Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Política econômica irresponsável vai levar o país a uma imensa crise social, por André Araújo

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Por André Araújo
 
Comentário ao post “Xadrez do aprofundamento da crise fiscal, por Luís Nassif
 
O extraordinário nesse quadro tão bem traçado pelo Xadrez é como a elite política e empresarial compram este pacote econômico absurdamente frágil e inconsistente, como as escolas de economia do País, com raras exceções, não apresentaram qualquer contestação a um plano tão raso, tão capenga, tão medíocre como esse, indigno de um grande País de 200 milhões de habitantes com todos os recursos naturais e capacidade industrial , um País que se encontra na mesma posição de um homem forte amarrado com cordas impedido de se movimentar.  Esse é o Brasil amarrado por uma política monetária estéril que não serve a nada, apenas para satisfazer grupos rentistas, como se esses fossem a parcela mais importante da população do País.
 
Como é possível que uma economia que necessita neste momento crucial uma grande liderança política como foi um Osvaldo Aranha, um Delfim, um Simonsen, um Lucas Lopes,tenha no seu comando uma mediocridade como Meirelles apenas porque ele representa bancos e gestoras, quando o Ministro mais importante do governo precisa representar o conjunto do País presente e futuro, a composição dos interesses dos assalariados e produtores e só a Avenida Faria Lima e a Rua Dias Ferreira, o Brasil é bem mais do que os barbinhas das corretoras.

 
O fracasso dessa direção da economia já foi aqui previsto, desde a gestão Joaquim Levy, da mesma origem. Em nenhum momento essa política foi vitoriosa ou deu algum sinal de vigor, de que levaria o País ao fim da recessão que se aprofunda em depressão.
 
Seus arautos na mídia, se bem que em menor escala, ainda vendem a ilusão de que essa política vai tirar o País da crise em um tempo nunca especificado ou prometido, apenas um desejo etéreo, um “wishful thinking” remoto, apesar das evidências em contrário. 
 
Nenhum programa de austeridade na história da economia triunfou sem os exemplos de cima, os cortes no topo do Estado precisam ser os primeiros para lastrear os cortes embaixo. Cortes de salários e mordomias, de jatinhos, de viagens internacionais pagas pelo Estado, de auxílios, de diárias, são a base para cortes no andar inferior, impor sacrifícios exige moral de quem impõe e absolutamente não é o que se vê.
 
Não há absolutamente nenhum gesto, como o do governo britânico vendendo o jato da Rainha e o iate real Britannia, para indicar tempos austeros, tampouco se deixa o dólar flutuar no seu preço real para não estimular turismo internacional na escala que se faz no Brasil. A política cambial brasileira está a serviço da meta de inflação e não a serviço da economia produtiva do País, do mesmo modo que a política monetária está a serviço dos rentistas e não dos assalariados.
 
A atual política econômica irresponsável, tosca, simplória e mal intencionada vai levar o País a uma imensa crise social que já se manifesta pelo aumento da criminalidade e pela crescente pressão das classes pobres sobre os sistemas de saúde e educação do Estado. A próxima etapa é dos saques em supermercados, não é a meta de inflação que vai segurar.
 
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Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

27 Comentários

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  1. Realmente o que se pode esperar do futuro é o pior.

    Na direção que vão as coisas é possível se esperar qualquer coisa como tumultos generalizados sem praticamente nenhuma liderança política os chefiando, isto é o pior.

    A única coisa que falta é um gatilho, que pode vir de qualquer coisa, do governo federal, dos governas estaduais (Rio e São Paulo) ou mesmo dos governos municipais (São Paulo).

    Se alguém num ato qualquer juntar algumas centenas de pessoas completamente dispostas a tudo (não mais do que poucas centenas) e algum governo reprimir violentamente esta manifestação, a chance de degringolar tudo é ENORME, estamos numa situação sem a mínima estabilidade e sem freios para manter o que se chama a atual (des)ordem.

    E o pior de tudo é que este pessoal se manifestará como uma horda sem controle nenhum e sem ideologia nenhuma, é só achar um louco qualquer para ir a frente de um grupo que a confusão estará instalada.

    1. “… horda sem controle

      “… horda sem controle nenhum e sem ideologia nenhuma…”

      Com black blocks quebrando tudo, né?

      Logo dirão que se tratam das “Jornadas de Julho de 2017”.

