O fogo amigo na campanha eleitoral não foi exclusividade do PSDB. Internamente, na campanha de Dilma, o grupo paulista aproveitou o episódio para tentar implodir o grupo do mineiro Pimentel.
Todo factóide é montado em cima de dois ingredientes: o factóide propriamente dito e um conjunto de informações secundárias, sem relação direta com o episódio, mas que ajuda a dar o molho, o ar de veracidade.
O Dossiê Cayman foi um episódio clássico. Esses mesmos jornalistas divulgadores de dossiês usavam o seguinte estratagema: foi aberta uma conta no banco de Cayman (verdade), com as iniciais de Covas, Serra, FHC e Sérgio Motta (verdade) que continha um conjunto de dados (provavelmente verdadeiros). Em cima disso, jogavam um amontoado de papéis sem nexo, de baboseiras porque as três informações centrais davam sustentação. à armação Só não informavam o essencial: que não havia nenhuma prova de que qualquer um dos quatro sequer soubesse da conta. E que qualquer pessoa poderia ter aberto a conta.
Aparentemente, o grupo paulista gostou da versão de que coube a ele rejeitar o dossiê que estaria sendo supostamente preparado pelos novos “aloprados” e forneceu algumas das pontas irrelevantes da história.E daí ficaram como o japones de Hiroshima que apertou o botão da descarga na hora que a bomba expolodiu.
Quem conhece o Rui Falcão e o Pimentel deve ter morrido de rir da versão de que os “moderados” do Rui seguraram os “aloprados”do Pimentel. Mas a cobertura inicial do suposto dossiê exultou.
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