Da Primavera Árabe ao Brasil, como os EUA atuam na geopolítica

Entrevista: Luis Nassif e Patricia Faermann
Jornal GGN – Mais de cinco anos se passaram desde o início dos protestos no Oriente Médio, que ficaram conhecidos como Primavera Árabe. As revoltas foram desencadeadas contra presidentes que estavam entre 20 e 40 anos no poder. Mas as condições para os conflitos tinham motivações sociais: alto desemprego e economias estagnadas. Terreno ideal para o incentivo norte-americano, estrategista no investimento de milhões de dólares na disseminação de sua ideologia.
Zine al-Abidine Ben Ali estava há mais de 20 anos no poder da Tunísia, Hosni Mubarak há 30 no Egito, Muammar Khadafi governou a Líbia por 42 anos, e Bashar al-Assad sucede o governo de 30 anos de seu pai na Síria, país que até hoje é palco de guerra civil, obrigando ao deslocamento de boa parte de sua população, agora na condição de refugiados pelo mundo.
Mas não foi pelo meio bélico que os Estados Unidos defendeu seus interesses nos países orientais em 2011. A essa outra forma de “ataque”, o estrategista militar norte-americano Thomas Barnett denominou antecipadamente “sistemas administradores”, na apresentação da Technology, Entertainment, Design (TED) 2005, intitulada “The Pentagon’s New Map for War & Peace”. O “ataque” é efetivado em países alvos de desestabilização econômica ou social, e ocorre por meios de comunicação, jornais, ONGs, redes sociais, ativistas, empresários, organizações.
Se condições similares são encontradas, atualmente, no Brasil, há quem defenda que não são coincidências.
Para entender como a geopolítica dos Estados Unidos atua, o GGN conversou com o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor de mais de 20 obras, entre elas “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos” (2013, Civilização Brasileira). Aos 80 anos, lança mais um livro em maio deste ano, “A Desordem Internacional”.
“A crise hoje no Brasil é dimensionada de forma tão absurda como está ocorrendo porque os Estados Unidos não admitem a emergência de outra potência na América do Sul”, afirmou. O pesquisador trouxe detalhes de como instituições norte-americana trabalham: “não é somente a CIA. (…) As ONGs, financiadas pelo dinheiro oficial e semi-oficial, como a USAID e a National Endowment for Democracy, atuam comprando jornalistas, treinando ativistas. O programa da Primavera Árabe foi elaborado, ainda, no tempo de George Bush”, contou. E acredita que o mesmo está sendo feito no Brasil.
Acompanhe a seguir e nos vídeos alguns trechos da entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=NgWh4lY70zw height:394]
GGN – Sobre essa nova geopolítica americana nas guerras nos países árabes, de que maneira que se dava a estratégia de insuflação, o uso de redes sociais?
Moniz Bandeira – Os Estados Unidos têm como objetivo os neoconservadores. São eles que hoje compõem o principal segmento do partido republicano, infiltrado no partido democrata também, porque o [presidente Barack] Obama manteve esses neoconservadores em um Departamento de Estado. O objetivo é o domínio completo, espaço, área de todo o universo. O domínio total.
E é preciso compreender que a crise hoje no Brasil é dimensionada de forma tão absurda como está ocorrendo porque os Estados Unidos não admitem a emergência de outra potência na América do Sul. A questão básica hoje está na moeda. A Rússia, assim como a China, estão empenhados em acabar com a predominância do petrodólar. Criar outro sistema financeiro internacional. Estão a fazer isso. Estou expondo isso com detalhe no meu novo livro, que vai sair em maio, “A Desordem Internacional”.
Os Estados Unidos, quando não podem dominar, criam um caos. Agora, é preciso compreender que isso não é somente a CIA. A CIA gasta cerca de 80% do seu orçamento – que aliás, ninguém sabe, porque além do que há da ação oficial, ela tem empresas, até de agências de viagens, então tem um dinheiro muito diluído -, mas 80% que gasta do dinheiro oficial é em operações secretas. Isso já há muito tempo. Ao invés de coletar inteligência.
Porém, hoje, os Estados Unidos usam outras instituições. As ONGs, financiadas não só pelo dinheiro oficial e semi-oficial, como a USAID [United States Agency for International Development] e a National Endowment for Democracy, comprando jornalistas, treinando ativistas, pesquisadores. Há programa sobre isso. Esse da Primavera Árabe foi elaborado, ainda, no tempo de Bush.
Na Ucrânia, os cursos foram dados dentro da Embaixada dos Estados Unidos. Isso está tudo documentado.
GGN – Que tipo de conteúdo eles davam nesses cursos?
