empreendedor do ramo gráfico, não o conhecia ainda, começamos a falar sobre política de repente ele começa a falar verdadeiros absurdos sobre Lula defendendo até que o mesmo deveria ser preso e pasmem, torturado. Recebo constantemente mensagens e vídeos de um primo aposentado do ramo aeronautas todas com criticas duríssimas a Lula. Tenho uum ex-colega que mora nos Estados Unidos o cara é diretor de uma empresa seu twiter é uma verdadeira sala de aula de barbaridades contra o Lula. Não ouço uma palavra contra o Temer, não vejo nenhum deles falar em eleição direta ou que o país está atravessando uma fase difícil, ou ocorreu um golpe. Isso é uma das razões do por quê esse pesadelo durará muito tempo ainda. O povo está completamente desinformado e manipulado o que fazer para mudar isso não tenho a mínima ideia só sei que os partidos de esquerda, e os movimentos sociais remam cada um para um lado e a mídia alternativa leva de dez a zero da mídia golpista.

    1. idem

      Aqui em Santos, SP é a mesmissima coisa.

      Neste mambebe circo Brasil o mágico conseguiu iludir a maioria quase absoluta da platéia. Apenas uns poucos perceberam o truque.

      Quando esses poucos tentam explicar como o ilusionismo foi feito tornam-se indesejáveis, desprezíveis, condenáveis, repudiáveis, enfim, perigosos personagens que devem ser linchados, escorraçados, afastados e mortos.  

      Se o seu grupo for de médicos, engenheiros, advogados, gente estudada de meia idade, ai é muito pior. Eles sonham em emigrar e abandonar o “o Brasil é uma m…..”.

      “O livre pensante, aquele tem opinião diversa do grupo e que se recusa a recitar a cartilha do PLIMPIG, corre risco de perder a vida!  

       

      1. Pois é, acho que estamos falando com pessoas diferentes.

        Não sei de onde tiram estas opiniões, como sou velho e conversador, falo com muitas pessoas e dificilmente encontro os apoiadores do Temer nos dias atuais, agora a questão é como comichão é só começar a colar.

        1. Temer

          rdmaestri,

          Não se fala de apoio a Temer golpista. Esse ninguém apóia. Os que o elegeram nos panelaços e nos blocos que desfilaram de verde/amarelo nas praças do Brasil, hoje culpam os eleitores da Dilma que, dizem, estes sim elegeram o “KOISO” como vice! Afirmam que eles não tem culpa, votaram no Laércio! 

          Trata-se do apoio da luta contra os pobres, contra os governos progressistas, contra Lula, contra Dilma e o PT. E um ódio profundo contra a mãe Pátria!

          Na cabeça do povo citado a questão é derrotar a ascensão dos pobres e do Brasil. Quase todo classe média daqui acha que é rico e quer que pobre se exploda. Bolsa família vagabundagem de cem merrecas saindo do “meu bolso” onde já se viu?

          Já juiz de primeira instância que trabalha contra o país e recebe ilegalmente Oitenta, Noventa mil Reais  por mês, saidos dos mesmos bolsos, dizem: -vale cada tostão!

          1. Meu caro, como disse o Paulo Preto (ou era parecido o nome).

            Meu caro, como disse o Paulo Preto (ou era parecido o nome), não se deixa amigo no meio da estrada, o Temer está deixando todos, este rastro de traição não é coisa que em gangue de malfeitores é esquecido rapidamente.

            Talvez o que ninguém está se dando conta é que a aceleração do processo de deterioração dos golpistas está sendo muito rápido.

    2. Acho que estamos falando de dois campos, de dois Brasis e ….

      Acho que estamos falando de dois campos, de dois Brasis e de duas épocas diferentes.

      Eu garimpando com algum cuidado vi algumas notícias de manifestação bem significativas em diversos pontos do campo brasileiro contra exatamente a reforma de previdência e quando esta começar a discussão estas manifestações vão se multiplicar.

