Por Maria Eduarda Silva Leme
Comentário ao post “A intolerância elitista de Lya Luft“
Lya Luft demonstrou ignorância sobre a questão, misturando doença mental com deficiência, qualificando ironicamente de “politicamente correto” o que é fruto de décadas de estudos e pesquisas acadêmicas, luta e mobilização política das pessoas com deficiência no mundo todo. Há fundamentação teórica para sustentar a proposta de inclusão escolar; é só pesquisar que se encontram estudos a respeito. Além disso, há uma grande diferença entre inclusão – quando o ambiente se modifica e se abre para a diversidade, tornando-se acessível a todos – e “integração” – conceito ultrapassado, segundo o qual a pessoa com deficiência teria que se aproximar o máximo possível dos padrões “normais” para tentar se adequar, de modo que o esforço todo parte do próprio indivíduo, sem alterações no ambiente social. Seria interessante Lya Luft e outras pessoas darem uma olhadinha na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da ONU, assinada por 192 países, da qual o Brasil é signatário, e cujas resoluções têm atualmente estatuto de lei no Brasil. Só para colocar mais lenha na fogueira, acrescento ainda que, diferentemente do que diz Luiz Nassif, não se trata de uma questão de solidariedade, mas de DIREITO. É diferente. A perspectiva é de cidadania, igualdade de direito de acesso aos bens sociais, e não “solidariedade”, que parece conter, nos meandros de seus significado, a velha ideia de caridade. Como vemos, os sentidos historicamente construídos sobre deficiência estão entranhados em todos nós, e são debates como este que podem auxiliar a modificar esses sentidos.
Por LN
1. O texto nao é meu.
2. sou um fiel aprendiz dos ensinamentos da procuradora Eugenia Gonzaga, sobre a inclusão como direito da criança.
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