Moniz Bandeira – O tema é defesa da democracia, combater a corrupção. São temas que sensibilizam a classe média, mobilizam. Essas instituições não atuam no vazio. Sempre, claro, as condições existem. No Oriente Médio, há um desemprego muito grande, as economias estagnadas, desemprego, sobretudo, para os jovens, que se formam, se educam, mas não encontram emprego.
GGN – Nessa intervenção por meio de ONGs e ativismo político, todas as pessoas que eram ensinadas ou Organizações tinham conhecimento ou era uma forma de manipulação não explícita?
Moniz Bandeira – Eles financiam a criação dos jornais e blogs na internet, e rádios. Uma rádio foi criada em 2009, na Síria, mas funcionava na Inglaterra, com dinheiro americano. Os Estados Unidos destinaram na Síria, isso tudo documentado, entre 2005 e 2010 cerca de US$ 12 milhões. O orçamento de 2005 para 2006 foi de US$ 5 milhões.
[video:https://www.youtube.com/watch?v=ae2ZWI2XHtM height:394
GGN – A partir de 2002, após o atentado das Torre Gêmeas, teve a chamada Cooperação Internacional, que juntou o Ministério Público e as Polícias Federais de todos esses países para combater o crime organizado. Você chegou a analisar de que maneira os Estados Unidos estão se valendo disso, também, para as suas estratégias geopolíticas?
Moniz Bandeira – Eles faziam treinamentos como os militares na Academia do Panamá. Hoje eles não contam mais com os militares. Depois das ditaduras, eles viram que elas não deram certo. Por um lado, desmoralizaram os Estados Unidos, por causa dos direitos humanos. Por outro, os militares, de uma forma ou de outra são patriotas. Eles não estavam muito para o comunismo, mas não queriam ser submissos aos Estados Unidos. No Brasil, principalmente, no Peru, e mesmo na Argentina.
Eu tenho uma pesquisa em um dos livros meus sobre o voto do Brasil desde 1968 até o fim da ditadura. O Brasil votou muito mais vezes com os países neutros, e a União Soviética, a favor dos Estados Unidos. Eu tenho isso listado no livro “Brasil – Estados Unidos: a rivalidade emergente”, quando eu estudo o regime militar. Inclusive, não obstante à custa dos direitos humanos, a Argentina também votou contra.
Eu não tenho dúvida de que no Brasil os jornais estão sendo subvencionados. De uma forma ou de outra, não sei como, mas estão. Não posso provar, mas é possível que por trás disso estejam as fundações de George Soros, que dão dinheiro aos jornalistas. Há jornalistas honestos. Mas há outros que estão na lista de pagamentos. Muitos desses jornalistas que eu sei estão nos Conselhos Fiscais de várias empresas estrangeiras. Ganham dinheiro com isso, escrevem no O Globo e em outros jornais.
Outro dia, o diretor geral da Polícia Federal declarou que muitos policiais, comissários e outros recebiam dinheiro da CIA diretamente em suas contas. Este é um conluio que devia acabar.
Por detrás disso tudo, não tenha dúvida que estão os recursos da USAID, que é um instrumento da National Endowment for Democracy, e das Fundações, que são várias, dos Soros e outras, por exemplo, que se opõem a certas construções de hidrelétricas no Brasil. Elas estão a serviço de empresas alemãs e usam como pretexto, sempre, a proteção da natureza, meio ambiente. A USAID, onde ela trabalha? Trabalha fora da embaixada. É uma organização “semi-oficial”. A National Endowment for Democracy é financiada pelo Congresso, mas é também fora, recebe dinheiro do Congresso americano.
GGN – Se a gente pega a estrutura de poder dos Estados Unidos, falando da CIA, etc, não tem diferenças de orientação entre, por exemplo, o FBI, o Departamento de Estado, Departamento de Justiça?
Moniz Bandeira – Os Estados Unidos é um país muito complexo e contraditório. Isso está evidente na campanha eleitoral onde Sanders é dado como progressista, enquanto que, por parte dos republicanos, você vê a decadência. O Trump, em primeiro lugar, por que? Porque os outros são de Bush para pior. O Trump é maluco. Porém, a figura é o retrato da situação.
Quando recebi o Doutor Honoris Causa da Universidade da Bahia, eu disse que uma potência é muito mais perigosa quando está a perder a hegemonia do que quando constrói o seu império. Quando constrói o império, ela necessita ser aceita. Mas quando está perdendo… Como agora, os Estados Unidos não dominam mais, não têm mais o poder que tinham antes. Eu digo poder, porque, por exemplo, não influi mais sobre Israel. Os assentamentos continuam, não obstante a oposição dos EUA. Porque o lobby judaico dos Estados Unidos não deixa. E o governo de Israel mantem os assentamentos porque, realmente, não admite que haja dois estados. Isso, ideologicamente, já vem de muitos anos. Os Estados Unidos querem que todas as ideias se abalem.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Que essa visão não tire a

