A subversão dos alunos que ocuparam suas escolas

A reportagem da TV Folha era excepcional (http://migre.me/shJtt).  Sem orientação, os vídeo-repórteres saíram a campo e visitaram escolas ocupadas por estudantes – em protesto contra a reestruturação da rede escolar do estado de São  Paulo sem consulta aos alunos.

A primeira cena é de uma sala de aula malcuidada, mostrando banheiros com privadas sem assento, torneiras sem pias, escolas sem laboratório de informática e a quadra de esportes fechada há quatro anos.

Sem a presença de diretores relapsos, a rapaziada varre o chão, escova os degraus, e fala de boca cheia: a MINHA escola.

A jovem estudante diz que o governo alega que vai usar a escola para fazer Fatecs, Etecs e creches. E ela é taxativa: “A gente sabe que é mentira porque a escola está caindo aos pedaços”. E as imagens confirmam.

A moçada vai desconstruindo o discurso público. “Eles disseram que a escola só tinha duzentos alunos. Conseguimos provar que era muito mais que isso”. Outra mocinha diz que eles não explicaram o que pretendem com a reorganização. Já cortaram 30% das verbas da nossa escola este ano, que já não tem”.

***

Os espíritos mais sensíveis, aqueles que nasceram para ensinar ou para professar a cidadania, de certo repararam no significado daquela “NOSSA escola”.

Enquanto descasca cenouras, preparando a merenda na cozinha da escola, Rafaela, aluna da EE Cefam, fala do orgulho da “minha escola” ser considerada a melhor de Diadema. Outros alunos enaltecem o fato de que vários alunos da escola já passaram na USP. E demonstram a indignação com o fim da SUA escola.

***

Larissa, Giovana, Mariana, João Constantino, Vanessa, Mateus, em menos de dez minutos dão uma aula inesquecível de cidadania. Sem parar de varrer o chão, Larissa conta que a rapaziada organizou tudo, definiu o que cada um iria fazer. A ela coube limpar o chão.

Os alunos trouxeram cobertores, colchões, arrumaram as cadeiras, já “que estava tudo bagunçado”, fazendo questão de se auto definirem como “tudo gente boa, tranquila, sem baderna”. “A gente está deixando a escola melhor do que quando a gente estuda nela”, diz uma das meninas. “Até papel higiênico no banheiro nós trouxemos, porque nunca tinha”.

***

Outros alunos abriram uma porta que vivia fechada a e descobriram um vestiário repleto de lixo, mas com material em bom estado que era para ter sido entregue aos alunos e, por algum motivo, não foi.

Decidiram esvaziar o vestiário, limparam, conseguiram tomar banho em um banheiro que, pela primeira vez, convivia com a limpeza, e deixaram pronto “para quando terminar a ocupação, o pessoal usar”. Um dos alunos já sabia o que fazer quando terminasse a ocupação: ir até a diretoria, mostrar tudo o que descobriram que poderiam estar sendo usados pelos alunos, e exigir seu uso.

***

Por conta de um acidente de percurso, o Secretário da Educação viu-se frente a uma explosão de cidadania, de alunos apropriando-se – no melhor sentido sociológico – da SUA escola.

Houvesse o mínimo de sensibilidade pedagógica, fosse efetivamente um mestre, o exemplo daqueles meninos seria levado para todas as escolas do estado. O Secretário convocaria uma comissão deles para conversar não apenas sobre a reestruturação da rede, mas sobre como perpetuar aquele sentimento de civismo, de pertencimento que faz os alunos guardarem sua escola no peito, como quem acarinha o objeto mais querido, e tratarem de limpá-la dos desmazelos a que foram relegadas por um modelo escolar relapso.

Depois, o Secretário trataria de instituir conselhos com participação da rapaziada, de seus pais, colocá-los para supervisionar as compras, o material, a qualidade dos professores. Estimularia uma competição virtuosa para definir a melhor escola.

***

Mas aquele vídeo da TV Folha encerrava ameaças terríveis ao establishment. Afinal, poderia despertar sonhos indizíveis, de alunos tratando as escolas como se fossem SUAS, e não esmolas de um poder público decrépito e estreito. E se a opinião pública descobrisse que participação é a maneira mais objetiva de melhorar a educação? E esse sonho se estendesse para outros espaços públicos? Seria o pesadelo tanto para Brasília quanto para São Paulo.

Os 09:50 do vídeo conseguiram demonstrar algo que os burocratas da educação jamais sonharam colocar em prática: a pedagogia da participação, a cidadania praticada por quem sabe da importância efetiva da escola: seus alunos.

***

Imediatamente o velho reagiu. Enquanto o governador visitava as direções dos jornais, o vídeo foi tirado do ar, vândalos trataram de ocupar uma escola e quebrar tudo. Imediatamente após se retirarem, sem serem incomodados nem reconhecidos, chegou a perícia da PM, não as viaturas incumbidas da segurança. E, com a perícia as reportagens oficiais tratando de ligar a quebradeira aos alunos.

Só faltou os vândalos chegarem de moto e máscara negra, o uniforme que usam quando tratavam de executar jovens negros de periferia.

A quilômetros dali, nos salões do Palácio Bandeirantes, da Secretaria de Educação, julgavam que o estratagema destruiria os jovens sonhos daqueles jovens cidadãos.