      Do jornal virtual Jornal Atualidade de 23/02/2017 vem o seguinte texto: 

      “FETAG promove novo ato contra reforma previdenciária

      A chuva, em meio a rajadas de sol, não impediu que mais de 10 mil pessoas saíssem às ruas – desta vez em Santa Rosa – para participar da manifestação contra a reforma previdenciária. O ato promovido pela FETAG e Macrorregional Santa Rosa ocorreu durante o 7° Grito de Alerta Missões Fronteira Noroeste. Há dois dias, na manifestação em Santa Cruz do Sul, outras dez mil pessoas mostraram sua indignação e revolta com a proposta de reforma da Previdência Social apresentada pelo governo federal……..”Chamo a atenção foram nos dias 21 e 23 dois atos com mais do que 10.000 agricultores em cada um, e contra o governo Temer.  Já no fim de dezembro houve em Caxias do Sul manifestações com 5.000 pessoas. Se procurarmos bem vamos achar nestes dois últimos meses manifestações em vários estados brasileiros, porém há um bloqueio da mídia, não se fala nada e deixa-se então esta visão que colocas de um campo tacanho e reacionário que está feliz em perder a sua aposentadoria.Não sei se estamos vivendo no mesmo país.

      1. Falando sério

        O certo é que na prática a reação ao golpe é ínfima. Há evidentmente pontos de resistência porém muito pequenos e desarticulados. Enquanto os golpistas se movem à velocidade da luz os que se rebelam contra eles andam na velocidade do som.

        1. Tá bem, 10.000 pessoas no interior dos estados, não é nada?

          Não pensem que o campo não vai se levantar, pois a reforma da previdência para eles é a MORTE.

          É simples.

    3. O mesmo acontece por aqui

      Depois tem leitor aqui no blog que diz que não deveríamos nos preocupar com a Globo, se os mais alienados são justamente os telespectadores da emissora.

      Na empresa em que trabalho, somente consigo conversar normalmente sobre os acontecimentos recentes do país com um estagiário de Direito que, coincidentemente, não assiste à Globo. Um jovem inteligente que se formou em escola pública, entende de cinema e de política. Parece que somente nós estamos fora da Matrix. Enquanto isso, os outros (a maioria de classe média) maldizem Lula e Dilma, além das conversas de sempre sobre novelas, futebol e, recentemente, carnaval.

  3. Não interessa

        Temer entregando, pelo menos parte do que prometeu, pode ficar enrolando no cargo até ser substituido, vai perder alguns de seus mais próximos “amigos”, ficará cada vez mais fraco, o que para quem o colocou lá é uma boa opção, governos fracos são mais compreensivos, Temer não tem até 2018, após o Natal de 2017 ele e quem sobrar de seu “governo”, já serão apenas um detalhe.

          Estranho não são as movimentações da suposta “direita” ( a que pensa, não os malucos ), que já está há tempos, até antes do impedimento de Dilma, organizando-se com vistas as futuras eleições, mas o comportamento das “varias” supostas autodeclaradas “esquerdas”, que parecem mais perdidas que cachorro em dia de mudança, alguns grupos em perenes e infindaveis reuniões de “autocritica”,  outros se matando internamente para ver quem é mais “esquerda”, e outros – aliás com mandatos – mendingando cargos e até dando entrevistas a midia anti-esquerda, como que pedindo perdão.

          Manter Temer pressionado cada vez mais, com delações odbrechitianas, com os rolos de seus “amigos”, com o vai e vem de suas atitudes, assim como elevar cada vez mais o pedestal da Lava Jato, é uma boa estratégia para a “direita-liberal” ( que pensa ) alcançar seus objetivos politicos, sendo que o unico risco grave desta situação, seria a perda do foco original, confrontada por uma movimentação popular, não de esquerda, mas salvacionista vinda  da extrema direita, que encontra-se em gestação, ainda em fase primária, mas ………..

           P.S.: Alguem no Brasil acredita que Zé Yunes resolveu falar agora porque teve um surto de consciência ? Que Moro foi atrás do decano dos esquemas só agora porque descobriu seus endereços, e justo na epoca que Yunes resolveu botar o bloco na rua ? Que um hipocondriaco como Zé Serra saiu do governo por “problemas na coluna” ? 

  4. Parcerias

    Talvez isso explique muita coisa….

     

    UOL

     

    Deputados da base do governo Michel Temer, eu sei que Vossas Excelências estão cheios de cargos, cheios de emendas, estão todos papudinhos”, berrou no microfone do plenário o oposicionista Sílvio Costa (PT do B-PE) na votação do novo projeto de repatriação, no dia 15.

    Apesar do ataque, ele conclamava os governistas a lhe seguirem e rejeitarem o projeto. “Isso é um escândalo! Isso é um escândalo!”

    Como de hábito, ninguém lhe deu bola e o projeto foi aprovado tranquilamente.

    Embora tenham se mantido calados na sessão, são numerosos os “papudinhos” de Michel Temer –o termo define aqueles que estão com o papo cheio de verbas, cargos e prestígio. Ilustram um cenário bastante curioso.

