Médicos protestam em 7 de abril contra governo e operadoras de saúde

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Está marcado para 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, um protesto de médicos em pelo menos seis estadosbrasileiros, segundo o Conselho Nacional de Medicina. Dessa vez, a categoria em São Paulo terá apoio de cirurgiões-dentistas e fisioterapeutas. O objetivo é pleitear melhores condições de trabalho na rede pública e denunciar problemas com as operadoras de saúde. Em alguns casos, haverá paralisação dos atendimentos durante todo o dia.

No que tange os pedidos relacionados ao setor público, os protestos, além de mais recursos, pedem o reajuste da Tabela SUS (Sistema Único de Saúde) e a aprovação do Saúde+10, um projeto de lei de iniciativa popular que pede a vinculação de 10% da receita bruta da União à saúde (PLP 321/2013).

Também é reivindicada a criação de uma carreira pública e a desprecarização do trabalho médico. “Os profissionais exigem realização de concurso público com salário adequado; plano de cargos, carreira e vencimentos; maior financiamento para a saúde; melhores condições de trabalho; e atendimento adequado para a população”, aponta o CNM.

“Será um movimento geral pela melhoria da saúde da população. No caso da saúde suplementar, vamos advertir as operadoras, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao próprio governo que os médicos estão impacientes. Não queremos prejudicar o paciente, por isso queremos que o governo se posicione na defesa da população e dos profissionais de saúde”, defende o coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) e 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá.

As atividades previstas integram a agenda nacional de mobilização, apoiada pelo Conselho Federal de Medicina, a Federação Nacional de Medicina e Associação Médica Brasileira. As programações nos Estados estão sendo divulgadas pelas entidades locais.

No Acre, o ato será realizado em frente ao Palácio Rio Branco. Em Minas Gerais, os médicos da rede pública e da saúde suplementar decidiram aderir ao Dia Nacional de Alerta sem a paralisação de atendimentos. Na manhã do dia 7, haverá protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado e, na sequencia, uma audiência pública com parlamentares.

No Pará haverá paralisação por um dia no atendimento ambulatorial, nas áreas pública e privada, mantendo-se apenas os atendimentos de urgência e emergência. Está previsto ainda um encontro no Sindicato dos Médicos para um debate e reflexão sobre a saúde pública e privada no Estado.

Em Pernambuco, o Conselho Regional de Medicina vai oferecer um café da manhã à imprensa, ocasião em que a categoria deve expor os planos de saúde que não adotam a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos). Também será divulgado um informe publicitário denunciando o descaso do governo e das operadoras de saúde.    

No Rio de Janeiro, os médicos agendaram uma suspensão relâmpago de atendimentos também no dia 7, com direito a protesto nas ruas, previsto para acontecer no período da manhã, na Cinelândia. Haverá paralisação dos serviços eletivos, sendo mantidos os atendimentos de urgência, emergência e oncológicos.

Já em São Paulo, os médicos realizarão um protesto contra os planos e seguros saúde. Uma suspensão de atendimentos está prevista para o dia 7. Em uma ação de cidadania, será realizada uma campanha de doação sangue na capital. Um posto de coleta funcionará pela manhã na sede da Associação Paulista de Medicina.

Com informações do CNM

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

29 Comentários

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  1. Esse país é livre, portanto

    Esse país é livre, portanto eles têm direito de reivindicar o que bem entenderem. Só não entendo uma coisa, por que no governo FHC, quando a Saúde estava muito mais precária que a de hoje, por que não fizeram uma mísera passeatazinha? Um protestinho? É só consultar os arquivos da Veja e Isto É daquele tempo e ver que elas fizeram reportagens mostrando a precariedade da Saúde de então. Ah, tá! O CRM não era político naquele tempo, né?

    PS. Gostaria de entender também, por que os fisioterapeutas estão se unindo aos médicos, é Síndrome de Estocolmo? Até onde sei, os médicos com o Ato Médico sempre quiseram ferrar com as outras categorias da Saúde.