Engano! Experiências de cidadania, aulas de cidadania como as que foram ministradas pela rapaziada, não são como essas construções de cimento sem vida, ou como discursos vazios de uma política sem alma.

São experiências de vida.

O novo está nascendo ali, apesar da truculência desmedida do velho. 

67 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Graças a Deus! Dá gosto ver a

    Graças a Deus! Dá gosto ver a meninada reagindo, lutando muito, mas ao mesmo tempo dá medo de vê-los feridos por esses brucutus do alckmin. Hoje foi um dia estranho. Lembrou-me muito os anos 64. Que Deus nos ajude!

  2. Essa gurizada aniquilou o

    Essa gurizada aniquilou o sonho do geraldo, um cidadão mesmo que blindado criminosamente pela midia abjeta consegue meter os pés pelas mãos, essas imagens vergonhosas vão correr o mundo, e mesmo que em sp ele continue com apoio isso não ocorrerá no restante do país, geraldo vc já era!!!

  3. Cidadania

    Lembrei do VELHO  GADOTTI e SUA (NOSSA) ESCOLA CIDADÃ, sua aula magna na usp para virar TITULAR, que virou livro pela Cortez, e que termina, em citação livre: NINGUÉM ABANDONA OU MALTRATA AQUILO QUE É SEU E QUE GOSTA!

  4. Parabéns à moçada das escolas estaduais de SP!

    A moçada das escolas estaduais de SP está de parabéns. E nessa luta tem se sobressaído o protagonismo das meninas. Vejam-se os depoimentos no primeiro vídeo, e no segundo uma entrevista com uma líder dos secundaristas de SP, com imagens de uma abordagem gentil que ela fez a Alckmin, o qual escapou de fininho, logo após ela se apresentar.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=bTyxGRgNMCY%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=pQWJDDD85yU%5D

     

  5. Essa parte de cuidar da

    Essa parte de cuidar da escola é realmente muito bacana. Agora a tática de parar pontos da cidade é tudo o que Alckimin quer. Ontem, conversando com uma senhora, ela disse que levou cinco horas do trabalho até chegar em casa por causa da interditação da 9 de julho. Ela apoia a ocupação dos estudantes nas escolas, mas não com parar a cidade. 

  6. Embora politicamente eu ache

    Embora politicamente eu ache que essa experiência não seja capturável por instituições participativas do Estado sem ser morta, emocionante relato.

    Aliás, quem tem se deparado pessoalmente com esses estudantes tem até chorado de emoção.

  7. Excelente texto. O Brasil

    Excelente texto. O Brasil real rola nas escolas, no que estes estudantes estão fazendo, na tomada de prédios e propriedades pelo país afora, não está em Brasília e em seus milhões de conchavos. Nassif destaca a essência desse movimento: o caráter autônomo frente a um poder estatal doente, esclerosado, burocráttizado, fechado em seus próprios discursos e gabinetes, completamente distante das necessidades reais da população. Paulo Freire deve estar se esbaldando de felicidade, Darci Ribeiro da mesma forma, pois eles, estudantes, estão fazendo a Escola Integral, do povo e para o povo. Ensurdecedor é o silêncio da bancada petista paulista estadual e federal a respeito dessa questão, como também de Marta Suplicy e Luiza Erundina.    

  8. O Alkimin está tomando

    O Alkimin está tomando decisões politicas com estado emocional abalado.

    Percebe-se que está raivoso, rancoroso, preconceituoso, irredutível

    Não é possível um governante não se sensibilizar diante de sofrimento de tantas pessoas.

    Parece repetição de Pinheirinhos

  9. Acho que está na hora da

    Acho que está na hora da sociedade cívil e a classe artística dá um apoio à garotada.

    Eles merecem, é por uma causa justa.

  10. Grande Nassif.

    Dois textos inspirados, a emoção temperando a racionalidade. Este texto é o anterior sobre o momento de Cunha e da sua aceitação do pedido de empeachment.

    Apenas, uma lembrança, não há nada de novo aqui.

    Os meninos de um lado e Alckimin e Cunha do outro são como as duas faces opostas da mesma moeda. 

    Alckmin  e Cunha como representantes do poder não democrático o poder dos poderosos de sempre. Os meninos como representantes do poder democrático, da cidadania. Como os meninos em 68 e 77, hoje alguns desses meninos estão no poder dos dois lados da moeda – Dilma e Aloysio Nunes.  Claro mo os trabalhadores, os “operários do ABC” na década de 80 ou especificamente em 83 nas Diretas Já.

    O jornalismo é importantes nos dois lados da moeda. A Folha fez sua opção. Algo novo aqui? Já não tinha feito a mesma opção no passado? Depois mudou de lado, porque o vento mudara. Você estava lá nesse momento. Depois mudou de novo e você já não tinha lugar.

    Cuido muito com essa ideia de novo. O novo de 2013 deu nas passeatas dos brancos pedindo intervenção militar constitucional.

    Mas que esses meninos são a velha juventude de novo, quem a de negar e deixar de apoiar?

  11. são experiências de vida (2)

    ninguém muda ninguém, ninguém muda a si mesmo, as pessoas se transformam entre si através das experiência de vida que são capazes de gerar e compartilhar intensamente.

    por isto não devemos ter medo de amar. de amar as pessoas, de amar a nós mesmo, de amar o mundo, de amar a vida.