    Só 1 de cada 10 brasileiros acha o governo federal bom ou ótimo. Já na Câmara o cenário vira de ponta-cabeça: de cada 10 parlamentares, 8 defendem o peemedebista.

    O que explicaria a abissal diferença?

    Temer ainda não acumula o desgaste legislativo de governos mais longos e reúne praticamente todas as forças políticas que se mobilizaram na aprovação do impeachment de Dilma Rousseff.

    Mas é no “paparico” que Temer tem dado de goleada, na opinião de diversos deputados que apoiaram os governos Dilma e o atual.

    A Folha ouviu mais de uma dezena deles e perguntou: qual a diferença entre Dilma e Temer na relação com os deputados?

    “Noooossa!”, respondeu Beto Mansur (PRB-SP), “muita diferença”. Deputado das antigas, ele diz que Dilma lembra a relação que Fernando Collor (90-92) tinha com o Congresso. “Eu era deputado e nunca tinha falado com o Collor. Aí, quando estava estourando o impeachment, ele me ligou. Não atendi.”

    Com Temer, fala que a história é outra. Tem acesso liberado ao Planalto e entre outros mimos foi convidado para a viagem presidencial à China. “É claro que tem gente aqui que vive de cargo, mas a maioria precisa é de atenção. E o Temer agradece ao Congresso o apoio, ele não esquece isso”, pontua.

    De fato. Hildo Rocha (PMDB-MA), integrante do batalhão de deputados sem expressão nacional, diz ter achado no início que era trote. “Ele me ligou um dia direto no meu celular pra me parabenizar por eu ter defendido um projeto do governo, nem me lembro mais qual.”

     

    Campeão de votos para a Câmara, mas tímido e calado nas sessões, Tiririca (PR-SP) manteve a economia de palavras ao descrever a diferença Dilma-Temer. “Ele é mais maleável. [pausa] Sabe jogar.”

    Lincoln Portela (PRB-MG) é outro dos que tecem loas ao presidente. “Ele é um poeta, eu e outros deputados íamos antigamente com ele ao Piantella [restaurante badalado por políticos em Brasília]. Ele gostava de cantar ‘Trem das Onze’ ao piano.”

    Portela sublinha a diferença citando a única experiência mais particular que diz ter tido com Dilma. Na ocasião, conta ter defendido um projeto seu com diretrizes genéricas a favor da paz. “Ela olhou nos meus olhos e disse: ‘Lincoln, eu não acredito em cultura da paz’.”

    AMIGOS

    “A Dilma foi secretária de Estado, ministra, presidente, nunca foi do Legislativo. O Temer foi três vezes presidente da Câmara, ele sabe o que pensa e quais são as prioridades do parlamentar”, diz Rogério Rosso (PSD-DF).

    E de fato o Parlamento não vive apenas de mimos.

    “O Temer sabe que muitas vezes um posicionamento numa empresa, numa secretaria, em um ministério é muito importante, politicamente é um ‘handicap’, isso se espalha no meio político. Falam ‘pô, o Marquezelli tá forte, conseguiu fazer a secretaria tal'”, diz Nelson Marquezelli (PTB-SP). “Política é soma. Soma de prestígio, soma de votos, soma de amigos.”

    Joaquim Passarinho (PSD-PA) dá outro exemplo. Relata como conseguiu fazer com que o governo Temer patrocinasse em 15 dias a liberação de energia elétrica para a canadense Belo Sun, que recebeu polêmica autorização do governo do Pará para montar o que seria a maior mina de ouro do país. “Antes não tinha boa vontade, hoje tem.”

    Justiça seja feita, a Folha encontrou um deputado que afirma que Dilma tratava melhor os parlamentares. Só que deu declarações apenas “off the record” –ou seja, sem que seja identificado.

     

  5. Há duas pedras no sapato dos golpistas.

    Caros amigos, ninguém está notando a velocidade com que está se desenrolando o processo de deterioração do governo Temer e a segunda coisa que também ninguém se dá conta, porque o PSDB não assumiu o golpe até agora?

    Quanto a velocidade lembro que há três meses ninguém acharia que o governo Temer estaria em nível tão baixo como está, se a pressão for mantida ele não resiste muito tempo.

    A resposta da última questão está na pouca representatividade que o PSDB tem no Brasil, tiveram que cavar uma figura estranha a política como este tal de prefeito de São Paulo que é mantido a base de marketing pessoal.