    Que essa visão não tire a responsabilidade nossa por nosso destino. Chegamos a esse caos porque Dilma fez tudo e um pouco mais de errado na condução econômica. E um país com a economia travada é que nem o corpo quando com a imunidade muito baixa = fica fácil para todo o tipo de vírus oportunista - virus vindo daqui e de fora. 

     

     

    • Amigo, desde sua posse no

      Amigo, desde sua posse no último mandato, Dilma não teve um minuto de sossego para governar. Acho que podemos talvez acusá-la de ingênua por achar que poderia negociar e contornar situações e não perceber a gravidade do golpismo. Se fosse qualquer outro presidente na mesma situação estaria igualmente ferrado. Não tem como alavancar a economia se politicamente travam qq medida do governo no congresso. Além disso ainda há a midia que mesmo informando algo positivo consegue enfiar na manchete "apesar da crise". Num mundo em que um boato abala bolsas o que vc. acha que uma campanha de mídia vai fazer na confiança do cidadão e dos empresários para investir?

  • Claro que tem dedo americano nessa crise

    Não precisa ir muito longe para identificar alguns dos voluntários na defesa dos planos do tio Sam aqui dentro: Rodrigo Janot, FHC e Marina Silva. Os EUA sempre interferem em tudo e com todos para manter sua hegemonia. Mas o grande drama desta historia é a absurda quantidade de traíras nacionais, pessoas que não valem nada, mas que estão sempre dispostas a destruir o próprio país para ganhar uma graninha, aparecer na mídia, ter seus 5 minutos de fama. E as pessoas comuns que se encarreguem de carregar os corpos que ficam no caminho.

  • Jatinho

    Lembro ter lido uma entrevista com o professor Moniz Bandeira em que ele dizia que alguma coisa poderia acontecer com o Eduardo Campos, pois a Marina tinha muito mais chances de ganhar as eleições. Poucos dias depois o jatinho sem dono caiu.

  • So notando:  O Brasil esta

    So notando:  O Brasil esta sendo destruido de dentro pra fora, como em todas as Primaveras Arabes.

    So que nenhuma delas deu certo.  E nao vai dar certo no Brasil tampouco.

    • Infelizmente

      Não deu certo para os países onde aconteceu, qeu ficaram ou destruídos, ou à beira do caos, ou com ditadurs violentíssimas.... Para o establishment norte-americano, porém, deu muito certo. Aqui, tudo ficaria muito mais fácil para eles se o Brasil como país desmoronasse: o acesso ao pré-sal, às comodities, etc, etc....

  • terra arrasada

    depois da primavera.............terra arrasada

    é o que vemos hoje na Libia, Siria, Iraque, etc..............

    Tio Sam agradece aos coxinhas tanta dedicação.

  • Primavera Árabe e Brasil

    Para quem ainda não entendeu as razões das desastibiliação política e o esgarçamento do tecido social, eis aí as explicações. Adivinha que são os artifices desta patifaria no compao político?