  2. Que sinuca, hem doutores?

    Quer dizer que eles não gostam nem do SUS, nem os planos????? Nós também não!!!

    Hahahaha, conseguiram sinucar a si próprios!!!

    Quem pariu Mateus que o embale!!!!

  3. só colocam SUS, ou governo, para atrair atenção da mídia…

    muitos, insatisfeitos com planos de saúde, já optando por retornarem para rede pública em tempo integral

  4. Hipocrisia é pouco.

    Guardada as devidas exceções, os médicos exaurem os planos de saúde, os pacientes e quem estiver pela frente. Por isso os planos são tão rigorosos e suas tabelas aquém do que é aplicado no mercado. Mas uma coisa eles não pensam: um dia o leite da vaca seca. 

  5. “concurso público com salário adequado”

    O que significa, para os médicos, um salário adequado?

    Na maioria dos municípios do país, se não ganharem o dobro do que o prefeito ganha, para trabalharem com exclusividade e 8 horas por dia, não vão querer trabalhar. 

    Assim jamais haverá cuncurso público que satisfaça os médicos. 

    Mais fácil colocar uma clinica particular, e fazer somente umas horinhas no serviço público para garantir a clientela.

    A medicina virou um grande negócio!

  6. Sinceramente, perdi qualquer

    Sinceramente, perdi qualquer simpatia pela “causa médica” no Brasil. Para mim, a categoria tem hoje credibilidade zero. Só lamento.

  7.  
    Por quê estes senhores e

     

    Por quê estes senhores e senhoras não vão exercer suas atividades profissionais em Miami? Ali, até os médicos cubanos são mercadistas. Não compreendo como médicos privatistas requerem carreira no Estado, emprego em Hospital público, etc. e etc. e tal.

    De fato, como já comentado anteriormente, eu também, nunca soube de manifestação de suas alvuras, durante o governo do entreguista fernando henrique cardoso e dos seus comparsas. Os promotores do quase desmanche do Brasil. Pelo que sabemos, no período FHC a fartura era imensa. Não faltava, apenas, vagas de trabalho.

    Seria pelo entusiasmo reinante, na época, gerados pela espectativa da potencial entrega de todo sistema de saúde às empresas norte americanas do ramo? Como é do conhecimento de todos, a medicina para os ricos, nos estados unidos, é maravilhosa. Certamente, para os profissionais médicos também.

    Só não presta pra maioria do povo. Mas, aí, não conta. São os incompetentes, incapazes até, de pagar um bom plano de doença, digo, de saúde.

    Orlando

    1. Os coxinhas detestam a coisa

      Os coxinhas detestam a coisa pública, mas quase todos têm alguma boquinha no governo. Vê o Aócio. Quando foi que esse cara já trabalhou na vida. Com 20 e poucos anos já mamava nas tetas da viúva.

      1. O que o Aecio tem esta

        O que o Aecio tem esta conversa

        O incrivel é que até o Aecio fez Plano de Carreira para medico ( embora o salario continua modelo PSDB)

        Aqui em São Paulo nem isto. O Secretario de Saude Tucano adora uma “coluna social” ao inves de uma “ação social”

        1. Que má vontade. Eu respondi

          Que má vontade. Eu respondi ao comentário acima que diz que os médicos são privatistas e sempre têm um emprego em hospitais públicos. Uai, não é igualzinho o Aócio? 

          1. O sonho de qualquer medico é

            O sonho de qualquer medico é ter um trabalho como o medico ingles

            Sistema publico, recursos tecnicos a disposição e é claro, um belo salário com carreira

            Mas sistema unico publico.  Não que o sistema ingles não tenha graves problemas tambem

          2. O caso é que o elitismo

            O caso é que o elitismo médico só enxerga a própria profissão: vemos deles o total desprezo com a condição de trabalho e salário dos demais profissionais de saúde. Na hora dos protestos saem com “cordeirinhos” chamando para ajudar “o movimento”, mas é só conseguir o que querem, pulam fora do barco e que se danem os demais.

