O grande desafio para a esquerda no Brasil é a construção de um projeto de país democrático e popular, que também rompa com a base do modelo de acúmulo financeiro, privatizações e o modelo de inserção global.
“Se a gente não enfrentar esses gargalos, nós vamos caminhar por dentro de uma ordem que está em crise”, disse José Genoino, ex-deputado federal e ex-presidente do PT, em entrevista exclusiva aos jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler na TV GGN 20 horas nesta quarta-feira (13/04).
Na visão do ex-deputado, o problema do Brasil é que até agora não se construiu um projeto estratégico de futuro que viesse a incluir fatores como industrialização, acesso à tecnologia e a questão da soberania nacional como autonomia.
Segundo Genoíno, esse programa também inclui “a recuperação do papel do Estado, para garantir direito e cidadania, e recuperação do papel de uma relação diferente da classe dominante com o Estado”.
“Esse sistema capitalista, ele se monopolizou, foi hegemonizado pela financeirização e, a partir da crise de 2008, essa financeirização capturou os fundos públicos, investiu pesado nas privatizações, capturou as commodities”, diz Genoíno, apontando ainda a reestruturação gerada pela mudança na relação capital e trabalho, dando o pontapé nacional para o processo de destruição do país.
Defesa Nacional é política pública
Dentro do centro político atual, Genoíno afirma que as Forças Armadas estão cumprindo um “triste papel”.
“O que é Defesa: Defesa Nacional é política pública. Defesa Nacional é diminuir vulnerabilidades do país”, diz o ex-deputado. “Como é que você fala em vulnerabilidades – olha bem, mais de 661 mil mortes por covid, olha a vulnerabilidade”.
Genoíno ressalta que Defesa Nacional também representa uma boa relação com a vizinhança, uma vez que toda defesa geopolítica do mundo pressupõe boa vizinhança com os países vizinhos – “no caso, a Unasul, América do Sul. E aqui, nós fizemos exatamente o contrário”.
O ex-presidente do PT pontua que o conceito de Defesa Nacional também pressupõe o acesso a tecnologias estratégicas (cibernética e aeroespacial, por exemplo) e a subordinação do aparato militar ao poder civil.
“Essa história de que militar entende de Defesa, é quem vai cuidar de defesa, isso é um equívoco”, afirma Genoino. “Militar tem que ser dirigido pelo poder político civil. Pelas instituições de poder civil, pela Presidência da República, pela relação correta com a Academia, com os centros de pesquisa”
“No Brasil, se criou um modelo de autonomia corporativa das Forças Armadas. Criou-se a ideia da tutela militar que é o poder moderador do artigo 142 da Constituição, que vem desde a Constituição Republicana”, diz Genoino.
“E os militares se colocam acima de tudo e de todos – olha só os escândalos que estão vindo à tona com Viagra, com remédio, com farda, com essa questão da covid. Isso não tem nada a ver com Defesa”, afirma o ex-deputado federal.
Veja mais sobre o tema na entrevista exclusiva com José Genoino, na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!
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MEU PRESIDENTE,O PT GOVERNOU E NÃO VI ABORTOS A CADA ESQUINA, SÓ SE FORAM FEITOS NOS SINDICATOS,KKK,AO CONTRÁRIO VI IGREJAS CRESCEREM ENORMEMENTE OU SEJA OS “INIMIGOS ANTIABORTOS”!
Quando vejo este Projetos Estratégicos só consigo me lembrar dos planos infalivéis do Cebolinha , com a devida vênia ..