  • “Os mortos estão acordados, deveria dormir???"

    “Os mortos estão acordados, deveria dormir???”

    Um golpe contra um governo legítimo, um golpe contra Dilma, um golpe contra Lula, um golpe contra a democracia.

    Gostaria de falar palavras amenas, mas o momento não é de contemporização, a realidade é extremamente dura, e não nos permite, num horizonte próximo,  alimentar esperanças quanto a vivenciá-la sob o império de instituições livres e regidas pela imparcialidade da lei e de magistrados justos.

    Estamos vivendo episódios em que a força se sobrepõe a razão, e assistimos perplexos e inconformados o massacre de pessoas que deram sua vida por um projeto que elevasse a vida dos cidadãos comuns do povo, e, com isso, a nossa própria, como seres humanos.

    Estamos vendo uma justiça na qual nós não nos reconhecemos, que usa de suas prerrogativas e força decisórias, para trancafiar e expor de forma  cruel, quem se mostrou , mais uma vez, digno e inocente, mesmo frente a novas e insidiosas formas de arbítrio e tortura.

    Antes os instrumentos violavam o corpo físico, agora tentam atingir a alma, a honra, a dignidade

    Registro. Novamente serão derrotados

    Não aceitamos esta suja guerra econômica  que tenta impor a miséria como regra, e a pobreza como destino, como se fosse possível que seres humanos, condenassem outros seres humanos, a tal condição.

    Entretanto, a cada volta desta engrenagem espúria que se move, vejo seu reflexo nos jornais pagos a peso de ouro e vidas... e vejo mãos sujas de sangue inocente, escrevendo colunas e mais colunas... cheias de ódio e de sangue.... 

    Em meio a extrema miséria moral desta imprensa, dita livre, mas financiada a moedas de prata, ainda assim, alguns se perguntam o que fazer?

    “Os mortos estão acordados, deveria dormir?  

    O mundo está em guerra contra os tiranos, deveria inclinar-me  -

    A colheita está madura, hesitaria em colhe-la?(Byron)

    Frente a tais questionamentos, só existe um caminho, e é seguir em frente, nossas consciências já não nos permitem capitular.

    Precisamos também resgatar algumas palavras,  que não podem ser esquecidas, sob pena de ficarmos embrutecidos e inertes, entre elas, a solidariedade, o companheirismo, a responsabilidade e a noção de fazermos parte de um conjunto vivo e vibrante, e defendê-lo como defenderíamos nossos próprios filhos.

    “Mas, de cada criança morta sai um fuzil com olhos

    Mas, de cada crime nascem balas

    Que vos encontrarão um dia o lugar do coração (Neruda)

    Este foi  apenas mais um passo, mais um movimento desta absurda vingança em que o ódio tenta se impor frente a  inocência e a dignidade.

    Que fique afirmado, não podemos ser derrotados, porque só podem ser derrotados os que não detêm   a razão, e se deixam ficar a margem , enquanto a barbárie tenta avançar.

    Os embates serão cada vez mais duros, mas devemos estar preparados para reagirmos à altura de nossas próprias aspirações, para, somente assim, deixarmos para nossos filhos, um mundo onde cada manhã renasça como promessa de um mundo novo e melhor.

    Por fim, fica o recado da canção, Conversando no Bar, interpretada por Elis Regina:

    “ descobri que minha arma é o que a memória guarda."

    Neste momento, dizem presentes todos que lutaram contra o Golpe Militar, e em alto e bom som, informam, estamos acordados e acordando todos que vivem e sonham, para que nada se esconda, para que todos ocupem seus lugares e cerrem fileiras pela liberdade.

  • Agora entendi
    A melhor agente da história da CIA é a Dilma. Só ela p fazer tanta lambança. Artigo absolutamente cômico na parte que diz respeito ao Brasil. Sei q não vou ser publicado, mas esse é p manter p posteridade mostrando as ruínas do que outrora foi o excelente blog do Nassif.