      “É o novo nascendo!”

  2. Enquanto isso o MPF, com
    Enquanto isso o MPF, com menos de 2000 procuradores, tem orçamento de 3,8 bilhões de reais. Não satisfeitos acabam de aprovar reajuste de quase 17% para si mesmos.

    1. “menos de 2000”

       A lista de antiguidade do MPF, publicada na Resolução nº 170, de 25 de agosto de 2016, do Conselho Superior do MPF, tinha 74 subprocuradores-gerais da República, 227 procuradores regionais da República e 781 procuradores da República. Somando-se ao único Procurador-Geral da República, o resultado eram 1083 procuradores ativos no MPF.

  3. Como não percebem?

    “A próxima etapa é dos saques em supermercados, não é a meta de inflação que vai segurar.”

    Não sou economista, e precisaria sê-lo para endossar esta obviedade terrível? Que acontece com todos nós? Que letargia é essa? Uma maconha imensa envolve toda a nação. Qual seró o ‘day after’?

  4. Eu acho que estou entendendo

    Eu acho que estou entendendo agora um dos problemas fundamentais do Brasil como país, vendo os conspiradores cometendo crimes diariamente no comando do país e não vendo ninguém tomando medidas efetivas para impedir (protesto não é medida efetiva).

    Em países maduros como a Alemanha, você vê partidos brigando pelo poder da mesma forma que acontece no Brasil, na minha terra não é diferente com a eterna briga entre Democratas e Republicanos. Mas quando algo ameaça o país esses partidos, essas pessoas botam as diferenças de lado para defender a pátria.

    Mas no Brasil eu percebi que é cada um por si. Enquanto na França um hipotético invasor teria que enfrentar a população em peso, no Brasil o mesmo invasor veria os brasileiros brigando entre si para ver quem entrega o vizinho primeiro, enquanto a “elite” do país já teria fugido semanas atrás para algum paraíso tropical

    Nesse momento eu julgo que o Brasil como país está morto, e o cadáver está começando a apodrecer.

    1. Não foi bem assim…

       

      “Enquanto na França um hipotético invasor teria que enfrentar a população em peso”

       

      Sei não, pelo que me lembro das aulas de História, não foi bem assim que as coisas aconteceram após 10 de maio de 1940…

      1. Sim, esse foi o ponto mais

        Sim, esse foi o ponto mais baixo da França – sua elite decidiu tercerizar o governo prum rival – a Alemanha – governada pelo pior sistema – o nazista. Se não é o gênio de De Goulle, a França sairia da guerra com a imagem tão negativa quanto a da Austria, anexo pelos naazistas.

        Mas pelo menos a França chegou ao auge, com Napoleão (indiretamente responsável pelo Brasil sair da sua condiçã de colônia) , e foi o centro cultural da Europa nas letras, filosofia e artes plásticas e sua língua foi, até meio do século XX, o que o inglês hoje é pro mundo. 

  5. Essa crise mostra que nossa

    Essa crise mostra que nossa elite é uma caixa preta, tanto no sentido real e figurado da palavra. No sentido figurado, representa aquilo que ninguém consegue ver, não se sabe o que acontece por dentro dela (graças à nossa Imprensa Oficial) . No sentido real, essa elite tem a certeza que mesmo que o avião chamado Brasil, por culpa sua, se espatife no chão e mate todos os passageiros, ela, a caixa preta, será a única coisa a ficar intacta – e acontar a sua versão da história (o culpado foram os passageiros -rs)

    O rdmaestri descreve bem o ponto que estamos. É terrível você saber que está numa sala trancada,escura, ao lado de milhões de pessoas que não têm a mínima ideia do que está acontecendo (trabalho perfeito dos Marinhos) , sala com o chão cheio de pólvora e sabendo que há muitos tentando criar uma fagulha e … 

    E não me surpreenderia que essa fagulha viesse da polícia do TucanaTonton-Macoute (vide Haiti ) 

  6. O projeto dessa gente é colonial

    O projeto dessa gente é colonial; significa o que sempre significou: passar mão onde alcançar e gastar la fora.

    Os slogans supostamente liberais são meros expedientes para tirar o país do caminho da independência, da civilidade e do mínimo de justiça social. É inaceitavel pra essa gente iletrada que o poder e a grana não seja exclusividade deles.