    As contradições que surgem não só para os governadores como para os prefeitos se avolumam dia a dia, não tem marketing que resista a isto,

    Também também a disputa de espaço entre a direita do PSDB contra a o que Reinaldo Azevedo chamou a direita tosca que procura ocupar espaço no quadro político, se o PMDB for retirado da jogada a luta será direta entre estes dois setores, que em termos de representação parlamentar e popular são limitados.

    Parem de fazer auto-críticas e começarem a fazer críticas mesmo.

    1. > A resposta da última

      > A resposta da última questão está na pouca representatividade
      > que o PSDB tem no Brasil, tiveram que cavar uma figura estranha
      > a política como este tal de prefeito de São Paulo que é mantido a
      > base de marketing pessoal.

       Discordo de que o PSDB tenha pouca representatividade. Eles tem, naturalmente, 20 ou 30% dos votos. Com uma pequena ajuda da grande midia (leia-se, campanha sistematica 24 horas por dia), chegam perto dos 50%. Mesmo assim terao um pareo duro contra o Lula. Por isso deverao impedir sua candidatura. Minha teoria e’ a de que nao vao condena-lo, pois nao encontraram provas; mas vao mudar a lei eleitoral para impedir o terceiro mandato para presidente da Republica. Duvidam? 

    2. Concordo com voce caro

      Concordo com voce caro Maestri. A unica questão, que vem ficando cada vez mais clara, é o participação dos lava a jatenses na blindagem do governo.

      Não bastasse a tentativa de Moro em impedir que Cunha implicasse o MT, agora vemos que os usurpadores foram “presenteados” com o acesso às delações que envolvem seus nomes. Evidentemente que para preparar a defesa.

      Não nos iludamos, na hora H os golpistas, lava a jato incluso, vão se unir. Haverá a blindagem do MT até que entregua a reforma da previdência. Depois, eles vão tentar impor uma semiparlamentarismo, com ou sem Temer até 2018.

      Não haverá mais eleição direta no Brasil. A não ser que o povo brasileira saia da sua letargia. 

      1. O que esta havendo agora é uma corrida de obstáculos!

        O que esta havendo agora é uma corrida de obstáculos! Com duas chegadas, o aprofundamento do golpe não havendo eleições em 2018 e as eleições.

        Porém mesmo que a turma do não 2018 chegar primeiro abre-se uma segunda etapa, que será uma maratona sobre tiros.

  6. Santa Rosa: FETAG promove

    Santa Rosa: FETAG promove novo ato contra reforma previdenciária

         A chuva, em meio a rajadas de sol, não impediu que mais de 12 mil pessoas saíssem às ruas – desta vez em Santa Rosa – para participar da manifestação contra a reforma previdenciária. O ato promovido pela FETAG e Macrorregional Santa Rosa ocorreu durante o 7° Grito de Alerta Missões Fronteira Noroeste. Há dois dias, na manifestação em Santa Cruz do Sul, outras dez mil pessoas mostraram sua indignação e revolta com a proposta de reforma da Previdência Social apresentada pelo governo federal. 
         O presidente da FETAG, Carlos Joel da Silva, destacou que nos últimos dias o Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR) mostrou à sociedade gaúcha e brasileira que não aceitará a reforma da previdência da forma como o governo está pretendendo fazer, isto é, retirando direitos dos trabalhadores, conquistados lá em 1988 com a Constituição Federal. O governo quer elevar a idade da aposentadoria para 65 anos do homem e da mulher (hoje é 60 anos para o homem e 55 para a mulher) e aumentar o tempo de contribuição da atividade rural em dez anos, passando de 15 anos para 25 anos.
         Além disso, continua Joel, a forma de contribuição igualmente seria modificada. Em vez de pagar 2,1% sobre a comercialização da produção do grupo familiar, passaria a ser mensal e individual, com valor determinado por lei. “Estamos satisfeitos com o comparecimento dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais, além de diversos parlamentares e entidades, todos unidos para impedir essa reforma insana proposta pelo governo federal”, completou o dirigente.
         Várias lideranças e parlamentares se manifestaram, entre eles os deputados federais Heitor Schuch, Elvino Bohn Gass, Dionilso Marcon, Pompeu de Mattos, o presidente da Assembleia Legislativa, Edgar Preto, e seus colegas Elton Weber, Jeferson Fernandes, e representantes de Marco Maia e Adroaldo Loureiro, o presidente da FETAR, Nelson Wild, além de prefeitos da região e representações da CTB-RS, CUT, OAB, CPERS, Federação dos Municípios do RS, Comitê Sindical e Popular Contra a Reforma, Sindicato dos Metalúrgicos, Câmaras de Vereadores, entre outras.

