Eleitores evangélicos são diferentes entre si, diz Victor Araújo

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Professor e pesquisador da Universidade de Zurique traça paralelos dos diferentes perfis, mas alerta para avanço dos pentecostais

Agência Brasil

A relação estabelecida entre a religião e o voto não é necessariamente homogênea como muitos acreditam: nem mesmo entre os evangélicos, apontados por muitos como eleitores majoritários de Jair Bolsonaro, apresentam essa uniformidade.

Em entrevista à TV GGN 20 horas desta sexta-feira (13/05), o cientista político Victor Araújo, pesquisador sênior e professor da Universidade de Zurique, traça um panorama a respeito no livro “A Religião Distrai os Pobres?”, lançado pelo selo Edições 70, da editora Almedina Brasil.

“A ideia do livro é justamente ir contra essa ideia da homogeneização, tentar organizar um pouco esse debate partindo do seguinte dado: não existe o voto evangélico, existem os votos evangélicos”, diz Victor Araújo.

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Segundo o pesquisador, esse grupo apresenta bastante heterogeneidade, e o livro mostra que existem pelo menos dois grandes grupos dentro do eleitorado evangélico.

“O primeiro grupo, que seria o grupo dos evangélicos tradicionais, que vem dessas igrejas batista, presbiteriana, metodista e outras mais, e um outro grupo que seria composto pelos evangélicos pentecostais”, diz o pesquisador.

Neste caso, esses grupos pensam de forma bem diferente entre si, o que implica em um comportamento eleitoral igualmente diferenciado.

“Em 2018, a gente ficou com essa sensação que o eleitorado evangélico maciçamente votou no Bolsonaro e que, por isso, todo o eleitorado evangélico teria votado de uma única forma”, diz Araújo.

Contudo, esses grupos votam de forma muito diferente, sendo que os evangélicos das igrejas pentecostais tendem a ser mais conservadores, sobretudo nas dimensões de valores – “é o perfil de eleitor que tem mais resistência a votar em partidos e em candidaturas de esquerda”

Avanço neopentecostal deve ser acompanhado

Segundo Victor Araújo, o avanço do voto evangélico vem acontecendo há várias eleições, e o que se viu em 2018 foi o que levou as pessoas a acompanharem mais de perto.

“A pergunta que eu acho importante é tentar entender porque que isso importa”, diz Araújo. “Por que importa pensar que os evangélicos pentecostais formam um bloco que tende a rejeitar partidos de esquerda e a principal vítima acaba sendo as eleições presidenciais, o PT”.

Enquanto os evangélicos pentecostais rejeitam votar em partidos e em candidaturas de esquerda, o pesquisador lembra algo a ser acompanhado: esse grupo é justamente o que mais cresce no Brasil.

“Desde o censo de 2000 os protestantes tradicionais estão estagnados em termos de crescimento numérico, eles não crescem tanto mais assim, e as denominações que crescem são basicamente os pentecostais e os neopentecostais”.

Atualmente, cerca de 30 a 35% da população brasileira se considera evangélica e, dentro desse percentual, mais ou menos 60% são os evangélicos pentecostais.

“Então, importa entender como eles votam, porque todas as projeções indicam que por volta de 2030, 2035 o Brasil será um país majoritariamente evangélico”, diz Araújo, lembrando que o país será um país majoritariamente evangélico pentecostal nesse período futuro.

Veja mais sobre o assunto na entrevista completa de Victor Araújo. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. A esquerda tem uma visão muito preconceituosa dos evangêlicos , não o sou , “estudando” como se eles fossem o mico leão dourado …
    Depois seu Jair ganha e culpam o Ciro ….

  2. “A Jihad Cristã?” O que existe de diferente na forma cristã de ver o Mundo, a partir dos Evangélicos? Os erros e crimes cometidos, são apenas uma pequena parcela daqueles produzidos pelos Cristãos Católicos e Igreja Católica. Devidamente acobertados em quase 1 século de parceria com a Cleptocracia Esquerdopa-Fascista. Ou já esquecemos, entre tantos crimes, da Lavagem de Dinheiro de Políticos produzida por Paróquias Paulistas?? Dos desvios de dinheiro destas Paróquias para fins Político-Ideológicos? A Descentralização de Poder, a enfase no Livre Arbitrio, a base da Democracia Liberal construída pelos Reformistas da Igreja Católica, que deram origem às Religiões Protestantes e Evangélicas, em muito explicam esta Evolução para a Democracia e Liberdade que finalmente começamos a consolidar a partir de 2018 com esta Presidência da República. Não existem coincidências. Fica óbvio os ataques, perseguições e revolta produzida pelas Elites Esquerdopata-Fascistas e seus Satélites destes 92 anos como ABI. Liberdade. Qualquer Liberdade. Liberdade Religiosa, explica tamanha evolução política. O Brasil dos Brasileiros. DO POVO PELO POVO PARA O POVO. Finalmente as correntes caem.

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