  12. Os demotucanos são insanos.

    Os demotucanos são insanos. Esse Opus Dei Maçorônico que desgoverna SP só vai descansar quando tiver entregue TODA A EDUCAÇÃO nas mãos de TRAFICANTES DE ENSINO.

  13. Nova esperança, bate coração
    Alckmin está conseguindo fazer – por vias tortas – o que as esquerdas deveriam estar fazendo, mas já não conseguem mais: criar novos Lulas.

      1. Sempre o curto prazo. a visão miúda da política

        Lula não é nenhum profeta ou messias. Ninguém acha isso. Mas, convenhamos, quando presidente fez milagres que antes pareciam impossíveis.

        Acabou com a fome no Brasil e a seca no Nordeste. Pagou o FMI. Ajustou as contas do governo. Gerou mais de 10 milhões de empregos. Fez do país um dos maiores players mundiais em produção de petróleo. Colocou luz elétrica na casa de quem vivia no escuro desde a época do Brasil Colônia. E por aí vai.

        As poucas entrevistas que deu na TV, nas últimas semanas, foram suficientes para apavorar as forças ocultas. Nunca fez faculdade, mas é mais esperto que uns 200 FHCs mais uns 300 Alckmins empilhados.

        Suponho que vc esteja com saudades dele. É compreensível. Foi um ótimo presidente. Mas por que deveria dar palpite em assunto da esfera local?

        1. OBRAS DO LULA
          E li por aí na internet que foi usado apenas 1% do PIB para todos os projetos sociais do Governo Lula. E conclui: apenas uma quantia tão pequena tirou o Brasil do século XIX.

  14. E é quase chover no molhado

    E é quase chover no molhado mas  a imprensa tradicional brasileira, com sua cobertura enviesada ou supressão da informação depois de um almoço com o governador (quanto de dinheiro rolou no almoço?) como no caso do Grupo Folha, acabou de perder seus leitores do futuro. E perderam da pior forma. Na falta de credibilidade de suas informações.

    A minha geração foi enganada, no meu caso por décadas, por falta de conhecimento da manipulação com que se maquiava as informações. Hoje, com as plataformas digitais, a hipocrisia desta imprensa que só representa os poderosos, em muitos casos corruptos e canalhas, está cada vez mais desmascarada, 

    Viva o novo. E que esses jovens, se tiverem inclinação para a política ocupem o poder apodrecido hoje ocupado por todos esses canalhas deputados da Assembléia paulista que ao invés de representar a população representam o poder deste governador autoritário e irresponsável eleito, em primeiro turno, por esse inacreditável estado de São Paulo, onde eu moro.

    A minha pergunta é: que país se torna grande jogando fora e desrespeitando jovens com tanta liderança e tão bem intencionados.

    Isso, quando não os mata impunemente. 

  15. É o começo do fim, sr governador
    Com essa politica do confronto, da falta de dialogo, de chamar a policia para resolver os problemas de educação, o psdb está daixando cair a mascara.

    So mostra a nassif e muitos outros estão com a razão.

    O psdb é um partido sem ideias, sem militancia, sem futuro e sem decencia. O que salva este partido é existir um impresa manipuladora distorcendo a realidade.

    Eu boto fé na rapaziada….

  16. O PT é uma comédia em economia e manipulação ideológica, mas…

    Mas o PSDB se queima completamente com umas dessas e com a sabotagem ao ajuste fiscal (apesar de, nesse último caso, quem primeiro deveria estender a mão é a presidente). ESTAMOS LASCADOS COM ESSA MENTALIDADE DISCRICIONÁRIA DO ESTADO VINDA DO PT E DO PSDB. A sociedade civil brasileira precisa urgentemente se mobilizar para além de estado e mercado. Espero que em 2016 o vendaval venha mais articulado que em 2013.

  17. Ato falho?

    Nos comentários da postagem original da Camila Picolo no Facebook, alguém colou esta resposta da TV Folha à pergunta sobre por que o vídeo sumira. Achei a declaração de que “a peça tinha falhas de apuração, contrariavam os princípios editoriais do jornal” um ato falho engraçadíssimo – ou, se a gente for mais esperançoso, ela é um ato de resistência de alguém que ainda quer fazer jornalismo, e não propaganda oficial.

  18.            O Governador

               O Governador Geraldo Aidimim deu ordem a FOLLHA e ao ESTADÃO para que retirassem vídeos e reportagens contra o Governo e somente publicassem contra os Estudantes e Professores.

                Os barões e Jornalistas prontamente acataram as ordens.  VERGONHA.

  19. A Maior falácia que existe é dizer que jovem não sabe o que…

    A Maior falácia que existe é dizer que jovem não sabe o que quer. E a prova disso é a admirável luta dos estudantes paulista pela educação.

  20. Que o governo do estado de SP

    está tomado por fascistoides é óbvio.

    Mas é a população que escolhe, né?

    Assim como escolhe dezenas de deputados ladrões.

    Que os alunos, efetivamente, apropriem-se das escolas. Inclusive que passem a estudar mais, utilizar menos os celulares durante as aulas, cuidar mais dos espaços e deixar de jogar chicletes mascados no chão.