    Mais informações: Carlos Joel da Silva (51) 99314-5750

    Assessoria de Imprensa – 23/02/2017 – Luiz Boaz (51) 99314-5699

     

  7. Para entender esse Brasil só mesmo lendo os comentários.

    Eu também entro pelos sites de notícias tentando entender o que deu no brasileiro, lendo os comentários. Chega a dar desespero. Existem pessoas que ainda não descobriram que existe uma crise econômica grave em andamento lá fora. É só entrar nos sites de pessoas comuns daqueles países e olhar os comentários. Apesar das tentativas, o nível de emprego reage muito lentamente e os governos liberais demoram para apoiar políticas de mitigação. É comum a pessoa ficar empregada somente uma parte do ano e com salários baixos. Então o consumo não descola, pois precisam guardar todo o dinheiro possível para aguentar os períodos de desemprego, já que os auxílios desemprego também foram diminuídos. Como não entra dinheiro forte na economia real, o crescimento dos países está diminuindo e não é de agora. Isso já ocorre há mais de 10 anos. Mas a política liberal não abre mão da sua liberdade de tudo negociar, quero dizer, impor. O pessoal da grana alta já não se importa com a população em geral. Tem poderio econômico para fazer com que as leis os favoreçam e pronto.

    Já não é mais questão de esquerda, de PT. Somos roubados rotineiramente: perda de qualidade de vida porque o estado já não faz o que deveria fazer, desvio de impostos para projetos que não benefiam a população, mas beneficiam este ou aquele setor, aumento de impostos para pagar uma dívida galopante onde mais de 40% é pura especulação – são os bonds do governo, comprados por especuladores que vão receber taxas altas sem fazer absolutamente nada e sem riscos.A nossa economia nem em bons tempos consegue pagar essa parte da dívida sem cortar programas de desenvolvimento.

    O que me atordoa é que uma parte imensa da “classe média” acredita que não vai ser atingida pelas modificações em andamento – creem que é preciso apenas que a economia melhore, assim poderão continuar com suas vidas e pagar os planos médicos, a escola dos filhos, a casa, o carro, a previdência privada, etc… Será que ainda não sabem que quando acaba o saldo da previdência privada acaba o crédito da renda na conta. Se a pessoa ainda continua viva, não é problema alheio – devia ter pensado nisso e poupado mais. Acabou, tá acabado. Nessa situação, a previdência do governo faz toda a diferença.

    Eu entendo que pode haver divergência quanto ao que as pessoas desejam para o país – nós somos diferentes uns dos outros. Eu entendo que não é possível dar suporte à corrupção. Mas apoiar o que está acontecendo de fato é loucura. Deixar de apoiar uma resistência a essas mudanças porque tem gente de esquerda, porque tem pobre e pobre não sabe de nada, etc…

    Quase fico a pensar que o jeito vai ser mesmo deixar o barco correr, levar as pedradas para ver se aprendem que fazem parte do “povo” sim. Então eu me lembro que o pouco que já esculhambaram vai ser muito difícil recuperar. Como é que vamos fazer para o congresso alterar ou revogar a PL do teto?

  8. O Kojak vai dar um baile de $apiência Zurídica no $TFux-se

    E agora, que o Alexandre de Moraes vai dar um baile de $apiência Zurídica [sic] no $TF, a bandidocracia vai ganhar uma longa sobrevida.

  9. Por que será ?

    Deixa eu adivinhar…

    Primeiro, seria  por que Temer é discípulo assíduo de Maquiavel ?

    Por que ele se aliou ás Forças Armadas, ao contrário de Dilma que tentou peitar o exército com a Comissão da Verdade ( que não deu em nada ) ?

    Será que é porque ele tem maioria quase que absoluta no congresso, ao contrário de Dilma, que tinha uma base  ” aliada ” que era base inimiga na verdade ?

    Por que ele comprou a mídia para falar bem dele ?

    Por que os tucanos não querem assumir o abacaxi antes das reformas anti povo  estarem prontas, já que estas reformas vão ”  queimar ” a popularidade do presidente  ( mais ainda ) ?

    Por que Temer promete pra elite fazer mais reformas e cortar mais direitos dos trabalhadores ?