    Fingem-se de ilustrados como sempre fingiram: consumo afetado e bobagens ditas nessa, naquela ou naqueloutra língua; do mesmíssimo modo que os personagens machadianos.

    São mais baixos até que a elite da Venezuela, uma monocultura de petroleo.

    Porém, o papel mais triste cabe àqueles que bajulam, imitam e “compram o barulho” dessa gente mesquinha: estão condenados a morrerem ma linha de frente sem nenhuma consideração enquanto sonham em fazer parte do seleto clube de caricatos personagens de uma opereta bufa.

  7. Arrastões e roubo a shopping já são rotina no rio

    Só saques em supermercados? A única atividade econômica que cresce e “gera empregos” no Brasil de Meirelles é o crime (bancos crescem, mas demitem mesmo assim).

    Resultado da equação: menos estado, menos polícia, menos gente empregada e na escola, mais tráfico de armas, mais poder de facções criminosas, mais gente envolvida com crimes. Alguns até sem saber, como camelôs que vendem mercadorias roubadas sem saber de onde vieram.

    Até pouco tempo, no Rio de Janeiro, Shopping Centers eram ilhas de segurança. Agora virou rotina assaltos dentro dos shoppings, visando principalmente joalherias e eletronicos (celulares caros). Arrastões tem toda hora em qualquer lugar. Desde restaurantes de luxo até vias expressas. Tiroteios tem quase todo dia e nos bairros ricos, nos morros em Ipanema, Copacabana, Vidigal.

    O duro é ver autoridades da Versalhes brasileira (Brasília) dizendo que “as instituições estão funcionando”.

     

  8. Olá André,
     
    Você já viu o

    Olá André,

     

    Você já viu o novo Index of Economic Freedom 2017 da Heritage Foundation, aqui vai o link. Pede para o Nassif dar uma olhada também, vocês vão se divertir!

    http://www.heritage.org/index/pdf/2017/book/index_2017.pdf

     

    [ironia ON/off]

    Vai ver a turma do Planalto, com essa política economica, quer melhorar nossa posição no ranking deles?!?!?!? (página 2)

    [ironia on/OFF]

  9. Os “bons tempos” voltaram, o

    Os “bons tempos” voltaram, o golpe foi dado para isso, era o que a classe média queria, era o que a FIESP e seu Pato queriam, era o que os “justiceiros” de CUritiba queriam, era o que o congresso captaneado por Eduardo Cunha queria, era o que os telepastores queriam, era o que o STF com sua inação e platitudes queria, era o que Tio Sam queria, foi tanta querencia que finalmente se deu o tchau querida e todos viveram felizes para sempre.

  10. Nassif, é incrível como uma
    Nassif, é incrível como uma parte significativa da classe média pode ser tão imbecil, cega e medíocre. Como já falei aqui, sou servidor publico federal, e as vezes me assusto quando vem à tona o grau de entorpecimento pelos argumentos fáceis e vazios da meritocracia, da austeridade nos gastos, pela simplista visão danelon de que: acaba-se a corrupção e haverá chuvas de crescimento. Quando se tenta argumentar, racionalmente, que o que nos sufoca não são descontrole de gastos, mas descontrole de juros, vem logo a acusação fatal: ‘tu é petista’.  Bem, segue aí mais ou menos um resumo da última argumentação. O triste foi ouvir no final: “com isto tu quer dizer que o Lula é inocente?” Mas pelo menos eu entendi porque nós estamos fud… Né não? O que sufoca a o Estado – e, por conseguinte, a economia, pois tira daquele a capacidade de investimento estratégico – é o absurdo valor que é abocanhado do orçamento para pagamento do serviço da dívida pública – agiotagem pura e descarada.Só pra se ter uma ideia, isto gira entorno de 48% de tudo que é gasto pela União. Mais do que tudo que é gasto com saúde e educação juntos.Já escutei diversas vezes que este ‘tesouro’ – que engorda a fortuna de algo entorno de 0,01% da população brasileira, é sagrado e não pode ser mexido. Nem que se tenha que sacrificar gasto com os sistemas de saúde, educação pesquisa e investimento, Tudo isto deve ser supérfluo diante da sacra necessidade dos abastados.Usa-se como argumento os tais respeito aos contratos e segurança jurídica. Que assustaria os sacros investidores do mercado. Uma grande conversa fiada, mas que encontra aceitação fácil numa sociedade entorpecida.Primeiro porque política monetária – taxa de juros e controle da moeda – é decisão de Governo. Pode variar dado o Projeto que tenho sido aprovado nas urnas. E não se fala em calote, mas adequação de taxas e lucros a níveis civilizados.Segundo que renegociação de dívidas é algo corriqueiro, inclusive por vias judiciais – se comprovada a existência de taxas abusivas e cláusulas draconianas – e não se invoca aqueles termos bonitos – mais ordinários – para estes casos.Terceiro como foi visto na Audiência Pública da Câmara sobre os REFIS, em apenas 17 anos o Governo perdoou 31 vezes dívidas milionárias de grandes devedores. Devedores que, se feita uma auditoria séria da dívida pública, aparecerão como donos de parcela significativa dos títulos da dívida.Assim, verifica-se que, dada a situação de depressão econômica onde a ‘brincadeira’ do golpe nos colocou, nenhuma proposta encontrará resultados de equilíbrio fiscal se não discutir a absurda remuneração que o Estado paga aos rentistas da dívida pública. A não ser que alguém tenha coragem de cortar todos com os sistemas de saúde e educação, uma vez que os investimentos já foram zerados, e que se deixe de pagar salários de servidores. Talvez aqui se consiga um ajuste tal qual aquele economista do mercado, Samuel Pessoa, exaltou: indolor. Há de se perguntar: Indolor pra quem, ‘fidumaégua’. Né não?Responder Responder a todos Encaminhar Mais  Clique para ResponderResponder a todos ou Encaminhar  Enviar  