  21. Prisão sugere elo entre PSB e crime organizado

     

    O prefeito e o suspeito confraternizam  Uma ação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)aprisionou dez pessoas suspeitas de pertencerem ao PCC (Primeiro Comando da Capital) no interior de São Paulo. A lista inclui um assessor do prefeito de Campinas, Jonas Dozinette (PSB), que governa em coligação com o PSDB. O título acima, propositalmente bombástico, sugere como a mídia tucana interpretaria o episódio se envolvesse uma gestão petista. Ironias à parte, contudo, o exagero é apenas aparente. Afinal, o assessor preso, filiado ao PSB, ocupava um cargo de confiança no gabinete do alcaide. E pode representar a influência da notória rede criminosa na cúpula administrativa de uma das maiores cidades do país. Quem indicou o cidadão para um posto de tamanha importância? Como ele chegou ao PSB? Que ligações possui com os vereadores da base governista? Quais atividades exerceu na campanha de Jonas e, depois, na sua gestão municipal? É verdade que fazia lobby para o nebuloso setor do transporte alternativo?           Essas questões seriam prontamente averiguadas pela imprensa corporativa se ela tivesse mínima lisura jornalística. Haveria um escândalo nacional, equivalente à gravidade do caso. E os guardiões da moralidade vomitariam desabafos indignados sobre o nível de corrupção a que chegaram os aliados de Geraldo Alckmin.

     

    http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/ 

  22. Ocupações são banho de cidadania

    Nassif:

    Sou de Araraquara e, aqui, ao que tudo indica não teremos escolas fechadas, mas ainda assim os jovens ocuparam duas escolas. 

    Ontem, a pedido deles, visitei a ocupação e participei como advogado de uma reunião deles com a direção da escola ocupada. O que pude ver? De um lado, jovens negros e pobres da periferia da minha cidade, com no máximo 17 anos de idade, lutando pela educação e por sua escola. De outro, diretoras atuando na contramão, levantando problemas, inventando entendimentos legais e – o pior – inventando situações que, na prática, colocavam estudantes contra estudantes (as senhoras informaram aos terceiro anistas do ensino médio para cancelar a formatura porque, por conta da ocupação, a festa não poderia ser realizada legalmente – daí o pedido para que eu fosse à reunião), tudo para forçar a desocupação. 

    Em dada altura da conversa, uma das senhoras da direção pede a palavra para reclamar do modo como os jovens se referiam à escola. Um deles, disse ela, postou um vídeo cobrando a construção de um laboratório na escola. Nao resisti em perguntar se ela achava errada a reivindicação e, vejam só, ela acha errado sim.  

    Mesmo neste clima, a ocupação segue firme. Como também sou professor, me enchi de orgulho ao ver aqueles jovens fazendo o que todos nós deveríamos fazer: lutando, cobrando, participando, ocupando nosso espaço na sociedade. Disse isso às professoras: se fossem meus alunos, estaria com um sentimento de missão cumprida, diante da certeza que ajudei a formar 12 valentes cidadãos.

    Elas não estavam. Mas o tempo delas, assim como o de Alckmin, Dilma, Cunha, Serra, Aécio e outros, já passou. 

     

    1. Supervisores, Diretores,

      Supervisores, Diretores, Coordenadores, Assistentes e Vice-diretores no Brasil não dão aula, atuam na contramão da educação e oneram os cofres públicos com salários maiores que a média da área, para desempenharem no dia a dia ações ambíguas, duvidosas, que não ajudam em nada a melhoria da edcucação.

      1. Na prefeitura de São paulo,

        Na prefeitura de São paulo, por exemplo, o piso de um professor é 2800. De um diretor de escola, é 5000. O professor dá aula, mas qual é efetivamente a tarefa educacional de um diretor?

  23. “Imediatamente o velho

    “Imediatamente o velho reagiu. Enquanto o governador visitava as direções dos jornais, o vídeo foi tirado do ar, vândalos trataram de ocupar uma escola e quebrar tudo. Imediatamente após se retirarem, sem serem incomodados nem reconhecidos, chegou a perícia da PM, não as viaturas incumbidas da segurança. E, com a perícia as reportagens oficiais tratando de ligar a quebradeira aos alunos”

    Essa mesma tática terrorista foi usada com sucesso por Alckimin quando dos movimentos de 2013: vândalos inidentificáveis atacavam e destuiam caixas eletrônicas, vitrines, concessionárias de veículos… Nenhum foi detido e identificado… Com a repressão que promoveu se alvorou em “xerif” ordeiro, o senhor garantidor da segurança contra a desordem e a vilência, e venceu a eleição no primeiro turno…

    Novamente – nas vésperas das eleições de 2014 – vândalos atacaram a revista veja – e deram a abertura à Globo referendar e divulgar a capa e versão da revista bandida. Ninguém foi detido ou identificado…

    Agora, as escolas ocupadas…

    Até, quando???

    Onde está a falada Polícia Federal??? … para apurar crimes e identificar criminosos??? a polícia estadua – manietada ou talves envolvida – é silente ou colabora…

    Antes, nos tempos duros foram as bombas na OAB, no Rio-Centro, etc… debitadas às esquerdas…

  24. O tal video?

    Ninguém fez cópia, baixou, publicou no youtube?

