O fisiologismo é uma praga do modelo político brasileiro. Ontem, FHC se posicionou contra essa prática.
Segundo o Estadão:
O presidente argumentou não ser possível aceitar a corrupção e o clientelismo como males que “sempre existiram” na política do País. Dado o sistema de fisiologismo montado nos últimos anos, a governabilidade está posta em risco e a própria democracia brasileira pode ser prejudicada. A mudança dessa situação, para ele, não depende apenas do governo, mas também da oposição. Porém, FHC não explicou como o PSDB e seus aliados poderiam contribuir.
O difícil é colocar o guizo no pescoço do gato. Como garantir a governabilidade sem sistemas de cooptação política? E nem se fale apenas nas velhas oligarquias políticas. É evidente que o modelo reservou espaços para outros tipos de fisiologismo – como a apropriação do Banco Central pelo mercado e das agências reguladoras pelos regulados.
Para dar um exemplo de fisiologismo, vamos conferir alguns ministros de FHC:
Élcio Álvares – do Espírito Santo. Ao indicá-lo, FHC deu um tiro quase mortal no grupo político que tentava renovar a política do estado, Paulo Hartung à frente.
Fernando Bezerra – embora bom político, atendia ao fisiologismo de correntes empresariais do nordeste.
Iris Rezende – um dos coronéis mais longevos da política nacional.
José Serra – na Saúde, o esquema de ambulâncias que montou beirava o mais puro fisiologismo.
Ney Suassuna -Ministro da Integração Nacional, que esteve a um passo de ser cassado.
Raul Jungmann – cooptação direta da bancada do partidão pernambucano. Instrumentalizou o INCRA com gastos exorbitantes em publicidade.
Renan Calheiros – o homem de Alagoas.
Roberto Brandt – peça central do esquema mineiro.
Rodolfo Tourinho Neto – o homem de ACM, que acabou sendo responsável pelo apagão.
Sarney Filho – filho de Sarney pai.
Pimenta da Veiga – operador mineiro que praticamente paralisou o Ministério das Comunicações quando entrou.
Waldeck Ornellas – homem de ACM, na Previdência Social.
Eliseu Padilha – na poderosa pasta dos Transportes. O Ministro que cooptou o PMDB para não conceder candidatura a Itamar Franco.
Arlindo Porto – da Agricultura, político que passou por todos os partidos.
José Otávio Germano – foi Ministro-adjunto de Esportes e Turismo. Ligado ao governador gaúcho Antonio Britto e, depois, deputado federal pelo PPB. No governo Germano Righotto implicado no esquema DETRAN.

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