     

  11.  
    Entra mes, sai mes e o

     

    Entra mes, sai mes e o André vem repetindo os mesmos posts.

    De lá pra cá a inflação caiu de 9,5% para 3% e a selic caiu de 14,5 para 9,25.

    Tá certo André, a inflação caiu mais rápido do que a taxa selic, mas a inflação não tem mais onde cair, e a selic, segundo as apostas do mercado pode chegar ao fim do ano já na casa dos 7%.

    E aí? Teremos um juro real se aproximando de índices civilizados.

    O que acontecerá com o rentismo, com juros reais de 4% ao ano? Vamos ter uma massa imensa de recursos fluindo dos títulos do governo para a economia real. Os fundos imobiliários e os multimercados que investem nas empresas vão aumentar a sua participação, com os investidores a procura de maior rentabilidade e teremos, assim, o MILAGRE DO CRESCIMENTO.

    Esse crescimento não pode vir, como no governo Lula do consumo, mas sim do investimento que gera riquesa, e não no consumo, que se esgota e não gera nada em troca.

    André, eu entendo a sua angústia com a relativa lerdeza do banco Central em cortar a Selic, mas estamos chegando a um fim de ano com taxas que podem ficar abaixo da forçada de barra, no governo Dilma 1, que teve de ser revertida porque a sua NOVA MATRIZ ECONOMICA foi um rotundo fracasso.

    Eu, como rentista, carregado em titulos públicos pré fixados, sou a pessoa que mais deseja essa queda da taxa de juros pois vou lucrar muito com uma queda de juros abaixo de 8%. Se chegar a 5% então, vou estar no paraíso, mas sei que devemos não ser afobados nessa queda dos juros.

    Temos a chance inédita de colocar o Brasil nos trilhos do crescimento sustentável. Mas para isso precisamos de um plano sem atropelos e sem atalhos.

    Nesse fim de ano teremos selic abaixo dos 8% e no ano que vem, se a agenda política permir, podemos chegar em 6% ou menos.

     

     

    1. Meu caro, agradeço seu

      Meu caro, agradeço seu comentario e faço o meu sobre ele. A migração dos titulos publicos para o investimento privado não

      costuma ser tão automatico porque a maior parte da divida publica está em mãos de detentores “cativos” como bancos,

      fundos de pensão, seguradoras, tesourarias de grandes empresas, que usam os titulos publicos como “quasi-moeda”.

      Para haver investimento em produçao é preciso que haja demanda antecedente e essa só ira aparecer com criação de renda

      nos bolsos dos consumidores. Foi assim na Grande Depressão americana e na saida das recessões posteriores.

      O investimento não vem apenas porque irão cair as taxas de juros, o investimento procura oportunidades que são criadas pela demanda e esta não existirá com o atual modelo de rendas. Os grandes ciclos de investimento produtivo no Brasil foram criados por uma demanda explosiva, como no periodo JK (1955-1960) e no governo Geisel (1974-1978( e foram periodos com inflação.