    Por que o MT é empregado informante do Tio Sam, ele tem as costas quentes com o Império e está entregando nosso petroleo a troco de banana para eles ?

     

    Tudo isto e mais um pouco.

     

  10. Pelo “timing”

    O governo (minúscula mesmo) Temer segue vivo por conta do timing:

    a) Ainda não entregou o “pacote” (previdência e outros);

    b) O Lula ainda não foi condenado e tirado do horizonte de 2018;

    c) Ainda estão preparando o lançamento do delfim tucano: o antipolítico, a reencarnação do gestor público: o João Dória;

    João Dória deve transitar longe da sujeira que ainda está por vir, na paralela, fantasiado de gari….

    Enquanto isso, os tucanos vão desembarcando, já com o pacote deles entregue (Alexandre de Moraes no STF), aguardando a volta em 2018.

  11. O motivo pelo qual Temer

    O motivo pelo qual Temer ainda nao caiu e’ simples:

    Como disse Ciro Gomes, o povo so’ se escandaliza com o que e’ novelizado no Jornal Nacional.

    No momento em que a Globo desembarcar da canoa, Temer cai.

    Mas por enquanto a Globo rema em sentido contrario — manera nas noticias contra o governo, e alimenta o odio contra Lula e o PT.

     

  12. Desconheco pesquisas que

    Desconheco pesquisas que apontavam que os pobres favoráveis ao impeachment de Dilma assim agiam por deterioracão da economia. Isso significa apenas ignorância minha. Agora, se as pesquisas apontavam era uma inverdade, pois a crise ainda não havia mexido significativamente com as conquistas do “povão”. Assim agiam, os que agiam, por envenenamento cerebral midiano. Depois das folhas e telas (desculpe-me a rapinagem linguística, caro Rui Daher) repetirem de manhã, à tarde, à noite e de madrugada que a economia ia mal os midiotas pobres (ou seriam homers ?) concluiam do alto de sua ignorância, “é, a economia vai mal” !. Mais um parêntesis, a maioria dos pobres é mal informada, não midiota. A grande verdade, mudo de opinião se alguém me disser que estou errado apresentando comprovacão, é que não há ninguém, umazinha pessoa só, miserável pobre ou rico, repito, uma só pessoa, que afirme: “minha vida piorou no período 2002/2014”. E uma previsão, hoje ainda um exercício de futurologia, mas com inúmeros fatos que indicam que se comprovará: Ninguém, nenhumazinha pessoa, seja miserável pobre ou rica, legalista ou golpista, evangélica atéia ou à-toa ou os três ao mesmo tempo, ninguém será beneficiado com o que está acontecendo atualmente. Àqueles que disserem que os atuais detentores do poder serão recompensados. digo que já estão se comendo uns aos outros, só não arrisco dizer quem será o último a ser comido. E quem comerá o último ? Provavelmente um povo faminto. Aguardemos.

  13. Porque usurparam todas as nossas instituições.

    O governo Temer está no poder pela mesma razão  que Dilma está fora. Nossas instituições democráticas foram assaltadas. Assim temos um Senado, uma Camara dos Deputados, um judiciário e um executivo, totalmente tomados por uma casta, que está a soldo  ( dinheiro vivo  ou ideologia). O golpe veio porque tinham poder. O clamor das ruas foi apenas usado . Afinal não se sensibilizaram com o clamor das urnas. Portanto  só vão se sensibilizar com outras formas de manifestação, que terão algo muito maior do que foi, manifestaçoes organizadas e com objetivos proprios.  E a previdência pode ser  um destes mobilizadores

    Quanto aos que a rua foram dando suporte ao golpismo, temos muitos que lutavam por seus privilégios. Entre eles, os que  querem não apenas os aeroportos, mas também querem as universidades e a educação apenas para si e seus herdeiros. Grande parte saiu porque odiou as cotas, odiou a criação de universidades e de escolas técnicas.  Existe uma classe média para a qual o acesso a educação é considerada direito apenas para si. Para eles diploma é o que interessa e diploma deve ser apenas para eles.

    Esta casta não lutou contra a corrupção, mas sim para a tirar do poder qualquer governo que tenha políticas sociais. E por isto que continuam a apoiar. Parte deles consideram Cunha um herói. Existe também uma parcela que alçada à classe média, mesmo que temporariamente, assumiu seus valores e  quer apenas se diferenciar. É triste ver cotistas fingindo que não o são. E mais triste ainda vê-los voltar ao subemprego, mesmo com tanta formação. 

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