Bolsonaro está conseguindo passar insegurança sobre eleições, diz Helena Chagas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista, jornalista explica “choque” ao ser questionada sobre realização das eleições presidenciais em outubro

Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247

O presidente Jair Bolsonaro está conseguindo transmitir à população a sensação de incerteza quanto à realização das eleições presidenciais, mesmo que políticos do Centrão – a atual base de sustentação do presidente – deixem claro que a disputa vai se realizar em outubro.

“O meu choque foi que muitas pessoas vieram me perguntar ‘vem cá, você acha que vai ter eleição mesmo? Você acha que vai ter golpe mesmo?'”, disse Helena Chagas, jornalista e ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil durante o governo Dilma Rousseff.

Em conversa com o jornalista Luis Nassif na TV GGN 20 horas, Helena ressaltou que o presidente está conseguindo “disseminar um grau de insegurança tão grande” e, ao lado, dele, estão seus apoiadores – no caso, uma ala dos militares e o ex-ministro Walter Braga Netto.

“Minha gente, eu não acredito nisso não”, diz Helena. “Eu acredito que, apesar da pusilanimidade do atual Congresso, que é uma vergonha. As emendas RPP9, aquela dinheirama que foi para a mão do Centrão, parece ter calado o Congresso diante das afrontas do presidente da República à democracia”.

Apesar de tudo, Pacheco e Lira reafirmam eleições

Além de colocar as eleições em xeque, Bolsonaro fez o indulto favorecendo o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB), e tanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), não esboçaram reação.

“Mas parece que, no meio desse caminho, o Centrão – que comanda o Congresso, na verdade – percebeu que isso foi um tiro que saiu pela culatra do Bolsonaro”, diz Helena Chagas. “Porque, com isso, o que ele fez: ele assustou os setores de centro-direita, de direita, porque vocês tem setores de direita que confiam na democracia também”.

Helena lembra que não se pode dizer que toda direita é a favor de um golpe contra a democracia. “Você tem uma centro-direita que é, que tem as suas posições, mas que preza a democracia e viveu tempos em que ela não existia, e sabe de sua importância”, diz a jornalista.

A ex-ministra ressalta que, por conta das posições de Bolsonaro, “esse pessoal começou a se afastar”, o que levou a atitudes até então inimagináveis, como a declaração de João Doria (PSDB) sobre um possível diálogo com o ex-presidente Lula.

“Nesse meio tempo, o próprio Arthur Lira e o próprio Rodrigo Pacheco, que agiram ali de uma maneira muito ruim, muito pusilânime no começo, vieram a público dizer o que: ‘não, não se coloca em questão o sistema eleitoral brasileiro – não se coloca em questão a urna eletrônica – porque estará em questão todos nós’. É óbvio, eles viram o óbvio”, afirma Helena Chagas.

“Então, o que aconteceu nessa uma semana desse episódio: o Bolsonaro chega nesse momento isolado, e o próprio Congresso, e o próprio Centrão, estão deixando Bolsonaro isolado em sua posição golpista”, ressalta Helena.

Por conta disso, Helena afirma que vai ter eleições em outubro, sim. “Porque eu acho que, ao fim e ao cabo, está havendo uma pressão da sociedade, até mesmo da sociedade de centro e de centro-direita, para que haja eleições e o país não saia da normalidade”.

Veja mais sobre os bastidores políticos e o golpismo de Bolsonaro no bate-papo entre Luis Nassif e Helena Chagas, na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. INSEGURANÇA PQ NÃO OFERECEM O MÍNIMO P O SEU POVO COMO A REGRA DE REAJUSTE SALARIAIS SEMPRE ACIMA DA INFLAÇÃO DOS GOVERNOS PETISTAS,ISSO SERVIU DE VÁLVULA DE ESCAPE,SEM MAIS,OBG GGN !!!

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