  • Lembrem-se de uma coisa

    O sucesso desta estratégia apontada pelo Nassif era atrelado ao desconhecimento sobre sua aplicação. Para bom entendedor, meia palavra basta...  Conhecer história pode servir para muitas coisas ou absolutamente nada, depende da pré disposição em aprender com os próprios erros ou não repetir os erros dos outros. Eu poderia classificar os erros como os de "paixão e ódio" (fazer as coisas de cabeça quente e se ferrar com as consequencias), os de superdimensionar os opressores (se conformar), os de usar de estratégia fraca ou inoperante frente ao que se quer transpor.  Como erros de estratégia  de reação fraca eu poderia exemplificar que a disseminação direta, pura e simples sobre o que trata este post aos que estão surdos de ódio, atolados na lavagem cerebral, não só seria contraproducente como soaria absurdo para aqueles que não estão dispostos a entender.

    Sou favorável aos meios pacíficos porém contundentes - a la Ghandi. Dificílimo de por em prática, não? Mas o que estão fazendo com Lula? Estão o tornando um mártir, e como um martir pode ser poderoso para uma causa..... Prendendo-o e a sua família estão criando o nosso Mandela Brasileiro... A direita é tão burra que eu só não tenho pena porque sei o quanto eles são prejudiciais ao povo - e o povo tem que saber disso com uma clareza cristalina (olha a falha de comunicação da esquerda). 

    Os métodos pacíficos expõe a truculência do opressor, expõe suas intenções. Lula preso vai tirar a esquerda da sua zona de conforto, vão ter que parar para se reformar. Lembrando que métodos pacíficos não são passivos, só funcionam se forem absolutamente contundentes. Assustar sem ferir também é legal para sacudir oponentes do pedestal, enfim, muita coisa ainda está por vir. Métodos que se utilizam do ódio, tipo homem bomba, a gente já sabe aonde pode levar.

    • Concordo plenamente

      Concordo plenamente com seu comentário. Não devemos insuflar  o confronto no dia 13/03. É tudo o que os golpistas querem. Não devemos sair ás ruas no mesmo dia. Já vi posts que informam que os golpistas estão se preparando para o dia inclusive comprando muitas camisetas vermelhas pra criarem confusão e colocarem a culpa nos petistas. Tem muita gente alertando inclusive o Marco Aurélio de Nello que disse temer um cadáver. Nossa luta acho que será mais produtiva nos moldes dos protestos de Ghandi e Martin Luther King. Temos que mostrar ao mundo que eles estão radicalizando e que já estamos vivendo em baixo de uma ditadura golpista.

  • O tempo passou e esse senhor não viu

    Que os EUA interferiram na América Latina no passado é sabido, bem como que interferem atualmente no Oriente Médio. Mas é ridículo acreditar que os EUA tenham medo de que o Brasil se torne uma nova potência. A América Latina não tem mais qualquer relevância para a política externa norte-americana. A guerra fria acabou, não há mais qualquer ameaça comunista na América Latina, os regimes comunistas aqui se tornaram uma pantomima, um espetáculo provinciano que não atrai mais a atenção dos estrangeiros. E tampouco a América Latina ainda é a região emergente do globo como era até os anos 70: a nova região emergente é o sudeste asiático. A América Latina está saindo da História.

    • E o sudeste asiático, ou

      E o sudeste asiático, ou seja, China? Está fazendo aliança com quem nas Américas, onde os EUA não admitem perder seu controle? Com o Brasil. Guardada as devidas proporções, Brasil está para a China, assim como Cuba estava para a URSS.

      Os Brics não é retórica. Já existe um banco e projetos de uma moeda internacional que concorra com o dolar. A China tem investido muito no Brasil e tem o pré-sal, que não é pouca coisa.

      China e Rússia são os competidores dos EUA pela hegemonia mundial. Aceitar que estes façam aliança com o maior país do seu "quintal" não é algo que o Tio Sam deixe barato.

      Não se trata de comunismo, mas de geopolítica do poder. Mas mesmo assim na propaganda tipo "primavera árabe" o PT é comunista, mas talvez com outro termo, "bolivarianismo", ou adaptando "lulopetismo". Outro dia ouvi de um coxinha que o PT quer mudar a bandeira do Brasil. É por aí o negócio.

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