    Quanto ao governador Geraldo, quanto custa um preso comparado a um aluno? Siga o dinheiro!

  25. Participação de toda a sociedade

    Nassif, bom dia!

     

    seria muito legal algumas escolas poderem contar com sua participação, ministrando alguma aula.

    agregaria demais sua presença nessa luta!!!

  26. Essess jovens estão dando uma

    Essess jovens estão dando uma grande aula de democracia e cidadania a todos nós: estou sentando na primeira fila para aprender com eles.

    Pena que o governador e o secretário da educação (?) tenham cabulado aula.

    Melhor seria chama-los de desgovernador e secretário da falta de educação.

  27. Síntese perfeita do que pensei ao ver o vídeo

    Parabéns pelo texto. Descreve exatamente o que pensei ao ver o vídeo. Fiquei emocionado ao ver a potencialidade de evolução de cidadania contida na reportagem. 

    Eu sempre uso a frase “No Brasil o que é público não é de ninguém, para mudar o Brasil o que é público deve ser de todo mundo” .

    Eu acabo associando todas as corrupções rotineiras que presenciamos a esta atitude. Sujo por que não é de ninguém, invado por que não é de ninguém, uso em proveito próprio por que não é de ninguem…parece só caso de semântica mas acredito que não.

    parabéns novamente, o texto é inspirador.

  28. Negociatas, mais uma vez

    A questão é que qualquer preocupação pedagógica passa longe desse desmonte. Tenho quase certeza de que o terreno e/ou o prédio de algumas ou várias dessas escolas serão usados para esquemas da iniciativa privada – ou seja, a questão é grana (pra variar). Não divulgam os nomes das escolas para não dar na cara e, quando a poeira baixar, as negociatas serem feitas sem atenção de ninguém

    1. Você acredita realmente que

      Você acredita realmente que eles são tão nóias quanto você para ficar ao lado do bandido Eduardo Cunha?

    1. Fábio, segundo se fala em

      Fábio, segundo se fala em shoppings e butecos, o que Eduardo Cunha vai receber, em dinheiro, da mídia e associados, é muito mais do que ele perderá com a devolução do dinheiro roubado do povo, por meio da corrupção e de outras benesses ilegais. 

  29. Torço por estes meninos, nosso futuro! E, um pouco fora de pauta

    peço uma pequena atenção e possível ajuda deste site, de Nassif!

    Pois aqui em Goiás, mais um projeto de ditador no comando do governo, o tucano Marconi Perillo, fez declarações cheias de ódio om relação à estabilidade dos servidores públicos, merecendo comentário de um  professor da PUC-SP. Dentre outros absurdos, o governador falou em alto e bom som a razão de ter militarizado escolas públicas de GO: “uma lição aos professores esquerdistas radicais.” Éo fim. Este Estado precisa de atenção de todo o país, assim como estão fazendo lindamente os blogs progressistas com relação aos estudantes da rede pública paulista.

    Obrigada pela atenção, Nassif. Segue a fonte da notícia sobre otucano goiano…

     

    http://www.nosopinando.com.br/professor-da-puc-sp-critica-postura-do-governador-marconi-perillo/

     

  30. Há muito tempo se vem falando

    Há muito tempo se vem falando que educação é questão de projeto político-pedagógico de escola. A LDB consagra a gestão democrática. A escola é coisa pública. Se a classe média quiser não paga mais colégio particular, ocupa com seus filhos a escola pública ao lado de sua casa, a lei lhe garante a participação na gestão. É que queremos a educação como prestação de um serviço, deixar o filho na porta e passar pra retirar, mas a educação não é isso.  

    Soluções como BCN (base comum nacional) são boas propostas mas o cotidiano da escola tem uma questão política de gestores desorganizadores, não-pedagógicos, que precisa ser resolvida tabém localmente, através da articulação de um projeto político-pedagógico.

    O governo federal e mesmo a gestão Haddad tem se esmerado nos resultados externos, e são tecnicistas também, como esse blog aqui também é. As diretorias regionais de ensino são estruturas caras, ocupadas com relações de compadrio e favorecimento, não têm estratégias regionais e não ajudam as escolas em nada. 

    A educação tem sua parte técnica, mas sem a resolução das intrincadas questões políticas no cotidiano da escola, não haverá avanço.

  31. Investir

    Faço aqui um desafio .

    Vc pegue R$ 20.000,00 -Desses 20 vc dá 10 para um Governo (Municipal,Estadual ou Federal) e 10 pra um particular.Ambos deverão Investir em uma Escola.

    Qual será melhor distribuida.? Quem faará melhor uso do dinheiro.Agora eu Pergunto Se for o Particular ,pq será melhor administrado.

    Isto se repete em qualquer setor que o Estado atue.

    Alguem duvida.

     

    1. Pelaamordedeus, ainda não lhe

      Pelaamordedeus, ainda não lhe caiu a ficha de que os serviços privados no Brasil são tão ruins ou piores do que o público? Veja as faculdades privadas, por exemplo. E olha que tem muito dinheiro público nelas com FIES e PROUNI. Quantas são excelência em pesquisa?

      Vira o disco, meu irmão.

