Jurista americana reafirma que Lava Jato fez política contra Lula

Admirada e próxima de Deltan Dallagnol, Susan Rose-Ackerman lembra que mudou de ideia definitivamente sobre a Lava Jato quando Sergio Moro virou ministro de Jair Bolsonaro

Jornal GGN – Em entrevista ao Valor Econômico, a jurista norte-americana Susan Rose-Ackerman, da Universidade de Yale, reafirmou que mudou sua opinião sobre a Lava Jato. No começa, ela acreditava que a operação combatia corrupção de maneira isenta, imparcial e regular. Mas após o processo de Lula e a chegada de Sergio Moro ao governo federal, ficou claro que tratava-se de uma investigação com fins políticos.

“Houve críticas ao processo da Lava-Jato, segundo as quais havia por trás a tentativa de reduzir o poder do PT. No começo, achei as críticas injustas. É evidente que, se tem alguém fazendo coisas que não aprovamos, são aqueles que estão no poder. Mas minhas ideias a esse respeito sofreram forte abalo quando Sergio Moro aceitou o cargo de ministro da Justiça. Isso me surpreendeu. Talvez os brasileiros não tenham ficado tão surpresos, mas para mim era algo que fortalecia a crítica de que ele agia com parcialidade”, disse.

Susan recordou também da carta que vários juristas internacionais assinaram contra a Lava Jato, em 2019. A professora sempre dialogou abertamente com os procuradores de Curitiba e era muito admirada por Deltan Dallagnol. A carta foi um constrangimento na relação, mas ela afirmou ao jornal que precisava esclarecer ali sua nova posição.

“Aquilo que tinha parecido ser, ou que pelo menos eu tinha considerado como sendo uma série de processos imparciais, fundados em princípios jurídicos sólidos, na verdade começava a se parecer com uma intervenção direta na atividade política”, disse.

Sobre o pacote anticrime proposta pela Lava Jato, ela disse que não enxergou ali “uma resposta sistêmica, estruturada, para um problema sistêmico, estrutural. A verdadeira questão ficava sem resposta. É preciso equilibrar a resposta à corrupção.”

Ainda sobre Lula, ela teceu comentários de ordem política. Para ela, “é importante que um partido não seja definido só em termos de um líder em particular. E penso que a marca de um bom líder é ser capaz de fomentar o surgimento de novas lideranças. Esse me parece ser um problema, hoje, no Brasil. Não estou dizendo que seja culpa de Lula. Mas há uma questão sobre como produzir sucessores ao longo do tempo. Quando um nome assume uma proporção como a de Lula, é ainda mais difícil.”

Leia mais:

A íntegra da carta de juristas e ex-ministros de 8 países em favor de Lula

 

Redação

3 Comentários

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  1. Então deixa ver se eu entendi corretamente. Este processo da L.J. é mais furado do que peneira. Desde o motivo inicial, que deu origem ao processo. Passando pela delação do Yussef, aceita por Moro, que sabia ser o delator reincidente. Falta de provas. Acordo e troca de documentos entre MPF e órgão estadunidense que fere a lei brasileira, ilegal, dando a volta no ministro da Justiça. Escandalo da Vaza Jato pelo T.Intercept nunca negado pelos envolvidos. Quando o ex juiz assumiu o cargo de ministro, em um governo eleito, entre outras coisas, pelo fato do principal candidato e líder nas pesquisa de intenção de voto, ter sido preso pela operação na qual foi juiz, essa professora “descobriu” que a operação foi política? Fala sério

  2. Pela aparente lerdeza mental por não ter concluído de imediato que a lava jato era uma operação política das mais infames que já se teve notícias, taí uma pessoa que, mesmo que sem querer, pode ter contribuído bastante para o aperfeiçoamento da condenação sem provas…
    se o STF aceitou, ainda aceita, e vai continuar aceitando, pode ter certeza que algum estrangeiro aperfeiçoou a falta de provas

    seguindo o mesmo pensamento de muitos outros americanos influentes, o de que o Brasil não pode ter submarinos nem dominar a tecnologia das grandes obras de engenharia civil e os grandes segredos dos núcleos atômicos, nem percebeu que a lava jato foi criada para condenar o Lula, golpear Dilma e impedir todas estas conquistas tecnológicas para o nosso país

    esses americanos realmente são um espanto, de tão caras de pau que são

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