      O diagnostico da recessão e o plano de saida estão errados e não se encaixam na histoeria da economia brasileira e mundial.

      1.  
        Você (se me permite a

         

        Você (se me permite a intimidade) tem de se livrar desse tom catastrofista, que mais parece aquele relatório O FIM DO BRASIL que circulou no ano de 2014, como todos se lembram. Parece que o Brasil vai acabar e nós estamos, hoje, longe disso.

        O seu erro é o mesmo do Lula, achar que a economia vai se levantar a partir do consumo, e não do investimento produtivo.

        Somos um país de 200 milhões de habitantes, temos uma agricultura altamente desenvolvida, temos petróleo, temos reservas e estamos numa economia deprimida, JUSTAMENTE PORQUE SUBSTITUÍMOS O INVESTIMENTO PRODUTIVO PELO CONSUMO IMPRODUTIVO.

        Há uma imensa massa de dinheiro de fundos, reservas de pessoas físicas, fundos de investimento, que, com a derrocada da inflação e da taxa selic migrando para 3~4% reais, terão de migrar dos titulos públicos para algum investimento que gere mais riquesa.

        Companhias com ações em bolsa não precisarão mais do BNDES para se financiar, é só soltar debentures no mercado com juros baixos. Empresas que querem abrir o seu capital poderão recorrer às IPOs e se capitalizarem sem custos de juros.

        A construção civil será novamente aquecida pois investimentos nessa área voltarão a ser lucrativos.

        O próprio governo, com a redução de seu serviço da dívida poderá aumentar a sua capacidade de investimento.

        O próximo passo será dado na próxima reunião do COPOM com a selic caindo para 8,25 e no fim do ano caindo para a faixa dos 7%.

        Sem inflação de demanda, como você e o Nassif reconhecem, a inflação vai seguir baixíssima, inferior à meta, e o Banco Central terá de derrubar a selic para a faixa dos 5 a 6% desencadeando essa migração da aplicação em títulos do governo por investimentos produtivos.

        O crescimento da demanda, virá nesse primeiro momento pelos investimentos e não pelo consumo.

        Não faça como o Felipe Miranda. Não decrete O FIM DO BRASIL.

        Ele vai te surpreender.

        1. Meu caro, eu ja vivi o

          Meu caro, eu ja vivi o bastante para ser antes de tudo um realista, nunca fui catastrofista ou entusiasta de qualquer politica economica, vivi todos os ciclos economicos dos ultimos 60 anos, eu e minha familia ligados a empresas ícones da economia como Matarazzo, Metal Leve, Bufalo, CEMIG e depois participante em escla profunda do ciclo das privatizações com a AES,

          maior investidor americano no Brasil. Vi ao vivo a ultima captação de dinheiro externo na crise de 1981 na viagem do Ministro Galveas pelo Oriente Medio, da qual participei, na pré-moratoria da crise dos anos 80.

          Não disse em momento algum que o Brasil esta no fim, eu faço apenas analises da realidade, faço isso em relação ao Brasil e aos EUA, como esta aqui em muitos artigos no blog. Ao contrario, o Brasil tem todas as condições de sair rapido da crise

          só não tem politica economica para isso, esta via no caminho oposto, a do agrvamento da crise.

          Veja na atual politica economica dois resultados: 1º no conjunto da economia, esse roteiro está levando à DEFLAÇAO, acusado nos ultimos quatro levantamentos do IGP-M e ao fechamento de polos essenciais de criação de empregos, as pequenas empresas. 200.000 lojas e pequenos negocios fecharam no Brasil desde o inicio da recessão, instrumentos cruciais para emprego nas classes mais baixas, os grandes empreendimentos cada vez empregam menos pessoal, para desinflar o estoque de 14 milhões de desempregados todos os investimentos previstos em concessões nem vão fazer coceira., a reativação do emprego depende hoje crucialmente do setor de serviços, que representa  o grosso do PIB.

          Novas fabricas? Quem vai erguer novas fabricas sem novo mercado de consumo? Esse invstimento que virá com a quda dos juros é LENDA. A simples queda de juros, SE VIER, hoje o juro REAL é maior que no inicio da recessão, não funciona POR SI SÓ como disparador de investimentos, é preciso JURO MENOR + DEMANDA, pode haver capital mas sem demanda não há razão para o investimento. Quem investirá em novos hoteis no Rio se não houver aumento de hospedes?