  32. O artigo é excelente, mas…
    Assim como, na mídia de oposição, sempre há um “mas” quando se trata de alguma notícia positiva do governo federal, é frequente também outros hábitos recorrentes, como o de se federalizar os problemas ou notícias de fatos negativos relacionados aos governos estaduais e municipais. Mas na mídia mais independente isso também ocorre: “Mas aquele vídeo da TV Folha encerrava ameaças terríveis ao establishment. Afinal, poderia despertar sonhos indizíveis, de alunos tratando as escolas como se fossem SUAS, e não esmolas de um poder público decrépito e estreito. E se a opinião pública descobrisse que participação é a maneira mais objetiva de melhorar a educação? E esse sonho se estendesse para outros espaços públicos? Seria o pesadelo tanto para BRASÍLIA quanto para São Paulo”.   Alckmin não é de Brasília. E a Folha não atenderia a pedidos, nem faria ‘gentilezas’ ao governo federal. É interessante que, sempre que se noticia ou se analisa na mídia algum problema de algum estado governado pela oposição ao governo federal, como é o caso de SP, automaticamete se associa o problema ao governo federal. Assim, quando se fala do aumento da violência, dos homicídios, cracolândia, abuso policial, falta d’água, problemas na Saúde, Educação, Cultura, ou nas mais diversas áreas de atuação do governo do estado, logo se mira no governo federal, partilhando-se a crítica pela má gestão, falta de vontade política, descompromisso com a população, etc. Ou pior, transfere-se totalmente o ônus ao governo federal, como também é frequente ocorrer. O inverso não ocorre: quando a paulada é no governo federal por questões como juros, impostos, inflação, corrupção, ou nas áreas da Educação, Saúde, Infraestrutura, etc, aí não há um elo automático para se “apartidarizar” a crítica. Já vi na TV essa distribuição de culpa ser feita no caso do rompimento da barragem em Mariana, que seria culpa igualmente do município, governo estadual e governo federal. Programas de tv como o de Datena e M.Rezende, sempre que fazem críticas a segurança pública, o alvo é o governo federal, mesmo que a Constituição diga que o responsável pela segurança pública é o governo estadual. Quando houve protestos em SP em junho/13 contra o aumento da tarifa de ônibus (municipal) e de metrô (estadual), a mídia conseguiu transmutá-los em reprovação ao governo federal. O trânsito está ruim? Culpa do governo federal, que aumentou a renda dos assalariados e reduziu impostos dos carros. O metrô está uma b…? Culpa do governo federal que não “ajudou” (mais) o governo estadual a fazer mais linhas. Dengue em SP explodiu? Junta-se os números do aumento em SP com os dos demais estados (em que não houve aumento) e noticia-se que a dengue aumentou em todo o país, com direito a gráficos alucinógenos e tudo (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1601820-pais-registrou-mais-de-224-mil-casos-de-dengue-ate-marco.shtml). O Ensino médio (que é estadual) é uma porcaria? Culpa do Min. da Educação. A represa da Cantareira (Sabesp- governo SP) secou e não enche, mesmo com o dilúvio que cai em SP? Culpa-se o desmatamento na Amazônia!!! (que diminuiu nos últimos anos) e não o desmatamento nas áreas de preservação do Sistema Cantareira, que ocorreu em grande escala a olhos vistos nos últimos anos (http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/rodoanel-desmata-serra-da-cantareira-sem-recompensar-municipios/).

    1. O PT não fecha escolas, as

      O PT não fecha escolas, as abre. O Haddad em São Paulo fez muita escola, e não fechou e não está fechando nenhuma. Isso é fato e é mérito do PT. Mas, dentro da escola, no pedagógico, o que PT faz o que de diferente? O que Dilma e Haddad aproveitaram da coincidência  de seus mandatos nos governos federal e municipal para implantar na rede municipal de São Paulo uma outra educação? Não é nivelamento, mas um alerta ao PT. Vc acha que diretores de escola igual aos do Estado não tem na prefeitura também? Que as diretorias regionais de ensino ajem diferente na rede municipal?

  33. Cidadania

    Isso que os estudantes pedem, em países como a França, é incentivado pelos governos dos departamentos. O PSDB é incrívelmente medieval. Geraldo Alckmin, Aécio Neves, José Serra, Gilmar Mendes, Beto Richa, são a expressão acabada de que os tucanos são a força do mais perverso atraso agindo na politica. Eles não são Sarkozy, mas Le Pen. Sarkozy está a anos luz de civilização desses orcs.

  34. Esse papo de desobediência

    Esse papo de desobediência civil também é bobagem. Tudo o que os jovens estão fazendo está previso na lei. Na lei 9394/1996 (LDB), a escola é incumbida de elaborar e executar o seu projeto pedagógico com a participação da comunidade escolar (art. 12, I). O artigo 13, por sua vez, trata das responsabilidades docentes. A primeira (art. 13, I) é a participação na elaboração do projeto pedagógico; a segunda (art. 13, II) é a elaboração de plano de trabalho em acordo com este projeto. Não obstante, não é incomum os gestores exigirem apenas os planos de trabalho dos docentes, sem preocupação com a vinculação desses planos a um projeto político pedagógico da escola. 

