O vergonhoso Ministro Kássio Nunes, por Luis Nassif

Com seu gesto, Kássio Nunes se transforma, sem competidores, em uma vergonha do Judiciário. A única diferença entre ele e o capitão defensor da tortura e dos atentados terroristas são os métodos. Ambos se merecem

Em uma casa que, nas últimas décadas, foi chacoalhada por manobras oportunistas de toda espécie, por assomos de vaidade, por fraquezas inconcebíveis a Ministros da Suprema Corte, nada se compara ao gesto do Ministro bolsonarista Kássio Nunes. É o fundo do poço.

Que ela queira representar o pensamento bolsonarista na Corte, entende-se. Afinal, ele foi indicado por Bolsonaro. Mas a manobra realizada é desabonadora para sua biografia e o transforma na pior figura da Suprema Corte, pelo menos desde a redemocratização.

Para apoiar pastores preocupados com o dízimo, seu primeiro passo foi identificar uma ação proposta indevidamente por uma associação de juristas evangélicos. Foi a maneira encontrada para se apossar de um caso que já estava sendo analisado pelo Ministro Gilmar Mendes.

Não bastou. Autorizou a abertura de templos passando por cima de uma decisão do colegiado da corte, de respeitar a autonomia de estados e municípios na decretação de estratégias contra a Covid – partindo do princípio de que são os entes federativos que estão atuando na ponta.

E fez isso no pior momento de uma pandemia que está matando quase 3 mil brasileiros por dia.

Com seu gesto, Kássio Nunes se transforma, sem competidores, em uma vergonha do Judiciário. A única diferença entre ele e o capitão defensor da tortura e dos atentados terroristas são os métodos. Ambos se merecem 

Luis Nassif

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