          A mesma logica está presente em toda a economia, sem DEMANDA NOVA, pode haver capital mas não haverá investimento, o que estimula novos shoppings, hospitais, hoteis é haver consumidores, ninguem faz para ficar vazio.

          2º A segunda realidade é a FINANCEIRA > mesmo com juro menor o atual estoque de divida publica de R$3,3 trilhões AUMENTA A CADA ANO só pelo acrescimo de juros. Não há solução em qualquer prazo, curto, médio e longo, a unica

          solução seria o SUPERAVIT PRIMARIO que não há no horizonte, a arrecadação precisaria subir 40% para começar a haver algum SUPERAVIT. Basta fazer uma projeção aritmetica, a divida publica federal será IMPAGAVEL em uma politica deflacionista. O pior é que a dividida publica federal é PARA NADA, não está financiando investimento publico.

          A solução historica é a emissão de moda para pagar a divida, não é catastrofismo, é ARITMETICA.

          Pela atual politica economica a divida aumenta TODO ANO, até quando? Essa é uma realidade.

          1. Eu não sou assim tão jovem,

            Eu não sou assim tão jovem, já vivi pra ver o período do governo militar para frente.

            Mas eu não tenho 1/100 da bagagem economica sua, com autoridades, grandes investidores, bancos e missões internacionais.

            E posso dizer com toda a franqueza, jamais vi um governo tão ruim, tão caótico como o da Dilma, que levou o país a uma depressão economica sem precedentes.

            Deixou até um aventureiro, o Felipe Miranda da Empiricus, parecer um oráculo de Delfus tal a precisão das suas análises de como se desenvolveria acrise do segundo governo da Dilma.

            Só me espanta ele, um rapaz jovem, acertar onde todos os economistas erraram, não prevendo a crise que vinha vindo no vento. Felizmente eu acatei as suas recomendações e ganhei nesses 2 anos, mais dinheiro do que meu pai em toda a sua vida, investindo em 2015 em dólar, e em 2016 na queda da selic com títulos pré fixados.

            Me diga com sinceridade, você em 2014 conseguiu prever a crise que estava prestes a explodir em 2015 e 2016? Que o Brasil, na contramão do mundo, entraria numa grande depressão economica?

            E mesmo agora, você está enxergando a recuperação que está se formando no horizonte? A queda do desemprego, notícia fresquinha aqui na GGN? Você previu isso?

            Será que você não está precisando se contestar, revisar seus conceitos? Você fala com convicção, mas essa sua convicção não pode estar errada?

            Brasileiro tem uma mania de achar que tudo o que os outros fazem está errado, e que se fosse ele, faria tudo diferente. Mas eu me pergunto quando estou nessa posição: Será que a minha solução é a única solução do problema?

            Devemos sair agora de forma destrabelhada como a Dilma fazia, para tentar acelerar a recuperação, ou devemos garantir a conquista de uma inflaççao baixa e de uma selic em queda consistente, para depois redirecionar a poupança nacional para investimentos produtivos, ao invés de consumo improdutivo?

            Vamos fazer novamente, vender o Jantar para comprar o almoço? Vender o nosso futuro para gastar no presente?

             

             

          2. Meu caro, eu não sou

            Meu caro, eu não sou especializado em analises para a bolsa mas o desastre do Governo Dilma foi aqui por mim previsto

            desde seu inicio, basta acessar o arquivo de posts meus,  não pela sua politica economica mas pela ausencia de qualquer politica minimamente coerente, seu periodo foi uma serie de improvisos sem conexão um com outro, inconsistentes entre si,

            não considero esse conjunto uma Nova Matriz Economica, algo que só existiria se esse conjunto fosse uma politica economica errada mas com começo, meio e fim. Não era isso, apenas decisões erraticas desconexas como o desperdicio de recursos do BNDES para financiar compra de frigotifico quebrados nos EUA, recuperando a industria americana de carnes, o que é contra a logica do interesse brasileiro. e outros financiamentos de desperdicios como aqueles para o grupo Eike Baptista e Oi.

            O fato do conjunto de decisões erraticas do Governo Dilma ter sido um desastre NÃO significa por contraponto que o Plano Meirelles seja bom, não é, é um errado a partir do diagniostico inicial, o AJUSTE FISCAL precisa estar combinado com uma POLITICA DE ESTIMULOS MONETARIOS para reativar a economia, caso contrario o AJUSTE SE VOLTA CONTRA O AJUSTE

            ao diminuir a arrecadação necessaria ao proprio ajuste, ele se auto-derrota com a queda cada vez maior da atividade.

            A sua avaliação sobre o acerto dessa atual politica economica se baseia na sua fé que ela dará certo NO FUTURO, o que não comprova por si só que ela seja uma politica certa, voce acha que ela irá fazer a economia andar mas ela não tem esse motor.

            O aumento do emprego é um CLARO ERRO ESTATISTICO, todo o aumento foi nos empregos informais, o que nada mais é que uma abrangencia de maior contagem de empregos já ocupados, NÃO HÁ SEGURANÇA ESTATISTICA ALGUMA na

            contagem de empregos informais porque nunca se saberá quantos existem hoje pelo simples fato de serem informais.

            Se houver uma contagem mais abrangente amanhã podem aparecer 2 milhões mais porque els jpa existiam, apenas não foram contados antes, o que é o caso agora, não há nenhum crescimento para de reprente aparecerem mais 690 mil empregados.

            De todo modo agradeço seus bons comentarios, de quem se interessa por economia, o que é uma grande qualidade.

    2. Caro amigo não se cria demanda por excesso de oferta!

      Este é o erro que toda a Europa está fazendo, acham que liberando os custos de produção com um juro próximo de ZERO ninguém se atira a investir na produção, e com a capacidade ociosa na nossa indústria o que é certo é que se houver investimento será para a modernização com a liberação de força de trabalho e diminuição ainda maior da demanda.

      8% ou 6% de juros com uma inflação abaixo de 3% é um tremendo investimento para quem não quer se incomodar.

      Achar que juro baixo sozinho, sem uma política de aumento da demanda é uma bobagem que não deu certo no Brasil, não deu certo no Japão e na Europa como um todo. O único país que conseguiu algo foi os USA com o que se chamaria a irresponsabilidade fiscal, pois o orçamento é deficitário sempre e eles nem estão aí, imprimem mais papel e os trouxas do mundo inteiro compram papel de padaria impresso de verde.

      Economia não rima com esperança, podes esperar muito, mas o certo é que não receberás nada.

  12. https://www.ineteconomics.org

    https://www.ineteconomics.org/events/2017-conference

    Recebo convite para o Forum do Instituto para o Novo Pensamento Economico de Nova York a ser realizado em Outurbro na cidade de Edinburgo, na Escocia com apresentação por George Akerhof, Premio Nobel de Economia.

    Vou propor a realização de um Seminario no Brasil com o tem de ARQUEOLOGIA DO PENSAMENTO ECONOMICO, o Brasil é o unico grande pais do planeta que ainda usa formulas velhas de ajustismo fiscal e juros altissimos na divida publica, com

    taxas CINCO VEZES MAIORES que a media internacional, mesmo de paises emergentes.

    O pensamento economico brasileiro está fossilizado em começos de 1990 e depois disso congelou, não evolui mais, segue a linha PUC Rio, cujo professor pre-historico Jose Marcio propgna por uma meta de inflação bem mais baixa do que 3% ao ano, que ele considera alta. Se o Pais virar uma ruina será um detalhe, o que importa é a sacrossanta meta no altar da recessão.

    A nova economia do INET trabalha com noções de economia flexivel, este ano precisamos reativar a economica, a linha é pro-estimulos com aceitação do risco de inflação mais alta, no ano que vem se a economia aquecer muda-se a politica, é um MANEJO FLEXIVEL e não uma cartilha, por exemplo fazer leilão reverso de taxas na divida publica e não usar taxa Selic como baliza, o Tesouro vende titulos a quem aceitar menos juros, se não houver demandantes, REGATAE-SE com emissão de moeda. O FED fez isso no primeiro governo OBAMA, resgatou US$80 bilhões por mês por 40 meses, para irrigar a conomia.

    MANEJAR no dia a dia, sem metas rigidas e sem fanatismo por formulas e cartilhas.

    Aliás, melhor ainda, o INET deveria fazer uma Conferencia aqui para ensinar esses brucutus da Idade da Pedra

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