    Para o saudoso educador paulista o mestre José Mario Pires Azanha, a escola obtém êxito na medida em que elabora um projeto pedagógico, isto é, busca tomar consciência dos principais problemas que a aflige, analisa as possibilidades de solução e estabelece uma divisão de tarefas e responsabilidades na solução/atenuação desses problemas. Sem isso, professores e escola são meros executores de ordens, dos quais não há que se exigir compromisso ético, mas apenas a prestação de um serviço. 

    A crise na escola pública básica decorre justamente do fato de que é inviável, após a democratização da escola, uma pedagogia e práticas escolares que insistem sobre a centralidade da relação preceptoral “professor/aluno”. O “processo de ensino-aprendizagem” é uma abstração, não um dado. Desta forma, uma “boa escola” não é a uma simples reunião de “bons professores”. A escola pública, assim, desempenha uma tarefa educativa que é social, cujo cerne é um trabalho coletivo que supera o ensino de disciplinas. Antes de ser um especialista do ensino de sua disciplina o professor é membro de uma comunidade educacional e exerce esta tarefa neste contexto institucional particular. A escola não é a justaposição de indivíduos, mas um entrelaçamento de agentes, uma entidade coletiva. Assim, a ação educativa na escola pública é uma tarefa coletivo-institucional e não um encargo individual de cada professor.

  35. Na lei 9694/1996 (LDB), a

    Na lei 9694/1996 (LDB), a escola é incumbida de elaborar e executar o seu projeto pedagógico com a participação da comunidade escolar (art. 12, I). O artigo 13, por sua vez, trata das responsabilidades docentes. A primeira (art. 13, I) é a participação na elaboração do projeto pedagógico; a segunda (art. 13, II) é a elaboração de plano de trabalho em acordo com este projeto. Não obstante, não é incomum os gestores exigirem apenas os planos de trabalho dos docentes, sem preocupação com a vinculação desses planos a um projeto político pedagógico da escola.

    Para o saudoso educador paulista, o Mestre José Mario Pires Azanha, a escola obtém êxito na medida em que elabora um projeto pedagógico, isto é, busca tomar consciência dos principais problemas que a aflige, analisa as possibilidades de solução e estabelece uma divisão de tarefas e responsabilidades na solução/atenuação desses problemas. Sem isso, professores e escola são meros executores de ordens, dos quais não há que se exigir compromisso ético, mas apenas a prestação de um serviço.

    A crise na escola pública básica decorre justamente do fato de que é inviável, após a democratização da escola, uma pedagogia e práticas escolares que insistem sobre a centralidade da relação preceptoral “professor/aluno”. O “processo de ensino-aprendizagem” é uma abstração, não um dado. Desta forma, uma “boa escola” não é a uma simples reunião de “bons professores”. A escola pública, assim, desempenha uma tarefa educativa que é social, cujo cerne é um trabalho coletivo que supera o ensino de disciplinas. Antes de ser um especialista do ensino de sua disciplina o professor é membro de uma comunidade educacional e exerce esta tarefa neste contexto institucional particular. A escola não é a justaposição de indivíduos, mas um entrelaçamento de agentes, uma entidade coletiva. Assim, a ação educativa na escola pública é uma tarefa coletivo-institucional e não um encargo individual de cada professor.

  36. Contos de verão

    E a história se repete.

    Políticos mentem, desmentem, acusam e se defendem. Palavras vazias.

    Funcionários públicos prevaricam, desviam, no mínimo não trabalham para justificar o que ganham. No máximo, ferem o princípio da intocabilidade dos dinheiros públicos.

    A justiça procura fazer o papel da polícia, do legislador, do corregedor, do executivo. Vomita regras em profusão, mas pratica tanto atos impulsivos, quanto intempestivos, enquanto caminha feito uma tartaruga que tem asas de morcego. Não está no seu papel. Em nosso país, seu símbolo deixa de ser Têmis, passa a ser A Bela Adormecida.

    Os preços disparam, os empregos desaparecem. Vende-se pouco, mas a peso de ouro.

    Saúde, educação, segurança pública escasseiam. Realidade brutal, futuro comprometido. A solução oferecida é a de burilar as estatísticas.

    A população exige a mudanças no poder, mas teme pelo substituto. Ruim contigo, pior sem ti.

    Jovens se digladiam com policiais nas ruas, por um direito que a Constituição deve por si garantir.

    Intelectuais, midiáticos, doutores, examinam e analisam os fatos, mas sofrem de distopia, tem tendências utópicas, deliram ao sabor das visões particulares favoritas, que adquirem sob efeitos da paralaxe cognitiva que os acomete em seus redutos, verdadeiras clausuras mentais monásticas do pretenso saber universal.

    E ao homem comum resta… assistir perplexo à destruição do seu habitat, economia, fauna, flora, sanidade mental.

    Por mais estranho que possa parecer, já vi isto antes. Era o início dos anos 60, os valores do pós modernismo abundavam nas artes, na arquitetura, na bossa nova. Falava-se em programa espacial, moraríamos nas estrelas. Mas os produtos cujos preços eram controlados pela SUNAB (Superintendência Nacional de Abastecimento) sumiam dos mercados.