            Fora o desprezo diário dos médicos com demais colegas da saúde, muitos deles ignorando até as normas mínimas de elegância e educação como um bom dia. Não são todos, mas contam-se nos dedos os diferentes…

  8. Algumas das reivindicações

    Algumas das reivindicações  são até justas,  principalmente as que mencionam o reforço do SUS.  Mas não vi moverem uma palha por ocasião dos embates pela CPMF,  de 0,1%,  o que  possivelmente  já teria viabilizado o atendimento de muitas de suas reclamações….Será  político-partidário,  o movimento ?…

  9. Eu prefiro o Doctor Net,

    Eu prefiro o Doctor Net, atendimento gratuito, sem limite de tempo, sem espera longas e tenebrosas em salas cheias de revistas Oias e com a tv ligada na goebbels, responde a todas as minhas perguntas sem fazer cara de desdém, e no final, os remédios recomendados são os mesmos. A desgraça é que preciso marcar a consulta pra pegar a receita do mesmo remédio que o Doctor Net recomendou. A unica coisa boa é que a consulta dura só o tempo dele prescrever a receita. 

  10. Valorização médica

    Potesto fazendo mais do mesmo nunca será encarado como protesto. Absenteismo pode se confundir  com paralizações intencionais, Pleitear carreira ao mesmo que promover boicote a atenção medica aos mais carentes, dá na mesma.Não vai ser por aí.

  11. O fato concreto que o maior

    O fato concreto que o maior prejudicado nesta historia toda são os usuarios.

    Os medicos sobrem presão para limitar exames e tratamento para economizar.

    Os medicos ganham uma miseria, o usuario paga fortunar e é mal atendido e o governo se omite

    Isto incluiu o governo do PT tambem

    1. O fato de terem menos da

      O fato de terem menos da metade da carga horaria de formação em comparação com um medico  não o autoriza a menospreza-los

      Então os filosofos, advogados, pedagogos, jornalistas tambem devem ser menosprezados pois a carga horaria para a formação é menos de 40% de um medico sem especialização

      Os fisioterapeutas merecem respeito e são tambem muito prejudicados.Assim como os mediicos tem sua atividade limitada pelos planos

  12. Há mais de uma década havia

    Há mais de uma década havia no Rio Grande do Sul um presidente do sindicato dos médicos um sujeito, que antecipando mesmo a política liberal do período FHC, lutava contra o SUS e propagandeava o uso dos planos privados como a solução para a saúde. Este senhor esquecia que na negociação entre planos de saúde e médicos era uma discussão entre meia dúzia de operadoras e milhares de médicos de forma individual, como no capitalismo sempre quem tem condição melhor de negociar são aqueles que num jantar fechado para uma dezena de pessoas decidem o que vão oferecer para os milhares, não deu outra, os planos de saúde estão pagando cada vez menos para os médicos e agora procuram ajeitar os salários com o governo!

  13. Mas as empresas de doença,

    Mas as empresas de doença, como a UNIMED,  esforçam-se  muito…..para manter o Fluminense na primeira divisão do futebol brasileiro…

  14. Estranho…

    Estranho… Não vi nenhum desses médicos fazendo passeata contra os planos de saúde privados que também são péssimos de remuneração, O que eu vejo são os médicos contrários à essas remunerações pararem de atender por esses planos! Também não vejo passeata de médicos contra alguns dos seus colegas que vão as unidades de saúde e batem o ponto e caem fora sem dar um único atendimento (isso quando não fazem rodizio para bater tal ponto ou pedem para algum servidor faze-lo). E não vi nenhum médico fazer passeata quando o Paulo Skaff retirou 40 bilhões da saúde via CPMF para engordar o bolso dos mais abastados, pelos contrário vi muito desses médicos aplaudindo essa iniciativa de pé!

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