Meninas venezuelanas falaram de comida, moradia e emprego com Bolsonaro, que depois insinuou prostituição

Uol divulgou entrevista exclusiva gravada com uma das meninas venezuelanas que foram atacas por Bolsonaro

O site Uol divulgou nesta quinta-feira (20) um trecho de uma entrevista exclusiva gravada com uma das meninas venezuelanas que foram atacas por Jair Bolsonaro em pelo menos três lives com o atual presidente. Os vídeos que viralizaram na internet foram removidos por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, que considerou propaganda negativa para o candidato à reeleição.

Na entrevista ao Uol, a menina – que pediu para não ter a identidade revelada – diz que elas conversaram com Bolsonaro sobre “comida”, a situação política da Venezuela, sobre emprego e perguntaram se ele estaria pensando em algum programa de habitação para os refugiados.

O encontro de Bolsonaro com as meninas de 14 e 15 anos, na periferia do DF, aconteceu dois anos atrás. Desde então, Bolsonaro foi gravado ao menos três vezes contando uma história distorcida, onde ele insinua que as meninas “bonitinhas” e “bem arrumadas” estavam “ganhando a vida” de outra forma. Em uma das entrevistas, Bolsonaro disse com todas as letras que seria “prostituição”. Em outro vídeo, ele foi além e disse que sentiu que “pintou um clima” com as meninas.

O caso veio à tona no segundo turno das eleições 2022. Atrás de Lula nas pesquisas, Bolsonaro gravou uma live na madrugada para tentar se defender das acusações de perversão e pedofilia. Recorreu ao TSE para impedir que a campanha de Lula usasse a entrevista dele na propaganda eleitoral gratuita.

Pressionado pela imprensa após vencer no TSE, Bolsonaro disse que jamais afirmou “taxativamente” que as meninas eram prostitutas. A declaração é desmentida pelas entrevistas de Bolsonaro. O presidente acrescentou ainda que Damares Alves e Michelle Bolsonaro viajaram ao local para conversar com as meninas e disseram que não existe prostituição. Mais recentemente, ele gravou um vídeo ao lado de Michelle e da “embaixadora” do golpista Juan Guaidó, da Venezuela, para pedir desculpas ao povo venezuelano.

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