    Esquerda e direita disputavam os poderes. Um sujeito simplório e simpático teve carreira meteórica na política. Apesar de nem cumprir seus mandatos na íntegra, logo alcançaria a presidência. Em seus comícios, sobre carrocerias de caminhão, sacava sem cerimônia um sanduíche de mortadela para acalmar a fome que o acometia em interminável e ininterrupta campanha eleitoral. Cativou o povo, levou a país à ruína.

    Lembro-me dele, na tela da tv dizendo que, “mais uma vez o trabalhador brasileiro teria que apertar o cinto”. Isto era dito para conter as massas, porque os preços subiam mas os salários não.

    Lembro de minha mãe percorrendo o bairro para comprar farinha. Alguém dizendo “lá na padaria eles vendem”. Sim, vendiam, mas sob a alegação de que tinham o produto para estoque próprio de produção de pães, então o preço teria que ser ainda mais caro. A farinha, é claro, era controlada pela SUNAB.

    Trabalhadores insuflados pelos sindicatos faziam greves por aumento de salários. Quando não obtinham sucesso invadiam as fábricas e destruíam o maquinário. Quebravam todas as vidraças do prédio da fábrica e feriam gravemente os fura-greves. A polícia nem ousava aparecer.

    Naquela época se vendia mais jornais do que pão. A imprensa produzia notícias, crônicas e comentários numa velocidade maior do que as prensas. Havia partidarismo jornalistico. Cada leitor podia comprar o jornal que continha a informação modelada segundo suas preferências políticas.

    Funcionários públicos compareciam às “repartições” apenas para colocar o paletó na cadeira, sumindo na sequência sabe-se lá para onde. Enquanto isso, salas cheias de pessoas aguardavam atendimento para os mais diversos assuntos de serviço público.

    Vaga em escola do Estado no ensino médio? Só para quem conhecesse algum deputado ou vereador, que fornecia uma cartinha para liberação da matrícula.

    Mas por que acontecia isto? Bem… Jânio era um “cara legal”, populista, bem falante, possuía uma gramática irretocável, foi eleito por estrondosa maioria, mas tinha dois defeitinhos (ou defeitozinhos): não conseguia impor respeito e não sabia obter o chamado “apoio das bases”. Deu no que deu.

    E a imprensa teve, naquela época, subvertia a pouca ordem estabelecida, teve um papel relevante nos fatos que levaram ao golpe militar de 64.

    Falava-se muito, falava-se demais e se falava muita besteira. E é devido a isto que os midiáticos da época foram os que mais sofreram com o novo regime. Simplesmente não havia solução possível para restaurar a tranquilidade que não fosse a aplicação da mordaça.

    Quando a caravana passa, admite-se que os cães ladrem, mas quando ela estaciona para recuperar suas forças, descansar a noite, é melhor fazer com que se calem.

    Tenho meus motivos para não gostar de populistas. Seus atos desenbocam sempre no mesmo lugar: no sofrimento daqueles que professam defender.

    Alguns dizem que Dilma cairá. Eu não acredito. Mas seja ela ou seja quem for, todos já percebemos o papel da mídia na construção desta crise que vivemos. Mas mãe é assim mesmo. Falta pai, para mandar as crianças calarem a boca.

    1. 13 anos de lulismo: não desmilitarizou a polícia

      “por isto devemos amar. amar as pessoas, amar a nós mesmos, amar o mundo, amar a vida.”

      e por isto também não devemos deixar de estar conscientes que a responsabilidade é sim daqueles que em 13 longos anos de insensatez jamais sequer cogitaram em desmilitarizar a polícia, desmantelar o aparato repressivo e punir a ditadura civil-militar por seus crimes.

      .

  37. Tucano é cabeça de planilha.

    Por natureza, tucano só sabe ler manual. E tucano do Opus Dei, aí é que desgraçou tudo: é manual copiado dos tribunais do Santo Ofício, espanhol, claro, que é quem inventou o Opus Dei.

    Logo, esqueça política; esqueça negociação; esqueça aprendizado por parte de quem se acha “representante de Deus na Terra”: a conservadoríssima elite paulista e seu governante do coração. É baixar o porrete, do mesmo modo que faziam nos mocambos ou aldeias de índios do Maranhão, da Bahia, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso… (aliás, aqui, até hoje, né?)

  38. Paulo Freire está vendo

    Paulo Freire está vendo isso.

    Do céu ou da Terra, já que ele sobrevive em sua obra, seus seguidores, mundo afora.

    O que me faz lembrar do legado dessa gente estúpida (ave, outro Gil), que legado algum deixará senão o ódio.

    O ódio que alimenta governantes e parlamentares é o mesmo dos ditadores. Muitos gostariam de os continuar sendo. Outros os são. Com sutilezas e estratégias e mídas e podres poderes.

    O país de Paulo Freire não merece a escola engolida, morta, fechada, a fórceps.

    A escola que falta, faltará ou poderá faltar menos conviverá ainda anos com a mutreta, a pirraça, a cachaça dos zumbis da história.

    O país também.

    Despertar, mostrar que outra educação é possível, mostrando rumos que deram certo, como os investimentos nas creches e nas escolas feitos nos últimos anos pelo governo federal, ainda continuará sendo um desafio.

    Não temos voz.

    Mas somos. Diferentes dos zumbis da educação, da gestão, do diálogo. E seremos ouvidos, quando necessário.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador